
TOCA DE LEÕES
"O que?!" Harry Potter sussurrou, chocado demais para acrescentar algo valioso a sua fala, que cortou o mortal silêncio que caiu sobre sala.
Como se tivesse voltado a situação atual, ainda um pouco atordoado pela revelação de Draco, assim como muitos outros da sala, Albus Dumbledore finalmente pediu, menos friamente ao garoto, os detalhes do que exatamente havia acontecido.
"B-bem, é que-"foi como se um raio o tivesse atravessado. Em meio segundo, o comportamento do loiro pareceu voltar de uma vez ao seu eu arrogante normal."O diabo vou contar alguma coisa até que me deem um assento apropriado e uma xícara de chá! Quem diabos vocês pensam que são para me amarrar e me ajoelhar assim como um animal?" Exclamou com veneno e indignação, um rosto agora irritadiço pontuado por um revirar de olhos.
Embora a atmosfera da sala tivesse mudado novamente, para desconfiança e raiva(por parte do trio grifinorio), Dumbledore acenou com a mão, desprendendo habilmente as amarras que restringiam Draco, e rapidamente transfigurou a mesa de centro em um assento igual ao seu enquanto pedia a Molly uma xícara de chá.
Ao se sentar, o Malfoy esfregou os pulsos, sentindo os olhares de eufemismo do trio, cruzou as pernas e arqueou uma fina sobrancelha.
"Perdeu a bunda na minha cara Potter? Ou as crianças só estão excitadas para ver como os adultos trabalham?" Disse e um sorriso de escárnio enfeitou seus lábios.
"Cala boca Malfoy! Não é todo dia que recebemos um andarilho na sede. O que foi, papai cansou de bancar o filhinho mimado? Ah verdade, mandei ele pra Askaban antes que ele te desse uma surra por isso." Harry retrucou, os olhos brilhando em fúria enquanto repicava o sorriso do outro.
Malfoy ficou vermelho de raiva, mais ainda ao ouvir a risada estrondosa de Ron e ver alguns sorrisos que se espalhavam pela sala- sem seu padrinho ali, ele certamente estaria em uma toca de leões.
Mas antes que ele pudesse compartilhar mais de sua mente, Molly Weasley entrou a sala com uma única xícara de chá preto em mãos, e após estende-la para o Malfoy, se retirou para um canto.
A sala caiu em um silêncio tenso novamente, esperando deliberadamente o loiro engolir o primeiro gole. Dumbledore tomou a frente novamente, perguntando o que está na mente de alguns aurores naquele momento.
"Sabe Sr. Malfoy, não é todo dia que vejo alguém, ou mais precisamente, um garoto de quinze anos contornar o efeito do Veritaserum tão facilmente. Gostaria de nos atualizar sobre sua, digamos, interessante habilidade?"
"Tsk, meu pai nunca tolerou mentiras ou histórias guardadas. Digamos que tive um contato precoce e me desenvolvi depois de um tempo." Malfoy respondeu desdenhosamente, a piada de Potter o tinha incomodado profundamente e apenas o lembrou que não estava ali por aquela desculpa de heróis mas sim por seu padrinho.
"Então Severus, você vai ou não a Mansão? Você sabe o que esteve acontecendo por lá recentemente, e mesmo que o que eu tenha possivelmente feito possa ter mudado drásticamente as circunstâncias, nada vai te afetar negativamente." Continuou Draco, em um tom mais moderado, com um olhar certo atirado em seu padrinho e a postura perfeita de um herdeiro puro sangue.
Dessa vez, o velho não teve chance de outras perguntas antes de ouvir o estalo familiar de aparatação em seu lado direito, sem chance de dissuasão de uma possível armadilha.