Tribūtum

Harry Potter - J. K. Rowling
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G
Tribūtum
Summary
Uma guerra por vir. Um encontro e como consequência, um contrato.Deveres e obrigações. Lady magic sempre teve um fraquinho pelo bruxo que conqusitou a morte, era de se esperar bênçãos para o casal.
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Capítulo 1

Fazia quase um mês desde que enviara aquela carta. Uma carta de ajuda. Uma carta implorando, praticamente. Uma carta se humilhando. Nunca pensara que chegaria a esse ponto, mas as coisas mudam. Umas para melhor e outras para pior. Sua situação nos últimos anos se encaixa à segunda. Foi uma decisão difícil. Até pensou que jamais conseguiria uma mudança real para tentar ao menos salvar seu filho. No meio ao caos, sua esperança foi se esvaindo. Três semanas depois ele recebeu uma carta. Por um breve momento pensou que seria o humilhando ainda mais, mas se ajudasse seu herdeiro, ele faria qualquer coisa que mandasse, ia engolir seu orgulho puro sangue e seguir as regras.

Foi um tempo difícil para o mundo bruxo. Duas facções lutando entre si, Trevas de Voldemort e Luz de Dumbledore. Ambos os lados não se importavam com seus seguidores. Eram dois grandes bruxos jogando xadrez e sacrificando facilmente seus peões. Ele viu isso, foi um dos poucos. Seu pai, Theoren, não quis o ouvir. Ele foi para escola com Voldemort e se encantou por suas palavras, então sacrificou sua família. Forçou esposa e filho a pegarem a marca negra. Depois daquele dia horrível, ele se encolheu a noite e chorou. Ainda quando dormia tinha pesadelos daquela noite, recebendo cruciatus após cruciatus, maldições que mutilavam seu corpo, legilimencia – mais como estupro da mente, socos e chutes – a forma trouxa de tortura. A única coisa que não houve foi o estupro físico. Voldemort não permitiu que os sangue puro sofressem daquela forma, nem mesmo se fosse traidor do sangue ou membros da luz. Apenas os de sangue abaixo deles.

Todos aqueles anos ele tentou ser forte, se escondeu dentro de si e pôs uma máscara em seu rosto cobrindo suas emoções, evitou usar suas emoções na manga e, secretamente, tentou mudar o rumo da sua família sem que seu pai soubesse, quando ainda estava vivo. Tudo isso mudou quando conheceu a mulher mais bela que já havia visto, Amanda Oliveira. Ele a conheceu quando viaja a negócios no Brasil. Ela era uma sangue puro e havia estudado no Castelobruxo, situado na Floresta Amazônica. Ele se encantou tanto por ela quanto pelo país. Durante dois anos ele alternou entre o Brasil e seu país de origem. Quando estava chegando ao fim o tempo de cortejo, ela finalmente aceitou se casar com ele.

Seu pai apenas permitiu que ele quebrasse um contrato de casamento antigo porque ela era uma puro sangue. Ele não permitiu que seu pai ditasse essa parte de sua vida, então o casal feliz se retirou para a sua bolha, eles estavam felizes vivendo ignorantes em relação à guerra. Até que tudo mudou.

Seu filho nasceu antes que seu pai morresse, então quando houve um novo herdeiro, ele prometeu o próprio neto àquela vida infeliz de lacaio. Amanda se juntou a ele planejando um futuro com o mínimo de dor possível para seu filho. Durante o final da gravidez, sua esposa teve complicações, então quando ele nasceu, a medibruxa a prendeu na cama por sua frágil saúde. Theodred dividiu seu tempo nas pesquisas, em seu papel de lorde, com seu filho e sua esposa acamada.

O aniversário de sete anos de Theodore, seu filho, foi de luto, pois sua mãe falecera duas semanas antes. Theodred fez o possível para a felicidade de seu filho. O nome Nott conseguiu sair da zona de “famosos comensais da morte” para uma família neutra e que estava fazendo o possível para mudar as leis de seu mundo através da política.

Quando seu filho estava no quarto ano de ensino em Hogwarts, foi quando as coisas começaram a desandar. Voldemort voltou e como estava marcado, ele foi obrigado a voltar ao seu papel de lacaio comensal da morte. Fez o possível para não manchar suas mãos de sangue, mas foi vigiado de perto. Todo o muro de proteção ao seu redor foi caindo, era só seu filho e ele, o primeiro sendo forçado e chantageado a pegar a marca.

No auge do poder de Voldemort, e já sem uma luz e seu caminho, ele fez o que pensou nunca fazer. Escreveu uma carta ao menino que sobreviveu. De acordo com as palavras de seu filho, Potter era poderoso por si mesmo e tinha seus próprios seguidores. Ele dividia algumas visões tanto de Dumbledore quanto de Voldemort, mas no final, ele tinha seus próprios objetivos. Claro, corria o risco de Potter ignorar seu filho por ser um sonserino que estava prestes a receber a marca negra, mas se o atual lorde da família entrasse em contato, ele tinha a chance de ser ouvido.

Foi o que ele fez. Depois de semanas de agonia, ele estava seguindo as instruções da carta. Ele aparatou em um beco próximo ao Restaurante Pearl Ruloyor e caminhou, com um pouco de pressa até a entrada. Logo foi reconhecido e encaminhado para a mesa onde Harry Potter o estava esperando. Assim que se sentou, se apresentou formalmente.

— Bem, Lorde Nott, devo admitir estar surpreso por receber uma carta sua. Acabei de me formar junto a seu filho e você nunca demonstrou nada em relação a como você tratou a carta. — O homem de 18 anos o avaliou um pouco mais antes de oferecer um sorriso. — Vamos direto ao ponto?

— Lorde Potter, não vou contar a história da minha vida na esperança de você compadecer da minha situação. Tudo que eu quero que você saiba é que estou disposto a desistir da minha vida para que você possa proteger meu filho. Não desejo que ele seja obrigado a seguir o mesmo caminho que seus antepassados, sempre se aliando à um mestre das trevas.

— Quando você diz tudo, é realmente isso?

— Qualquer coisa. — Respondeu sem hesitação.

Um silencio caiu entre eles enquanto estudavam o menu e faziam o pedido. Não foi totalmente desconfortável, mas Theodred sentiu a inquietação subir aos poucos. Quando a entrada chegou, Harry Potter se compadeceu dele e continuou a conversa.

—Eu recomendo conversarmos o que eu espero e o que você está disposto a fazer. Se for tudo bem, marcaremos uma reunião com nossos advogados e redigiremos um contrato vinculativo inquebrável.

Claro, depois de ouvir as histórias de seu filho, ele não esperava menos de
Lorde Potter. Eles jantaram calmamente enquanto conversaram temas neutros. Quando o último prato se foi, trouxeram o Whisky da melhor qualidade e começaram os tópicos do contrato. Potter deixou que ele citasse algumas cláusulas, o que ele esperava e o que estava disposto a dar. Depois do quase monólogo, Potter finalmente disse o que faria e o que queria em troca.

— Lorde Nott, agora que tudo foi esclarecido, eu só vou te pedir uma coisa. Em comparação ao que você quer da minha parte, acredito que ainda é um preço pequeno a ser pago. — A breve pausa o deixou estremecendo. Ele não sabia como explicar, mas sentiu que não gostaria do que estava por vir — Como um jovem Lorde, preciso me estabilizar com alguém, de preferência com um puro sangue. Acalme-se, não estou citando seu filho, mas sim você.

Aquilo ele não esperava, mas ele já havia passado por tudo e faria qualquer coisa para a proteção de seu filho. Ele sabia bem reconhecer quando um bruxo era poderoso e saber como lidar com aquilo. Por mais que Poter fosse muito mais jovem eu ele, ele faria aquilo. Como dito antes, era um preço pequeno até para ser pago.

— Você já foi casado e sabe como as coisas funcionam. Em relação ao seu filho, como ele estará em minha aba, será meu protegido, há regras que ele deve seguir para com a família. Assim que assinarmos o contrato serei o chefe da família, então qualquer decisão vinda de ambos de vocês deve passar primeiro na minha mesa e será discutido. — O poder que Potter espalhou ao seu redor deixou claro quem estava no topo da cadeia.

— Eu conheço as principais cláusulas que envolvem um casamento, mas o que você espera de mim? — Perguntou tenso.

— Você manterá seu posto de Lorde, não vou tirar isso da sua família. Mas você, e futuramente seu filho, apoiará as decisões da família Potter.
Espero um herdeiro para a minha família, mas podemos discutir essa parte mais tarde. — Harry procurou tranquilizar um pouco o homem. — Enquanto a guerra estiver rolando, vocês se mudarão comigo para a minha mansão. Seus elfos podem vir, mas eles obedecerão às ordens dos meus. Se você quiser receber uma visita, seja um amigo ou de negócios, você deve entrar em contato comigo. Quero um relatório sobre a pessoa antes de permitir acesso ao flu, depois de cada reunião, fecharei o flu.

Theodred acharia aquilo demais, alguns anos atrás. Mas depois do nascimento de seu filho ele sabia que faria qualquer coisa para protegê-lo. Criado nos velhos costumes e sabendo a gravidade do que estava pedindo, sabia que o que estaria dando em troca ainda era pouco. Claro, ele se adaptaria à situação, como sempre foi. Se ele passaria por tudo isso e traria seu filho sobre essas regras, então ele faria o possível para todos terem ao menos uma boa convivência.

A discussão do contrato seguiu, e quando tiveram um bom plano definido, eles marcaram uma data para se encontrarem em gringotts e assinarem o contrato. Durante o tempo até a cerimônia, Harry Potter o cortejaria seguindo a tradição. Theodred sabia que não era amor, era o que as pessoas que seguiam os velhos costumes faziam. Isso fortaleceria a magia do vínculo próximo e protegeria a ambos.

Quando se separaram quando tudo foi discutido e marcado, a ficha finalmente caiu do que estava fazendo. Ele pediu forças à magia para que seu filho Theodore não levasse a notícia muto ruim. O menino sabia que alguns sacrifícios tinham de ser feitos, ele foi criado para receber as notícias e seguir em frente, em seu particular ele analisaria o que recebeu e planejaria os próximos passos.

Durante o tempo que teriam, ele receberia informações sobre a família Potter e aprenderia com um tutor o que era esperado de um companheiro submisso no casamento. Ele sabia ser um Senhor dominante, nunca esteve do outro lado da moeda.

Inicialmente, Theodred pensou que seriam poucos os livros que receberia, mas era muito mais do que o esperado. Ele não reclamou. Apenas começou pelo primeiro da pilha e anotou algumas perguntas que faria no próximo encontro. Se ele fosse fazer isso, que ao menos fosse da maneira correta.

Os Potter é uma família antediluviana. Antiga e com muito poder em mãos. Como um dos primeiros, magia os abençoou. Hoje o sangue não era tão forte para os bruxos se dizerem vir da família, mas um resquício estava lá. Assim como uma família com todo esse poder, eles também estavam ligados aos Peverell e aos Gryffindor.

As terras do Beco do tranco e oitenta por cento do beco diagonal pertenciam à família Peverell logo, os impostos pagos pelos comerciantes iam para Harry Potter. Além da terra pertencer também à família Peverell, Harry tinha uma parte nas decisões de Hogwarts como lorde Gryffindor e herdeiro Slytherin.

Os Peverell existiram além do conto de Beedle, o bardo. Mas tinha algo naquele conto e tudo oque estava lendo sobre a família que o deixava intrigado. Ao não encontrar de primeira, ele anotou mentalmente para pesquisar mais tarde e continuou com sua leitura. Seu marido tinha as mãos cheias sem contar com a batalha contra o lorde das trevas. Ele não podia mandar diretamente nesses assuntos, mas ajudaria no que fosse preciso afinal, a proteção à sua família permaneceu enquanto lorde Potter estivesse vivo.

Seria uma caminhada difícil, cheia de pedras e espinhos. Doeria, claro que sabia disso. Mas assim como ele se fez de forte pela proteção de sua família, ele também queria deixar essas coisas nas mãos de outra pessoa e se sentir protegido, acalmado, confortado. O homem era mais novo que ele mais de vinte anos, mas o poder irradiado, aquele corpo cheio de músculos e um rosto aristocrático diziam tudo o que ele precisava para estar cem por cento certo de sua decisão.

 

 

Theodore quando soube ficou lívido. Não mostrou seu descontentamento, mas também não mostrou apoio. Apenas pediu para se retirar no final e foi até sua ala na mansão e lá ficou pelo resto do dia. Theodred ficou preocupado, mas sabia que seu filho veria a razão da coisa e teria a decência de não ir até Potter e exigir algo inaceitável.

No dia seguinte seu filho estava calmo e fez perguntas básicas no início. Depois foi direto para a jugular. Por mais que ele devesse explicações para seu herdeiro, havia coisas que ele queria que permanecessem para ele ou entre ele e lorde Potter.

Claro, algumas informações sobre as exigências não foram bem recebidas, era esperado. Mas mantendo a calma e o tom baixo e frio, Theodore se recompôs e não fez mais nenhuma pergunta. A relação pai e filho esfriou depois daquela conversa, mais um interrogatório. Theodred ficou mal, mas sabia que estava pedindo muito ao seu filho. A verdade é que ele não encontrou uma alternativa diferente para a proteção da família Nott.

O momento em que assinou o contrato definitivo, ele sentiu um leve tremor em sua magia, mas logo se acalmou. Seu filho estava lá como sua testemunha, da parte de Potter, estava William Delacour. O mais velho Weasley era conhecido por ser companheiro de uma veela pura, sua família sendo importante para a França.

Após a reunião, Harry e ele foram até um restaurante para discutir as últimas coisas. Theodred tinha muitas perguntas, principalmente sobre os planos contra Voldemort, mas sabia que seu futuro marido não entraria no assunto. Estava fora de cogitação ele fazer perguntas sobre. As informações que receberia seria aquelas que o chefe da família optasse por compartilhar com ele. Não estando na linha de frente, ele relevava qualquer coisa imposta.

Theodore sempre fugia do assunto casamento. Seja o de seu pai seja o dele próprio. Como herdeiro, ele sabia que era esperado dele garantir a continuação da linhagem. Mas no tempo em que eles viviam era difícil saber quem estava em qual lado, todos estavam desconfiados. Qualquer decisão sobre sua escolha de parceiro deveria ser aprovada por Harry Potter.

Parecia que ambos estavam em uma coleira curta. Mas eles haviam passado por uma guerra e estavam prestes a passar por outra. O jogo político estava acirrado. Se tornar uma ala de uma família como os Potter vinha com suas obrigações. Tudo devia passar pelo Lorde atual para que não corresse o risco de manchar o sobrenome. Todas as suas ações refletiriam nos Potter, então era seu direito e dever seguir tudo.

Potter não seria um bastardo com seu filho e ele, mas ele temia que tivesse um casamento frio, por mais que ser fiel era uma obrigação mágica exigida no contrato para ambos os lados. Ele não viu algo diferente no cortejo que dissesse que seu futuro marido poderia querer fazer aquilo funcionar. Tudo feito até agora era em nome dos velhos costumes.

Ele não ficou a par das decisões do casamento. Só sabia qual ritual seria invocado e seu dever de estudar para que fizesse bem. Enquanto ele seguia as regras colocadas, ele se despediu de sua mansão. Não sabia se voltaria um dia para ela, pois quando se casasse deveria mudar para a mansão Peverell, era a mais protegida. Ele nem sabia se teria um quarto para ele ou se deveria dividir a cama com o futuro marido. Muito foi discutido, mas nenhuma coisa do tipo. Em partes, ele sabia o que esperar.

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