A Solidão Será Minha Eterna Companhia

Naruto
M/M
G
A Solidão Será Minha Eterna Companhia
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Summary
Em um mundo totalmente devastado pelas guerras entre os países, onde as cidades não são nada além de ruínas e as florestas apenas grandes massas cinzas, um homem e seu filho lutam para conseguir sobreviver. A comida é cada vez mais escassa, artigos essenciais para sobrevivência estão deteriorados e o maior medo que enfrentam não são os ladrões e assassinos que espreitam em cada esquina nem mesmo os canibais que ficam nas sombras à espera de um passo em falso de algum desavisado. O maior medo que enfrentam, é a solidão.Um homem lutando sozinho para sobreviver é a prova de que o mundo muda o homem, alguém que era gentil, amável e que sempre buscava ajudar os outros, descobriu que essas qualidades de nada lhe ajudavam nesse novo mundo. Sozinho ele sobreviveu por muito tempo e pretende ficar assim até o fim dos tempos. Esse era seu plano até pai e filho cruzarem seu caminho e lhe fazer questionar se a solidão é realmente a melhor escolha. OBS: Inspirado no livro “A Estrada de Cormac McCarthy”
Note
Fic 29/31Algumas coisas sobre a ficSerá meu maior desafio, algo totalmente diferente do que escrevo e do que estão acostumados a ler. Espero de verdade que gostem, pois essa long fic me Como o tema do dia é Apocalipse, teremos Kakashi e Iruka em meio a diversas situações. A principio não darei nomes aos personagens, eles serão apenas O PAI, O FILHO E O HOMEM SOZINHO.O prologo está um pouco curto, mas dará uma base do que vem por ai.Boa Leitura!
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Capitulo 2

O homem solitário acordou com um sobressalto, as lembranças do sonho ainda vividas em sua mente. Ele se perguntava como que em meio a tudo aquilo, toda aquela destruição, toda aquela selvageria ele ainda conseguia sonhar com aquilo, principalmente depois da noite anterior.

Havia sonhado com o dia do seu casamento, o dia estava lindo, o clima fresco como eram as primaveras. Haviam escolhido se casar naquela estação pelas flores e pelo clima agradável e havia sido. Se soubessem que pouco mais de um ano depois disso o mundo entraria em colapso, seria destruído por uma guerra que ninguém sabe ao certo como começou e que só deixaria um sombra do mundo que conheceram, teria feito escolhas diferentes.

Não sabe como conseguiu sonhar com um dos dias mais felizes de sua vida depois de ter entregado um homem para um grupo de assassinos. Sabia que se o homem não fosse útil para eles, seria morto. 

Como o homem sabia disso? Simples, ele fazia parte daquele grupo. Fazer parte era uma mentira. Ele não apenas fazia parte, ele era o líder deles. Como alguém que era o líder de um grupo de assassinos sem escrúpulos consegue sair ileso? Com isso em mente, o homem começou a lembrar de como havia ido parar no meio daquelas pessoas. 

 

~começo flashback~

 

Havia sido a anos atrás, quando ele perdeu toda sua família e aquele sujeito apareceu oferecendo ajuda. Naquela época ele ainda era ingênuo e acreditava nas pessoas, acreditava que ainda existiam pessoas boas. Descobriu da pior forma que não existiam pessoas boas, apenas seres capazes de tudo para conseguir o que queriam, abdicando de toda e qualquer humanidade. O mundo não tinha mais leis para proteger os mais fracos, o mundo se tornará um selva onde os mais fortes dominavam os mais fracos através do medo, da tortura e dos mal-tratos. Ou você se adaptava àquela realidade ou você seria massacrado.

Na primeira semana junto ao bando daquele homem as coisas foram agradáveis, todos eram gentis consigo. Mas tudo mudou no sétimo dia, onde ele foi obrigado a se submeter a coisas que nunca imaginou fazer. Ele foi abusado, torturado, espancado, ferido de tantas formas que não sabe como conseguiu sobreviver.

Depois de tanto sofrimento, o homem apenas aceitou o seu destino e por mais de um ano ele se deixou ser maltratado. Sentia que a cada dia que passava, a cada agressão, uma parte sua morria. Ele estava se tornando um homem vazio, sem alma, sem sentimentos, sem emoções. Para muitos isso seria um sinal de fraqueza e que a pessoa poderia simplesmente abraçar a morte, mas não para ele. Ele pegou aquele vazio e transformou em força. Não tinha nada a perder, ninguém por quem lutar a não ser ele mesmo. O homem decidiu que não morreria ali daquela maneira, sendo tratado pior que um animal, vivendo em condições precárias. Vivendo não, ele não vivia, ele sobrevivia.

Havia uma mulher que conversava com ele, que lhe ajudava com seus ferimentos  que tentava evitar que as feridas causados pelos longas sessões de tortura infeccionassem. Fora ela também havia mais dois homens, que eram os seguranças do líder, mas que eram tratados quase da mesma forma que o homem. Quando o homem disse que iria matar o líder, os três se assustaram e tentaram o convencer a mudar de ideia. Mas não conseguiriam.

Ele sabia que havia uma regra, estipulada pelo próprio líder, que aquele que o matasse assumiria seu lugar. Muitos tentaram e muitos falharam. Mas ele tinha a vantagem de ser "próximo" ao líder, já que era seu escravo pessoal. 

O homem solitário lembrava da vez, depois de uma sessão de abusos sexuais, que aconteciam até que o líder estivesse totalmente satisfeito, enquanto estava agonizando no chão, ele havia dito para aquele homem asqueroso que um dia o mataria e assumiria o seu lugar. Lembrava com clareza da risada assustadora que durou longos minutos até se acalmar, dizendo que jamais conseguiria, pois ele era fraco, tolo e ingênuo e naquela época ele estava certo, mas agora não era mais nada daquilo. Ele era outra pessoa. Alguém que não tinha mais nada a perder, não importava se morreria ninguém sentiria sua falta, só queria deixar de se sentir um lixo, havia chegado num ponto em que estava disposto a fazer o que qualquer coisa, inclusive fazer aos outros o que foi feito consigo apenas para tirar toda aquela dor que sentia.

O dia que havia escolhido para colocar seu plano em ação havia chegado. Era audacioso, pois seria executado durante a comemoração do aniversário do líder. O homem estava sendo exibido pelo líder como um troféu, ouvia aquele ser dizendo que ele era um ótimo cachorrinho, uma vadia sem alma que servia apenas para ser fodida e para descontar suas frustrações. Alegava ser um bom dono, pois cuidava de suas feridas, o consertava e ele sempre estava novo para ser usado novamente. 

O homem sentiu o olhar das três pessoas que sempre o ajudavam e viu a mulher balançar a cabeça em negação, num pedido mudo para não prosseguisse com aquilo, mas ele ignorou. Com cautela se aproximou do líder e o abraçou, levou sua mão trêmula até a adaga que ele sempre carregava e em um movimento a puxou e levou ao pescoço do líder e com uma agilidade que nem sabia que tinha, cortou o pescoço do líder. Um corte profundo que o fez com que o outro se engasgasse com o próprio sangue. Alguns tentaram o socorrer, mas um dos dois seguranças o lembrou da regra imposta pelo próprio líder, que agora jazia no chão com uma poça de sangue ao seu redor.

Quando o líder, ou melhor antigo líder, foi dado oficialmente como morto, o antes escravo foi declarado como líder. 

Muitos não concordaram e ameaçaram o homem, mas para surpresa de todos ele não se abalou, não se deixou intimidar pelos latidos daqueles cachorros que estavam com medo de serem dispensados ou mortos, pois a palavra do novo líder era lei. Para surpresa de todos, ele falou que as coisas continuariam do mesmo jeito, a única coisa que mudaria era que os dois seguranças e a mulher seriam seus conselheiros e deveriam respeitá-los da mesma maneira que ele próprio, eles seriam uma extensão do novo líder.

 

~ final flashback~



O homem solitário balançou a cabeça para afastar aquelas lembranças, não fazia mais parte daquilo. Havia deixado aquela vida para trás. Era o que tentava se convencer, mas sabia que não era verdade. Ele poderia ter até ter deixado de fazer tudo o que fazia, mas não mudaria o fato que ele fez. Ele tem mais sangue nas mãos do que um dia pensou em ter e nada mudaria aquele fato. Ele apenas agradecia por sua família não estar mais para ver no que ele se tornou.

 

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