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Harry Potter - J. K. Rowling
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Summary
A história de como Tom Riddle, o Ministro da Magia, e Harry Potter, o Auror Chefe, entraram em um noivado falso após Harry se separar do ex-namorado.OuComédia romântica barata, cheia de frases ridículas e cenas clichês, pra você ler com a sua bebida favorita.--------------------------The story of how Tom Riddle, the Minister of Magic, and Harry Potter, the Head Auror, entered into a fake engagement after Harry broke up with his ex-boyfriend.OrA cheesy romantic comedy, full of ridiculous lines and clichéd scenes, for you to read with your favorite drink.
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Capítulo 4

— Finalmente ele parou de nos encarar. — Foi a primeira coisa que saiu da boca de Tom, quando ele encerrou o beijo apaixonado com Harry.

Harry olhou sobre o ombro, e viu Tobias os observando com uma expressão indecifrável.

Dizer que aquilo embrulhou o estômago de Harry era um completo eufemismo. Na verdade, o seu estômago deu um nó. Ele sentiu o rosto queimar e um calor estranho subir pelo pescoço

— Merlin. — Ele sussurrou para si mesmo. — Eu sou um idiota completo.

Harry se sentiu completamente decepcionado e, logo em seguida, se sentiu ridículo.

Esse era um noivado falso, é claro que eles tinham que se beijar e provar um ponto. Não era esse o objetivo de todo esse teatro?

Então, Harry tinha que estragar tudo e fazer beicinho como uma criança malcriada. Ele tentou se recompor, lembrando-se de todas as técnicas de oclumência que aprendera em seus anos como Auror.

Mas, por algum motivo ridículo, tudo o que ele conseguia pensar era no gosto dos lábios de Tom, na maciez da sua pele, na maneira como ele agarrou a sua cintura com paixão.

Não! Ele não iria por esse caminho.

Ele era totalmente capaz de continuar sendo profissional, até que tudo isso acabasse.

Se ele terminasse com o coração partido… bem, não seria o primeiro.

Com o peito apertado, Harry deslizou para fora dos braços de Tom, deixando-o confuso para trás.

— Harry, o quê…

— Você está bem, Harry? — Melanie apareceu rodopiando ao seu redor, enquanto ele virava as costas para Tom e se esforçava para cambalear para fora da pista de patinação.

— Extraordinário! — Ele exclamou, um pouco alto demais. — Estou bem. Só um pouco… tonto. Deve ser todo esse giro. — Ele gesticulou vagamente para a pista de patinação, onde alguns trouxas giravam desengonçadamente.

— Você não parece bem. Você se machucou?

— Não, eu estou apenas cansado. — Ele suspirou. — Eu só quero encerrar a noite e relaxar.

— É claro, querido. — Mérope arrulhou para Harry, recebendo-o em seus braços fora da pista de patinação. — Está realmente tarde e amanhã teremos um dia cheio.

Que alegria. Harry mal podia esperar para passar o seu primeiro natal longe de seus pais e padrinhos e trocá-los por essa família que não era a sua e, de quebra, um maldito noivo lindo, gostoso e que beijava bem, mas que nunca seria seu.

Sentado em um banco, Harry começou a tirar os patins apertados com uma raiva desnecessária, remoendo a sua decepção totalmente incoerente.

Ele nunca sequer olhou mais de uma vez na direção do Ministro da Magia antes e agora estava chateado porque o acordo de noivado falso nunca poderia evoluir para nada além disso.

Talvez ele pudesse fazê-lo voltar atrás e demiti-lo. Uma demissão seria menos patética e dolorosa.

— Concentre-se, Harry. — Ele murmurou para si mesmo. — É só um noivado falso. Tom Riddle é apenas um Ministro da Magia surpreendentemente atraente, mas ele não é para você. E você, definitivamente, não deveria estar pensando em como seria bom…

— O que aconteceu, querido? — A voz de Tom o fez pular. Ele se materializou ao lado de Harry, e sua mão enluvada pousou em seu joelho, fazendo-o estremecer. Que droga! — Você está estranho.

— Estranho? — Harry repetiu, tentando parecer surpreso. — Eu não estou estranho! Só estou… cansado. — E como ele poderia explicar o turbilhão de emoções que o assolava? Como dizer que o beijo o fez questionar todas as suas decisões nas últimas 24 horas? Que o fez desejar coisas que ele sabia que não podia ter?

É claro que Harry não poderia simplesmente olhar nos olhos de Tom e dizer: Estou com raiva, porque você me beijou, eu gostei, mas só depois percebi que era apenas parte do teatro da farsa do noivado, e então fiquei me sentindo um idiota por pensar que talvez poderíamos tentar algo e agora estou confuso e sei que transar com você vai estragar tudo mais ainda.

Harry sabia que só poderia culpar a si mesmo. Foi ele quem inventou toda aquela história de sexo em troca da mentira para esquecer de Draco.

Então, talvez Tom não se importasse se ele dissesse que não queria mais.

Afinal de contas, foi apenas uma ação impulsionada pela carência. Nada mais.

E ele sabia que se fosse até o fim, seria ainda difícil eliminar Tom Riddle do seu sistema.

— Mudança de planos. — Harry proclamou.

— O quê?

— Lembra que eu disse que queria passar uma noite com você?

— Sim? — Tom estreitou os olhos.

— Estou te liberando da sua parte do acordo.

Tom pareceu desorientado, como se tivesse perdido os sentidos por alguns segundos.

— O que você quer dizer, querido?

— Eu acho que você entendeu. Eu não quero mais transar com você.

──────────────

Harry, é claro, fugiu de Tom o máximo possível.

Se ele quisesse puxá-lo para longe da família, Harry iniciava uma longa conversa com Mérope sobre os preparativos para o casamento, tipos de flores e a música que ele escolheria para a sua entrada triunfal. Aparentemente a biblioteca da mansão possuía um livro enorme sobre a linguagem das flores e Mérope obrigou Harry a ler tudo. Ele realmente esperava terminar o noivado antes disso.

Se Tom começasse a encarar Harry, ele viraria o corpo para a sua irmã Melanie e a questionaria sobre os seus dias em Hogwarts, que sempre duravam uma eternidade, enquanto ela descrevia cada detalhe das intrigas, festas e fofocas entre as garotas do terceiro ano da Lufa-Lufa, enquanto Harry ficava boquiaberto com as festas que aquela casa fazia.

Se Tom tentasse chamar a sua atenção, Harry fazia alguma pergunta intelectual para Tobias, o mais nerd de todos, que entrava em uma espiral infinita sobre algum tipo de relação entre termodinâmica e magia. Harry realmente não prestou muita atenção.

Quando Tom perguntou se Harry já queria subir para o quarto, Harry se ofereceu para uma partida de xadrez com Tom Riddle Sênior, que aceitou alegremente, enquanto posicionava um tabuleiro trouxa em frente a lareira da sala e Harry se preparava para perder miseravelmente.

Mas, é claro, Harry não poderia fugir por muito tempo.

Finalmente, chegou a hora de dormir. Harry entrou no quarto que dividia com Tom, o coração batendo forte.

Ele estava exausto, mas sabia que não conseguiria dormir. Não com Tom ali, tão perto, tão cheiroso…

— Você está me evitando. — A voz de Tom cortou o silêncio, e Harry se virou para encará-lo.

— Claro que não. O que te deu essa ideia? — Harry puxou um fio invisível de coragem grifinória e enfrentou Tom com um sorriso descontraído, mas as suas palavras soaram fracas até para os seus próprios ouvidos.

— Você passou a noite inteira encontrando um jeito de não falar comigo, Harry. — Tom arqueou uma sobrancelha, os braços cruzados contra aquele peito forte e musculoso…

Você está se distraindo, Harry.

— Eu… bem, eu estava tentando criar uma conexão com a sua família.

— E precisa fazer isso fugindo de mim?

— Eu não estava fazendo isso.

— Você estava.

— Eu não estava mesmo.

— Harry-

— Olha, Tom, na verdade, eu acho que já entendi tudo. Eu sei o que você está fazendo.

— Você entendeu? — Tom parecia inquestionavelmente chocado.

— Sim, é claro. Não foi difícil chegar a uma conclusão depois que… você sabe…

— O beijo! — Tom concluiu.

— Sim, o beijo. — Harry pigarreou. — Então, quando tudo chegar ao fim… bem, você não precisa se preocupar.

— Então, você concorda? — Tom perguntou e Harry sentiu o estômago embrulhar como aconteceu após o maldito beijo. O que ele poderia dizer? É claro que ele tinha que concordar com a separação iminente. Era isso que Tom queria.

— Absolutamente. — Harry forçou um sorriso.

— Foi por isso que você decidiu mudar o nosso acordo?

— Sim, eu acredito que é o melhor. — Harry sentia as bochechas doendo com a quantidade de força que ele estava colocando em seu sorriso. — Mas você não precisa se preocupar. Amanhã, depois que os seus pais forem embora, nós ficaremos bem.

E para completa perplexidade de Harry, Tom suspirou um “excelente” aliviado e caiu contra a pilha de travesseiros. Ele parecia positivamente satisfeito, enquanto Harry apenas se sentia mortificado.

Ele não se preocupou em responder, apenas correu para o banheiro e torceu para que a água fervendo pudesse derreter a sua pele e arrancar a sua vergonha pelos poros.

──────────────

Harry acordou na manhã de Natal com o corpo quente e relaxado, envolto pelos braços fortes de Tom. E, por apenas um instante, ele se perdeu na sensação de conforto e segurança, imaginando um universo diferente.

Um universo onde Draco Malfoy nunca foi seu namorado, onde a dor da traição não era uma sombra constante no seu coração.

Um universo onde ele e Tom se conheceram em circunstâncias normais, onde o amor floresceu sem a necessidade de mentiras e disfarces.

Um universo onde ele realmente foi pedido em casamento, sem fingimentos, e poderia aproveitar a felicidade dessa realização.

Mas a fantasia se dissipou tão rápido quanto surgiu. A realidade o atingiu como um balde água fria: ele estava na Mansão Riddle, noivo do Ministro da Magia, tudo por causa de um acordo ridículo.

Harry tentou se desvencilhar do abraço de Tom, apenas para ser segurado com ainda mais força pelo homem, murando algo em seu sono que Harry não conseguiu decifrar.

Ele ficou imóvel, sem saber se deveria acordá-lo ou se aproveitar mais um pouco daquela ilusão.

Finalmente, Harry optou por se levantar. O movimento fez com que Tom despertasse, piscando os olhos várias vezes, ainda sonolento, antes de focar em Harry.

— Bom dia, querido. — Tom murmurou, a voz rouca e sensual, enviando arrepios pela espinha de Harry.

— Bom dia. — Harry respondeu, tentando soar casual, mas a sua voz saiu trêmula.

Eles vestiram-se em um silêncio carregado de tensão. Harry podia sentir o olhar de Tom sobre si, e lutou contra a vontade de se encolher sob o seu escrutínio. Tom parecia estranhamente tranquilo, quase feliz, enquanto Harry se sentia como um caldeirão prestes a explodir.

O café da manhã foi uma experiência surreal.

A mesa estava repleta de delícias natalinas. Panquecas com calda de bordo, salsichas suculentas, ovos mexidos com bacon, torradas com geleia caseira, frutas frescas, sucos de diferentes sabores, e uma variedade de bolos e doces que fariam a Madame Puddifoot corar de inveja.

Mas Harry não conseguia sentir o gosto de nada.

Cada garfada era um esforço monumental, enquanto lutava para manter a compostura e participar das conversas animadas da família Riddle.

— Você está bem, querido? Parece um pouco pálido. — Mérope perguntou.

— Estou bem, só um pouco cansado. — Harry sorriu, mais uma vez forçando uma expressão que não refletia o que sentia.

Tom colocou a mão sobre a dele, apertando levemente. O gesto era reconfortante, mas também um lembrete cruel de que tudo aquilo era uma farsa.

— Tem certeza? — Tom franziu a testa e Harry quase conseguiu acreditar que aquela preocupação era genuína. Tom Riddle era realmente um ator excepcional.

— Absoluta! — Harry assentiu, mas o desconforto em seu peito persistia. A mesa de café da manhã estava cheia de risadas e conversas animadas, contrastando com seu estado de espírito. Ele se esforçava para acompanhar, mas sua mente vagava para os eventos da noite anterior e para as palavras não ditas entre ele e Tom.

— Que tal começarmos com a troca de presentes? — sugeriu Melanie, com um sorriso contagiante.

A sugestão foi recebida com entusiasmo. Dirigiram-se para a sala de estar, onde uma árvore de natal magnífica se erguia imponente no canto da lareira, decorada com luzes brilhantes, ornamentos delicados e laços de fita de veludo.

Embaixo dela, uma montanha de presentes coloridos aguardava.

Mérope entregou o primeiro presente a Harry, um pequeno pacote embrulhado em papel prateado. Ele o abriu com cuidado, revelando um porta-retrato simples.

Os seus olhos se arregalaram ao ver a foto: ele e Tom, rindo e de mãos dadas, girando na pista de patinação. Eles abriram sorrisos igualmente brilhantes, depois se olharam nos olhos um do outro durante alguns segundos e se aproximaram em um beijo apaixonado.

A imagem repetiu de novo em um loop e, para quem via de fora, realmente eles pareciam um casal feliz e apaixonado.

Harry sentiu um rubor subir às suas faces, enquanto lutava contra a onda de emoções. Era um presente bonito, sem dúvidas, mas também era apenas mais um lembrete de como tudo aquilo era uma mentira.

— Obrigado, Mérope. É incrível. — Ele conseguiu dizer, a voz embargada.

— Fico feliz que tenha gostado, querido. — Mérope respondeu com um brilho nos olhos. — Você formam um casal lindo, e eu espero que essa foto possa enfeitar a casa de vocês quando estiverem casados.

Harry desviou o olhar, incapaz de sustentar o olhar esperançoso de Mérope, o coração se apertando dentro do peito.

Em seguida, foi a vez de Tom. Ele entregou a Harry um pacote maior, embrulhando em papel verde-escuro. Harry rasgou o papel com expectativa, e seus olhos se arregalaram ao ver o presente: uma vassoura de corrida Firebolt de última geração.

— Tom, isso é... uau, muito obrigado! — Harry disse, maravilhado, sem conseguir esconder a sua surpresa e admiração. Especialmente quando ele sabia que Tom soube apenas no dia anterior que ele gostava de voar e pretendia comprar esta mesma vassoura.

— Imaginei que você gostaria. — Disse Tom com um sorriso perfeito, e Harry pôde jurar que viu um vislumbre de satisfação em seus olhos.

Harry entregou seu presente a Tom em seguida, um relógio de bolso antigo de prata, com detalhes em ouro e uma inscrição discreta na tampa. Tom o abriu com cuidado, relevando o texto: “Para Tom. Com apreço, Harry.”

Os seus olhos se encontraram por um instante, e um silêncio carregado de emoções pairou no ar.

— É lindo, Harry. — Ele disse, sinceramente, a sua voz suave como um sussurro. — Muito obrigado.

A troca de presentes continuou, com sorrisos e agradecimentos enchendo a sala. Harry observou a interação calorosa da família Riddle, sentindo uma mistura de nostalgia e tristeza.

Ele não podia deixar de pensar em seus próprios amigos e familiares, e em como aquele Natal era diferente de todos os outros que já havia passado, afinal de contas era o primeiro que ele passava longe de seus pais depois que James Potter decidiu se aposentar do cargo de Auro Chefe e se mudar com a esposa e os seus padrinhos para o interior da Inglaterra.

Após a troca de presentes, todos se sentaram para um segundo café da manhã, desta vez mais descontraído. Harry tentou se engajar nas conversas, mas seus pensamentos estavam presos nos sentimentos conflitantes que sentia por Tom e nos seus últimos minutos na Mansão Riddle antes de ir embora.

No final da manhã, depois que os presentes foram abertos e o café da manhã finalmente terminou, a família Riddle começou a se preparar para a despedida.

Harry sentiu uma estranha mistura de alívio e apreensão.

Por um lado, estava ansioso para que a tensão diminuísse, mas por outro, sabia que a mentira acabaria em alguns minutos e ele voltaria a ser apenas o Auror Chefe Potter e Tom, o Ministro da Magia.

Mérope foi a primeira a se despedir, envolvendo Harry em um abraço caloroso.

— Foi maravilhoso tê-lo conosco, Harry — disse ela com um sorriso sincero. — Espero que possa vir mais vezes.

— Obrigado, Mérope — respondeu Harry, sentindo-se um pouco mais à vontade. — Foi ótimo ter vocês aqui.

Após as despedidas, a casa ficou silenciosa novamente.

Harry e Tom ficaram na sala, ambos aparentando estar imersos em pensamentos. A tensão entre eles era palpável, como uma corrente elétrica invisível.

Harry se perguntava o que Tom estava pensando, se ele estava apenas tentando encontrar as palavras certas para expulsá-lo.

Bem, ele queria evitar prolongar ainda mais o desconforto da situação e a humilhação que se seguiria.

— Espero que o acordo tenha sido do seu agrado, Ministro. — Disse Harry, com uma voz fria e distante, que escondia a dor que latejava em seu peito.

Tom abriu a boca para responder, mas Harry não lhe deu a chance.

Ele não queria ouvir as desculpas, as justificativas, as palavras vazias que Tom certamente usaria para amenizar a situação.

Não queria prolongar o constrangimento, a humilhação de ter se permitido — mesmo que por um breve momento — acreditar na possibilidade de algo real entre eles.

— Nos vemos no trabalho. Feliz natal. — Harry disse, largou o anel de noivado na mesa de centro e, sem esperar por uma resposta, virou-se e saiu da Mansão Riddle sem olhar para trás.

Ele aparatou diretamente para a sua casa, a cabeça a mil.

A necessidade de escapar daquela situação sufocante, da lembrança do toque de Tom, do cheiro de sua colônia, era avassaladora. Ele entrou em casa, trancou as proteções e fechou o Flu, isolando-se completamente do mundo exterior.

Finalmente sozinho, permitiu-se de desabar no sofá da sala, afundando no tecido macio, enquanto deixava escapar um longo gemido de frustração e vergonha.

Harry Potter era um idiota por se apaixonar por Tom Riddle.

A grande questão, no entanto, era: como ele encararia no seu chefe no primeiro dia de volta ao trabalho?

 

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