Fantasmas

Harry Potter - J. K. Rowling
F/M
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Fantasmas
Summary
Em "Fantasmas", o destino tece uma trama intricada que une Narcisa e Lucius Malfoy em uma jornada de redenção, perdão e amor incondicional.Após uma década de separação, Narcisa e Lucius Malfoy são obrigados a se reunir em razão da morte trágica de seu filho Draco, renegado herdeiro da família, e de sua nora Hermione, quem Lucius nunca aceitou.O reencontro traz à tona emoções enterradas e segredos guardados, pois ao escolher o filho sobre o próprio marido, Narcisa selou o divórcio não oficial com o marido.Agora, forçados a encarar a realidade que o filho um dia tão esperado faleceu precocemente Lucius e Narcisa confrontam não apenas suas diferenças passadas, mas também os fantasmas do presente. Enquanto lutam para reconciliar o passado e enfrentar os desafios do presente, descobrem que o amor que um dia compartilham ainda queima tão forte quanto antes.Entre as tensões familiares e as memórias de um passado doloroso, Narcisa e Lucius encontram uma segunda chance para reconstruir sua família dilacerada. Afinal “En esta casa no existen fantasmas, Son puros recuerdos de tiempos ajenos”
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Capítulo II

Aún los llevo

Pasando por la yugular

Y el recuerdo

Se convierte temporal

 

Quando a luz do sol começou a invadir o ambiente e evidencia a decoração do lugar que transmitia tanto da personalidade de meu filho, quanto da minha nora, percebi que eu deveria reagir.

Comecei então a preparar o café da manhã das crianças e Merlim eu não sabia como contar a eles que os pais que eles tanto idolatravam não voltariam.

Meu coração pesa a cada instante em que penso que Draco não surgirá naquela lareira a qualquer momento e sabendo que preciso me atentar ao que estou fazendo, preparo o café da manhã na maneira trouxa, como Hermione me ensinou atenciosamente anos atrás.

Quando finalmente o relógio anuncia que é hora de acordar Rose e Scorpius, percorro o caminho até seus respectivos quartos lentamente, quase que como tentando adiar o inevitável o máximo possível.

Ao adentrar o quarto de minha única neta, é impossível não observá-la com ternura e lembrar dos primeiros anos de meu casamento, quando eu sonhava com uma garotinha.

A medida que caminho em direção à cama de Rose, deixo o passado para trás e observo os últimos instantes de inocência de minha pequena flor, dormindo com seus cachos castanhos, poucos tons mais claros do que o de sua mãe, espalhados delicadamente sobre o travesseiro.

Ao sentar na beirada da cama, um suspiro resignado me escapa e lentamente levo minha mão direita em sua cabeleira castanha e acaricio suavemente seus cachos macios. Ao mesmo tempo, um nó se forma em minha garganta enquanto luto para encontrar as palavras certas para compartilhar essa dolorosa verdade com minha pobre neta.

_Florzinha... –A chamei e só então percebi o quanto minha voz estava rouca e trêmula –Há algo que eu preciso lhe dizer.

Logo percebo ela piscando sonolenta, seus olhos no autêntico cinza Malfoy me fitam em confusão e como dói ver os olhos do meu filho refletidos em minha neta.

_Vovó? –Rose murmura suavemente e com certa confusão –O que aconteceu?

Tentou inutilmente sorrir na intenção de acalmá-la, mas acredito que meu rosto expressa mais uma careta ao sentir meus lábios tremeram ligeiramente e sei que ela notou a estranheza disso, pois logo ela está se sentando na cama e segurando minhas mãos com firmeza.

_Querida Rose... –Digo lutando para conter meu soluço, mas ainda assim minha voz soa embargada –Não é fácil o que direi, mas saiba que você pode contar comigo para tudo.

_Vovó... –Ela diz e seus olhos estão brilhantes por lágrimas que sei que estão prestes a cair, acredito que ela saiba antes mesmo que eu possa dizer.

Engolindo em seco e de repente sentindo uma dor que nenhuma mãe deveria sentir, digo:

_Seus pais sofreram um acidente... eles não sobreviveram, querida.

Quase que em câmera lenta vejo minha neta brilhante prender a respiração por alguns segundos antes que as lágrimas escorram livremente por sua face e seus soluços ecoarem pelo quarto pintado de lilás fazendo com que eu não tenha outra escolha a não ser lhe puxar para meu colo e deixar que ela chore envolta em meus braços.

Por quase meia hora deixo Rose se agarrar a mim, soluçar e gritar contra meu peito até que não há mais ruídos no cômodo além de eventuais fungadas.

_Não contenha suas emoções Rose… –Digo suavemente enquanto acaricio seus cachos selvagens –deixe-as fluírem, querida.

Com uma voz suave consigo dizer sem titubear:

_Perder os pais, é uma dor que ninguém deveria sentir, mas é importante enfrentá-la.

Ouço a primogênita de meu único fungar e então ela se afasta um pouco me fitando, ao mesmo tempo que enxuga as lágrimas e então ela me diz com a voz embargada:

_Isso não é justo, vovó.

Apertando ela contra mim, de modo a compartilhar minha própria dor, concordo com ela:

_Eu sei, querida. Eles eram pessoas maravilhosas e os amaremos para sempre.

Sinto ela assentir contra mim ao mesmo tempo, em que ouço um suspiro pesado enquanto ela se agarra a mim, entretanto, tal momento não dura por muito tempo, pois logo ela indaga:

_E Scorpius? Ele já sabe?

_Ainda não. –Respondo enquanto acaricio sua bochecha vermelha de tanto chorar –Contarei a ele assim que tiver certeza que você está bem, mas você não precisa me acompanhar se não quiser.

_Eu quero, vovó. –Ela diz protetoramente.

Colocando um cacho castanho atrás de sua orelha, digo:

_Precisamos ser fortes por ele, mas isso não significa que não podemos sentir nossa própria dor. Estarei aqui para vocês dois, sempre.

Então, pela primeira vez, vejo o brilho inocente de seus olhos se apagar e seu olhar se torna o cinza sem emoção pelo qual os Malfoy são famosos e isso me dói o coração, pois eu esperava, que diferentemente de Draco, as crianças nunca perderiam tal brilho.

_Eu vou ser forte, vovó. –Ela diz com determinação, suas palavras ressoando com uma coragem além de seus anos e isso só faz com que eu me transporte para um passado sombrio quando Draco garantiu a mim que seria forte em uma guerra que não era dele –Por mim e pelo Scorpius.

_Eu sei que você vai, meu amor. –Repito as mesmas palavras de vinte anos atrás e meu coração parece doer ainda mais enquanto eu beijo sua testa.

Minutos depois, apenas quando tenho certeza que Rose consegue enfrentar o mundo lá fora, nós duas deixamos seu quarto de mãos dadas e vamos até o quarto verde e prata de Scorpius.

Ao adentrar o quarto, Scorpius, sem surpresa alguma, ainda dorme e por isso troco um último olhar com Rose, cujos olhos acinzentados refletem tristeza e compaixão.

Rose então toma a frente e sobe na cama do irmão o acordando, ao vê-lo se sentar coçar os olhos me sento do lado oposto ao de Rose e coloco meu neto no colo, abraço silenciosamente enquanto tento encontrar as palavras certas para explicar a difícil realidade para um garoto de apenas três anos.

_Scorpius, querido... –Começo suavemente e me surpreendo por minha voz não tremer –Preciso lhe contar algo muito importante sobre seus papais.

Imediatamente ele ergue o olhar para me fitar com seus olhos cinzentos transmitindo confusão.

_O que é, vovó? –Questiona ele com sua vozinha doce ecoando no quarto.

Respirou fundo, faço o possível para me manter calma, enquanto lhe explico:

_Draco e Hermione... seus papais..., infelizmente, não estão mais aqui conosco

Vejo meu único neto franzir o cenho, parecendo confuso.

_Eu sei vovó, eles foram trabalhar. Lembra? –Ele pergunta ingenuamente.

Segurando suas mãozinhas com carinho, digo esperando que ele entenda:

_Aconteceu um acidente enquanto eles trabalhavam, querido. . Eles estão em um lugar muito distante... Eles estão olhando por você lá do céu agora.

Fitando-me com um olhar que parecia mais velho do que sua idade permitiria exibir, Scorpius desvia o olhar à janela e fita o céu nublado em silêncio por alguns segundos até que me encara de volta e assente, parecendo aceitar minhas palavras.

_Entendi, vovó. –Diz ele em sua vozinha calma e resignada, me surpreendendo e minha reação não é outra, senão abraçá-lo.

Minutos depois, levo as crianças para o andar de baixo para tomarem o café da manhã e após terminarem a refeição, Rose convence Scorpius a lhe mostrar seus dinossauros e então dou início ao que nenhuma mãe deveria fazer, os arranjos para o funeral de meu filho e minha nora.

A medida que as horas passaram, percebi que cada detalhe, cada decisão parecia uma montanha a ser escalada, uma tarefa impossível em meio à neblina de tristeza que envolve não só minha mente, mas também meu coração. De repente, pela primeira vez desde a segunda guerra bruxa, me sinto mais sozinha do que nunca.

Apesar dos pesares, não deixo que minha mente vague por pensamentos mais sombrios do que a ocasião que enfrento e percebo que para conseguir sobreviver a essa provação, terei de organizar este funeral como qualquer outro evento.

Afinal, eu ainda sou uma Malfoy e não deixamos que ninguém note nossos reais sentimentos, mas ainda assim providenciarei para que a cerimônia de despedida de Draco e Hermione proceda com dignidade e respeito que eles merecem.

Por isso, escolho cuidadosamente cada detalhe, desde as flores até as roupas das crianças usadas na cerimônia, uma expressão final de amor e honra para Draco e Hermione.

Assim, dois dias depois, diante do espelho do quarto que Draco me designou anos atrás, ajusto cuidadosamente o vestido preto que escolhi para a ocasião. Quando pego o colar de pérolas, que um dia pertenceu a minha mãe, sinto minhas mãos trêmulas, mas ainda executo a ação automaticamente.

Ao fitar meu reflexo no espelho, vejo percebo que meus olhos não escondem a tristeza e com razão. Pois, como poderia dizer adeus ao filho que tanto amava? Como poderia encontrar forças para enfrentar a realidade de que ele se fora para sempre?

A mulher que me olha de volta em nada parece com a matriarca Malfoy, tampouco com a orgulhosa filha da família Black.

Assim, respirando fundo, luto para reunir a coragem que me falta, pois ainda há uma pequena voz em minha cabeça gritando para que eu seja forte não apenas por mim mesma, mas também por Rose e Scorpius.

Dando uma última olhada no meu penteado, desvio o olhar do meu reflexo, pois não há tempo para me perder em minha autopiedade, quando tenho de ser o pilar de apoio para o que restou de minha família, mesmo que meu coração esteja fragmentando além do reparo.

Com um último suspiro, endireito os ombros e saio do quarto, assumindo assim a fachada da inexpressiva senhora Malfoy. Pois apenas ela não desmoronaria agora, ela será a rocha em que os outros podiam se apoiar.

Enquanto desço as escadas, o peso do luto ainda paira sobre mim, porém também sinto uma determinação silenciosa se erguendo em meu interior. Só assim sei que estou pronta para enfrentar o funeral de Draco e Hermione com dignidade e bravura, pronta para honrar sua memória e encontrar forças para seguir em frente, mesmo que o fardo da perda parecesse insuportável.

Ao chegar no andar inferior, imediatamente meus olhos se encontraram com os de Rose e Scorpius, que estavam de pé ao lado de Harry Potter e sua família, seus rostos expressando uma mistura de tristeza e confusão.

Inalando profundamente, aproximo de meus netos e os envolvo em um abraço caloroso. Logo sinto o tremor de seus corpos enquanto se agarram a mim, desviando brevemente meu olhar para fitar o casal que jamais pensei que um dia consideraria importante em minha vida, mas acabaram se tornando os padrinhos de minha neta, eu assinto em agradecimento.

_Estamos prontos para ir ao funeral, vovó. –Rose diz com a voz trêmula, seus olhos cinzentos brilhando com lágrimas contidas, e assim sou trazido à realidade inevitável.

Assim, me coloco de pé e pego a mão de Rose e Scorpius, enquanto os garotos de Potter pegam a mão da mãe e ele ergue a filha no colo.

Ao chegar ao cemitério, havia poucas pessoas, mas todos conhecidos: Pansy Parkinson que, apesar das diferenças, compartilhava uma conexão única com Draco. Blaze Zabini que estava anormalmente quieto ao lado da família da garota Lovegood. Além de alguns colegas de trabalho que eles fizeram na França.

O funeral transcorreu em um silêncio solene, um testemunho da dor compartilhada por todos que estavam presentes para prestar suas últimas homenagens ao par improvável que era Draco e Hermione. A capela estava repleta de rostos familiares e desconhecidos, todos unidos pelo luto e pela saudade.

Enquanto permanecia ao lado do caixão de meu filho, perdida em minha própria mente em um mar de recordações e arrependimentos, fui surpreendida por uma presença inesperada entre os presentes.

Andrômeda Tonks, minha irmã mais velha, que há muito havia sido renegada pela família após fugir de casa para se casar com um nascido trouxa, estava ali diante de mim.

Fazendo o possível para não esboçar minha incredulidade com aquele momento, vejo Andrômeda se aproximar de mim com os mesmos cachos castanhos e olhos cor de mel que já viram mais do que gostariam.

Ouço os murmúrios da multidão cessaram quando Andrômeda para a minha frente, sua expressão séria e determinada. Um silêncio tenso pairou no ar enquanto nos encaramos, separadas por décadas de ressentimento e distância, mas, ao mesmo tempo unidas por circunstâncias tão semelhantes.

_Eu vim porque precisava estar aqui, Narcisa. –Andrômeda disse, sua voz suave, mas firme, exatamente como eu me lembrava –Eu sabia que Draco e Hermione  significavam muito para você, e eu... Eu queria oferecer meu apoio, mesmo que tarde demais.

Embora eu estivesse me preparado mentalmente para o funeral de minha família por dezenas de vezes, nada me preparou para ver minha irmã e isso me deixou sem palavras, as emoções tumultuando dentro de mim como um mar revolto.

Afinal, nunca esperaria ver Andrômeda aqui, nunca imaginara que minha irmã pudesse superar as barreiras que nos separavam e encontrar o caminho de volta para a família que ela havia deixado para trás.

Enquanto o choque se dissipava, surpreendentemente senti uma onda de gratidão e perdão inundar meu coração. Apesar das diferenças e do passado conturbado, Andrômeda estava aqui, oferecendo seu apoio e sua presença em um momento que apenas ela compreenderia a extensão de minha dor.

Hesitantemente, estendi a mão para a irmã, um símbolo frágil de reconciliação e esperança. E, enquanto nossas mãos se uniam, eu tive a certeza que uma nova luz de entendimento e perdão brilhava entre nós, iluminando o caminho para um futuro onde as cicatrizes do passado podiam finalmente cicatrizar, e onde o amor da apocalíptica família Black poderia triunfar sobre todas as adversidades.

Após o funeral, a atmosfera na casa dos bons Malfoy, como Zabini gostava de dizer quando visita, era carregada de tristeza e melancolia. Enquanto a maioria dos convidados começava a se dispersar, notei que os amigos mais próximos de Draco relutavam em deixar eu e as crianças sozinhas em sua dor.

Do canto da sala observei Harry Potter e Ginny, com seus filhos James, Albus e Lily, trocaram olhares preocupados enquanto se preparavam para partir. Blaze Zabini, o amigo de infância de Draco, parecia relutante em dar as costas ao que restou de minha família. Até mesmo Pansy Parkinson, com sua típica altivez, parecia mais tocada pela tragédia do que gostaria de admitir.

Contudo, em dado momento visualizei Andrômeda abordar cada uma das pessoas remanescentes e não tardou para que as crianças que vi crescerem formarem suas próprias famílias se despedissem de mim e das crianças.

Só então me dei conta que Andrômeda havia trazido seu neto e ele mantinha meus próprios netos entretidos enquanto copiava suas respectivas aparências.

_O que disse para que eles finalmente fossem embora? –Indaguei minha irmã que segurava uma xícara de chá enquanto a outra flutuava em minha direção.

Erguendo a sobrancelha direita, ela me respondeu:

_Garanti que cuidaria de vocês.

As palavras de minha irmã não deixaram de me surpreender, pois ela, que havia sido afastada da família há tantos anos, estava agora oferecendo-se para assumir a responsabilidade por mim e meus netos em seu momento de necessidade.

Isso foi o bastante para que as lágrimas que tanto segurei revisitassem enquanto eu a olhava com uma mistura de gratidão e admiração.

Sem palavras, consegui apenas dar um aceno de cabeça, talvez, mesmo nas piores circunstâncias, os laços fraturados possam ser restaurados.

Após Andrômeda pedir a Teddy que levasse os primos para o quintal, eu e Andrômeda permanecemos na sala compartilhando um silêncio carregado de emoção, até que ela me surpreendeu ao entrelaçar nossas mãos e eu já não pude mais manter minha máscara de indiferença.

_Como você conseguiu cuidar de Teddy após perder sua filha? –Me vejo indagando à minha irmã.

Instantaneamente a vi me fitar com tristeza nos olhos e me arrependi, porém, no mesmo instante vi seus olhos brilharem em determinação inabalável.

_Foi difícil... –Ela respondeu em um fio de vou –Perder um filho é uma dor que nunca desaparece, há dias que a dor sufoca tanto que você acha que não vai sobreviver, mas... você encontra forças no que ficaram. Você vai encontrar sua força, Narcisa, porque não há outra escolha, seus netos precisam de você e eu a conheço bem o suficiente para saber que você não falha com família.

_Não diga isso, Merlim sabe o quanto errei... –Eu lhe disse enquanto limpava uma lágrima que teimava em escapar.

_Mas no fim, você fez o certo, minha doce irmã. –Ela disse me dirigindo um sorriso encorajador.

_Eu não sei como agradecer o que você está fazendo por nós, Andrômeda. –Murmurei com a voz tremendo com a emoção reprimida após alguns poucos segundos em silêncio –Você não tinha obrigação de vir até aqui, e ainda assim... você veio. Você ficou.

Em resposta, minha irmã sorriu gentilmente, seus olhos expressando uma compreensão profunda e uma conexão que transcendia as décadas de separação e ressentimento.

_Narcisa, você é minha irmã. E mesmo que o tempo e as circunstâncias tenham nos afastado, o amor que sinto por você nunca morre. Eu faria qualquer coisa por você e pelos meus sobrinhos. –Ela disse e eu finalmente percebi porque ela deixou nossa família décadas atrás, Andrômeda sempre foi boa demais para conviver com o fanatismo de uma família atormentada por crenças idiotas.

Absorvendo a declaração de minha irmã e chegando finalmente a uma conclusão que eu deveria ter chegado há anos, finalmente senti minhas defesas desabando e logo um soluço me escapou. A essa altura, as lágrimas escorriam por meu rosto enquanto eu me permitia quebrar.

Andrômeda me envolveu em um abraço reconfortante, em questão de segundos, segurando-me firmemente enquanto eu deixava que minhas emoções fluíssem livremente.

_Você não precisa suportar isso sozinha, Narcisa. –Sussurrou Andrômeda –Estou aqui para você, sempre estarei.

Foi então que percebi, eu sempre tive uma irmã com quem contar, apesar de todas as diferenças e desavenças do passado, minha irmã estava verdadeiramente ao meu lado.

Enquanto soluçava nos braços de Andrômeda, foi inevitável pensar que mamãe estava certa, eu sempre tive apenas uma irmã e o nome dela é Andrômeda Tonks. Aquela cuja capacidade de amar é maior do que uma galáxia, que não se importa com tradições, mas não pensou duas vezes antes de procurar a irmã que tanto falhou.

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