Contagem Regressiva

Naruto (Anime & Manga)
M/M
G
Contagem Regressiva
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Note
Chegando com mais uma história com um casal que amooo de paixão e com um plot que tava acumulando poeira há um tempo...História sobre fim do mundo, então, já sabem...Momentos famílias lindo e intensos até o fim...Seria um único capítulo, mas irei separar por passagem de tempo, para deixar a leitura mais... intensa... eu espero...Capa simplesmente incrivel, perfeição pura que me apaixonei assim que vi do @zorodaddy que entregou tudoooBetagem pela beta-hiraishin @Se-ri que deixou notas... ai, gente...Avaliação pelo divoso @Moonshine1024 que uma hora ri, outra hora chora e daqui a pouco me ameaça tbm..Falei de mais, bora para o fim do mundo, digo, leitrua!
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800 horas para o impacto

A civilização ruía lentamente. Alguns se entregaram ao caos, outros encontraram conforto na fé. Para Shikamaru e Neji, nada disso importava. Eles tinham um ao outro e seus filhos. Eram apenas quatro pessoas em meio ao fim, tentando fingir que ainda havia normalidade em seus dias. Mas a verdade se fazia presente a cada olhada para o céu. O cometa já era visível, uma cicatriz flamejante cortando a escuridão do universo.

O caos se instaurava do lado de fora. Mas na casa deles, decidiram que seriam uma família até o fim.

Shikamaru se afastou do trabalho e não poderia ser de outra forma, não havia nada que pudesse fazer, nada que impedisse o que se aproximava.

Shikadai e Aiko, mesmo estranhando um pouco a presença constante do pai, gostaram de ter os dois pais juntos a eles todos os dias. O Nara disse que estava de férias do trabalho e passaria cada momento ao lado da família. Ele e Neji tentavam manter a normalidade, não deixar que os filhos percebessem que o mundo estava colapsando e as pessoas estavam ficando ensandecidas.

Passaram tardes inteiras no parque, correram pelo gramado, fizeram piqueniques sob a sombra das cerejeiras. Assistiram a todos os filmes favoritos das crianças, montaram quebra-cabeças, jogaram tabuleiros. Tentavam esconder o medo, mas Neji percebia o olhar perdido de Shikamaru às vezes, os pensamentos longínquos sobre tudo que ele sabia e não podia mudar.

Certa noite, depois do jantar, a família estava reunida na sala. Shikadai assistia atentamente a um documentário sobre espaço, enquanto Aiko se aninhava entre os pais, resistindo ao sono.

— Papai, quando eu crescer, vou ser astronauta. Vou viajar entre as estrelas e descobrir se a lua é feita de queijo — disse Shikadai com determinação e os mais velhos sabiam que aquela ideia não sairia da cabeça do pequeno mesmo que os anos passassem. E doía pensar que ele jamais chegaria perto de realizar seu desejo.

— Meu querido, já te falei que a lua é feita de rochas e diversos minerais e… — Shikamaru iniciou a explicação, mas foi interrompido pelo sorriso banguela do filho.

— Eu sei, papai. Eu só queria provocar o senhor — brincou Shikadai, rindo.

— Queijo! Queijo! — repetiu Aiko animada, balbuciando de olhos brilhantes.

— Sem queijo para você, mocinha! Já passou da sua hora de dormir — advertiu Neji com falsa reprovação, puxando-a para um cafuné.

Aiko, no entanto, se recusava a ir para a cama. Apertava os punhos pequenos na roupa dos pais, como se quisesse agarrar cada segundo juntos.

— O que você quer ser quando crescer, pequena? — perguntou Shikamaru, ajeitando uma mecha dos cabelos dela atrás da orelha.

— Quero ser uma estrela! — exclamou Aiko, batendo palmas. — Brilhar no céu bem forte!

Shikamaru e Neji trocaram um olhar silencioso. A inocência dos filhos era ao mesmo tempo um conforto e uma dor sufocante.

Os dias continuaram a passar e lentamente os amigos mais próximos, como Ino e Chouji, vieram perguntar se os boatos eram verdadeiros. E a cada confirmação, Neji e Shikamaru viam o medo e o desespero nos olhos dos amigos. 

Ino e Chouji, junto ao pequeno Inojin, mudaram-se logo após a notícia, foram morar com os pais da Yamanaka no interior, ela queria estar ao lado deles naqueles momentos finais.

Hinata, prima de Neji, apareceu no dia seguinte, desesperada pois sua irmã, Hanabi, havia desaparecido com Konohamaru, seu namorado. Ela queria sua irmã por perto, mas no fundo, entendia que ela tentava fugir do inevitável, fazendo tudo que não pôde fazer até então.

A mulher segurava com força sua filha mais nova em seus braços, a pequena Himawari ainda não havia completado um ano e Neji temeu por ela. Talvez ela não aceitasse bem o fim e não sabia se suportaria aquilo, se conseguiria se manter sã até o fim. Esperava que Naruto e Boruto, seu marido e filho mais velho, a apoiasse em todos os momentos.

Os pais de Shikamaru, Shikaku e Yoshino se tornaram mais presentes, ajudando os dois com os filhos quando tudo parecia demais. Quando o peso da realidade parecia os sufocar. Os mais velhos pediram para o casal se juntar a eles na casa da família, no interior, afastado de toda a confusão que a cada dia aumentava. 

Apesar de reticentes a princípio, Neji e Shikamaru concordaram e se mudaram para a pequena casa próximo a dos pais do Nara. Era calmo, tranquilo e podiam agir sem tanto receio e medo que os filhos percebessem o caos que se formava ao redor deles.

Uma noite, quando as crianças finalmente dormiram, Neji e Shikamaru ficaram na varanda, observando o cometa no céu.

— O que você faria se houvesse uma chance? — Neji perguntou, em voz baixa, como se temesse a resposta.

Shikamaru demorou a responder. Observou as estrelas, como se buscasse nelas alguma solução inalcançável.

— Se houvesse… eu daria tudo para salvar vocês.

Neji respirou fundo, cruzando os braços.

— Já pensou em alguma possibilidade? Uma forma de fugir, um abrigo… qualquer coisa?

Shikamaru apertou os punhos sobre o parapeito da varanda.

— Pensei em tudo. Mas a verdade é que não há para onde fugir. O impacto será devastador, o planeta inteiro será afetado.

Neji desviou o olhar, os lábios pressionados em uma linha tensa.

— Mas se houvesse um subterrâneo seguro? Uma forma de nos escondermos?

Shikamaru fechou os olhos por um momento, inspirando fundo.

— Eu teria que escolher quem entra e quem fica de fora. E mesmo que conseguíssemos um abrigo, por quanto tempo poderíamos viver lá dentro? Comida, oxigênio, recursos… tudo acabaria. E então? O que fariam nossos filhos? Crescer em uma caverna sabendo que lá fora não resta nada?

Neji sentiu um arrepio.

— E se houvesse espaço para eles? Para as crianças?

Shikamaru sorriu amargamente.

— Então eu daria minha vida para garantir que elas tivessem uma chance. Sem hesitar.

Neji olhou para o marido, sentindo um aperto no peito. Não queria perder Shikamaru, mas sabia que ele estava falando a verdade. Shikamaru sacrificaria tudo por eles. E isso era o que o deixava apavorado.

Antes que percebesse, foi acolhido pelos braços do marido, sufocando os soluços contra o peito dele. Mesmo sabendo que estariam juntos até o fim, ele não queria que esse dia chegasse.

 

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