
Um dia em setembro
"Phineas, eu gostaria de falar com você."
O retrato cruzou os braços, ainda chateado por estar com os olhos vendados.
"Por favor?"
Phineas permaneceu em silêncio.
"Tudo bem, vou tirar a venda. Não é como se houvesse algo para ver."
"Que gentil da sua parte", disse Phineas, piscando para Harry. "E você vai se dirigir a mim como Professor Black."
"Sim, tio."
"Professor Black!"
"Walburga me deixa chamá-la de avó", Harry disse maliciosamente. "E eu sou o herdeiro de Sirius. Arcturus me nomeou em seu testamento."
Phineas estreitou os olhos para ele. Harry sabia que estava dando muita informação, mas também que Phineas já tinha adivinhado que Harry tinha acesso a uma propriedade Black, mesmo que não conseguisse saber qual.
"Você aceitará o nome Black?" Phineas perguntou.
"Eu não pensei sobre isso", Harry disse levemente. "Eu também sou o último Potter, e meu namorado é o último de seu nome. Somos um pouco jovens, e há uma guerra acontecendo..."
Phineas zombou dele. "Um namorado?"
"Sim, ele é brilhante."
"É aquele garoto Nott?"
"Certo, você estava na sala do diretor naquela noite."
"Estou sempre na sala do diretor, seu garoto simplório!"
"Sim, Professor Black", disse Harry.
"Criança impertinente!"
"Você sabia disso antes de decidir visitar", Harry apontou. "Eu queria saber se McGonagall deixou os alunos nascidos trouxas saberem para se esconderem, ou usou as corujas da escola para contar às pessoas sobre o Tabu. É o maior bando fora do Ministério."
"Não vejo por que deveria te contar isso!"
"É uma maneira de manter os alunos seguros. Riddle matou muitas pessoas mágicas, e mais vão morrer. A escola tem o dever de proteger a próxima geração. Você assumiu esse dever quando decidiu brincar de se fantasiar de diretor."
"Pela última vez, não foi uma brincadeira!"
Quando Phineas saiu furioso do seu quadro, Harry gritou: "Prove então!"
Ele conjurou uma cortina sobre a moldura desocupada e caminhou até seu caldeirão fervente. Ele não tinha obtido muito do veneno de Nagini do curandeiro, e não sabia por onde começar a criar mais. Ele tentou aumentar a quantidade, mas algo na natureza do veneno tornou a manipulação mágica difícil. Riddle provavelmente o projetou ele mesmo, como fez com a poção da caverna. Harry percebeu como Dumbledore não reconheceu a poção, quanta dificuldade um curandeiro especializado em ferimentos de mordida mágica tinha em combater o veneno.
Com uma última mexida, Harry apagou o fogo e deixou o antiveneno esfriar. Ele havia capturado um rato do lado de fora, convocando-o dos esgotos. Harry imobilizou o animal que guinchava, mergulhou uma agulha fina na amostra de veneno e a espetou no rato. Ele lançou o feitiço.
O pequeno ferimento sangrou, muito mais do que deveria. Os guinchos do rato ficaram mais frenéticos, e ele começou a se contorcer de dor. Tendo visto o suficiente, Harry imobilizou o rato novamente e, com uma colher pequena, despejou a poção antídoto em sua boca.
O rato se acalmou, e Harry curou seu pequeno ferimento. Harry sentou-se em um banco, soltando um suspiro de alívio.
Funcionou. Levou horas de preparo intenso, ingredientes difíceis de encontrar, tudo para uma quantidade tão pequena... mas funcionou.
Harry se levantou para engarrafar o resto, pensando em quem poderia precisar mais daquilo.
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Harry se deitou de costas no jardim, olhando para o céu de verão. Estava claro e quente. Os dementadores tinham ido para outro lugar para procriar naquele verão.
Acima, um corvo, ou um corvo, praticava seu voo. Harry seguiu a sombra que suas asas cortavam no ar, um preto meia-noite que o lembrava do cabelo de Theo. Sua testa franziu. Ele já tinha visto aquela mesma forma antes.
O pássaro pousou ao lado dele, saltando pela grama seca que nenhuma quantidade de água seria capaz de reavivar.
"Está quente."
O pássaro bicou sua bochecha.
"Pare com isso!"
O pássaro se transformou em Theo, que o beijou no rosto.
"Você é mau."
"Você já terminou de pensar?"
Harry murmurou algo, protegendo os olhos do sol. Uma sombra escura caiu sobre ele, e ele se virou para olhar para um Theo que se aproximava.
"Eu pensei sobre isso, mas há tanta coisa que não sabemos sobre sua vida. Dumbledore pensou que ele escondia suas horcruxes em lugares que importavam para ele. A cabana dos Gaunt, Hogwarts, uma caverna que ele visitou quando criança. Albânia, para onde ele fugiu. Borgin e Burkes. Mansão Riddle. O cemitério. A Câmara Secreta. A sala comunal da Sonserina. Ele deu uma para Lucius Malfoy, ou seu pai, um Comensal da Morte de confiança. É possível que ele tenha deixado a Taça com outro, mas Lucius Malfoy falhou e o diário foi destruído. Ele teria deixado a Taça com outro? Movido para algum outro local onde ele colocou armadilhas? Talvez o local não seja uma tendência, mas uma coincidência."
"Godric's Hollow", Theo acrescentou. "O lugar onde ele pereceu."
"Precisamos de alguns dos detectores de escuridão de Filch se quisermos andar pela Terra para encontrar essa coisa."
"O Sensor de Segredo de Filch faz exatamente isso, detecta segredos", disse Theo. "Mentiras. Não sei que tipo de dispositivo detectaria parte de uma alma."
"Um dementador?"
"Eles estão todos do lado de Riddle agora. Não temos nada para oferecer a eles que gostaríamos de dar."
Harry suspirou e sentou-se. "O orfanato seria o mais próximo. Acho que não temos orfanatos funcionando há algum tempo, duvido que pudéssemos procurar tão facilmente. As memórias que vi foram durante o Blitz, foi quando Londres foi bombardeada. Muitos prédios foram destruídos. Lembro-me dos nomes de alguns órfãos. Billy Stubbs. Amy Benson. Eles estariam na casa dos 80 agora, isso é velho para um trouxa. Se eles sobrevivessem à guerra."
"Como encontraríamos o orfanato?"
"Pergunte a Dumbledore," Harry disse amargamente. "Não poderia ter deixado um bilhete, poderia?"
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Acontece que pesquisar registros de bibliotecas em busca de referências ao Orfanato de Wool era fácil com magia.
Harry e Theo estavam no calor de agosto, suas vidas sustentadas apenas por feitiços refrescantes, olhando para uma torre de escritórios indistinguível de seus vizinhos.
"Eles mantêm órfãos lá?" Theo perguntou.
"Não, eles geralmente vivem com algumas outras crianças sem família, ou que não podem mais viver com suas famílias, em uma casa com um adulto supervisionando-os. Quando Riddle estava em uma, havia dezenas de crianças supervisionadas por alguns adultos, como um dormitório. Este é um prédio onde as pessoas fazem negócios."
"Que tipo de negócio?"
Harry não tinha ideia. "Meu tio trabalha em uma. Ele faz alguma coisa com brocas. Ferramentas trouxas que fazem furos nas coisas. Acho que ele as vende para outras empresas."
Theo franziu a testa para o prédio. O aço feio e quadrado, as fileiras de janelas brilhando na luz do sol. "Riddle odiaria isso. Representa a dominação trouxa sobre a terra. Mesmo se ele enterrasse a Taça aqui, ele a teria removido."
"Ele escondeu o anel na cabana dos Gaunt", Harry ressaltou.
"Sim, mas aquela cabana tinha história. O fim da Sonserina. Sangue-puro que purificava seu sangue até a extinção. Onde sua mãe nasceu e foi criada. Onde ofidioglota era a única língua falada. Não há nada mágico para reverenciar aqui, nem em um orfanato que ele odiava."
"Falta uma certa seriedade", Harry concordou. "Isso não diminui a importância do orfanato, o lugar que primeiro moldou Tom Riddle."
"Daí a caverna", disse Theo. "Devemos ir embora. Tem uma mulher usando um distintivo se aproximando de nós."
"Um segurança", disse Harry, vendo a mulher deixar sua mesa no saguão. "Vamos."
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Harry estava prestes a saborear uma colherada de sopa de cebola francesa quando Winky apareceu ao seu lado. A colher caiu em sua tigela com um respingo e barulho.
"A vigilância de Winky está completa, Mestre Harry!" ela disse animadamente.
"Essa é uma ótima notícia, Winky", disse Harry, feliz que seus óculos estavam impenetráveis por feitiço. "O que você pode nos dizer?"
Winky explicou que Dolores Umbridge era a chefe da Comissão de Registro de Nascidos Trouxas. Os nascidos trouxas eram forçados a preencher um questionário sobre sua herança. Os nascidos trouxas que não respondessem às intimações do Ministério seriam procurados e presos. Após serem sentenciados, eles seriam soltos sem suas varinhas ou colocados em Azkaban.
Corban Yaxley, um dos Comensais da Morte que estava na Torre de Astronomia, interrogava nascidos trouxas e era o atual Chefe do Departamento de Execução das Leis Mágicas. Albert Runcorn investigava nascidos trouxas, desenterrando árvores genealógicas falsificadas. Um homem chamado Travers também estava envolvido, mas Winky não tinha certeza de como.
"Yaxley e Travers são ambos Comensais da Morte," Sirius disse, com Theo cantarolando em concordância. "Eles serão mais difíceis para Imperius."
Harry fez uma careta e então disse: "Depende de como enquadramos isso. Deixe os nascidos trouxas correrem, é mais emocionante caçá-los."
"Talvez," Sirius disse duvidosamente. "Umbridge e Runcorn seriam alvos mais fáceis."
"Há elfos domésticos no Ministério? Deve haver. Limpeza, comida, chá..."
Winky assentiu ansiosamente. "Winky não foi visto por eles!"
"O que você está pensando?" Theo perguntou.
"Brincadeiras. Fred e George fazem doces diferentes que causam doenças temporárias. Pastilhas de vômito, fantasias de desmaio. Temos uma colmeia de glumbumble lá atrás, poderíamos misturar o melaço deles com mel no Ministério. Seria mais fácil plantar essas coisas com elfos domésticos do nosso lado."
"Os elfos domésticos são leais ao Ministério", disse Winky.
Harry esfregou o rosto. "Não quero Imperius em um elfo doméstico inocente. E Winky, você é conhecida pelo Ministério. Estamos contando com o fato de que bruxas e bruxos não reconhecem ou reconhecem elfos domésticos individuais..."
"Poderíamos falar com Arthur sobre isso", disse Sirius. "Percy? Ele não pode estar feliz com o que está acontecendo."
"Não tenho certeza sobre isso", disse Harry. "Ninguém sabe realmente o que Percy pensa. Como está a Rua dos Alfeneiros?"
Sirius sorriu. "Eu expandi um dos quartos até agora, camas transfiguradas. Remus instalou os feitiços de proteção na propriedade. Ninguém será capaz de detectar nada lá dentro, nem mesmo o cheiro, e saberemos assim que alguém começar a conjurar na casa. Também temos trabalhado com a Sra. Figg. Ela pode abrigar algumas pessoas, se elas suportarem o cheiro de gatos e repolho."
"Eu fiz", disse Harry. "Não sei quantas tardes passei lá." Ele ainda estava chateado com a Sra. Figg escondendo tantas coisas dele, mas poucas pessoas poderiam enfrentar Alvo Dumbledore. "Winky, você conseguiu seguir Umbridge ou Runcorn para casa?"
Winky balançou a cabeça. "Winky os viu usando o Flu. Só as pessoas importantes usam o Flu, todos os outros dão descarga. Também há moedas que eles usam para entrar. Não há mais aparições no Ministério."
"Exceto pelos elfos domésticos", disse Harry com um sorriso.
"Se eles forem direto para casa por Flu, pode levar algum tempo para descobrirmos onde eles moram", disse Theo.
"Winky sabe onde eles moram! Winky encontrou papéis!"
Winky produziu várias pastas. Harry as pegou dela e descobriu informações detalhadas sobre Umbridge e Runcorn. Curiosamente, Umbridge não havia preenchido sua própria ancestralidade.
"Isso é incrível, Winky. Excelente trabalho!"
Harry passou as pastas.
"A próxima pergunta é: como entramos nas casas deles?", disse Sirius.
"Acho que você está esquecendo de algo", disse Harry, sorrindo. "Elfos domésticos não são a única coisa contra a qual bruxas e bruxos esquecem de se proteger."
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Um cachorro, uma raposa e um corvo entraram em um jardim. O jardim era rigorosamente regimentado, rosas em fileiras ordenadas, podadas severamente, uma cerca viva em ângulo reto. A casa diante deles era rosa claro com acabamento branco. Muito arrumada e adequada.
A raposa procurou por uma portinhola para gatos, mas não havia sinais de nenhum gato de verdade pela casa. Muita bagunça. O corvo voou até uma janela e bicou uma trava. O cachorro abriu a janela e todos eles subiram para dentro.
Havia mais rosa.
Eles se esgueiraram por uma cozinha que nunca tinha sido usada, uma sala de estar que parecia dolorosa para sentar-se, e entraram em um quarto onde uma mulher dormia, alheia. As paredes miavam lamentosamente para eles.
O corvo se transformou em um jovem que levantou uma varinha para a mulher e a petrificou.
A mesma cena se repetiu em outra casa naquela noite.
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Harry e Theo deixaram Sirius para trabalhar em Runcorn. Eles tinham contido Umbridge no quarto que Rowle uma vez ocupou. Rowle tinha ido embora.
"Bom dia, professor", disse Harry educadamente.
"Solte-me, seu meio-sangue imundo!"
"Você deve responder: 'Bom dia, Sr. Potter.'"
Umbridge lutou contra suas restrições. Corda, como ela havia usado para laçar um centauro.
"O Ministro—"
"O Ministro está sob Imperius, pelo Lorde das Trevas", disse Theo. "Mas você não se importa com isso."
" Seu lugar é em Azkaban," Harry disse sobre as recriminações dela. "Não os nascidos trouxas inocentes que você está enviando para lá."
"Mentiras! Ladrões sangue-ruins!"
"Você não deve contar mentiras, professor," Harry repreendeu. "Talvez o crucio solte sua língua?"
"Theodore Nott! Eu lembro de você! Um aluno tão obediente. O que Potter fez com você?"
"Tem certeza de que quer os detalhes?"
"Theo!"
Os lábios de Theo se contraíram. Ele disse a Umbridge: "Seu tipo me chamaria de traidor do sangue. Crucio ."
Harry a silenciou quando ela começou a gritar. "Theo."
Theo encerrou o feitiço, observando a mulher mais velha enquanto ela se contorcia involuntariamente, com baba escorrendo pelo seu queixo.
"Vou lhe dizer o que faremos com você e então farei", disse Harry.
Umbridge olhou para ele, com os olhos brancos de terror, entendendo a realidade de sua situação.
"Você será colocado sob Imperius. Você sentenciará todos os nascidos trouxas condenados a Azkaban. Você confiscará suas varinhas para redistribuir para bruxas e bruxos de sangue mais puro. Você colocará essas varinhas em uma gaveta destrancada em seu escritório e esquecerá delas. Você não questionará nenhuma decisão que Albert Runcorn tomar. Você elogiará sua dedicação e diligência quando ele expuser um nascido trouxa. Fora isso, você continuará agindo como quiser."
Umbridge ficou confusa com essas instruções. Harry não estava inclinado a esclarecê-la.
"Você entendeu? Excelente. Crucio. "
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Harry olhou a lista de nascidos trouxas que o ministério queria para interrogatório. Foi surreal ver o nome de Hermione no Profeta Diário. Ele não tinha ouvido falar dela nem de Ron. Ele não sabia se algum dia teria novamente. Ele esperava que eles ficassem escondidos com a tia puro-sangue de Ron.
"Mafalda Hopkirk", disse ele, sem motivo algum.
"Sua inimiga mortal?" Sirius perguntou. "E ela?"
"Deveríamos pegá-la também. Ela é assistente no Escritório de Uso Indevido de Magia. Ela envia avisos para uso de magia por menores de idade. Isso significa que ela tem acesso a quem é pego pelo Rastreador. Eles podem usar isso para encontrar nascidos trouxas menores de idade."
Sirius esfregou a nuca. "Certo. Winky e eu cuidaremos dela. Algum outro funcionário do Ministério para subornar hoje?"
"Deixe-me verificar minha agenda", disse Harry, notando também o nome de Dean.
Harry dobrou o papel e o colocou de lado, então começou a subir até o estábulo para observar as criaturas aladas do Largo Grimmauld.
Edwiges voou até ele imediatamente, e ele estendeu um braço para ela. "Sinto muito, não há muito o que fazer ultimamente. Eles estão rastreando corujas."
Ela beliscou o cabelo dele carinhosamente, em sinal de compreensão.
"Você pode voar para Nott Manor," ele disse, tocando a faixa que Theo tinha feito para ela. "Não há outros humanos mágicos vivendo em Fair Isle, nós verificamos. Apenas cerca de cinquenta trouxas, todos no lado sul, e às vezes turistas. Não há muito o que caçar para uma coruja-das-neves em Londres."
Harry não se incomodou em convencer Penumbra a ir. Ela fez o que queria, e inclinou seu rosto escuro para olhá-lo criticamente.
Bicuço era mais difícil de lidar. Ele se contentava em caçar gnomos no jardim, mas uma casa era muito confinante para um hipogrifo. Ao contrário das corujas, ele não conseguia se passar por nada além de uma criatura mágica. Harry se curvou para ele, deixando Edwiges voar de volta para seu poleiro, e esperou que Bicuço se curvasse de volta. Harry sabia que Hagrid poderia cuidar dele, a questão era como contrabandear um hipogrifo para a Escócia. Harry deu um tapinha em seu bico enquanto pensava. Ele não tinha certeza se conseguiria levar Bicuço para o terreno da escola. Ele teria mais espaço para vagar pela Mansão Nott. Talvez eles pudessem conseguir um segundo hipogrifo...
Fawkes gritou, chamando sua atenção. "Falo com você depois, Bicuço."
Harry parou na frente de Fawkes, que as corujas se dignaram a tolerar, e lançou um olhar sério para a fênix.
"As chamas são realmente necessárias quando você faz sua coisa de aparatar de fênix?"
Fawkes cantou algo que Harry não conseguiu interpretar, mas pareceu um sim .
"Ainda bem que os dementadores não conseguem ver. Você estará interpretando uma fênix rebelde. Faça o que for preciso para convencê-los a ir com você. Eu escrevi cartas, mas os dementadores—"
Harry fez uma pausa, uma nova ideia se formando. Ele precisava ir ao laboratório de poções. "Vou fazer algo que pode ajudar. Vou deixar as cartas aqui para você levar. Elas vão explicar as coisas, já que poucas pessoas falam fênix."
Fawkes olhou para ele com olhos pretos opacos. Harry cruzou os braços. "Eles entenderão como você se sente , mas não os detalhes."
Ele deixou os pássaros e correu de volta para baixo, quase esbarrando em Theo.
"Você está pronto?" Theo perguntou, olhando-o de cima a baixo. "Você tem uma pena no seu cabelo", ele disse, arrancando-a. Era uma pena dourada que se transformou em cinzas nos dedos de Theo.
Harry checou seu relógio. "Eu tive uma ideia para neutralizar a influência do dementador com uma poção, pelo menos longa o suficiente para eles aceitarem que uma fênix está lá para libertá-los, mas eu posso prepará-la quando voltarmos."
"Você tem sua capa?"
"Sim, Theo, eu tenho minha capa. Não quero que o Ministério os ataque."
Theo pressionou suas testas e disse: "Eu só estava checando. É mais seguro para mim do que para você."
O Beco Diagonal estava lutando para tentar a normalidade. Havia mais pessoas do que durante a visita de Harry à Floreios e Borrões, e não estava tão sombrio quanto no verão anterior, mas as pessoas ainda estavam atribuladas, fingindo não estar. Gemialidades Weasley era a exceção agressiva a isso, embora o sinal U-No-Poo não estivesse mais piscando na janela.
Theo segurou a porta aberta por mais uma fração de segundo para deixar Harry entrar, e abriu caminho entre as crianças e os pais que esperavam muito, muito pacientemente. Harry notou que as pessoas se afastavam de Theo, embora não tivesse certeza do porquê. Ele não parecia ou agia diferente do normal.
Theo foi até o balcão e a garota loira no caixa — Verity, pensou Harry — era... antagônica.
"Posso ajudar ?", ela perguntou, mascando seu chiclete furiosamente.
"Preciso falar com um deles. Weasley ou Weasley, não importa. Eles são intercambiáveis para mim."
Ela estalou o chiclete. Harry cutucou o lado de Theo.
"Nott, é você?" George perguntou, saindo dos fundos. George olhou ao redor. "Temos seu pedido pronto, volte."
Theo não pensou mais em Verity e seguiu George.
"O que você está fazendo aqui?" George perguntou em voz baixa. "Seu namorado está com você?"
"Estou," Harry disse, tirando sua capa. "Fred está por aí? Queríamos falar com vocês dois sobre uma coisa."
"Estou aqui," Fred gritou, emergindo de trás de algumas caixas. "O que está acontecendo?"
Harry lançou um feitiço silenciador. "O feitiço é abafado , faz com que pareça um zumbido para as pessoas. Gostaríamos que você inventasse um novo item que deixaria muitos funcionários do Ministério doentes."
Fred e Jorge se entreolharam.
"Não permanentemente doente, mas o suficiente para atrapalhar o trabalho que estão fazendo. Algo que os faça pensar que há um contágio. Isso faz sentido? Pensamos em deixar Fever Fudge em uma sala de funcionários ou algo assim, mas seus produtos são muito conhecidos. O que é uma coisa boa, exceto quando você está tentando desestabilizar um governo fantoche por meio de guerra biológica."
"Poderíamos pensar em alguma coisa", Fred disse lentamente.
"Ótimo! Você falou com Percy ultimamente?"
"Não", disseram os dois gêmeos.
"Ele provavelmente está se arrependendo—"
"Ouvimos o que aconteceu com Ron e Hermione", disse George.
"Você disse? O que eles disseram?"
Os gêmeos se entreolharam novamente.
"Não muito", disse George.
"Eles não queriam conversar."
"Seja lá o que for, os deixou chateados."
"Ron disse que eles realmente não te conhecem."
Harry suspirou. "Eu pensei o mesmo. Bem, eu também não posso dizer o que aconteceu. Muitas coisas mudaram."
"E nós deveríamos ir", disse Theo, verificando o relógio de Harry.
"Piscadela?"
Winky apareceu e fez uma reverência. Fred e George ficaram boquiabertos com ela.
"Winky será nossa intermediária, se você estiver interessada. Estamos prontos para ir," Harry disse a ela.
"Ainda somos seus amigos," Fred disse apressadamente. "Mesmo que Ron não seja."
"Obrigado," Harry disse, sorrindo. "Vejo vocês dois por aí."
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Severus Snape confirmado
como diretor de Hogwarts
Harry começou a rir.
"Isso deixará muitas pessoas infelizes", Sirius disse, puxando o Profeta Diário para perto de si. "Claro, muitos não acreditariam na sua Teoria de que Dumbledore orquestrou seu próprio assassinato."
"Só pessoas que são cegadas pelo legado dele", disse Theo. "Até o livro de Skeeter mal arranha a superfície. Ela declara fatos e falha em suas deduções, como sempre."
"Ela não teve coragem de tirar os fatos diretamente da boca do lorde das trevas", disse Harry, enxugando os olhos. "Quem é o professor de Defesa?"
"Amycus Carrow. Estudos trouxas de Alecto Carrow."
"Oh, isso é ruim," Harry disse, ficando sério. "Eles vão ensinar artes das trevas em vez disso? Eles ao menos sabem magia o suficiente para isso?"
"Não, eles não vão," Theo disse. "Snape não vai conseguir interferir, não sem atrair a ira de Riddle. Nem os outros professores, por medo de serem substituídos por Comensais da Morte."
"Neville e Luna poderão entrar em contato comigo," Harry disse. "Eles nos manterão atualizados sobre o que está acontecendo. Aposto que Phineas amará Snape como diretor."
"Eu poderia voltar", Theo disse calmamente.
"Não!" Harry disse, alarmado.
"Pode ser suspeito se eu não fizer isso. Teríamos que inventar uma boa razão para o Pai me manter em casa. Uma razão boa o suficiente para Riddle."
"Ele nem está no país!"
"Eu preferiria perder qualquer vantagem que tenhamos com seu pai do que colocá-lo em uma posição vulnerável," Sirius disse. "Draco já tem a marca, aposto que seus amiguinhos também têm. Eles vão concordar com o que quer que os Carrows estejam aprontando, eu apostaria."
"Talvez não Malfoy," Harry disse. "Ele não tem estômago para ser um Comensal da Morte."
"Eles vão questionar você sobre Harry," Sirius acrescentou. "Sua lealdade."
"Foi só um pensamento", disse Theo.
"Pare de pensar nisso!"
Theo entrelaçou os dedos. "Como quiser."
Harry sorriu para ele. "Eu já te contei como todo mundo ficava estranho perto do Theo na loja dos gêmeos?"
"O que você quer dizer?" Sirius perguntou.
"Como se tivessem medo dele," Harry disse, franzindo a testa. "Ele não estava agindo diferente."
Sirius riu dele.
"O quê? O que eu disse?"
"Você conheceu Theo?" Sirius disse, acenando para o jovem quieto em questão. "Olhe para ele!"
Harry olhou para Theo. Ele era alto, mas sempre fora alto. Cabelo preto, olhos ainda mais pretos que perfuravam Harry com sua intensidade, pálido, vestindo preto como sempre, ondas de magia negra e arcana rolando dele em um miasma sufocante que ameaçava a própria natureza da realidade apenas por sua presença, silencioso como um túmulo.
"Eu não entendo."
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"O trem está partindo agora", Harry disse distraidamente. Ele estava em seu quarto com Theo. Ele estava lendo algo, não conseguia lembrar o que. Sirius estava com Remus, acomodando nascidos trouxas que eles tinham tirado de Azkaban na Rua dos Alfeneiros. Winky estava no Ministério, recuperando varinhas da mesa de Umbridge. Eles tinham dinheiro para enviar pessoas para o exterior se quisessem. Pessoas que não foram criadas por trouxas raramente entendiam o transporte trouxa. Eles não checavam estações de trem, docas ou aeroportos, não no começo.
"É estranho não estar lá?", perguntou Theo.
"Um pouco", Harry admitiu, esfregando a testa. "Eu costumava sonhar em ir para Durmstrang com você. Poderíamos fazer qualquer mágica que quiséssemos, passar o tempo que quiséssemos juntos..."
"É um sonho bonito", disse Theo. "Prefiro torná-lo realidade."
Harry sorriu para ele, puxando-o para um abraço. "Poderíamos verificar Godric's Hollow hoje", ele disse, "embora eu ache que teria notado—"
"Dê-me isso, Gregorovitch."
Um velho, com cabelos e barba brancos, estava pendurado de cabeça para baixo, com o sangue subindo para o rosto.
"Eu não o tenho, não o tenho mais! Foi, há muitos anos, roubado de mim!"
"Não minta para Lord Voldemort, Gregorovitch. Ele sabe. Ele sempre sabe."
Os olhos do velho estavam arregalados, e ele caiu neles, em um corredor, perseguindo-o até uma sala, um jovem bonito com cabelos dourados estava empoleirado no parapeito da janela, rindo enquanto saltava para a noite.
"Quem era o ladrão, Gregorovitch?"
"Eu não sei, eu nunca sei, um jovem...não...por favor! Por favor!"
O velho gritou e gritou, até que um clarão de luz verde o silenciou para sempre.
"Harry", Theo disse, beijando seu rosto. "Sua cicatriz." Theo passou os dedos frios sobre ela, e Harry se inclinou para o toque.
"Gregorovitch está morto", disse Harry. "Ele o encontrou. Ele viu quem pegou a Varinha das Varinhas dele. Eu sabia que ele devia ter roubado ou algo assim..."
"Riddle sabe quem ele é?"
"Se ele abrisse um best-seller recente, ele faria isso", disse Harry com desdém. "Ele é um idiota... Eu meio que quero um idiota de morango."
"Monstro pode fazer um pouco para você", Theo disse rapidamente. "Eu farei. Vou aprender como. Não pode ser tão difícil."
"Estou bem", Harry disse, segurando-o com mais força. "Ele não sabe que está se entregando. Constantemente me subestimando..."
"Você ainda quer ir para Godric's Hollow?"
"Não", disse Harry. "Tenho que avisá-lo."
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Quando Harry terminou de subir na torre, com Monstro segurando sua mão e murmurando imprecações, Grindelwald estava esperando por ele.
"Você já sabe", disse Harry. "Você é um vidente, certo?"
"Você também tem uma pequena habilidade", disse Grindelwald.
"Sou apenas observador", respondeu Harry, sentando-se. "Você devia saber que alguém pegaria a trilha."
" Você fez", disse Grindelwald, sorrindo.
"De certa forma. Riddle pensa muito bem de si mesmo. Foi assim que ele sobreviveu à infância. Você também. Vocês dois veem os trouxas como inferiores, ignorando que a taxa de progresso tecnológico deles supera em muito a inovação mágica. Vocês desempenharam seu papel na estagnação da nossa cultura, assim como Riddle."
Grindelwald riu. "Você não precisa me lembrar dos meus erros. Eu pensei sobre isso por décadas."
"Aposto que Riddle nem sabe o que é um satélite", disse Harry. "Ele era uma criança durante a Segunda Guerra Mundial. Ele acha que a guerra nuclear é o ápice do avanço trouxa. Como muitas pessoas mágicas, ele abandonou a lógica pela magia. Assim como você. Assim como Dumbledore."
Grindelwald estreitou os olhos. "Você não?"
"Vocês três acumularam poder, de maneiras diferentes. Recrutaram seus seguidores em uma idade jovem e maleável. Bonitos. Carismáticos. Apaixonados por si mesmos. Em uma palavra, narcisistas. Enquanto Dumbledore era pró-trouxas, como quase todos os bruxos e bruxas pró-trouxas, ele era bastante paternalista sobre isso. Ele não tinha escrúpulos em usar magia para manipular trouxas, para fazê-los agir da maneira que ele preferia. A diretora do orfanato de Tom Riddle. Meus parentes trouxas. É da mesma forma que os trouxas tratam pessoas de culturas que eles veem como menos avançadas. Inferiores. É para o próprio bem deles, não está tão longe de ser para o bem maior. Não que nenhum de vocês tenha qualquer percepção especial sobre o que isso significa."
Grindelwald o observou por um tempo. "Alguém já o chamou de pretensioso?"
Harry revirou os olhos. "Como se você nunca tivesse tido dezessete anos. Então, como era Durmstrang?"
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Sirius entregou a Harry uma carta com seu nome.
"Conseguimos uma coruja?"
"Não", disse Sirius. "Eu peguei isso de Remus, que pegou de Andrômeda, que pegou de Molly, que pegou de Muriel, que pegou de Ron."
"Que jornada", disse Theo. Ele estava trabalhando para desvendar o feitiço da barreira da Marca Negra. Eles ainda tinham Dolohov sob a Poção da Morte Viva para usar como cobaia.
Harry abriu sua carta. "Eles querem se encontrar. Eles marcaram um lugar e uma hora."
"Weasley não foi para Hogwarts?"
"Ginny fez. Eles estão dizendo que Ron tem spattergroit para mantê-lo fora. Eles estão usando o ghoul do sótão da Toca como um dublê de corpo."
"Você vai?" Sirius perguntou.
"Não ganho nada com isso", disse Harry, dobrando a carta novamente.
"Amizades não são transacionais", disse Sirius.
"Os que têm esses dois são", disse Theo. "Eles querem Harry Potter . Alguém que repita Dumbledore e incorpore seus ideais, que não comprometa nenhuma moral que eles projetem. E o que Harry ganha com isso? Nada, pelo menos nada que ele queira. Ele não quer fama ou adulação, ou puxa-sacos, ou um ajudante. Ou seja lá o que Weasley imagina ser."
"Eles são definitivamente companheiros. Você quer vir comigo?", ele perguntou a Theo. "É em um parque trouxa. Você poderia alimentar patos."
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Harry observou Theo atirar fatias inteiras de pão caseiro em patos que grasnavam furiosamente.
"Não acho que pão seja bom para eles", disse Harry, rindo enquanto um pato era atingido, e imediatamente se sentindo culpado. "E você tem que quebrar pedaços, não dar a eles a coisa toda."
"Foi ideia sua", disse Theo. "Se houvesse instruções, você deveria ter me dado antes que eu ficasse sem pão."
Theo sacudiu as mãos e se virou, olhando para algo por cima do ombro de Harry. "Vejo Weasley e Granger."
"Valentine para você."
"Isso também foi ideia sua."
"Desculpe", disse Harry, pegando uma das mãos dele. Uma mulher que passava com um carrinho de bebê lançou-lhes um olhar desaprovador. Harry mostrou-lhe dois dedos, e ela saiu apressada.
"O que você fez para deixar aquela mulher chateada?"
"Existem. Aqui estão eles."
"Harry!" Hermione disse, correndo para abraçá-lo. Ele deu um tapinha desajeitado nela com uma mão.
"Vamos achar um banco", disse Harry, andando ao redor do lago dos patos. "Como vocês dois estão?"
"Nós estávamos morrendo de preocupação", Hermione disse. "Mas Remus tem nos mantido atualizados. É incrível que você tenha estado—"
Harry rapidamente lançou um abafado em volta deles. "Hermione, você realmente tem que usar feitiços de privacidade em público."
"Desculpe! Você fez isso sem varinha? É ótimo que você esteja salvando nascidos trouxas. Tem alguma maneira de ajudarmos?"
Eles se sentaram em dois bancos. Harry os arrastou para mais perto.
"Estamos presos na casa da tia Muriel há semanas", disse Ron, olhando para o pão afundando na água. "Estamos morrendo de tédio."
"Melhor do que realmente morto", disse Theo calmamente.
"Por que ele está aqui?"
"Ron, nós já conversamos sobre isso", Hermione sibilou.
"Você já?", Harry perguntou distraidamente.
"Ron disse que você contou a ele que são amigos desde o terceiro ano?"
Harry olhou para Theo, que poderia realmente ter morrido de tédio. "É. Quase desde que saímos do trem. Nós nos encontramos na biblioteca. Eu realmente não quero falar sobre mim e Theo. Estamos namorando, ele é importante para mim, é isso."
"Okay," Hermione disse apressadamente. "Eu não queria bisbilhotar."
"Sobre o que você queria falar?"
"Queremos ajudar", disse Ron. "Você não sabe como é ficar sentado sem fazer nada..."
Harry riu sem graça. "Não? Tente dizer isso a Sirius."
"O que Ron quer dizer é, bem, nós conversamos sobre isso e achamos... Dumbledore nos deu algo em seu testamento. Ele deve ter querido que trabalhássemos juntos, para derrotar Você-Sabe-Quem."
Harry ficou feliz que ela entendeu o Tabu. Ele olhou para Theo, sem saber o que dizer.
"Por que você continua olhando para ele?" Ron exigiu. "Precisa da permissão dele para falar?"
Harry se afastou desse insulto. "Do que você está falando?"
"É culpa dele se você sumiu! Moody nos contou histórias sobre o que o pai dele aprontou!"
"Desculpa?", disse Harry. "Moody é um maluco!"
"Ele nos contou sobre os corpos no Ministério", Ron disse sombriamente. "Disse que alguém tinha sido eviscerado."
"Eu deveria ter deixado ele me matar então?" Harry perguntou. "Não foi você quem sugeriu que matássemos alguns Comensais da Morte porque eles nos matariam primeiro?"
"Ron, nós conversamos sobre isso!"
"Só porque você disse para não tocar no assunto não significa que eu tenha que ouvir!"
"É isso que importa para você?" Theo perguntou suavemente. "É mais importante que Harry não use o que você chama de magia negra do que ele sobreviver? Derrotar o Lorde das Trevas?"
"Você o chama de Lorde das Trevas! Viu? Viu Hermione? Magia negra corrompe, todos nós sabemos disso!"
Harry se levantou, assim como Theo. "Isso foi uma perda de tempo."
"Harry, espere! Ron, cale a boca!" Hermione gritou com ele. "Por favor, eu sinceramente acho que Dumbledore queria que trabalhássemos juntos."
"Eu sei disso", disse Harry. "Ele me disse isso no verão antes do sexto ano, mesmo sabendo que eu era mais próximo de Theo. Snape até nos pegou no terreno no terceiro ano..."
Harry esfregou o rosto, suspirando. "Dumbledore cometeu erros. Eu sabia mais do que ele pensava que eu sabia, e dada a rapidez com que ele comprou, duvido que ele tenha tido tempo para ajustar sua vontade de acordo."
"O que você quer dizer?" Hermione perguntou.
"É o tipo de informação pela qual eu seria morto", disse Harry. "Como todo o resto que não estou contando a vocês. Não confio em nenhum de vocês."
"Mas você confia nele ", Ron disse amargamente.
"Claro que sim", disse Harry, imaginando o quão estúpido Ron realmente era. "Eu—"
Harry parou de repente.
Ele olhou para Theo. Realmente olhou para ele.
"Puta merda. Eu preciso... precisamos ir!"
"Harry! Espere!"
Harry não esperou. Ele agarrou o braço de Theo e os aparatou para longe.
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"Onde estamos?" Theo perguntou, olhando ao redor.
"Não tenho ideia", disse Harry. "Deixe-me ver seu patrono."
Confuso, Theo lançou o feitiço. Uma raposa prateada, quase invisível à luz do dia, saltou para fora, brincando, correndo em círculos ao redor deles, até desaparecer como espuma do mar.
Harry olhou para onde ela havia desaparecido, então olhou ao redor. Era a mesma colina para onde Sirius o havia levado em um verão. As mesmas plantas rasteiras e cheiro resinoso, pedras afiadas rolando sob seus pés.
Ele pegou a mão de Theo e começou a subir a trilha. Robins riam dos arbustos próximos. Havia uma brisa, o farfalhar seco das folhas passando pelas árvores. O sol estava alto e brilhante no alto. Era quase hora do almoço.
Harry coçou o nariz.
"O que estamos fazendo aqui?" Theo perguntou.
"Hm?" Harry olhou para o lado. "Só vou dar uma volta."
"Você nos fez aparatar no meio de uma conversa com seus amigos da Grifinória, que estão atualmente escondidos, para que pudéssemos dar uma volta?"
"...Sim." Harry olhou ao redor e sussurrou, " Homenum revelio ."
Não havia mais ninguém lá.
"Que feitiço foi esse?" Theo perguntou.
"Nada."
Eles chegaram ao topo da colina rápido demais. Estava muito quente. Harry puxou a gola.
"A urze ainda está florindo", disse Theo, olhando para a terra ondulada que se estendia abaixo deles. Urze roxa suave, os amarelos dourados da giesta e da erva-de-são-joão, o rosa escuro da campion vermelha. Algo se moveu sob as folhas verdes empoeiradas, assustando uma perdiz vermelha gordinha e fazendo-a voar.
"Pássaro fofo", disse Harry distraidamente.
"Harry, acho que você não me trouxe aqui para falar sobre a vida selvagem local."
"Não," Harry concordou, olhando para Theo. Ele quase perdeu a coragem quando o viu sorrindo. "Não, algo foi trazido à minha atenção."
"Tem?" O sorriso de Theo se alargou. Era terrivelmente perturbador.
"Sim," Harry disse decisivamente, pegando as duas mãos de Theo. "Cheguei à conclusão de que..."
Theo esperou pacientemente, os olhos brilhando como o céu noturno. Isso deixou Harry tonto, mas ele endireitou os ombros e correu de cabeça para dentro.
"Theo, eu te amo."
"Demorou bastante para você perceber."
"Eu—" Harry gaguejou. "O quê?"
Theo se inclinou para mais perto dele. "Você pode ser tão idiota às vezes."
"O que?"
Theo estava incrivelmente perto agora, preenchendo a visão de Harry. Ele sussurrou algo apenas para os ouvidos de Harry, os lábios roçando tão tentadoramente contra os dele. O mundo parou de se mover, prendendo a respiração.
"Eu também te amo."