Pollux e o prisioneiro de Azkaban

Harry Potter - J. K. Rowling
M/M
G
Pollux e o prisioneiro de Azkaban
Summary
Esta é uma história de amizade, amor e mistério, centrada em Remus Lupin e Sirius Black, cuja ligação transcendeu a escola e sobreviveu às sombras da guerra. Na turbulenta Hogwarts, dois corações se entrelaçaram profundamente, enquanto o mundo bruxo ao redor deles enfrentava a ameaça crescente de Voldemort.Anos depois, o jovem Teddy Lupin, curioso e determinado, se envolve em uma investigação para provar a inocência de Sirius Black, sem saber que está, na verdade, desvendando segredos sobre seu próprio pai desconhecido. Movido pelo desejo de justiça e verdade, Teddy descobre camadas ocultas do passado, revelando a complexidade e a profundidade do vínculo entre Remus e Sirius, e descobrindo sua própria herança no processo.Este conto nos leva a uma jornada de revelações, onde o legado de amizade e amor dos Marotos se reflete em uma nova geração, pronta para enfrentar seus próprios desafios e descobrir a verdade oculta nas sombras do passado.Do chat pq é 1h da manhã e eu tô com sono
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9. COMO ELE ENTROU ?

9. COMO ELE ENTROU ?

O Prof. Dumbledore mandou todos os alunos da Grifinória voltarem ao Salão Principal, onde foram se reunir a eles, dez minutos depois, os alunos da Lufa-Lufa, Corvinal e Sonserina, todos parecendo extremamente atordoados, no meio dos Lufanos Harry pode ver uma cabeça mudando constantemente de cor a quem ele sabia que pertencia ao filho de seu professor.

- Os professores e eu precisamos fazer uma busca meticulosa no castelo - disse o diretor aos alunos quando os professores McGonagall e Flitwick fecharam as portas do salão que davam para o saguão. - Receio que, para sua própria segurança, vocês terão que passar a noite aqui. Quero que os monitores montem guarda nas saídas para o saguão e vou encarregar o monitor e a monitora-chefes de cuidarem disso. Eles devem me informar imediatamente qualquer perturbação que haja - acrescentou Dumbledore dirigindo-se a Percy, que assumiu um ar de enorme orgulho e importância.
- Mande um dos fantasmas me avisar. O Prof. Dumbledore parou, quando ia deixando o salão, e disse: - Ah, sim, vocês vão precisar... Com um gesto displicente da varinha, as longas mesas se deslocaram para junto das paredes e, com um outro toque, o chão ficou coberto por centenas de fofos sacos de dormir de cor roxa. - Durmam bem - disse o Prof. Dumbledore, fechando a porta ao passar.
O salão imediatamente começou a zumbir com as vozes excitadas dos alunos; os da Grifinória contavam ao resto da escola o que acabara de acontecer.
- Todos dentro dos sacos de dormir! - gritou Percy. - Andem logo e chega de conversa! As luzes vão ser apagadas dentro de dez minutos!
- Vamos, gente - disse Rony a Harry e Hermione; eles apanharam três sacos de dormir e os arrastaram para um canto.
- Vocês acham que Black ainda está no castelo? - cochichou Hermione, ansiosa.
- É óbvio que Dumbledore acha que ele ainda pode estar - respondeu Rony.
- É uma sorte ele ter escolhido esta noite, sabem - comentou Hermione quando entravam, completamente vestidos, nos sacos de dormir e apoiavam o corpo nos cotovelos para conversar. - A única noite em que não estávamos na Torre…
- Calculo que ele tenha perdido a noção do tempo, já que está fugindo - disse Rony. - Não percebeu que era Dia das Bruxas. Do contrário teria invadido o salão.
Hermione estremeceu. A toda volta, os colegas faziam a mesma pergunta: Como foi que ele entrou?
- Vai ver ele sabe -aparatar- - sugeriu uma aluna da Corvinal, próxima. - Aparece de repente, sabe, sem ninguém ver de onde.
- Provavelmente se disfarçou - disse um quintanista da Lufa-Lufa.
- Vai ver ele voou - sugeriu Dino Thomas.
- Eu não acho que tenha sido ele - Teddy falou assustando a todos pois não tinham percebido sua chegada.
- Francamente, será que eu fui a única pessoa que se deu ao trabalho de ler Hogwarts: uma história? - perguntou Hermione, zangada.
- Provavelmente - disse Rony. - Por quê?
- Porque o castelo não está protegido só por paredes, sabem. Recebeu todo o tipo de feitiço, para impedir as pessoas de entrarem escondidas. Ninguém pode simplesmente aparatar aqui. E eu gostaria de ver qual é o disfarce que é capaz de enganar os dementadores ( um enorme cão negro pensou Teddy). Eles estão guardando todas as entradas da propriedade. Teriam visto se Black entrasse voando. E Filch conhece todas as passagens secretas e os funcionários terão coberto todas...( não, não conhece )Além disso Edward todos que fizeram o mínimo de pesquisa sabem que Black era um bruxo das trevas como o resto de sua família e foi ele o Traidor que entregou os pais do Harry para você sabe quem! - Hermione declarou com sua costumeira arrogância de quem sabe tudo .
-Você vai descobrir,Granger que nem tudo sobre a vida está escrito em um livro! - Teddy respondeu com raiva das acusações sem provas .
- As luzes vão ser apagadas agora! - anunciou Percy. - Quero todo mundo dentro dos sacos de dormir, de boca calada! Todas as velas se apagaram ao mesmo tempo. A única luz agora vinha dos fantasmas prateados, que flutuavam no ar em sérias conversas com os monitores, e do teto encantado, que reproduzia o céu estrelado lá fora. Com isso e mais os sussurros que continuavam a encher o salão, Harry se sentia como se estivesse dormindo ao ar livre, tocado por um vento suave. De hora em hora, um professor aparecia no salão para verificar se estava tudo calmo.
Por volta das três horas da manhã, quando muitos alunos tinham finalmente adormecido, o Prof. Dumbledore entrou no salão. Harry observou-o procurar por Percy, que estivera fazendo a ronda entre os sacos de dormir, ralhando com as pessoas que continuavam a conversar. O monitor-chefe estava a uma pequena distância de Harry e Rony, que depressa fingiram estar dormindo ao ouvirem os passos de Dumbledore se aproximarem.
- Algum sinal dele, professor? - perguntou Percy num cochicho.
- Não. Está tudo bem aqui?
- Tudo sob controle, diretor.
- Ótimo. Não tem sentido transferir os alunos agora. Arranjei um guardião temporário para o buraco do retrato na Grifinória. Você poderá levá-los de volta amanhã.
- E a Mulher Gorda, diretor?
- Escondida em um mapa de Argyllshire no segundo andar. Aparentemente se recusou a deixar Black entrar, então o bandido a atacou. Ela ainda está muito perturbada, mas assim que se acalmar, vou mandar Filch restaurá-la.
Harry ouviu a porta do salão se abrir mais uma vez, rangendo, e novos passos.
- Diretor? - Era Trelawney . Harry ficou muito quieto, prestando a maior atenção. - Todo o terceiro andar foi revistado. Ele não está lá. E Snape verificou as masmorras; não há ninguém, tampouco.
- E a torre da Astronomia? O corujal?
- Tudo revistado…
- Muito bem, Sibila. Eu não esperava realmente que Black se demorasse.
- O senhor tem alguma teoria sobre o modo com que ele entrou, professor? - perguntou Trelawney.
Harry levantou a cabeça um pouquinho para destampar a outra orelha.
- Muitas, cada uma mais improvável do que a outra.
Harry abriu os olhos minimamente e espiou para o lado onde os três se encontravam; Dumbledore estava de costas para ele, mas dava para ver o rosto de Percy inteiramente absorto e o perfil de Dumbledore, que parecia zangado.
- O senhor se lembra da conversa que tivemos, diretor, antes... ah... do começo do ano letivo? - perguntou Trelawney, que mal abria os lábios para falar, como se quisesse impedir Percy de ouvir.
- Lembro, Sibila - disse Dumbledore, e sua voz tinha um tom de aviso.
- Parece... quase impossível... que Black possa ter entrado na escola sem ajuda de alguém aqui dentro. Expressei minhas preocupações quando o senhor nomeou... eles eram ... muito próximos se posso dizer, o que as folhas de chá mostraram talvez seja algo a ser considerado não acha senhor diretor? Talvez o propósito dele nessa escola não seja o que todos imaginam, o que ele busca talvez seja o filhote…
- Basta Sibila não acredito que uma única pessoa no castelo tenha ajudado Black a entrar - disse Dumbledore, e seu tom deixou tão claro que o assunto estava encerrado que Trelawney se calou. - Preciso descer para falar com os dementadores - disse Dumbledore. - Prometi que avisaria quando a nossa busca estivesse terminada.
- Eles não quiseram ajudar, diretor? - perguntou Percy.
- Ah, claro - disse Dumbledore com frieza. - Mas receio que nenhum dementador irá cruzar a soleira deste castelo enquanto eu for diretor. Percy pareceu ligeiramente desconcertado. Dumbledore saiu do salão rápida e silenciosamente.Trelawney continuou parado um instante observando o diretor com uma expressão de profundo rancor no rosto; em seguida também saiu. Harry olhou de esguelha para Rony e Teddy. Os dois também tinham os olhos abertos nos quais se refletia o teto estrelado.
- De que é que eles estavam falando? - perguntou Rony, apenas com o movimento dos lábios.

O dia seguinte à noite tumultuada no Salão Principal amanheceu com um clima de incerteza e curiosidade. Harry e Rony estavam exaustos pela falta de sono, mas a adrenalina mantinha seus pensamentos alertas. Todos queriam saber como Sirius Black havia conseguido entrar em Hogwarts. No café da manhã, o Salão Principal estava mais quieto do que o normal. Os alunos cochichavam entre si, trocando teorias sobre a presença de Black no castelo. Harry olhava ao redor, sentindo uma inquietação crescente.
Nos dias que se seguiram não se falou de mais nada na escola senão de Sirius Black. As teorias sobre o modo com que Black entrara no castelo se tornaram mais e mais delirantes; Ana Abbott, da Lufa-Lufa, passou a maior parte da aula conjunta de Herbologia, contando para quem quisesse ouvir que Black era capaz de se transformar em um arbusto florido.
A tela rasgada da Mulher Gorda fora retirada da parede e substituída pela pintura de Sir Cadogan e seu gordo pônei cinzento. Ninguém ficou muito feliz com a troca. O cavaleiro passava metade do tempo desafiando os garotos a duelar e no tempo restante inventava senhas ridiculamente complicadas, que ele trocava no mínimo duas vezes por dia.

- Ele é completamente doido - protestou Simas Finnigan, aborrecido, com Percy. - Será que não podiam nos dar outro?
- Nenhum dos outros quadros quis o lugar - disse Percy. - Se assustaram com o que aconteceu com a Mulher Gorda. Sir Cadogan foi o único que teve coragem suficiente para se voluntariar.

 

☽ ⚝ ☾

 

Harry parou derrapando diante da classe de Defesa Contra as Artes das Trevas, abriu a porta e entrou correndo.
- Me desculpe o atraso, Prof. Lupin, eu..
Mas não foi Lupin quem levantou a cabeça para olhá-lo da escrivaninha do professor; foi Snape.
- A aula começou há dez minutos, Potter, Sente-se.- Mas Harry não se mexeu.
- Onde está o Prof. Lupin? - perguntou.
- Ele disse que hoje está se sentindo mal demais para dar aula - respondeu Snape com um sorriso. - Acho que pedi para sentar-se?
Harry dirigiu-se lentamente ao seu lugar e se sentou.
Snape olhou para a turma. - Como eu ia dizendo antes de ser interrompido o Prof. Lupin me autorizou a tratar o assunto que eu mais achasse adequado...
- Professor, por favor, já estudamos os bichos-papões, os barretes vermelhos, os kappas e os grindylows - informou Hermione depressa -, e íamos começar...
- Fique calada - disse Snape friamente. - Não lhe pedi informação, hoje vamos discutir...
Harry observou-o folhear o livro-texto até o último capítulo, que ele certamente sabia que a turma não poderia ter estudado. - ... lobisomens - disse Snape.
- Mas, professor - protestou Hermione, aparentemente incapaz de se conter - não podemos estudar lobisomens ainda, vamos começar os hinkypunks…
- Srta. Granger - disse Snape com uma voz letalmente calma - eu tinha a impressão de que era eu que estava dando a aula e não a senhorita. E estou mandando todos abrirem a página 394 do livro. - Ele correu os olhos pela turma outra vez. - Todos! Agora!
Com muitos olhares rancorosos de esguelha e gente resmungando, a turma abriu os livros.
- Qual de vocês sabe me dizer como é que se distingue um lobisomem de um lobo verdadeiro? - perguntou Snape. Todos ficaram calados e imóveis; todos exceto Hermione, cuja mão, como acontecia tantas vezes, se ergueu imediatamente no ar e Harry que acabou aprendendo sobre muitos assuntos durante as férias. - Protter? - pediu Snape, fingindo não ver a mão da garota. Seu sorriso reaparecera.
- O lobisomem se diferencia do lobo verdadeiro por pequenos detalhes. O focinho do lobisomem...
- Professor eu tinha levantado a mão antes - Hermione interrompeu sua fala
- Esta é a segunda vez que a senhorita fala sem ser convidada - disse Snape friamente. - Menos cinco pontos para Grifinória por ter uma intragável sabe-tudo.
Hermione ficou vermelhíssima, baixou a mão e ficou olhando para o chão com os olhos cheios de lágrimas. Todos ficaram surpresos porque todos os alunos já tinham chamado Hermione de sabe-tudo pelo menos uma vez, além Rony, que xingava Hermione de sabe-tudo pelo menos duas vezes por dia, mas ninguém esperava isso vindo de um professor. ninguém mais deu um pio durante o resto da aula, Ficaram sentados copiando dados sobre os lobisomens do livro-texto, enquanto Snape rondava as filas de carteiras, examinando o trabalho que os alunos tinham feito com o Prof. Lupin.
-Está bom, mas está muito raso tente se aprofundar mais... Isto está errado, o kappa é encontrado mais comumente na Mongólia…
Quando a sineta finalmente tocou. Harry continuou onde estava.
- O prof. Lupin está muito doente ? O que é que ele está sentindo?
Os olhos negros de Snape reluziram
- Nada que ameace a vida dele Harry fique tranquilo, ele provavelmente voltará amanhã - disse tentando tranquilizar Harry - Agora é melhor você ir antes que seus amigos sintam sua falta e por favor não se ofenda com o meu comentário para com sua amiga.
-- Nahh está tudo bem, ela está mais irritante a cada dia ……

☽ ⚝ ☾

 

Harry acordou extremamente cedo na manhã seguinte; tão cedo que ainda estava escuro. Por um momento pensou que tinha sido acordado pelos rugidos do vento. Então, sentiu uma brisa gelada na nuca e sentou-se na cama de um salto
- Pirraça, o poltergeist, andara flutuando ao lado dele, soprando com força em seu ouvido.
- Para que você fez isso? - perguntou Harry, furioso Pirraça encheu as bochechas de ar, soprou com força e disparou de costas para fora do dormitório, dando gargalhadas.
Harry tateou procurando o despertador e olhou para o mostrador. Eram quatro e meia. Amaldiçoando Pirraça, ele se virou e tentou voltar a dormir, mas era muito difícil, agora que estava acordado, não dar atenção à trovoada que roncava no céu, ao vento que fustigava com violência as paredes do castelo e às árvores que rangiam ao longe, na Floresta Proibida. Dentro de algumas horas ele estaria lá fora no campo de quadribol, enfrentando a tempestade. Por fim, ele perdeu as esperanças de voltar a dormir, se levantou e se vestiu, apanhou a Nimbus 2000 e saiu silenciosamente do dormitório.
Quando abriu a porta, alguma coisa passou roçando por sua perna. Ele se abaixou bem a tempo de agarrar Bichento no colo e leva-lo para fora.
- Sabe, acho que Rony não tem razão sobre você - disse Harry, a Bichento. - Você é muito fofo e inteligente, há uma quantidade de ratos no castelo... vá caçá-los. Anda - acrescentou o garoto, dando um empurrãozinho em Bichento com a mão para fazê-lo descer a escada. - Deixa o Perebas em paz, ele é um rato feio e irritante, mas o Rony gosta muito dele.
O ruído da tempestade era ainda mais alto na sala comunal. Harry sabia que não adiantava imaginar que a partida seria cancelada; as disputas de quadribol não eram desmarcadas por ninharias como trovoadas. Ainda assim, ele estava começando a se sentir apreensivo. Harry matou as horas até amanhecer diante da lareira, levantando-se de vez em quando para impedir Bichento de tornar a subir, escondido, a escada para o dormitório dos garotos. Finalmente, ele calculou que já devia ser hora do café da manhã, então se dirigiu sozinho ao buraco do retrato.
- Pare e lute, seu cão sarnento! - berrou Sir Cadogan.
- Ah, cala essa boca - bocejou Harry. Ele se reanimou um pouco com uma grande tigela de frutas, e, no momento em que começou a comer torradas, o restante da equipe aparecerá no Salão.
- Vai ser uma partida dura - comentou Olívio, que não queria comer nada.
- Pare de se preocupar, Oliver - disse Alícia para tranquilizá-lo -, não vamos derreter com uma chuvinha à toa. Era muitíssimo mais do que uma chuvinha. Mas tal era a popularidade do quadribol que a escola inteira apareceu para assistir à partida, como sempre.
Os jogadores, no entanto, desceram os jardins em direção ao campo, as cabeças curvadas contra a ferocidade do vento, os guarda-chuvas arrancados de suas mãos. Pouco antes de entrar no vestiário, Harry viu Crabbe e Goyle, rindo e apontando para ele, protegidos por um enorme guarda-chuva, a caminho do estádio. O time vestiu o uniforme escarlate e aguardou o discurso de Olívio que antecedia as partidas, mas não houve discurso. O capitão tentou falar várias vezes, fez um ruído esquisito de quem engole, depois sacudiu a cabeça, desalentado, e fez sinal para os companheiros o seguirem.
O vento estava tão forte que eles entraram em campo cambaleando para os lados. Se os espectadores estavam aplaudindo, os aplausos eram abafados por novos roncos de trovão. A chuva batia nos óculos de Harry. Como é que ele ia enxergar o pomo desse jeito?
Os jogadores da Lufa-Lufa se aproximavam pelo lado oposto do campo, usando vestes amarelo-canário, Harry identificou Teddy entre os jogadores com seu cabelo numa bagunça azul presa de forma desajeitada. Os capitães foram ao encontro um do outro e apertaram as mãos; Diggory sorriu para Wood, mas este agora não conseguia abrir a boca, parecia estar sofrendo de tétano, e fez um mero aceno com a cabeça. Harry viu a boca de Madame Hooch formar as palavras “Montem em suas vassouras”.
Ele puxou o pé direito pingando lama e passou-o por cima de sua Nimbus 2000. Madame Hooch levou o apito à boca e soprou, um som agudo e distante - e a partida começou. Harry subiu depressa, mas o vento puxava sua Nimbus ligeiramente para o lado. Ele a segurou o mais firme que pôde e deu uma guinada, apertando os olhos contra a chuva. Cinco minutos depois, estava molhado até os ossos e congelando, mal conseguia ver os companheiros de equipe e muito menos o minúsculo pomo. Voou para a frente e para trás cruzando o campo e deixando pelo caminho vultos difusos vermelhos e amarelos, sem ter a menor ideia do que estava acontecendo no resto da partida. Não conseguia ouvir os comentários por causa do vento. Os espectadores se ocultavam sob um mar de capas e guarda-chuvas arrebentados. Duas vezes Harry esteve muito perto de ser derrubado por um balaço; seus óculos estavam tão embaçados pela chuva que ele não os vira se aproximar. Harry perdeu a noção do tempo. Tinha cada vez maior dificuldade de se manter aprumado na vassoura. O céu escurecia, como se a noite tivesse decidido chegar mais cedo. Duas vezes Harry quase colidiu com outro jogador, sem saber se era um companheiro de equipe ou um oponente; todos agora estavam tão encharcados, e a chuva tão grossa que ele mal conseguia distinguir alguém... Com o primeiro relâmpago ouviu-se o som do apito de Madame Hooch; Harry conseguiu mal e mal discernir, através da chuva, os contornos de Olívio, que fazia sinal para ele pousar.O time inteiro enfiou os pés na lama. - Eu pedi tempo! - berrou Olívio para seu time. - Venham até aqui embaixo... Os jogadores se agruparam na borda do campo debaixo de um grande guarda-chuva; Harry tirou os óculos e enxugou-os, apressado, nas vestes.
- Qual é o placar?
- Estamos cinquenta pontos na frente - informou Oliver -, mas a não ser que capturemos logo o pomo, vamos jogar noite adentro.
- Não tenho a menor chance com isso aqui - disse Harry exasperado, agitando os óculos. Naquele exato instante, Draco apareceu do lado dele; segurava a capa por cima da cabeça loira e inexplicavelmente tinha um largo sorriso no rosto.
. - Tenho uma ideia, Harry! Me dê seus óculos, depressa!
O garoto entregou os óculos e, enquanto o time observava espantado, Draco deu uma pancadinha neles com a varinha e disse:
- Impervius! - Pronto! - disse, devolvendo os óculos a Harry. - Isto vai repelir a água!
Wood fez cara de quem seria capaz de beijá-lo.
- Genial! - gritou rouco para o garoto que desapareceu no meio dos espectadores. - Muito bem, time, agora vamos arrebentar! O feitiço de Draco resolverá o problema.
Harry ainda estava insensível de tanto frio, ainda mais molhado do que jamais estivera na vida, mas conseguia ver. Cheio de renovada determinação, ele impeliu a vassoura pelo ar turbulento, espiando para todos os lados à procura do pomo, evitando um balaço, mergulhando por baixo de Diggory, que voava na direção oposta... Ouviu-se novamente o trovão, acompanhando um raio bifurcado. A partida estava ficando mais perigosa a cada minuto. Harry precisava chegar ao pomo depressa... Ele se virou, tencionando rumar para o centro do campo, mas naquele momento, outro relâmpago iluminou as arquibancadas e Harry viu algo que o distraiu completamente... a silhueta de um enorme cão negro e peludo, claramente recortada contra o céu, imóvel na última fila de cadeiras vazias. As mãos dormentes de Harry escorregaram do cabo da vassoura e sua Nimbus afundou alguns palmos. Sacudindo a franja encharcada para longe da testa, ele tornou a apertar os olhos para ver as arquibancadas. O cão desaparecera.
- Harry! - ele ouviu a voz angustiada de Wood vinda das balizas da Grifinória: - Harry, atrás de você! Harry olhou a toda volta desesperado. Cedrico Diggory subia em grande velocidade e havia entre os dois um grãozinho dourado brilhando no ar varrido de chuva... Com um tremor de pânico, Harry se achatou contra o cabo da vassoura e disparou em direção ao pomo. - Anda! - rosnou ele para a Nimbus, a chuva fustigando seu rosto. - Mais depressa! Mas alguma coisa estranha estava acontecendo. Um silêncio inexplicável foi caindo sobre o estádio. O vento, embora continuasse forte, se esqueceu momentaneamente de rugir. Era como se alguém tivesse desligado o som, como se Harry, de repente, tivesse ficado surdo - que é que estava acontecendo? Então uma onda de frio terrivelmente familiar o assaltou, penetrou seu corpo, no mesmo instante em que ele tomava consciência de algo que andava lá embaixo no campo... Antes que tivesse tempo para pensar, Harry desviou os olhos do pomo e olhou para baixo. No mínimo cem dementadores apontavam os rostos encapuzados para ele. Era como se houvesse água gelada subindo até o seu peito, cortando os lados do seu corpo. E então ele ouviu outra vez... Alguém gritava, gritava dentro de sua cabeça... uma mulher...
-O Harry não, o Harry não, por favor, o Harry não!
-Afaste-se, sua tola... afaste-se, agora…
-O Harry não, por favor não, me leve, me mate no lugar dele…

Uma névoa anestesiante rodopiava enchendo o cérebro de Harry... Que é que ele estava fazendo? Por que é que estava voando? Precisava ajudá-la... Ela ia morrer... Ia ser assassinada... Ele foi caindo, caindo sem parar pela névoa gelada.
-Harry não! Por favor... tenha piedade... tenha piedade…
Uma voz aguda gargalhava, a mulher gritava, e Harry perdeu a consciência.

parte 2

- Que sorte que o chão estava tão mole. - Achei que ele estava mortinho.
- Mas ele nem quebrou os óculos. Harry ouvia as vozes murmurarem, mas não faziam sentido algum. Não tinha a menor ideia de onde estava ou como chegara ali, ou o que andara fazendo antes de chegar. Só sabia que cada centímetro do seu corpo estava doendo como se ele tivesse levado uma surra.
- Foi a coisa mais apavorante que já vi na vida. Mais apavorante... a coisa mais apavorante... vultos negros encapuzados... frio... gritos...
Harry abriu os olhos de repente. Estava deitado na ala hospitalar. O time de quadribol da Grifinória, sujo de lama da cabeça aos pés, rodeava sua cama. Pollux, Rony e Draco também estavam ali, parecendo que tinham acabado de sair de uma piscina.
- Harry! - exclamou Fred, cujo rosto estava extremamente pálido sob a lama. - Como é que você está se sentindo?
Era como se a memória de Harry estivesse avançando em alta velocidade. O relâmpago - o Sinistro - o pomo - e os dementadores...
- O que aconteceu? - perguntou, sentando-se na cama tão de repente que todos reprimiram um grito de surpresa.
- Você caiu da vassoura - contou Fred. - Deve ter caído... de ... uns quinze metros?
- Pensamos que você tivesse morrido - disse Alícia, trêmula.
Draco fez um barulhinho esganiçado. Tinha os olhos muito vermelhos.
- Mas o jogo - perguntou Harry. - O que aconteceu? Vamos jogar outra vez?
Ninguém disse nada. A terrível verdade penetrou em Harry como uma pedrada. - Nós não... perdemos?
- Diggory apanhou o pomo - informou Teddy. - Logo depois de você cair. Ele não percebeu o que tinha acontecido. Quando olhou para trás e viu você no chão, tentou paralisar o jogo. Queria um novo jogo. Mas tiveram uma vitória justa... até Olívio admite isso.
- Onde está Olívio? - perguntou Harry, percebendo subitamente a ausência do capitão do time.
- Ainda está no banho - respondeu Fred. - Achamos que ele está tentando se afogar
.Harry abaixou a cabeça até os joelhos, agarrando os cabelos com as mãos. Fred segurou-o pelos ombros e o sacudiu com força. - Anda, Harry, você nunca perdeu o pomo antes.
- Tinha que haver uma primeira vez - disse Jorge.
- Mas a coisa não terminou aqui - disse Fred. - Perdemos por uma diferença de cem pontos, certo? Então se Lufa-Lufa perder para Corvinal e vencermos Corvinal e Sonserina...
- Lufa-Lufa terá que perder, no mínimo, por duzentos pontos - disse Jorge. - Mas se eles vencerem Corvinal…
- Nem pensar, Corvinal é bom demais.
- Ei, a Lufa lufa também é boa!Mas se Sonserina perder para Lufa-Lufa... - Tudo depende do número de pontos, uma margem de cem pontos a mais ou a menos… - Teddy pronunciou tentando defender seu time o que fez Draco o olhar feio.

Harry ficou deitado ali, sem dizer uma palavra. Tinham perdido... pela primeira vez na vida, ele perdera uma partida de quadribol.
Passados mais ou menos uns dez minutos, Madame Pomfrey veio dizer aos garotos que deixassem Harry em paz.
- A gente volta para ver você mais tarde - disse Fred. - Não fique se martirizando, Harry, você ainda é o melhor apanhador que já tivemos.
O time saiu, largando lama pelo caminho. Madame Pomfrey fechou a porta depois que eles passaram, uma expressão de censura no rosto. Rony, Draco e Teddy se aproximaram mais da cama de Harry.
- Dumbledore ficou realmente furioso - contou Draco com a voz trêmula.
- Nunca vi o diretor assim antes. Ele correu para o campo quando você começou a cair, agitou a varinha e você meio que desacelerou antes de bater no chão. Depois, virou a varinha para os dementadores. Disparou uma coisa prateada contra eles. Os caras abandonaram o estádio na mesma hora... Ele ficou furioso que os dementadores tivessem entrado nos terrenos da escola. Ouvimos ele... - disse Rony.
- E saiu a pé até a escola, com você flutuando do lado, na padiola. Todo mundo pensou que você estava... A voz dele foi morrendo, mas Harry nem notou. Estava pensando no que os dementadores tinham feito a ele... na voz que gritava. Ergueu os olhos e se deparou com Rony e Draco observando-o com tanta aflição que na mesma hora ele procurou uma coisa banal para dizer.
- Alguém apanhou a minha Nimbus? Rony e Teddy se entreolharam depressa.
- Hum... - Que foi? - perguntou Harry, olhando de um para o outro.
- Bem... quando você caiu a vassoura foi levada pelo vento - disse Teddy, hesitante.
- E?
- E bateu... bateu... ah, Harry... bateu no Salgueiro Lutador.
As entranhas de Harry reviraram. O Salgueiro Lutador era uma árvore violenta que se erguia sozinha no meio da propriedade.
- E? - insistiu ele, temendo a resposta.
- Bem, você conhece o Salgueiro Lutador - disse Rony. - Ele... ele não gosta que batam nele.
- O Prof. Flitwick trouxe a vassoura de volta pouco antes de você recuperar os sentidos - disse Draco com uma voz mínima.
Devagarinho, ele foi se abaixando para apanhar uma saca aos seus pés, despejou-a, e caíram na cama uns pedacinhos de madeira e gravetos, tudo que restava da fiel vassoura de Harry, enfim derrotada.
Depois de alguns minutos de silêncio todos saíram e deixaram Harry sozinho, mas logo o silêncio foi interrompido pela entrada do professor Severus na sala.
-Como você está minha criança ?- perguntou tirando alguns fios bagunçados da testa de Harry.
-Como se um caminhão tivesse me atropelado- Harry respondeu em um tom de humor no meio de toda a situação.
-Fiquei sabendo o que aconteceu com sua vassoura, sinto muito, mas existe algo mais sério que deve ser tratado. Não adianta lhe esconder isso por mais tempo, Harry - começou ele num tom muito sério. - Sei que vai ser um choque para você, mas Sirius Black…
- Eu sei, está querendo me pegar - disse Harry cansado. - Ouvi o pai de Rony contar à Sra. Weasley.
- Entendo, mas não era isso que eu ia dizer acho que ninguém te disse ainda ma Black é seu padrinho, ele como eu e Remus éramos amigos de seus pais, Black e seu pai eram como irmãos o que leva muitos de nós a acreditarmos que a acusação contra ele seja falsa tenha isso em mente ante de pensar em sair por aí caçando por ele pensando que ele é o culpado pela morte de seus pais minha criança …
- Então era disso que a professora Trelawney estava falando no salão… - Harry falou pensativo - então quem seria o filhote ?
- Filhote ? bom talvez seja o filho dele…. - Severus falou quase num sussurro.
— Filho?! O Black tem um filho estudando aqui?! Eu conheço ele?! — Harry exclamou, incrédulo.
— Sim, é bem provável que você conheça. Mas é melhor eu não dizer quem é, porque ele mesmo ainda não sabe que é filho do pulguento— digo, do Black. Não acho que ele represente algum perigo, e se essa informação vazar, só vai causar um caos entre os alunos.
-Um filho...- murmurou Harry, pensativo. A ideia de que Sirius Black tinha um filho na escola era simplesmente surreal. - Por que ele não sabe que é filho de Black?- perguntou Harry, intrigado.
-Essa é uma história complicada, Harry- respondeu Snape, seus olhos negros fixos em Harry. -Há muitos segredos e mentiras que cercam a vida de Sirius Black. Algumas verdades são difíceis de aceitar.
-O que devo fazer agora?- perguntou Harry, sentindo-se perdido.
-Por enquanto, apenas mantenha a mente aberta e tome cuidado com suas ações-, aconselhou Snape. -Há forças em jogo que você não pode controlar, e é importante escolher suas batalhas com sabedoria.
-Obrigado, professor - disse Harry, olhando para Snape com gratidão.
Snape apenas acenou com a cabeça, seus olhos ainda cheios de preocupação, mas deixou a sala permitindo Harry viajar em seus pensamentos.
Harry ficou parado por alguns minutos, o peso das palavras de Snape ainda ressoando em sua mente. Ele mal podia acreditar que Sirius Black, um homem considerado o traidor responsável pela morte de seus pais, era também seu padrinho — e, além disso, poderia ser inocente. E então havia o filho misterioso. Ele se perguntava quem poderia ser. Um rosto familiar? Um amigo?
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Depois de um banho quente e um chocolate quente preparado carinhosamente por Remus, Teddy se enroscou em um cobertor aconchegante, desfrutando da bebida quente enquanto se aninhava ao lado de Remus para uma breve soneca. O calor do chocolate e o toque reconfortante de seu pai o envolveram em um estado de relaxamento profundo, afastando temporariamente as preocupações do mundo exterior.
Ao acordar de sua soneca, Teddy percebeu que Remus não estava mais na sala. Uma inquietação jovem tomou conta dele, e ele decidiu ir procurar Sirius. Apesar do clima ainda estar meio chuvoso, Teddy pegou um pouco de comida na cozinha e vestiu sua capa de chuva amarela, dirigindo-se para a floresta, onde costumava encontrar Sirius. O fim de tarde se desenhava com uma chuva fina que cortava a pele.

- Ça-va chiot,- cumprimentou Sirius quando Teddy chegou até ele naquela tarde. - Como terminou o jogo de hoje?
- Ça-va Dadfoot, nosso time venceu- respondeu Teddy animado.
- Que bom chiot, fico orgulhoso de você, garoto - disse Sirius, um sorriso iluminando seu rosto enquanto bagunçava os cabelos de Teddy.
— Mas algo chato aconteceu, os dementadores… Harry caiu, sua vassoura ficou em pedaços, todos estão furiosos, papai disse que o corujal está um alvoroço com cartas chegando e saindo, nao duvido que aja pelo menos uns dez berradores no jantar hoje, Dumbledore não vai ver o fim disso tão cedo.

— Isso é minha culpa. — Ele passou a mão pelos cabelos desgrenhados, frustrado. — Eu não deveria ter vindo para Hogwarts. Os dementadores estão aqui por minha causa, colocando todos vocês em perigo.
Teddy franziu a testa, cruzando os braços.
— Isso não é verdade. — Teddy retrucou, firme. — Os dementadores estão aqui porque o Ministério os colocou aqui. Você não tem nada a ver com isso.

Sirius soltou uma risada sem humor, balançando a cabeça.

— Ah, chiot… Se eu não tivesse fugido, se não estivesse por aí como o criminoso mais procurado da Inglaterra, não estariam rondando Hogwarts como urubus.

— E você acha que ficar em Azkaban teria sido melhor? — Teddy arqueou a sobrancelha, a expressão carregada de ceticismo. — Porque eu não acho.

Sirius piscou para ele, surpreso com a franqueza.

— Você fala igual ao seu pai.

Teddy deu de ombros.

— Aprendi com o melhor.

Sirius sorriu de lado, mas ainda parecia distante.

— Eu só… — Ele soltou um suspiro, mexendo distraidamente em um galho no chão. — Quero garantir que vocês estejam bem. Harry, Remus, você…

Teddy puxou a sacola de pano que trouxera consigo e enfiou a mão lá dentro.

— Bom, você não vai conseguir proteger ninguém com o estômago vazio. — Ele jogou um sanduíche na direção de Sirius, que o pegou no ar por puro reflexo.

— Agora sim, isso é amor de filho. — Sirius brincou, dando uma mordida exagerada no pão.

Os dois ficaram em silêncio por alguns minutos, apenas comendo, ouvindo os sons da floresta e o barulho distante das corujas voando para longe. Quando a comida acabou, Teddy limpou as mãos na capa e esticou as pernas na grama, relaxando um pouco.

— Você teria gostado de ver o jogo. — Ele disse, de repente. — Quer dizer, antes do desastre dos dementadores.
— Imagino que sim. — Sirius inclinou a cabeça para o lado, pensativo. — Sabe, eu já te contei que também jogava quadribol quando estava na escola.

 

— E você era bom?

— É claro. — Sirius estufou o peito, fingindo orgulho. — Um excelente artilheiro, se me permite dizer.

Teddy deu uma risada.

— Ah, então você nunca pegou o pomo.

— Eu nunca precisei! — Sirius retrucou, indignado. — Meu trabalho era garantir que o apanhador ficasse inteiro tempo o suficiente para fazer isso. Sirius riu como um latido.

Teddy balançou a cabeça, ainda rindo, mas sua expressão logo suavizou.

— Eu queria que você pudesse ver um jogo meu de verdade. Não só se esconder na floresta ouvindo fofoca pelo corujal.

Sirius apoiou os cotovelos nos joelhos, observando o garoto com um olhar mais suave.

— Eu também, chiot. Mas um dia, quando tudo isso passar, você vai ter que me arrastar para fora da torcida. Sirius falou piscando o olho.

— Pode apostar. — Teddy sorriu, confiante.

A conversa seguiu para música, um dos assuntos favoritos dos dois. Sirius contou sobre as bandas que ouvia na adolescência, e Teddy compartilhou algumas das músicas trouxas que tinha descoberto recentemente. No fim, acabaram cantarolando juntos um refrão de uma das músicas que Sirius insistia que era um clássico obrigatório.

O céu já estava escuro quando Teddy percebeu a hora.

— Melhor eu ir antes que papai me prenda pelo resto do ano.
Sirius riu, mas sua expressão logo ficou mais séria.
— Tome cuidado, chiot. Os dementadores ainda estão por aí.
Teddy revirou os olhos, mas bateu de leve no ombro do amigo antes de se levantar.
— Eu me viro.

Sirius o observou partir, e, quando Teddy olhou para trás uma última vez, viu que ele ainda estava ali, sentado na mesma posição, vigiando-o até ter certeza de que ele chegaria em segurança.
Ao atravessar os obstáculos do castelo, Teddy mal teve tempo de respirar antes de ser interceptado.

- Pollux Theodore Lupin. — A voz de Remus era baixa, mas carregava aquela firmeza inconfundível de um pai preocupado.

Teddy parou no mesmo instante, o peso do nome completo deixando claro que não adiantava tentar se esquivar. Ele atrai os olhos para o pai, encontrando um olhar exausto, mas aliviado.

— Onde você estava? — Remus perguntou, cruzando os braços. — Estive te procurando por toda parte.
Teddy engoliu em segundo.
— Eu… só fui dar uma volta. Levar Castor para passear. — Ele tentou voar casualmente, mas sabia que não convenceria Remus tão facilmente.
O homem soltou um suspiro longo, passando a mão pelos cabelos e balançando a cabeça.

— Teddy, você sabe que não é seguro se aventurar sozinho, muito menos com dementadores circulando por Hogwarts.

Teddy abaixo do olhar, chutando levemente uma pedra imaginária no chão.

— Eu sei, papai. Eu não desviei ter saído sem avisar.

Remus ficou em silêncio por um instante, como se ponderasse o que dizer. Então suspirou, passando a mão pelos cabelos e analisando Teddy com um olhar cuidadoso.

— Você está bem? — perguntou, com um tom mais suave.
Teddy assentiu rapidamente.
— Estou, de verdade.
Remus estudou o filho por um momento, como se pudesse enxergar além da resposta. Então, sem mais questionar, apenas puxou Teddy para um abraço apertado.
— Você me deixa maluco, sabia?
Teddy riu contra o ombro do pai.
— Sei sim.
Remus bagunçou os cabelos do filho antes de se afastar.
— Vamos antes que a comida esfrie.
Teddy seguiu Remus para o castelo, finalmente sentindo que podia relaxar. Por enquanto.

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