Espírito Invernal

Harry Potter - J. K. Rowling
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Espírito Invernal
Summary
A lua sentindo-se só, decidiu abençoar uma criança com o poder de mudar o seu trágico e solitário destino, um filho que ela amaria com todo o seu ser.Uma criança tão alva quanto a neve cujos olhos refletiriam o luar e cabelos que fariam inveja ao gelo ártico.
Note
Disclaimer:As personagens não me pertencem, caso contrário o Draco seria o protagonista e todos se curvariam perante a sua magnifica presença. Mas infelizmente não são minhas e sim da J.K. Rowling.
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Formação Principesca

Evan Rosier estava verdadeiramente assombrado com o progresso do seu jovem estudante. Em questão de poucas semanas, Draco havia conseguido dominar feitiços complexos (ligados ao seu poder elemental) e sem recorrer ao uso de uma varinha.

 

Para começar tinha pedido ao menino que realizasse uma pequena demonstração, do que já era capaz de fazer, como resposta recebeu um pequeno pegasus de gelo cristalino, deitado comodamente no topo da sua cabeça, para delícia do infante que se ria abertamente da sua façanha.

 

Ao constatar que não havia margem para melhoramento na execução daquele feitiço de transfiguração, decidiu colocar mãos à obra e melhorar o período de tempo, durante o qual, a criança conseguia impedir que as figuras de gelo derretessem por culpa da temperatura ambiente. E agora via o albino entreter-se com os seus novos brinquedos. Draco havia superado, de longe, as suas expectativas, tendo conseguido preservar as estatuetas intactas por um total de três longas semanas, sendo este o seu novo recorde pessoal, quando antes apenas conseguia umas dez horas, até que estas começassem a derreter e se deformassem gradualmente. O seguinte passo foi conseguir o mesmo, mas com figuras de neve. Uma vez mais, Evan foi surpreendido pelo seu pequeno aprendiz.

 

Estava convencido que, com bastante prática e o seu devido tempo, Draco poderia atingir um nível de execução no qual as suas figuras de gelo e neve não derreteriam a menos que ele mesmo assim o desejasse. Uma autentica conquista!

 

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Emma Vanity tinha sido a pessoa encarregue de ensinar Draco a controlar os seus poderes em todo o momento e ocasião, podendo assim evitar que congelasse os seus arredores, por descuido, ou simplesmente, por fazer uma birra de proporções consideradas fora do normal. E, verdade seja dita, esse era o objetivo mais importante de todos, pelo bem do próprio menino e principalmente de todos ao seu redor.

 

O primeiro que fez, foi testar os seus limites e nem se diga… foi um autêntico desastre, que por sorte não lhe custou o seu emprego. Louvado seja Salazar Slytherin!

 

Agora, tinha de lidar com um lago completamente congelado, não teria nada de incomum, senão fosse pelo facto de que estavam em pleno verão e a temperatura atual fazia com que qualquer pessoa sentisse que estava a derreter. Pelo que após conseguir que o efeito se revertesse, optou por iniciar com algo de proporções um "pouquito" menores, como fazer nevar só nos jardins da mansão. Foi necessária prática e muita paciência, pois a criança distraía-se facilmente com os pássaros que piavam nas árvores e os peixes que saltavam no lago… Em suma, foi um autêntico pesadelo conseguir que Draco se focasse nas aulas, mas após uma boa dose de suborno, pago à base de muitos chocolates… Voilá! Os Jardins Nevados de Prince Manor eram sem dúvida alguma uma esplêndida e magnífica visão.

 

Os meses foram passando e o albino aprendeu a controlar o diâmetro da nevada, sendo-lhe possível atingir toda a zona de Londres Mágico, foi um dia fantástico para as crianças, que saíram das suas casas para fazer bonecos de neve e jogar guerras com bolas de neve.

 

Passado um tempo, aprendeu a criar neve em qualquer ambiente, até mesmo num ambiente fechado, como o interior de Prince Manor. Só vamos dizer, que os elfos não foram muitos amáveis com ele nesse dia, nem sequer a sua querida Penny... e Penny era quem mais o mimava naquela casa, possivelmente até mesmo mais do que o seu papá e as suas avós...

 

Quando pensava que o controlo de Draco não tinha margem para melhoria, deparou-se com o facto de que estava a nevar… em cima da sua cabeça, nada demais… mas nevava apenas sobre a sua cabeça e em mais lado nenhum. A travessura do menino de olhos prateados, valeu-lhe umas boas gargalhadas e uma pilha de ensaios teóricos que o deixaram amuado pelo resto do mês... (Muito chocolate foi sacrificado em prol de resgatar o sorriso do pequeno Herdeiro Black-Prince.)

 

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A Deusa da Lua não podia estar mais orgulhosa do seu rebento. O seu pequeno havia aprendido a controlar as suas bênçãos com mais facilidade e rapidez do que ela mesma ponderara inicialmente.

 

A jovem mulher sentou-se na margem do lago do Palácio de Gelo a admirar a última traquinice, que o seu bebé aprontara contra os Instrutores Mágicos. Ainda quando tivesse gostado de poder evitar-lhe os castigos vindouros, era consciente de que os tutores selecionados pela família mágica do seu filho, apenas desejavam o melhor para o menino.

 

Uma risada cristalina soou no interior do Jardim Imperial, a Deusa não havia podido conter a emoção ao ver o seu filho fazer um beicinho de desgosto ao ser ignorado por Penny. Esta tinha-o demasiado mimado.

 

“Gostaria de poder conceder todos os teus desejos, meu filho. Mas acima de tudo… anseio o dia, em que por fim, te poderei conhecer e abraçar entre os meus braços,” disse a jovem de cabelos prateados, deslizando a mão sobre a imagem do infante albino, refletida sobre a água.

 

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Dois anos haviam passado, tendo Draco celebrado o seu sétimo aniversário. Os tutores do Herdeiro Black-Prince encontravam-se a meio da sua reunião semestral, para discutir o progresso do seu estudante, quando começaram a escutar pequenos e abafados risos femininos ao longo dos corredores. Curiosos, abriram a porta e depararam-se com o corredor coberto de neve e decorado com Flores de Neve, uma flor mágica só vista no habitat natural das Fadas da Neve. Eis o motivo das risadas. A poucos metros da porta, encontravam-se três fadas a dialogar, entre gargalhadas, com sons para eles indecifráveis.

 

“Então era aqui que estavam…” disse Draco, surgindo de uma esquina do corredor, levando as mãos à cintura e fazendo uma cara indignada. “Quantas vezes tenho de vos dizer para não entrarem na casa?”

 

Mas, Draco, só queríamos ajudar,” disse uma fada de cabelos brancos curtos com madeixas violetas na sua franja, cobrindo parcialmente o olho direito. A sua esbelta e mínima figura estava coberta por um tecido branco, que parecia brilhar como se de cristais de neve se tratassem.

 

“Se queriam ajudar era só pedir.”

 

Se pedíssemos não seria surpresa e nós queríamos agradecer-te por nos salvar daquela ave idiota,” bufou uma fada, de longos cabelos brancos com leves reflexos dourados, que cobriam as suas costas como uma rebelde e poderosa cascata.

 

Desculpa, Draco, prometemos não voltar a fazê-lo,” disse a última fada do trio, mais pequena que as suas amigas, com cabelos encaracolados, que chegavam um pouco abaixo dos seus ombros e aparentemente mais jovem que as suas companheiras.

 

“Está bem, estão desculpadas, mas só desta vez,” exclamou o albino com uma expressão de adorável seriedade, erguendo um dedo e apontando-o diretamente para o trio alado. “Agora regressem às vossas casas. Posso chamar-vos se precisar, pelo que não necessitam preocupar-se comigo. As vossas famílias devem sentir a vossa falta, então devem ir rápido e tranquilizá-las.”

 

Na sala, os adultos permaneciam estupefactos, pois ao que parecia Draco não só podia falar com as Fadas da Neve, como também podia convocá-las quando desejasse. Nunca antes havia existido alguém capaz de fazer isso. Parecia que o seu pequeno estudante nunca deixaria de os surpreender.

 

oOo

 

Após vários incidentes desastrosos, durante os períodos de lua cheia, os tutores haviam concluído que os poderes de Draco, estavam de alguma forma, para eles desconhecida, conectados às fases lunares. Mais fortes nas noites de lua cheia e quase inexistentes nas noites de lua nova.

 

Como tal, foi tomada uma medida preventiva. Sempre que a lua cheia se aproximava, Draco era atolado em tarefas teóricas e as práticas ficavam suspensas. Por sorte, a fase das birras já havia passado, caso contrário a escolha tomada para prevenir os incidentes indesejados, seria contraproducente e resultaria no completo oposto daquilo que pretendiam.

 

Ainda ficava nas memórias do Mundo Muggle e Mágico o último "incidente"... para sempre imortalizado nos jornais muggles e no Profeta Diário, como o dia que nevara em todo o Reino Unido, até deixá-lo praticamente soterrado em brancura imaculada. Não teria chamado a atenção se não fosse pelos trinta e dois graus registados em Londres, meia hora antes da nevada. Graças a Merlin ninguém nunca descobrira o que realmente acontecera.

 

oOo

 

Até à data, Remus Lupin havia mantido as suas aulas estritamente teóricas, mas tendo Draco conseguido uma varinha de treino, como presente do seu oitavo aniversário, já não lhe foi possível adiar as aulas práticas ou as birras passadas poderiam ganhar nova vida.

 

Começaram com feitiços básicos de defesa. Invocando escudos protetores e passando de seguida para escudos refletores. Quando Severus deu de caras com um boggart durante a limpeza dos laboratórios inferiores da mansão, Remus pediu-lhe que não se livrasse dele, pois tinha uma ideia para a seguinte aula de Draco.

 

Como tal, Draco aprendeu o que era um boggart e como derrotá-lo com escassos oito anos, deixando assim, o seu tutor de Defesa Contra as Artes das Trevas fascinado com a capacidade de aprendizagem do menor e a sua família orgulhosa do seu Pequeno Dragão. Pelo que, após uma celebração, Severus perguntou a Remus qual era o maior medo de Draco.

 

“Foi sem dúvida inusual, mas compreensível. Draco parece ter um medo aterrorizante das noites sem lua, mas visto que os seus poderes elementais são mais débeis nessa fase do ciclo lunar, é apenas concebível que esteja preocupado com isso.”

 

Severus cabisbaixo assentiu às palavras do lobo.

 

“Oh! Vá lá, homem!” exclamou Remus, dando uma palmada nas costas do Mestre de Poções. Os anos de convivência haviam sido de grande ajuda para limar as asperezas entre ambos. “Draco é mais forte do que pensas! O que devemos fazer agora, é garantir que aprenda que os seus poderes não se limitam ao dom que exerce sobre o controle climatérico, e que deve confiar na sua outra magia... a magia dos magos comuns, como nós. Não devemos deixar que dependa tanto dessa habilidade, caso contrário ficará em problemas se for encurralado numa noite de lua nova e não souber como se defender sem recorrer ao seu dom. Por isso mesmo, vou assegurar-me de torná-lo um tremendo duelista,” concluiu o homem de cabelos cor de mel, esboçando um sorriso de orelha a orelha.

 

oOo

 

Walburga Black tentava em vão manter Draco acordado durante a aula de Runas Antigas. Tudo bem que o menino tinha de aprender a defender-se, mas Lupin estava a exagerar com todas aquelas tarefas extras. Draco estava praticamente a babar em cima da mesa e há que salientar que como instrutora de Etiqueta apetecia-lhe dar um valente e merecido castigo ao menor pela sua falta de educação, mas sabia que não era culpa do seu pequeno. O albino estava exausto e a culpa era toda daquele lobo intrometido. Era esse desnaturado quem verdadeiramente necessitava de umas quantas aulas de Etiqueta, nem que tivesse de o amarrar a uma cadeira, mas a partir de agora assegurar-se-ia de que Remus Lupin acompanhasse o seu amado neto durante todas as suas aulas de Etiqueta.

 

A mulher soltou uma risada maquiavélica, despertando o menor, que acabou por estatelar-se no chão pelo susto repentino.

 

Dito e feito, passados dois dias exatos era possível ver o licantropo a tentar livrar-se do feitiço que o prendia à cadeira, tal qual cordas invisíveis, que o impediam de se levantar, deixando livre apenas a mão que portava uma pluma para que pudesse ir tirando apontamentos, ao mesmo tempo que a elegante dama ia ditando uma breve revisão das aulas passadas.

 

Espreitando pela porta, encontrava-se o restante corpo docente, que se divertia às custas do pobre lobo. Contendo as gargalhadas, Lucinda invocou uma câmara fotográfica e imortalizou o momento em que Remus Lupin foi domado por uma dama de alta classe. Oh! Aquilo valia ouro e era um ótimo material de chantag… quer dizer, negociação. Isso, negociação, porque chantagem é crime e ela era muito bela para acabar na prisão. Beleza e prisão não combinam, bastava ver as fotos de Sirius Black e Bellatrix Lestrange para confirmar a sua teoria. Ambos tinham tido a população de Hogwarts arrastando-se aos seus pés e agora eram apenas meras sombras do que alguma vez haviam sido. Não, muito obrigada. Ela estava muito bem onde estava. Livre e bonita!

 

oOo

 

No dia em que Draco cumpriu nove anos, viu o seu programa de estudos modificado. Tendo concluído o módulo de História da Magia, Amos Diggory passou a ensinar-lhe Idiomas Perdidos. Com o final das aulas de Encantamentos e Feitiços vieram as aulas de Magia Esquecida de Emma Vanity. A aula de Astronomia de Lucinda Talkalot foi substituída por Herbologia e a aula de Transfiguração de Evan Rosier por Cuidados de Criaturas Mágicas.

 

Quando Draco tinha dez anos e estava prestes a cumprir os onze, já era versado em História e Genealogia, sendo capaz de recitar a árvore genealógica das famílias mais influentes da Sociedade Mágica de trás para a frente e de frente para trás. Entre as suas áreas de conhecimento intelectual e prático contavam-se ainda Defesa Contra as Artes das Trevas, Aritmancia, Runas Antigas, Astronomia, Encantamentos, Transfiguração, Herbologia, Poções, Cuidados de Criaturas Mágicas, Idiomas Perdidos, Magia Esquecida, Finanças, Gestão e Etiqueta.

 

Era seguro afirmar, que o nível académico do albino ultrapassava, por muito, o de um estudante de Sétimo Ano de Hogwarts. Não era como se Hogwarts fosse uma escola com um nível minimamente aceitável, de qualquer forma, pois porque outro motivo teriam as Matriarcas decidido instruir o seu Herdeiro na sua terna infância em variados temas para além do domínio sobre o seu poder elemental… A resposta era simples: O nível do programa educativo proposto por Dumbledore era uma vulgar piada, este erradicara todas as disciplinas tradicionais e contratara imbecis como professores. Era de dar dó!

 

Por agora, só restava focar-se em encontrar tutores para combate corpo a corpo. Afinal, nunca é demais saber como se defender em situações de desvantagem, como em dado caso de que o albino ficasse incapacitado de utilizar o seu dom elemental, como ocorria nas noites lua nova ou caso perdesse a sua varinha, em pleno combate, ou ainda se em dado caso, se encontrasse em minoria de números. Em suma, Remus estava a auxiliar a família a mover-se entre os nascidos de muggles para recrutar alguém versado em variadas artes marciais, sem ofender ninguém no processo. Tarefa essa, no mínimo difícil! Enquanto isso, Amos Diggory tinha-se oferecido a ensinar esgrima durante o período das férias escolares.

 

Tendo em conta que os módulos educativos estavam completos, chegou a hora de dizer adeus aos seus tutores. Ainda que tristes de se separarem após anos a trabalharem juntos, todos estavam extremamente gratos por terem tido a oportunidade de ajudar a educar aquele grande jovem que era Draco Black-Prince.

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