
A JORNADA DE DRACO
"Bem, se você pudesse se explicar garoto..."
"Bem, como poderia eu começar uma história tão longa e trágica de maneira enxuta para que todos os energuminos pudessem entender, eu me pergunto..." começou em uma falsa reflexão o loiro, sentado com as pernas cruzadas relaxadamente, com uma mão ossada no queixo e a cabeça inclinada para cima, como se estivesse meditando sobre o que falar.
A alguns metros dele Harry Potter começou a ferver com a zombaria, cerrou os punhos, mas esperou pacientemente, assim como todos, que o Malfoy prosseguisse.
"Voltemos ao final do torneio Tribruxo, onde ocorreu a ressurreição do Lord das Trevas que meu querido colega Potty presenciou e que todos aqui acreditam 101%." Finalmente, iniciou sua história, tomando alguns olhares da sala e apoiando sua xícara no pires equilibrado em sua coxa.
"Após o encerramento do evento, durante o período que tínhamos até fechar o semestre, eu e meus colegas sonserinos estivemos agitados por conta da notícia exclamada interminantemente por Potter, já que muitos dos nossos responsáveis estiveram envolvidos com o famigerado, e se caso a notícia fosse verossímil, muitos de nós seríamos encaminhados ao lado negro." Uma pausa, um gole de chá. "Estive enviando cartas para minha mãe desde o dia do incidente e nenhuma delas foi respondida antes que o período acabasse. Estava bastante inquieto por conta disso, e fiquei ainda mais quando desci na plataforma 3/4 e não encontrei minha mamãe em lugar algum." Fechou com as sobrancelhas franzidas e os músculos ligeiramente tensos; desconfortável e parecendo um pouco armagurado de dizer isso.
"Como não sou um garotinho rico idiota e inútil, mas um garotinho rico e pró-ativo, fui ao portal de flu mais próximo. Infelizmente, não pude ir antes de ajeitar minhas bagagens em um daqueles, ulrg, carrinho de mão de transporte, já que nem os malditos elfos tiveram a capacidade de fazer sua função, e quando eu tentava ordenar para que outros fizessem o trabalho, eles desapareciam ou- oh Merlin, que blasfemia- me ignoravam. " Exclamou indignado o jovem, com a mão ao peito, não percebendo o revirar de olhos coletivo da sala.
"Olha Malfoy, ninguém tá pouco se fodendo sobre como você teve que levar a merda da suas bagagens. Conta logo como que voc-" "SHHHHHHH! Não ouse me interromper escória de Weasley! Mantenha-se calado se quiser ouvir minha narrativa." Malfoy de súbito gritou, alterado por alguém tentar interromper sua emocionante aventura.
"Cof cof(ele literalmente expressou a onomatopeia), continuando, tive de carregar aqueles pesados malotes até o portal e rapidamente me direcionei a Mansão Malfoy."
"Imediatamente quando fui teletransportado, senti uma estranha sensação nos terrenos próximos aos portões principais. Notei que além da densidade no ambiente, a flora local parecia mais calma e mortal; fiquei arrepiado, mas ignorei, O clima em Wiltshire nunca foi o mais constante." Draco mudou um pouco sua abordagem, parecendo mais sério, como se toda a zombaria tivesse evaporado do seu corpo, porque a coisa ia ficar tenebrosa.
"Disse a senha, entrei e logo aparatei para o meu quarto." Com o olhar surpreso e uma somnrancelha interrogadora da maioria da sala, ele se explicou: "Não eu aparatando. Infelizmente meu nível de habilidades mágicas não supriu essa pequena demanda, mas temos um, não me recordo ao certo o nome, mas um tipo de dispositivo de aparatação alemão, quase como o flu, mas com botões, super interessante, e não Weasley, não desperdice seu interesse nisso, não acho que sua família pode comprar um, embora talvez vocês precisassem para o quanto de pragas espalharam pelo mundo." Continuou Malfoy, ignorando os olhares de irritação e desgosto e optando por manter seu sorriso de superioridade em direção à Ronald Weasley, que fervia de raiva.
"Enfim, ao teleportar notei que aparentemente algum intruso havia invadido meu maravilhoso quarto e aparentemente estava habitando lá. Minha enorme cama com dossel e doze, ouça bem Weasley, doze travesseiros estava uma bagunça! Metade dos meus livros que antes eram organizados perfeitamente em ordem de tamanho cor e alfabética, estavam, alguns espalhados pelo chão, outros pela minha escrivaninha e uma pequena parte, alguns dos meus amados romances(!) estavam queimando ruidosamente na lareira de frente ao meu adorável sofá amarelo de descanso! E ainda, oh Merlin, nunca poderei esquecer esse detalhe, havia, no canto esquerdo, próximo ao meu quebra cabeca de dez mil peças de Hogwarts, oh, havia uma pilha de cuecas e meias, que mesmo do outro lado do quarto, conseguia sentir claramente. " Como se tivesse sido atacado por um terrível flashback, a tes já pálida do garoto ficou branca como papel, suas mãos tremiam levemente, uma apertando fortemente a xícara no colo e a outra sobre a boca, curvada em desgosto; os olhos arregalados e vidrados de terror.
"Era certo na época o motivo do intruso ter escolhido o meu entre os outros 9 adjacentes. Anteriormente, ele fora o quarto do meu adorável papis, mas depois de ter sido, cof-" um olhar mortal para Harry "decidi reivindica-lo. Meu antigo quarto era demasiado infantil para mim, e como pensei que logo seria declarado o novo Lord Malfoy, não senti nenhum impedimento. Perguntei a mamãe é claro, já que ela tinha um quarto próprio que preferia ficar na maior parte das vezes, mesmo quando meu papis estava em casa;e eu concordo com ela, sabe, sou praticamente uma cópia do meu pai e sei que mesmo meus amigos intimos não me suportavam mais de duas horas por dia; então imagina meu pai? Ela foi realmente muito sabia ao fazer isso!" Uma pausa, e como se persebesse a divagação, finalizou a sentença."Enfim, vai ver que ela queria o quarto também."
Um silêncio se estendeu, e como se para se preparar para o próximo fato aterrorizante, esvaziou a xícara de chá em golpes sedentos, respirou fundo e prosseguiu.
"Foi aí que percebi, enquanto estava analisando o estado destruído do meu autrora santuário, o ruído ecoante de água de banheira sendo esvaziada languinamente em um ralo e um farfalhar familiar, de alguém se secando, no meu banheiro pessoal." Engoliu em seco, as pessoas na sala se sentaram tensas, cativadas pela história. "Não tive tempo, n-nunca tive a intenção de bisbilhotar a privacidade, mesmo do meu intruso, m-mas estava congelado no lugar e não consegui reagir até perceber que naquele instante, posicionado na minha frente, em toda sua grandeza, nu e pálido, estava o maior terrorista do mundo mágico, que mais tarde conheci formalmente, como Lord Voldemort."