
Sob Ataque
A noite estava com um clima ameno, as estrelas enfeitavam o céu junto a lua, deixando a caminhada de Iruka com os gêmeos ainda mais agradável. Sora falava dos mais diversos assuntos, contando sobre seu passado e seus pais e sua família, agora o assunto parecia não doer tanto na pequena. Kasuaki também se deixava participar, após a demonstração de algumas habilidades do ex-sensei, que fizeram os olhos do garoto brilharem de expectativa de poder repetir cada movimento. Os dias foram mais calmos depois que o Umino conheceu mais sobre o passado dos dois e só reafirmou ainda mais o desejo de levá-los para Konoha.
— Vocês gostariam de ir para uma aldeia onde fossem tratados como merecem? — Começou o chunnin com calma, não queria assustar os pequenos.
— Ir embora? Mas nascemos aqui e apesar de tudo, Maibotsu é nosso lar — respondeu Kasuaki.
— Entendo isso, entendo quantas lembranças e memórias dos pais de vocês possuem e mesmo se forem embora, elas ainda permanecerão nos seus corações.
— Mano, pensa bem. Não seria legal morar num lugar onde a gente não seria odiado? Onde pudéssemos estudar e aprender sobre nossos poderes? Virar ninjas? — Sora tentava argumentar.
— Iruka-sensei podia ficar aqui e nos ensinar — foi a primeira vez que Kasuaki se referiu ao Umino como sensei e este ficou emocionado.
O ninja da Folha ficou sem resposta naquele momento, queria dar tudo o que aquelas crianças precisavam, e o faria, mas começava a ter saudades de casa. Dos amigos, do filho, netos… Kakashi. Mesmo com os motivos que o fizeram deixar sua Vila, sentia falta do marido, todas as noites pensava no Hatake, como eles estava, se sentia sua falta e em muitas noites dormiu após chorar por horas. O bom era que nos últimos dias chegava na pousada e desabava na cama de cansaço, não dando tempo para pensar em nada.
Apesar da fala de Sora concordando em irem para Konoha, os dois ainda permaneciam relutantes em ir para outra aldeia. Por isso o Umino decidiu que não insistiria no assunto, afinal de contas ele já tinha decidido que ficaria o tempo que precisasse e que só sairia de Maibotsu com os dois irmãos.
Com o passar de mais alguns dias, Iruka decidiu apresentar formalmente os meninos aos seus únicos amigos naquela vila, o casal Sanada. Ele podia estar já há um bom tempo em Maibotsu e ter conquistado o coração de alguns, mas a maioria das pessoas continuava extremamente mal-educadas. Sabia que era por causa dos gêmeos, o Umino tinha chegado a conclusão que certas pessoas simplesmente amavam odiar os outros, não importava o motivo. O tempo passava, evoluía, as coisas mudavam e os preconceitos das pessoas continuavam os mesmos. Poderia passar horas, dias, semanas tentando os convencer que Sora e Kasuaki eram apenas duas crianças que sempre os veriam como monstros que mataram seus pais.
Os Sanada receberam as crianças do jeito mais caloroso possível, e permitido por Kasuaki, que ainda era arrisco com estranhos, desconfiava de toda e qualquer boa ação. Depois da visita dos gêmeos no estabelecimento do casal de idosos, a fofoca já corria solta, mas ninguém se atrevia a dizer na cara dos donos do lugar. Sabiam que seriam enxotados do local. Iruka até ponderou levar o casal também para Konoha, mas foi surpreendido por uma bronca de Naomi quando sugeriu. A senhora afirmou que ele não deveria se preocupar com um casal de velhos decrépitos e que estavam com seus dias contados e sim cuidar daquelas crianças que previvam de amor de um pai, de uma família.
Os dias passavam rápido e neles Iruka dividia o seu tempo entre fazer reparos na casa dos irmãos e começar a ensinar o básico da Academia até que eles estivessem minimamente preparados para entrar no mundo shinobi.
Iruka poderia estar ocupado com as crianças e tudo mais, mas ainda era um ninja e todos seus sentidos e intuição gritavam “perigo”. Era como se uma luz vermelha tivesse acendido na cabeça do Umino. Ele estava mais alerta, olhando em todos os cantos, todas as árvores, casas e pessoas para encontrar algum indício do perigo que se encontrava a espreita, pronto para atacar. Em meio aos chakras das pessoas de Maibotsu e dos gêmeos, que eram os mais latentes, por um instante o diretor da Academia jurou ter sentido um que há anos não sentia. Mas foi tão rápido que ele não teve certeza se aconteceu.
“Talvez ele tenha apenas passado.”, pensou Iruka.
[...]
Fez quase uma semana que um ninja envolto de uma capa escura rondava por Maibotsu. Aquela vila era ainda pior do que as outras que depois e as pessoas nem se comparava.
O que surpreendeu o estranho ninja foi o fato do seu antigo sensei, da época da Academia e atual marido do Hokage estar naquela mesma Vila e sem o Hatake. Não demorou para saber que ele cuidava dos gêmeos odiados, quem ninguém fez questão de esconder.
Buscando mais o fundo descobriu a origem das duas crianças e o porquê deles foram tão odiados e com isso entender a razão para estar a procura deles. Se Sasuke tinha a certeza de onde eram aqueles que procuravam crianças, que deveriam ter a idade de sua própria filha, seria mais fácil de impedir-los e voltar mais rápido para Konoha. Pensou em ir até Iruka e expor a situação, mas o ninja estava sempre com os gêmeos, o que era bom, pelo menos eles não ficavam sozinhos e o Umino era capaz de proteger os necessários. E não queria o envolver mais do que necessário, afinal eram crianças inexperientes e iriam mais atrapalhar do que ajudar. Esperava conseguir encontrar os nukkenins antes de atacarem a Vila, caso contrario, que a Vila seria destruída, assim como as outras. Precisava traçar um plano, pois sentia que não tinha muito tempo.
Aqueles ninjas queriam Sora e Kasuaki e fariam de tudo para colocar as mãos neles e pelo que, se soubessem manipular a mente deles, teriam um grande problema e a nação que os tinham, poderiam ameaçar a paz conquistada após a Quarta Guerra. O mundo não precisa de uma nova ameaça à paz.
[...]
Iruka mal conseguiu dormir naquela noite, seus sentidos pareciam estar em alerta máximo e não pode evitar usar sua ecolocalização para verificar quem estava por perto. Era acostumado com as pessoas dos arredores da hospedaria onde ficava, nada notou de diferente. Mesmo assim, não descansou. Seus instintos shinobis diziam que algo aconteceria em breve e sua intuição dizia o mesmo.
O Umino já conseguiu o cochilar já era de madrugada, quando acordou assustado com o som de um trovão. Automaticamente pegou a kunai que deixava ao lado da cama e mais uma vez utilizou sua habilidade e dessa vez notou assinatura de chakra próxima. Tinha quatro próximas pessoas, no mínimo. Vestiu-se o mais rápido que pode seu uniforme ninja, que já foi trazido por precaução e por hábito. Arrumou sua bolsa de armas e esperou o próximo movimento de quem quer que estava por perto.
Quando um relâmpago iluminou o céu, uma kunai com uma etiqueta explosiva entrou na janela, quebrando o vidro, seguida por outros. O chunnin só teve tempo de saltar para trás e atravessar a parede que dividiu seu quarto do corredor e a explosão acontecer. Logo o senhor Takafumi apareceu, visivelmente apavorado com a explosão e a situação quarto.
Iruka mandou o homem sair dali enquanto saia correndo do local, imaginando que já foi atacado por causa dos gêmeos, que eram sua preocupação naquele momento. Assim que colocou os pés para a pousada, foi cercado por não quatro, mas cinco ninjas, claramente nukkenins, sem bandanas. Provavelmente mercenários em busca de dinheiro fácil. A chuva caia grossa, encharcando o chunnin e dificultando um pouco a sua visão. Os ninjas pareciam ser do nível jounin e o Umino estava em desvantagem, mas não cairia sem lutar. Precisava proteger aquelas crianças, não importar a maneira. Analisou rapidamente os cinco ninjas, vendo que atacaria primeiro ou se viriam juntos. Se posicionou em modo de ataque, agradecendo a Rikudou por Kakashi sempre insistir em treinar juntos, melhorado e muitas suas técnicas e junto ao seu pensamento perspicaz. Obvio que não poderia pensar em centenas de cenários possíveis e probabilidades como Shikamaru ou executá-los com a mesma velocidade do marido, mas conseguia fazer milagres com o básico. O primeiro a atacar foi o inimigo que se encontrou atrás de Iruka, pensando que conseguiria o pegar de surpresa.
"Mesmo eu vendo vestido como ninja, acreditou que poderia ser furtivo?", pensou o Umino enquanto girava o corpo e acertava um chute no estômago do outro ninja, que voou para longe. O segundo tentou uma nova investida contra o chunnin e também não obteve sucesso, tendo seu golpe facilmente espondedo pelo sensei. Os nukkenins a cada tentativa de ataque sem acordo, começaram a pensar que talvez aquele homem fosse algum jounin. Se soubessem que estavam lidando com um chunnin que os deixavam no chinelo, reveriam seus métodos.
O Umino encarava os cinco homens, ofegante. Estava ficando cansado e a cada minuto ali era um minuto a mais que tinha de vantagem para encontrar os gêmeos. Precisa sair da situação rapidamente. Enquanto pensavam numa saída, foi atacado por outro inimigo, o qual não foi tão efetivo em desviar do golpe, recebendo um soco nas costelas, forte o suficiente para o desestabilizador, mas não para o derrubar. O sensei ficou furioso, não poderia dar ao luxo de baixar a guarda, precisava derrotar aqueles ninjas rapidamente ou pelo menos atrasá-los de alguma forma. Procurou em sua bolsa algumas etiquetas de selamento e outras explosivas, que mantinha sempre ali para alguma emergência. Agradeceu por não ter como tirado saiu quando de Konoha, mesmo não sendo muitas, ajudaria naquele momento. Quando aquele mesmo homem que acertou a partida para cima de si novamente, conseguiu esquivar dessa vez e ainda colocar uma etiqueta explosiva em seu braço e se afastou antes que ela fosse detonada. Restavam apenas três dos cinco nukenins e pareciam muito mais habilidosos que os dois que Iruka derrubou.
— Você é bom, livrou-se de nossos parceiros. Mas eles não eram tão bons assim. Pensávamos que não precisaríamos nos medidores e que eles conseguiriam lidar com você. Agora, quero ver se será bom contra nós três. Não nos subestime — declarou o que era ser o líder deles e começou a fazer um sinal de mãos que Iruka não reconheceu, mas sabia que deveria se preocupar, pois aparentava ser algo relacionado ao Suiton, forte e poderoso.
— Vocês que não deveriam me subestimar — tentou subir o mais confiante.
Porém, mal termino de falar e entenderu qual jutsu o homem realizava; um jutsu de água.
— Suiton Daibakufu no Jutsu — gritou o homem e logo coluna uma de água começou o rodeio o Umino, encurralando-o.
Uma grande quantidade de água vinha direta para ele, como se fosse uma erupção. Sabia que assim que fosse atingido, devido à força daquele ataque, seria totalmente subjugado, um mercê ninja daquele. Iruka se manteve firma no lugar, tentando ficar preso através do chakra em seus pés, torcendo para não ser arrastado, o que parecia impossível. Mas antes que a água o atingisse, outro ninja surgiu em sua frente, um que ele sabia quem era e uma parede de fogo se ergueu entre os dois e os demais. O jutsu do inimigo foi reduzido a vapor e um leve nevoa se formou. Antes que a nevoa se dissipasse e revelasse quem ousou atrapalhar o ataque inimigo, Iruka ouviu uma ordem, que naquele momento não hesitaria em cumprir.
— Vá atrás dos gêmeos. Logo mais. Cuido deles. Vá e os proteja, eles precisam de você. Alcanço vocês depois — Sasuke ordenou e sem nem pensar, o mais velho correu o mais rápido que podia.
O chunnin pegou todos os atalhos disponíveis que aprendeu no tempo que estava em Maibotsu, sem deixar de verificar se tinha alguém o seguindo ou próximo à casa de Sora e Kasuaki. Nem mesmo a chuva forte que caia diminuía seus passos. Não ligava se a luta entre Sasuke e os ninjas causaria algum dano que Vila esquecida por todos, se alguém machucado. Tirando é claro os Sanada, Iruka teve um carinho enorme pelo casal. Poderia ser considerado egoísta naquele momento, mas não poderia se importar menos. A única coisa que importava era a vida e segurança dos gêmeos que consideravam quase como filhos. Se tinha alguma dúvida que já foi atacado por causa das crianças, após a fala do Uchiha, teve certeza. Ele daria sua vida para protegê-los sem hesitar.
Parou para recuperar o folego quando chegou a casa tão familiar. Estava silencioso e escuro. Suas roupas encharcadas, assim como seu cabelo, se não se cuida pegar um resfriado, não que fosse se importar com isso agora. Focou no que precisava fazer e utilizou sua ecolocalização confirmar que ambos estavam em casa e se já havia alguém nas proximidades. Por sorte não havia mais ninguém além dele e dos gêmeos, mas logotipo teria companhia.
Sem bater na porta, entrou na pequena casa e foi em direção ao quarto, agora um pouco melhor, mobiliado com futons e lençóis novos. Kasuaki foi o primeiro a acordar assutado com a presença do homem ali, ainda mais pelo seu estado.
— Mano? O que foi? O que aconteceu? — Sora perguntou ainda sonolenta, não notando a presença do Umino.
— Não sei, mas se o Iruka-Sama está aqui, nessa hora, todo molhado, deve ser algo sério — o de cabelos brancos, apontando para o mais velho.
— Iruka-Sensei? — Olhou para trás, encarando o homem com preocupação.
— Preciso que vocês dois façam exatamente o que eu mandar sem questionar. É uma situação de vida ou morte, por isso preciso que me obedeçam — declarou o Umino com uma seriedade que os pequenos nunca fizeram visto antes.
Não restava outra coisa a não ser acatar, mesmo a contra-gosto.
— Tem pessoas atrás de vocês dois. Ninjas renegados de suas aldeias, que não tem lealdade com ninguém e só se preocupam com eles mesmos. Eles virão até aqui, devem estar chegando a qualquer momento, por isso quero que vocês fiquem aqui e não saiam até que eu o chame. — Começou a ditar as ordens e em seguida começou a fazer uma série de movimentos com as mãos, os quais as crianças mal conseguiam acompanhar ou entender a necessidade daquilo.
— O que está fazendo? — Questionou a menina já desperta e praticamente grudada ao irmão.
— Estou fazendo um selamento para casa. Ninguém entrará e ninguém sairá, além de nós. Venham aqui, por favor — chamou o chunnin e os dois se aproximaram.
Iruka sabia que eles ainda não tinham um controle de chakra preciso para ativar os selamentos, mas sabia o que precisava para ativar essa proteção. Colocou na casa das crianças a mesma que tinha em sua própria casa. Não tão bem feito e praticamente a prova de falhas, mas boa o suficiente para proteger os dois. Afinal, ele não era um mestre no Fūinjutsu por acaso, era considerado por muitos, o melhor de Konoha. Não era um fato que exibia por aí, mas gostava de ter algo que era muito bom, mesmo que poucos soubessem.
— Lembram que explicai sobre chakras e tudo mais? Preciso que pensem nele como algo que pode ver e tocar na palma de suas mãos — tentou explicar o mais claro que pode, apesar do pouco tempo.
Por sorte, os dois foram habilidosos e entendiam com facilidade o que o ex-sensei dizia e logo fez o que foi pedido.
— Agora encostem suas mãos aqui — mostrou um ponto marcado na parede e quando o fez, sentiam seus pequenos corpos estremecerem e logo todo a parede brilhou com uma luz verde.
— Uau! — Sora estava fascinada com aquilo. — Eu ensina um fazer? — Perguntou empolgada.
— Em outro momento. Agora, por favor. Não saiam daqui. Eu permiti a saída de vocês para o caso de alguém conseguir entrar e poderia ter uma rota de fuga. Mas só fazer isso no último caso. Eu prometam que não vai sair. Não importa o que ouvir, só saíam daqui se eu entrar aqui e pedir para fazer. Caso contrario não saíam. — Exigiu Iruka segurando o braço dos gêmeos, sem força para não machucar.
— Iruka-sama, queremos ajudar — Kasuaki argumentou.
— Eu me ajudei a ficar aqui com sua irmã e a proteger. Sei me defender e não poderei me concentrar se ficar preocupado com vocês. Por favor, Kasuaki, fique aqui. Não saiam — o Umino e puxou os dois para um abraço apertado até esquecendo que era todo molhado e logotipo se separou ao sentir chakras se aproximando.
— Protegerei vocês dois e não deixar ninguém levar para longe de mim — afirmou e se afastou dos pequenos, saindo rapidamente da casa e se preparando para mais uma batalha.
Se encarar cinco inimigos já havia sido difícil, imagina agora com uma quantidade ainda maior? Quantos foram mandados para aquela busca? Provavelmente sabia o que aconteceu aos pais de Sora e Kasuaki e mesmo sendo apenas crianças, poderia ser considerados perigosos por não controlar seus poderes.
Respirou fundo e encarou os doze homens ao seu redor, todos bem posicionados e não mais habilidosos que os anteriores. Aquilo deveria iruka ou fazer-lo temer sua vida, mas não teve aquele efeito. Teve apenas o mesmo efeito quando o Umino protegeu Naruto de Mizuki e sua fuma-shuriken, ou quando tentaram sequestrar o loiro, até mesmo durante a Guerra.
— Nos entregue as crianças e deixaremos você viver — declarou um dos homens.
— Não deixarei que os levem. São como meus filhos e um pai jamais abandona seus filhos! — Afirmou Iruka, pronto para dar o primeiro golpe.
Dois inimigos se moveram para atacar o Umino, mas não conseguiram sequer passar da linha da casa, ficaram completamente imoveis.
— Seu desgraçado — gritou um deles, lutando inutilmente para se mover.
Logo mais dois foram para cima do chunnin, que não hesitou em nenhum momento. Desviou do primeiro golpe com certa facilidade e aproveitou a surpresa do segundo para o acertar e jogar contra o primeiro.
“Quatro já foram, mas não posso facilitar”, pensou o Umino, analisando, tentando saber quem atacaria a seguir.
Foi surpreendido por um ataque vindo do lado direito, um golpe de taijutsu. Até o momento só haviam utilizado ataques físicos, o que era bom para o ninja da Folha. Se fosse em outra épica, poderia ser um problema. Obvio que não chegava aos níveis de Kakashi ou Gai, mas conseguia se equiparar a um jounin. Segundo seus amigos, não iria se vangloriar por aquilo. Revidou o ataque e acabou entrando em uma luta contra o inimigo. Se mantivessem a ordem de ser atacado individualmente, conseguiria mantê-los longe das crianças, pelo menos até que Sasuke aparecesse. Só precisava se manter em pé e lutando. Precisava fazer isso pelas crianças.
Infelizmente uma luta justa nunca foi algo que renegados levavam a sério, por isso não deveria ter ficado surpreso quando foi atacado por mais dois e atingido de uma maneira que ficou no chão por alguns instantes. Levantou-se com um pouco de dificuldade e se posicionou novamente, estava longe de desistir.
A cada minuto que se passava, o cansaço começava a afetar e mesmo utilizando suas etiquetas explosivas e mais alguns selamentos previamente preparados. Não foram tão eficazes, pois teve que as fazer as pressas. Começou a sentir seu chakra se esgotar cada vez mais, não conseguiria manter aquela batalha por muito mais tempo. Mesmo que se garantisse com o básico, com alguns jutsus de substituição, precisava de um plano urgentemente se quisesse sair vivo.
Mais uma vez o sensei estava ao chão e dessa vez levou mais tempo para conseguir se levantar.
— Desista! Você não pode os salvar, os proteger. Os levaremos e não poderá impedir — o mesmo homem que falou com Iruka quando se encontraram declarou se aproximando do ninja que tentava encontrar forças para se levantar.
— Nunca. Não desistirei, eu prometi a eles que os protegeria, com a minha vida. E é o que farei se for preciso — Iruka expressou com certa dificuldade.
O homem de aparência austera, com o rosto cortado por uma cicatriz transversal e cabelos escuros médios. Olhos inexpressivos como se a vida tivesse levado tudo o que ele tinha. Levantou Iruka pelos cabelos, que naquele momento estava encharcado, sujo e com um pouco se sangue em suas vestes. Estava prestes a acertar um chute no chunnin quando um grito infantil ecoou no local, junto a um raio que brilhou no céu, iluminando o local como se tivesse amanhecido.
— Papa!
Iruka olhou para a direção de onde vinha a voz e se deparou com Sora e Kasuaki. O albino segurava a azulada, impedindo a pequena de correr na direção do mais velho, mesmo que desejasse ir até aqueles que ousaram bater no Umino. Mesmo não demonstrando, havia criado um carinho e respeito enorme pelo sensei e desejava que ele tivesse orgulho de si. Mal sabia que o Umino já tinha e muito orgulho do jovem.
— Vieram nos poupar o trabalho de ir até vocês. Que gracinha — debochou um dos comparsas daquele que segurava Iruka.
— Viemos impedir vocês de levar nosso papa! — Para surpresa de todos, especialmente daquele que era segura, quem falou aquilo foi Kasuaki.
— Crianças, acreditam mesmo que podem nos impedir? — Debochou outro.
Kasuaki falou algo para Sora em seu ouvido e Iruka notou como os olhos da menina se arregalaram e imaginou o que havia sido dito.
— Mano… tem certeza? — Hesitou a garota preocupada. — Podemos machucar o papa e…
— Não se preocupe. Dessa vez nada de ruim acontecerá. Confia em mim, não é? — Pediu o menino.
Sora assentiu com um breve aceno e Kasuaki a soltou do aperto. Viram os olhos das duas crianças ficarem brilhantes, que chegava a ofuscar. A chuva, que parecia ter estiado, aumentou considerável e somente naquele local.
— O que pensam que estão fazendo? — Bradou aquele que segurava Iruka, que com aquela distração conseguiu se soltar, mas não pode ir para muito longe. Queria ir para perto dos pequenos e pedir para pararem.
Os dois não ouviam ninguém, estavam concentrados em seus movimentos e ações. Kasuaki levantou uma de suas mãos em direção ao céu e raios e relâmpagos surgiram. Os ninjas que restavam, ficaram paralisados, amedrontados com a quantidade de raios e o som dos trovões. Sabiam das habilidades dos gêmeos, porém não tinham conhecimento da sua extensão.
Os raios no céu pareciam dançar, num movimento hipnótico. Quando Kasuaki baixou a mão, Iruka sabia que todos seriam atingidos, inclusive ele se não saísse daquele lago que havia se formado. Fechou os olhos e esperou o ataque.
Para sua sorte, mesmo de olhos fechados, sentiu seu corpo ser levantado e levado para outro lugar, longe da água eletrizada. Precisamente para a pequena varanda que a casa tinha, junto a Sora e Kasuaki. Abre os olhos e encontrou um par de olhos: um vermelho e um roxo. Ousou olhar para onde os ninjas contra quem lutava se encontrarvam e os viram caídos. Buscou os gêmeos e se deparou com as duas mãos dadas, o encarando com preocupação. Sasuke o ajudou a ficar de pé e quando conseguiu, foi abraçado fortemente pelas crianças.
— Eu não mandei vocês ficarem dentro da casa? — Ralhou o sensei num misto de alívio e preocupação.
— Sim, mas ouvimos você lutando e tudo o que falou e não poderia deixar você morrer. Não vamos perder mais ninguém — declarou o albino, deixando Iruka sem palavras.
— O mano tem razão. Não iríamos perder a única pessoa que nos ajudou, que cuidou da gente desde que perdemos nossos pais. Não perdeu nosso papa — completou Sora.
— Meus amores, isso foi imprudente e arriscado. Eu não sei o que fazer se o caso. Apesar disso, estou feliz por estar bem e seguros. Ninguém vai nos separar, ninguém irá tirar vocês de mim — afirmou Iruka apertando ainda mais os gêmeos em seus braços, que obviamente reclamaram, especialmente Kasuaki.
— Darei um jeito esses ninjas e precisarei relatar o que aconteceu ao Hokage. Afinal, atacaram seu marido e as crianças que estavam sobre seus cuidados — a voz de Sasuke se fez presente, lembrando a Umino que ele ainda se encontrava ali.
— Poderia me deixar fazer isso, falar com o Hokage? Existem coisas que só eu poderei explicar — pediu o sensei ao seu antigo aluno, que apenas concordou com um aceno.
De alguma maneira, o Uchiha entendeu que aquele era um assunto que iria muito mais do que um ninja reportando algo ao Hokage. Era um assunto entre maridos.
— E Sasuke, depois de... se livrar deles, poderíamos conversar? Amanhã, antes de partir?
— Claro — respondeu sucinto e se virou pronto para dar um final aqueles homens.
Iruka pegou os gêmeos pelas mãos e os levou para dentro de casa precisava, trocar de roupas e se limpar. Com certeza a sua aparência deveria ser assustadora.