The Castle on the Hill

Harry Potter - J. K. Rowling
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The Castle on the Hill
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Noite de Chuva

Os alunos adentraram o castelo com os uniformes molhados graças à chuva. Alguns cruzavam as portas d'O Grande Salão muito mais ensopados em comparação aos demais, já que Pirraça se divertia sobrevoando o Saguão de Entrada em busca de novas vítimas. O Poltergeist havia decido derrubar bexigas de água nos desavisados, como sua demonstração de boas-vindas daquele ano. Restara à pobre professora McGonagall, a tarefa de tentar, inutilmente, impedir que ele fizesse ainda mais estragos.

— Nunca vou entender como ainda não o chutaram daqui. — Anabel afastou a franja molhada para conseguir enxergar melhor o caminho até sua mesa. Estava furiosa por ter sido acertada em cheio por uma das bexigas lançadas.

— Foi só uma brincadeira... Conhecendo-o bem, poderia ter feito pior. — Emily torceu a manga do uniforme, livrando-se do excesso de água e apanhou a varinha, utilizando um jato de ar para secar os cabelos e roupas. — Além disso, avaliando como o mundo está se acabando em água lá fora, ficaríamos neste estado de qualquer maneira.

Já acomodadas em seus lugares naquela enorme mesa, o rosto de Anabel se transformou. Esqueceu-se do aborrecimento anterior com o Poltergeist e tratou logo de reiniciar o assunto que vinha comentando com os outros, desde a viagem de trem. Apesar de trocarem cartas constantemente nas férias, alguns detalhes mereciam ser informados ali, com toda a gesticulação e os exageros que só podem ser demonstrados pessoalmente.

— E por falar em fim do mundo... Onde foi que parei? — ela desviou o olhar pensativa. — Oh, sim. Foi um verdadeiro caos! Fiquei o equivalente à uma eternidade escondida na floresta até ter certeza de que aqueles monstros tinham sumido de vista. Ainda bem que você não estava lá.

Emily assentiu. O Quadribol era uma das pautas mais recorrentes nas conversas entre as duas. Apesar de ser uma grande fã do esporte, Anabel não possuía o talento necessário para fazer parte sequer do time da escola, então se limitou ao cargo de fiel espectadora. Naquele ano, havia comparecido à Copa Mundial de Quadribol, mas esta fora marcada por um terrível incidente envolvendo Comensais.

As duas cumprimentaram Frei Gorducho e mais alguns dos colegas que chegavam para o jantar. Não demorou até que a professora McGonagall entrasse no salão com a costumeira fila de alunos primeiranistas. Após mais uma das cantorias do Chapéu Seletor, deu-se início à seleção das casas.

— Baddock, Malcolm! — Minerva anunciou em voz alta.

— Sonserina! — o Chapéu Seletor bradou.

Os sonserinos aplaudiram eufóricos, conforme o menino se aproximava para tomar seu lugar. Na mesa da Grifinória, os gêmeos Weasley vaiaram Malcolm Baddock assim que ele sentou.

— Pobrezinho, ainda bem que não ouviu. – uma das garotas de seu mesmo dormitório sussurrou para Emily, que encarava os gêmeos com repulsa.

Seu olhar se encontrou com o de um dos ruivos, mas ele apenas deu de ombros e voltou a aplaudir a próxima aluna selecionada. O rapaz se curvou para o amigo sentado ao seu lado e murmurou algo, fazendo-o também olhar na direção de Emily.

Ela porém, nem se deu ao trabalho de tentar distinguir qual dos dois estava tramando a nova gracinha da vez. É verdade que costumava assistir aos jogos de Quadribol e até mesmo dividira algumas aulas com a Grifinória em anos anteriores, mas com a excessão de raríssimos episódios, não havia o menor contato direto com aqueles dois.

O pouco que sabia sobre os gêmeos Weasley se restringia à sua fama de atrair problemas, ou pior ainda, de serem os responsáveis por criar a maioria deles. E honestamente, se envolver em problemas era a última coisa pela qual estava buscando. 

Ao fim da seleção, o diretor Dumbledore levantou-se. Com sua voz grave, desejou aos presentes um bom apetite e tornou a sentar. O banquete que surgiu diante dos alunos não lhes impediu de manter conversas entre uma garfada e outra. E enfim, quando até mesmo as sobremesas desapareceram de seus pratos, o diretor se levantou outra vez, pronto para iniciar sua sequência de avisos.

Já estavam acostumados às adições na lista de objetos proibidos por Filch, informações acerca das visitas ao povoado de Hogsmead e um breve alerta sobre a Floresta nos terrenos e sua alta periculosidade. Contudo naquele ano, os avisos incluíram também o cancelamento de todas as partidas de Quadribol, o que gerou burburinhos de indignação por todo o lugar.

Dumbledore pretendia continuar sua explicação e prestar os devidos esclarecimentos, quando foi bruscamente interrompido por uma trovoada ensurdecedora e as portas do salão se abriram, revelando mais um convidado de última hora.

Um homem de aparência muito peculiar cumprimentou-o e juntou-se aos demais professores.

— Gostaria de apresentar o nosso novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas — disse em meio ao silêncio. — O Prof.° Moody.

— Bizarro... — um rapazinho franzino cochichou, apontando discretamente para o professor. Dumbledore pigarreou outra vez.

— Como eu ia dizendo — recomeçou ele, sorrindo para o mar de alunos. — Teremos a honra de sediar um evento muito excitante nos próximos meses, um evento que não é realizado há um século. Tenho o enorme prazer de informar que, este ano, realizaremos um Torneio Tribruxo em Hogwarts.

– O senhor está BRINCANDO! – exclamou em voz alta Fred Weasley. Algumas risadas tomaram conta do lugar. Emily revirou os olhos, ainda incomodada com seu comportamento reprovável durante a seleção dos alunos mais novos.

O diretor prosseguiu com as explicações acerca do evento. Ao final do discurso, comunicou que a chegada das escolas estrangeiras se daria no mês de outubro e mandou-os para as camas, ao som de protestos pela restrição de idade para ingressar na disputa por uma vaga no torneio.

— Vocês vão participar? – uma voz masculina questionou assim que as duas deixaram o local, seguindo o restante das garotas de seu dormitório.

— Cedrico! — Emily abraçou-o. — Você vai? Eu ainda não tenho dezessete anos e Anabel desistiu assim que ouviu o diretor dizer a palavra mortalidade. — os dois riram.

Cedrico Diggory era o capitão e apanhador do time da Lufa-Lufa. Um verdadeiro combo de gentileza e simpatia, num corpo jovem, bonito e atlético. Por comparecer fervorosamente aos treinos e jogos, Anabel havia se tornado uma amiga próxima. A amizade com Emily veio, naturalmente, logo em seguida.

— Não é engraçado. É perigoso e imprudente. — a mais velha rebateu com o ego ferido.

— É... Mas pagam bem. — Emily piscou para ela e recebeu um leve empurrãozinho no ombro.

Cedrico despediu-se das garotas, a fim de conduzir os novatos de sua casa até a Sala Comunal da Lufa-Lufa, uma de suas atribuições como monitor.

Todos agora descansavam em suas camas, cheios de expectativas para o semestre escolar que estava prestes a ter início.

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