
Chapter 1
Suas unhas cortaram a pele macia de suas mãos enquanto Sakura tentava não demonstrar que queria chorar diante da nova Hokage. Ela perdeu a quantidade de vezes que veio a este escritório implorar para a Hokage a aceitar como aprendiz, como uma mendiga patética pedindo um pedaço de migalha, ou pelo menos, concedendo uma chance a ela, algo que não aconteceu.
Contudo, isso era uma grande mentira que ela dizia a si mesma para se iludir por alguns segundos, Sakura tinha memória eidética, ela sabia, exatamente, quantas vezes veio a este lugar com tal proposta.
269 vezes nos últimos três meses, vindo até mais de duas vezes ao dia ou três.
As pessoas da Torre já até conhecem ela direito, os olhares de pena para ela eram bem claros, depois de se tornarem irritados por sua presença constante.
Mas, como todas as outras vezes, Sakura recebeu um “não” acompanhado de olhos vazios e palavras frias dirigidas com o único intuito de destruir seu espírito.
- Você, realmente, acha que eu tenho tempo a perder com uma pirralha como você, pink?! Não, eu não tenho! Agora saia da minha frente por hoje e me deixe em paz só por um dia, garota!
Sakura a olhou com irritação, mas não falou nada além de acenar com a cabeça e se retirar, mas a promessa nos seus olhos dizia que ela voltaria, o que pareceu que a Hokage sabia muito bem e por um momento, Sakura pensou ter visto diversão naqueles olhos dourados, mas deve ter sido sua imaginação, porque eles continuam frios como ouro em um piscar de segundos.
Quando a garota de cabelos rosa saiu da sala, a aprendiz da Quinta Hokage soltou um suspiro.
- Ela é persistente, Tsunade-sama.
- Ela é um membro da Equipe 7, já viu algum deles ser outra coisa além disso?
Shizune não respondeu, sabendo que os dois companheiros da garota também eram conhecidos por isso.
- Por que a senhora não diz logo que não vai a aceitar como aprendiz por conta-
- Shizune, para de perder tempo com conversas inúteis e vamos trabalhar, ainda tenho reunião com aqueles velhos do conselho.
Olhos cor de mel olharam de relance para a porta, onde podia sentir a presença da garota ainda lá.
Sakura seguiu em frente, tinha ficado mais um tempo na porta, porque não queria encarar os olhares de sempre daqueles que trabalhavam na Torre.
Com a cabeça baixa, ela saiu rapidamente daquele lugar e caminhou por um caminho mais desolado de shinobis e civis, não queria ouvir os murmúrios de que um de seus companheiros traiu a vila, outro saiu dela mais tarde do que gostariam e como a que ficou foi abandonada até pelo próprio sensei jounin.
Eram sussurros que percorriam as ruas desde o ataque à Vila. Contudo, a destruição de sua Equipe não foi depois do ataque de Orochimaru, começou muito antes.
Os Exames Chunin, apenas reforçou o quanto eles ainda não estavam preparados e como não sabiam lutar em equipe.
A Equipe 7 se desfez e Kakashi-sensei sumiu do mapa logo em seguida, não deixando nenhuma pista de sua presença ou se despedindo, o que Naruto também fez o mesmo sem pensar duas vezes, até Sasuke se despediu dela quando fugiu da Vila, o que torna a situação bem irônica.
Sakura passou por um grupo de mulheres, as vendo apontar para ela com olhares de nojo e repulsa, a garota de cabelos rosa não podia as culpar, afinal, sua aparência atual não melhorava sua situação.
Seu cabelo, que era tão perfeito, mas desde que teve que cortar horrivelmente nos Exames Chunin, estava uma bagunça de fios para todo lado, oleoso igual óleo e cheio de sujeira por não ter lavado a dias, cheirava mal e tinha uma aparência pegajosa. Sua pele estava horrível, principalmente pelos lábios rachados e orelhas gigantescas sobre os olhos. Suas roupas que constituíam em seus vestidos vermelhos típicos, tinham buracos por toda parte e sujeira que o deixou com uma cor que não era mais tão vermelha.
Ao todo, Sakura parecia uma mendiga.
E para ajudar a esse novo título… sua atual moradia.
Com o ataque ocorrido há três meses, praticamente, muitos cantos de Konoha foram destruídos pelas lutas. Principalmente o Distrito Civil, a qual Sakura não quer lembrar nesse momento do lugar onde ela viveu a vida toda.
Então, com toda a reforma acontecendo, a Vila priorizou os lugares mais ricos e complexos de Clãs shinobis. A casa dos pais de Sakura ficou em um lugar nobre do Distrito Civil, sendo construída depois das reformas, porém, ela não queria viver ouvindo os sussurros dos vizinhos e nem nas sombras de lembranças passadas, por conta disso, decidiu vender a casa e ficar com o dinheiro que estava precisando.
O que a levou para esse lugar.
O prédio decadente que a qualquer momento pode cair e desabar sobre sua cabeça.
Konoha tinha disponibilizado prédios para Jounins, Chuunins e Genins. Contudo, o prédio para Genins estava lotado, mas Sakura só descobriu depois que só quem conseguia vaga eram os que tinham o apoio e ajuda de seus Clãs ou Jounins sensei, ou seja, Sakura estava fodida.
O que restou para não dormir nas ruas, foi aceitar morar no prédio de Genins mais vazio entre todos os outros. Só depois de um tempo, foi que Sakura descobriu o porquê de ele não estar lotado como os outros ou porque não existiam brigas para se viver aqui.
Era um prédio amaldiçoado.
Mais especificamente, o prédio de Genins civis que passaram no exame de graduação e não tiverem Jounins senseis ou não foram colocados em uma equipe, são os famosos buchas de canhão em uma guerra ou trabalhadores de papel.
O título mais baixo dos baixos, onde Sakura se encontrava para ironia do destino.
Afinal, depois de tudo, ela não tinha mais uma equipe, nem um jounin sensei e para finalizar, era uma civil raiz.
Em outras palavras, a nova aquisição para o prédio.
O motivo para ele ser chamado de amaldiçoado, Sakura descobriu logo depois, por um dos velhinhos que vende frutas a um preço muito baixo para ela, um ex-shinobi aposentado, era que só tinha crianças nesse prédio e muitas só passavam de dias, semanas ou meses antes de nunca mais voltarem.
O olhar escuro a qual ele a dirigiu dizia claramente o significado oculto.
Elas morriam em missões que estavam acima de suas habilidades ou simplesmente não eram vistas outra vez.
Crianças órfãs.
Crianças que ninguém dava importância.
Sakura abriu a porta velha e lascada de seu apartamento de um quarto, uma cozinha conectada a sala e um único banheiro.
Ela não se importou pela simplicidade ou se o prédio era amaldiçoado, afinal, diziam que os membros da Equipe 7 também eram.
Como também, ela deixou de se importar com coisas assim, desde que procurou por seus pais depois do ataque e descobriu que eles eram umas das vítimas que morreram entre os entulhos da casa destruída.
A pior parte disso tudo, foi que a Vila ordenou que os Genins desocupados, trabalhassem para limpar e ajudar os sobreviventes depois que as lutas acabaram, Sakura estava tão preocupada com Sasuke, Naruto e Kakashi-sensei, que não notou que a casa a qual ela estava procurando sobreviventes… era a dela.
Só descobriu quando achou um braço desmembrado, a qual se acostumou com a vista depois de tantos corpos encontrados sem vida, que notou o anel com uma esmeralda muito familiar em um dos dedos.
Mas, estava tão cansada que não deu atenção, até que encontrou a parte do corpo que faltava, que estava abraçado uma outra figura sem vida.
A imagem era grotesca de uma forma bizarra, porque mostravam o amor deles até a morte.
Eram os pais de Sakura.
Seus pais estavam cheios de sangue.
Seus pais que a cumprimentavam com abraços e sorrisos de felicidade sempre que chegava em casa.
Agora eram dois cadáveres de olhos vazios que a olham sem um pingo de calor ou reconhecimento.
Mas, como poderiam? Eles estavam… mortos.
Naquele instante, tinha vontade de vomitar, gritar e chorar, mas nada disso aconteceu. Ela se sentiu vazia pela primeira vez.
Apenas… não sentiu nada.
Seus movimentos eram mecânicos e quando levou os corpos para o reconhecimento, não precisou colocar para eles serem identificados como os outros, apenas disse que eram seus pais para o shinobi que tinha uma caneta anotando nomes e características.
O olhar de choque e compreensão não valeu nada, porque não faria eles votarem a vida.
Depois disso, Sakura fez questão de não pegar ou recuperar nada pertencente a seus pais ou a casa deles, sentia que não deveria.
Usou o dinheiro que conseguiu para fazer o velório deles, a qual só ela esteve presente, Ino não respondeu a carta e as diversas outras que ela tinha mandado.
Sakura balançou a cabeça para apagar essas lembranças.
Precisava tomar banho, mas como não tinha água no prédio, as crianças tomavam em um rio próximo.
Pegou umas roupas em seu velho armário, que uma velha senhora deu a ela e foi tirar toda essa sujeira impregnada em seu corpo. Tinha uma missão rank D para fazer daqui a uma hora, precisava estar apresentável para ser a babá de 5 crianças de um casal civil, onde os moradores eram bem ricos.
No rio, já tinha outras crianças tomando banho também, algumas apresentavam graus de fome bem visíveis, podendo ser possível ver algumas costelas a distância, ela deveria lembrar de passar na porta delas e deixar algumas das poucas sobras de comida que tinha.
Por mais que cada um tentasse sobreviver, aqueles que tinham mais coisas, compartilhavam com os que precisava, era uma Lei não dita entre todos, mas que aqueceu seu coração quando encontro algumas frutas razoavelmente boas, em sua porta em umas das semanas que ela não tinha vendido a casa ainda e estava sem dinheiro.
Por conta disso, sempre tentava pegar o máximo de missões possíveis para comprar mais alimentos acessíveis, para poder ajudar os que mais estavam passando fome.
Tomar banho entre eles no rio, virou algo tão normal que Sakura não teve mais nenhum pudor depois de um tempo, ela simplesmente sabia que poderia confiar nas mesmas crianças que estavam passando pelo mesmo.
Assim que terminou, vestiu a roupa que ganhou, que era constituída por uma blusa de manga comprida preta e velha, shorts preto acima do meio da coxa, muito curto, mas não tinha outra roupa. E sandálias shinobi pretas, eram azuis antigamente, mas a sujeira não saiu por nada.
Seu cabelo, Sakura deixou da mesma forma, não faria diferença algum penteado, mas ele estava mais apresentável agora.
Terminando tudo, ela acenou para os outros e jogou suas roupas antigas na lata de lixo mais próxima para serem usadas para fazer fogo a noite.
Não serviam mais e só a fazia lembrar do que não queria.
Em seu caminho para cumprir sua missão, ouviu seu nome ser chamado a distância, reconhecendo quem era, Sakura fingiu não ouvir e apressou os passos. Não queria encarar essa pessoa agora.
Colocando as mãos nos bolsos do casaco, seguiu em frente, mas uma mão em seu ombro a impediu.
- Sério, Testa! Você não está ouvindo eu te chamar faz uma década?!
Sakura virou seu corpo em direção a sua ex-melhor amiga. Ino a estava olhando com irritação em suas piscinas azuis celestes. Com as mãos na cintura e pose arrogante típica. Antes que Sakura pudesse responder como faria normalmente, os sons de mais pessoas vindo, interrompeu a conversa.
Parecia que tinham acabado de comemorar algo, embora Sakura tenha achado estranho, porque, surpreendente e inacreditável que pareça, a Equipe 10, a Equipe 8 e a Equipe de Gai-sensei estavam todos juntos.
De uma forma bem amigável entre eles.
Só os jounins sensei pareciam não estar presentes junto com eles, então deveria ser uma reunião ou encontro casual.
Houve uma pontada em seu peito, mas Sakura a ignorou com habilidade.
Todos pareciam felizes e alguns até orgulhosos.
Não foi preciso perguntar o porquê, Ino fez questão de anunciar ao puxar Hinata e Tenten para frente e as agarra pelos ombros. Um sorriso enorme estampado em seu rosto.
Embora o mundo de Sakura tenha desabado logo depois de Ino proferir aquelas simples palavras.
- Você está olhando agora para os novos aprendizes da Quinta Hokage! Eu, Hinata e Tenten fomos aceitas por Tsunade-sama! - Ino contou bem alto cheia de felicidade.
Enquanto as meninas em seus braços sorriam timidamente pela atenção que Ino estava chamando para o grande grupo deles, para logo depois começar a brigar com Kiba e Shikamaru, Sakura sorriu e fechou os olhos, dando uma expressão de pura felicidade com a notícia que recebeu.
Seu coração parecia em pedaços.
Como aquela vez em que encontrou os pais mortos a três meses, Sakura não sentiu nada, apenas um sentimento vazio que a dominou completamente.
- Você quer parar de falar tão alto?! Porque não vamos treinar lá no campo? Estou entediado desde que esses exames acabaram e fomos obrigados a ficar em casa ou fazer missões bobas fora da Vila, esperando nossos senseis darem algo melhor para trabalhar do que ficar monitorando terrenos e caçando animais em uma fazenda! - O Inuzuka reclamou.
Os ouvidos atentos de Sakura capturaram essa informação em particular.
- Você está entediado? Meu pai me fez trabalhar na floricultura por três meses! Só tive tempo de comprar pouquíssimas roupas, pintar as unhas e arrumar meu cabelo!
- Nossa Equipe treinou nos limites da Vila - Pela primeira vez, o primo de Hinata se pronunciou.
Sakura ignorou quando Lee percebeu sua existência e estava fazendo uma declaração de amor para ela, antes de entrar em uma discussão com Kiba.
A única coisa que passava por sua mente, era que enquanto ela era mandada caçar e procurar corpos de pessoas sem vida e de sobreviventes depois do ataque, seus colegas estavam reclamando de uma simples tarefa de vigiar uma loja ou uma fazenda?
Eles sabiam qual era a sensação de sangue de pessoas mortas em suas mãos?
Eles sabiam o que era encontrar pedaços de um corpo espalhados pelas ruas e depois tentar juntar? Ou empilhar junto com os outros encontrados?
Eles sabiam que pessoas morreram naquele ataque? Ino, ela sabia que os pais de Sakura foram enterrados a três meses? Ela deveria saber, Sakura mandou mais de uma carta para ela, informando sobre o ocorrido e pedindo para a acompanhar junto no velório, porque não tinha tempo de ir na floricultura a procurar. Deixou até uma mensagem para o sensei dela quando o viu na Torre.
Ah.
Que tonta ela é. Sakura Haruno a grande idiota.
Por que ela estava fazendo perguntas tão idiotas? Ela já sabia a resposta para todas.
Todos diante dela, eram de famílias shinobis. Todos tinham um sensei que cuidou deles depois do ataque. Todos eles tinham alguém.
Sakura não tinha ninguém e aquela dor que sentiu quando Ino contou que seria uma das novas aprendizes da Hokage, se multiplicou um milhão de vezes em poucos segundos. Mas, com habilidade e maestria, Sakura afastou esse sentimento, não podia deixar transparecer nada em seu rosto.
O mundo era injusto e chorar não iria fazer comida aparecer como mágica na mesa ou ajudaria as crianças órfãs que passavam fome do prédio.
Sakura também era uma criança órfã e passava fome se não arrumasse dinheiro.
- Ino, vamos. Está ficando tarde e tenho certeza que Haruno está ocupada, você não disse que a Quinta Hokage pediu para irem à Torre? - Shikamaru interrompeu o momento em que Ino contava como a Hokage iria anunciar essa notícia ainda hoje e como eles estavam se preparando faz dias, mais outra pontada ao lembrar o número 269. O olhar dele para Sakura era uma mistura de pena e contemplação, como se ela fosse uma espécie exótica que o herdeiro Nara estivesse analisando, já tendo esperado e calculado o que ela iria demonstrar, ser igual o que previu.
Shikamaru sempre foi assim desde criança, pensava que era mais inteligente do que todos e que já criou cenários para todos os possíveis acontecimentos, subestimando que uma pessoa poderia mudar ou o surpreender.
Sakura se lembra de ter visto o pai dele, o Comandante Jounin, em muitos dias que ela foi, repetidamente, pedir aprendizado à Quinta Hokage, então ela sabia muito bem o que ele estava fazendo.
Se fosse a alguns meses atrás, poderia até conseguir acertar em sua análise, Shikamaru. Contudo, a garota de cabelos rosa que conheceram não é a mesma que ficou ausente de suas vidas por três meses. Ela morreu no mesmo momento que viu seus pais mortos e sua Equipe despedaçada.
- Ele está certo, Porca! Você não pode querer já desapontar a Hokage mais do que faz com sua presença - Sakura sorriu com arrogância para Ino, já vendo o brilho irritado em seus olhos, assim como a alegria de sempre.
- Hun! Não tem como isso acontecer. Até mais, Testa!
Sakura acenou para os outros que também se despediram dela ou só a ignorou por educação, fazendo questão de olhar nos olhos castanhos do herdeiro Nara e sorrir para ele como sempre fazia desde quando eles eram crianças.
Já sabendo que isso o deixou desconcertado pelo leve franzir das sobrancelhas e confusão nos olhos.
Sakura não iria se preocupar, Shikamaru é preguiçoso demais para pensar nela por mais tempo do que o necessário, para o herdeiro Nara, ela era muito… problemática.
Com a despedida finalizada, Sakura seguiu seu caminho, ela ainda precisava de dinheiro no final do mês para sobreviver, pois não tem pais ou um Clã que a banque como os mesmo que estavam presentes a um segundo atrás.
Ou era isso que queria dizer para si mesma enquanto esfregava o vômito de criança pequena em seu casaco, na pia do banheiro público da Vila depois que sua missão de babá terminou.
Suas mãos pararam de esfregar e agarraram com força o seu cabelo. Quem ela estava enganando? A substância já saiu nos últimos 10 minutos de tanto esfregar, mas ela continuou para não ter que pensar no maldito numero 269.
269 vezes.
Ela foi pedir aprendizado e uma única chance, por 269 vezes nos últimos três meses e recebeu as respostas mais frias possíveis da Hokage.
Mas, aquelas três garotas, estavam com suas Equipes, Clãs e fazendo pequenas tarefas enquanto os Genins sem poder ou status, lutavam para retirar dos escombros, corpos vivos e mortos, fazer missões irritantes para sobreviver e ter que aguentar tudo com um sorriso no rosto!
Lágrimas salgadas caíram de seus olhos e Sakura não aguentou mais ficar em pé. Deslizando em uma posição sentada, ela chorou, chorou e chorou por seus pais mortos, chorou por sua Equipe que não existia mais, chorou por esta sozinha e abandonada, chorou porque sabia, que não teria ninguém para a consolar quando chegasse em casa. Então, decidiu chorar para não ter que sofrer e ficar remoendo depois.
Quando passou mais de 1 hora naquele banheiro sujo e que ninguém usa, Sakura se levantou.
No espelho, onde era possível ver refletido sua aparência, Sakura se sentiu pior, seu rosto estava horrível. Todo vermelho e junto às orelhas pretas abaixo de seus olhos, não combinava muito.
Um desastre.
Com a água velha e suja da pia, lavou seu rosto e pegou uma maquiagem em seu traje, ela ainda tinha outra missão para fazer, antes de voltar para casa.
Quando estava apresentável o suficiente para não assustar ninguém e não tinha nenhum sinal de choro ou falta de sono refletido na sua cara, Sakura saiu daquele banheiro sujo e seguiu em uma direção mais afastada da Vila.