Espírito Invernal

Harry Potter - J. K. Rowling
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Espírito Invernal
Summary
A lua sentindo-se só, decidiu abençoar uma criança com o poder de mudar o seu trágico e solitário destino, um filho que ela amaria com todo o seu ser.Uma criança tão alva quanto a neve cujos olhos refletiriam o luar e cabelos que fariam inveja ao gelo ártico.
Note
Disclaimer:As personagens não me pertencem, caso contrário o Draco seria o protagonista e todos se curvariam perante a sua magnifica presença. Mas infelizmente não são minhas e sim da J.K. Rowling.
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Pequeno Príncipe

Lucrecia Prince, Walburga Black, Severus Snape e Draco Snape, como estivera registado o pequeno até à data, dirigiam-se nesse momento à entrada de Gringotts Wizarding Bank.

 


O Pequeno Dragão Albino abriu a boca de espanto ao ver a edificação mágica que constituía o Banco dos Magos e Bruxas do Reino Unido. Gringotts só podia ser descrito como uma imponente estrutura de mármore semelhante a branca neve, cujas torres se sobrepunham às lojas ao seu redor.

 

“Papi Sevi, o que é um banco?” perguntou Draco nos firmes e protetores braços do Mestre de Poções.

 

Um banco é um local onde se guardam possessões de grande valor. Gringotts é o único Banco Mágico em Inglaterra e é aqui,” apontou para o edifício perante eles, “que os magos e bruxas britânicos mantêm o seu dinheiro e os seus objetos mais valiosos. Nas catacumbas do banco existem câmaras altamente resguardadas a muitos e muitos metros de profundidade,” explicou Severus pacientemente à medida que o menino ia assentindo às suas palavras e fazendo questões que o adulto respondia com o auxílio das matriarcas, Black e Prince.

 

O grupo entrou no banco e dirigiu-se ao goblin mais próximo, enquanto Draco absorvia cada detalhe do espetacular interior do edifício.

 

“Bom dia, Ragnok!” cumprimentou Lucrecia com um sorriso de negócios. “Desejo falar com o Head Goblin de Gringotts, poderias por favor fazer-lhe saber que estou aqui?” perguntou com um ar sedutor.

 

Lucrecia Prince era, sem dúvida alguma, uma mulher exuberante de curvas generosas e apesar de ser já uma mulher madura, a sua pele livre de rugas e os seus cabelos negros contradiziam a sua idade. Ninguém no seu perfeito juízo afirmaria que aquela mulher tinha mais de quarenta anos, quanto mais de sessenta. Quanto muito, esta aparentava ter uns trinta e cinco anos de gloriosa beleza, que esta sabia aproveitar muito bem a seu favor em momentos como este. A Matriarca da Família Prince sabia perfeitamente o efeito que causava nas pessoas, até mesmo num goblin rabugento tal qual Ragnok, que engolia saliva ao mesmo tempo que olhava fixamente o estratégico decote da dama à sua frente. Lucrecia sorriu galantemente, Ragnok olhou para o pequeno grupo e localizou rapidamente a presença de Walburga Black e levantou-se para comunicar a chegada das visitas inesperadas, mas nem por isso indesejadas, visto que grande parte dos lucros mensais do banco vinham das contas daquelas duas mulheres maduras.

 


 

O Head Goblin sentado atrás do seu escritório de madeira de nogueira saudou as visitas e convidou-as a sentar-se nas elegantes e confortáveis cadeiras dispostas frente à sua secretária.

 

“A que devo o prazer da sua visita, Lady Prince?” perguntou o goblin com um olhar ganancioso e já fazendo contas mentais de alguns negócios para propor à matriarca e assim enriquecer as câmaras do seu banco.

 

“Como bem sabe, a juventude e a saúde não duram sempre e devo começar a preocupar-me com a sucessão da família Prince,” expôs a mulher com cautela, sabendo quão ambiciosas eram aquelas criaturas mágicas dispostas a negociar com quem quer que fosse, independentemente das suas crenças ou poderes, desde que Gringotts saísse beneficiado.

 

“Entendo, Lady Prince. Acaso deseja aceder à sua genealogia para procurar um familiar adequado?”

 

“Oh! Não, não é necessário e pode chamar-me Lucrecia, Lady Prince é muito formal. Este pequeno…” Pegou no Dragãozinho, que estava no colo de Severus para sentá-lo sobre as suas pernas. “... é o filho adotivo do meu neto Severus e queria formalizar a sua legitimidade hereditária e nomeá-lo meu Herdeiro.”

 

“Muito bem, então, Lucrecia, devemos iniciar os protocolos. Antes de tudo vou precisar de duas gotas de sangue da criança, uma para ver a sua linhagem biológica e comprovar a pureza do seu sangue e outra para aceder aos registos da adoção,” disse o goblin, retirando dois rolos de pergaminho da gaveta e estendendo-os em cima da sua secretária.

 

Deixou a sua magia envolver os papéis em branco e as letras foram aparecendo como emergindo das profundidades do oceano.

 

Uma gota caiu sobre o pergaminho de linhagem e a genealogia de Draco foi surgindo lentamente para espanto do goblin.

 

“Draco Snape, filho de Lucius Malfoy e Narcisa Malfoy neé Black,” leu o goblin com assombro. “Sendo assim está comprovada a legitimidade da criança e a sua pureza de sangue, pelo que cumpre os requisitos para ser considerado candidato a Herdeiro da Casa Prince. Pelo que posso ver o jovem Draco não foi registado como um Malfoy pelo que não está apto a suceder o título de Lord Malfoy, ainda que não entendo o motivo… mas de qualquer forma, quem entende é que entende o que é que se passa na mente dos magos,” murmurou o último mais para si do que para os seus clientes.

 

A segunda gota serviu para aceder aos registos e confirmar que a adoção estava devida e corretamente realizada.

 

“Tudo certinho! Há mais alguma coisa que deseje antes de formalizar o título de Herdeiro?” perguntou o goblin com a sua melhor atitude de profissionalismo.

 

“Sim!” exclamou Walburga. “Agora que está confirmado o seu parentesco com a Família Black, desejo instituir o Draco como meu sucessor.” O goblin assentiu, retomando os preparativos para a cerimónia de oficialização do Herdeiro de duas das maiores fortunas do Mundo Mágico Inglês.

 

Os olhos do goblin brilhavam de felicidade. Juntar o património Prince ao Black era criar um império financeiro em Gringotts, era o sonho de qualquer Head Goblin e o auge da carreira daquele que terminasse como Manager de Conta. Nagnok e Griphook com certeza iriam ao pescoço um do outro assim que fossem informados, uma vez que um deles perderia a maior mina de ouro que já haviam tido a honra de gerir.

 

O goblin pegou em dois cristais élficos e colocou-os nas mãos das matriarcas para seguidamente agarrar numa bracelete de ouro com runas élficas elegantemente cravadas e colocá-la no fino e delicado pulso da criança, que observava tudo atentamente, mas com uma expressão ligeiramente confusa.

 

As runas e os cristais brilharam ao sintonizar para rapidamente desaparecerem numa cortina de fumo, deixando para trás um Certificado de Linhagem.

 

“Parabéns!” exclamou o goblin na direção do menino. “É agora oficialmente o Herdeiro da Casa Black-Prince. Por último, assumo que desejam fazer uma ata dos bens e títulos que a criança irá herdar?” perguntou, recebendo um assentimento das duas mulheres. “Necessito uma gota de sangue do pequeno.”

 

O velho goblin fez aparecer um livro de aspeto pesado e desgastado. Deixou cair a gota na capa do livro e este abriu-se, folheando-se sozinho automaticamente até atingir a página desejada.

 

“Antes de tudo, necessito registar a criança mágica com o nome pelo qual será conhecida e para o qual desejam que a carta de Hogwarts seja enviada,” disse com um tom de voz carregado de seriedade.

 

“Draconis Lucifae Black-Prince” exclamou Severus com um olhar resoluto.

 

O goblin invocou uma pluma de fénix dourado e escreveu o nome indicado.

 

“Muito bem!” exclamou para começar a ler as palavras que iam aparecendo nas páginas do livro, escritas em tonalidades douradas.

 

Nome: Draconis Lucifae Black-Prince

Pai: Severus Tobias Snape, mestiço de linhagem sanguínea da Casa Prince.

Mãe: Sem registo conhecido.

Avó Paterna: Lucrecia Prince, sangue-puro e Matriarca da Casa Prince.

Avó Materna: Walburga Black, sangue-puro e Matriarca da Casa Black.

Estatuto sanguíneo: Sangue-puro

Herança Ancestral: Elemento gelo ― acesso às Câmaras Invernais e direito a dois familiares elementais por contrato de alma.

 

“O facto de o menino ser um mago elemental, reflete-se nos seus rasgos físicos, tais como a cor dos seus olhos e cabelos, tal como podem ver por si mesmos,” explicou o goblin. “O procedimento para obter os seus familiares, poderá ser realizado em qualquer altura a partir da data da Cerimónia da Maioria de Idade ou com o consentimento dos tutores legais a partir do seu décimo aniversário.”

 

Herdeiro da casa Emrys, Casa do Santo Profeta Merlin, por parte da linhagem paterna biológica, Malfoy ― título de Last Dragonlord e a possibilidade de desbloquear a habilidade de domar e comunicar com dragões, Príncipe de Avalon e acesso às Câmaras Emrys e às "Crónicas da Magia e do Tempo".

Herdeiro da Casa Ravenclaw e fundadora de Hogwarts, por parte da linhagem materna biológica, Black ― acesso às Câmaras Ravenclaw e à Biblioteca Suprema, vinte e cinco por cento das ações da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.
Herdeiro da Casa de Hufflepuff e fundadora de Hogwarts, por parte da linhagem Prince ― acesso às Câmaras Hufflepuff e aos Jardins Supremos, vinte e cinco por cento das ações da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

Herdeiro da Casa Black ― acesso às Câmaras Black e magia ritualística sanguínea.

Herdeiro da Casa Prince ― acesso às Câmaras Prince e imunidade a feitiços ofensivos menores.

 

“As propriedades são inúmeras, pelo que a lista é extensa,” concluiu o goblin.

 

“Quem é o meu bebé especial?” exclamou Lucrecia, fazendo cócegas que roubavam alegres gargalhadas ao pequeno no seu regaço. “Quero criar uma nova Câmara Juvenil no nome do Draco com um valor inicial de cinco mil galeões e agregar mensalmente dois mil.”

 

“Concordo!” disse Walburga com tom sério e cortante. “Retire cinco mil galeões da Câmara Principal e mensalmente outros dois mil.” Ao que o goblin assentiu e chamou Nagnok, ordenando que procedesse a realizar os pedidos das duas damas e mandou-o ainda chamar o goblin Griphook.

 

“Griphook…” Estendeu-lhe um pergaminho com uma listagem. “... retira estes bens das suas respetivas câmaras e trá-los, por favor.”

 

“Como deseje, Head Goblin!”

 

Griphook leu a lista por alto e lançou um olhar curioso aos presentes, saindo apressadamente, começando já a traçar um plano para ficar a cargo da conta Black-Prince; visto que sendo ele o Manager da Conta Black, de forma alguma deixaria passar a oportunidade de se tornar o Manager da Conta Black-Prince.

 

Tempo depois, Nagnok regressou e entregou o comprovativo de saldo da Câmara Juvenil de Draco e saiu, quase tropeçando em Griphook, que corria desajeitadamente com cinco cofres entre os seus curtos braços, que tremiam precariamente ameaçando cair ao chão.

 

Nagnok abandonou o recinto, escondendo uma mirada de profundo desdém pelo outro goblin, que segundo ele nunca deveria ter sido sequer promovido a Manager de Conta para começo de história… Demasiado ingénuo e desajeitado para lidar diariamente com investimentos e política. Se de Nagnok dependesse, Gryphook não só perderia a Conta Black-Prince, como seria incapaz de receber quaisquer outras contas para gerir futuramente.

 

“Aqui estão,” exclamou colocando os bens em cima da mesa.

 

“Bom trabalho, Griphook, podes regressar aos teus deveres.”

 

O Head Goblin abriu o primeiro cofre e retirou os anéis que indicavam o Líder da Família Black e o seu Sucessor, que cedeu a Walburga. A matriarca deslizou o anel que lhe correspondia pelo seu dedo médio e colocou o do Herdeiro numa delicada corrente de prata, que colocou à volta do pescoço de Draco.

 

O goblin abriu outro cofre e repetiu o processo com Lucrecia, que deslizou o seu anel no dedo e colocou o de Draco junto ao anel anterior. Dois anéis brilhantes reluziam no peito do menor. O anel Black era de prata com uma esmeralda e o brasão familiar gravado na gema e o anel Prince era de prata com uma ametista com o brasão também gravado na gema.

 

De uma caixa retangular, finamente ornamentada, o goblin retirou uma discreta tiara adornada com pequenas e delicadas safiras, da qual destacava o brasão de Ravenclaw na gema central, ligeiramente maior que as outras. Severus pegou na tiara que o goblin lhe deu e seguindo as suas indicações colocou-a sobre a testa de Draco.

 

“É demasiado grande. As dimensões são para um adulto” disse Severus.

 

“Dê-lhe tempo e verá que tudo se resolve por si só,” disse o goblin para tranquilizar os bruxos.

 

A tiara brilhou levemente, emitindo uma aura azulada e ajustou-se ao diâmetro da cabeça do loirinho.

 

“Como podem ver, a tiara irá alargando à medida que o Herdeiro for crescendo,” explicou o goblin. “Rowena Ravenclaw era uma mulher extremamente inteligente e pesquisou vários feitiços, até criar um modo de que as suas possessões se adaptassem e ajustassem aos seus donos, tal como podem ver.”

 

Draco levou a mão à testa e tocou a tiara coberta parcialmente pelas pontas azuladas dos seus sedosos cabelos.

 

“Tiaras e coroas são coisas de meninas. Só as princesas é que usam este tipo de coisas, papá,” disse o Dragão, fazendo beicinho.

 

“Claro que não, meu príncipe,” disse Severus dando-lhe um beijo na rosada bochechita. “Príncipes também usam coroas ou acaso não te recordas que nos contos de fadas o príncipe que salva a princesa usa uma coroa?”

 

O pequeno cabisbaixo concordou e Severus pegou-o ao colo para o distrair, enquanto o goblin abria uma segunda caixa retangular e retirava uma gargantilha.

 

Walburga pegou cuidadosamente na gargantilha de prata e diamantes negros e aproveitando que a criança estava distraída colocou-a no pescoço albino. Gradualmente a gargantilha ajustou-se à circunferência do pescoço de Draco, quase como uma segunda pele, deixando brilhar os diamantes levemente e reluzindo o brasão familiar de Hufflepuff no diamante central.

 

Por fim, o último cofre foi aberto, deixando à vista uma bracelete de prata com runas da Antiga Religião, a magia ancestral que magos e bruxas como Morgana Le Fay, os druidas durante a época de maior esplendor de Camelot e claro Merlin, praticavam na antiguidade e que persistia até hoje, mas que poucos ou quase nenhuns conheciam.

 

Após oferecer a bracelete ao seu legítimo proprietário, Draco, o Head Goblin fez os cofres regressarem às suas respetivas câmaras.

 

“Estes objetos estão embebidos em magia ancestral, pelo que possuem feitiços de proteção e rastreio para que possam saber sempre onde estão os outros possuidores de objetos mágicos semelhantes entre a mesma casa. Dito seja, a Lucrecia será capaz de rastrear o jovem Draco e vice-versa, o mesmo ocorre com Lady Black e o jovem Draco.”

 

“Seria possível conseguir um objeto semelhante numa das Câmaras Prince para o meu neto Severus? Ficaria mais descansada se o pudesse encontrar sempre que quisesse,” exclamou a matriarca com tom preocupado e amoroso. Parecia que o reinado do Diabo tinha chegado ao fim… Um Dragãozinho tinha conseguido de facto descongelar o coração da Matriarca Prince (ironicamente, visto que o menino era um mago dotado com o elemento gelo).

 

“Claro!” respondeu o goblin.

 

Enquanto isso, Severus pensava que a velha, claro que nunca a chamaria assim na sua cara, só desejava tê-lo vigiado as vinte e quatro horas do dia para que nada acontecesse a Draco, o bebé da família, e que ele não fizesse nada desonroso, segundo ela, para a família Prince, agora que viviam sob o mesmo teto. O Mestre de Poções suspirou exasperado e resignou-se ao seu destino. Se esse era o preço que tinha a pagar pelo bem estar do seu filho, então era isso que faria.

 


 

Em Prince Manor, a manhã apenas despontava e um desfile de tutores altamente qualificados dava início, ao mesmo tempo que começavam as entrevistas de trabalho.

 

“E diga-me, Sr. Lockhart, quais são as suas habilitações e referências?” perguntou Walburga.

 

“Como com certeza terão lido nas minhas obras, a minha especialidade é no Combate Contra as Artes das Trevas,” exclamou o loiro com orgulho, movendo os seus cabelos cacheados com a mão direita e lançando um sorriso encantador na direção das matriarcas, tentando a sua melhor tática de sedução contra quem pensava ser as suas futuras empregadoras, imaginando já o rio de ouro que receberia em breve como pagamento pela prestação dos seus serviços.

 


Poucos instantes depois, foi possível ver um muito indignado e extremamente insultado Gilderoy Lockhart abandonar a residência da família Prince.

 


 

Contra todos os prognósticos, Remus Lupin compareceu à entrevista. Severus estava um pouco preocupado com a possibilidade de ter um licantropo a ensinar o seu filho, mas não podia negar que até à data era o tutor mais qualificado que encontrara.

 

Walburga e Lucrecia tinham chegado a consenso, de que Severus prepararia a poção matalobos, quisesse este ou não. Por via das dúvidas e não querendo que a existência de Draco chegasse a ouvidos indesejados, ou seja, Albus Dumbledore e os seus planos estratégicos pelo "bem maior", Remus foi contratado com a condição de consentir na realização de um Juramento Inquebrável. Dito e feito, Draco já possuía um professor de Defesa Contra as Arte das Trevas.

 


 

Após várias entrevistas descartadas pelo Mestre de Poções, Severus concluiu, sem direito a reclamação, que ninguém além dele estava apto a ensinar, a nobre e delicada, arte da elaboração de poções.

 

As entrevistas para professor de Encantamentos e Feitiços iniciou-se na manhã seguinte.

 

“Srta. Vanity, tenho entendido que estudou junto ao meu neto Severus,” disse Lucrecia, ganhando um olhar incrédulo e culpado por parte da mulher.

 

Emma Vanity havia sido uma orgulhosa serpente, dois anos mais velha que Severus Snape; esta tinha sido uma das muitas pessoas, que havia denegrido o Mestre de Poções, ao descobrir que este era um mestiço, mas agora, resultava que descendia de uma família de renome muito mais poderosa do que a sua. Emma estava em pânico só de imaginar as possíveis repercussões das suas ações passadas. Qualquer pessoa que se preze, sabe que nunca se ofende a família Prince.

 

“É correto!” respondeu com a voz aguda e miudinha.

 

“Vejo que tem ótimas referências, se tudo estiver bem gostaria começasse na próxima semana.”

 

A mulher assentiu timidamente e rezou para que Severus não guardasse rancor pelo que ela fizera e dissera em Hogwarts. Contribuir para a educação do Herdeiro das Casas Prince e Black era uma adição muito boa para o seu currículo e dar-lhe-ia uma credibilidade que não obteria de nenhum outro modo.

 


 

A manhã seguinte trouxe um novo desfile de homens e mulheres das mais variadas idades em busca da oportunidade do trabalho de uma vida.

 

“Amos Diggory, não esperava ver-te aqui!” exclamou Lucrecia alegremente. “Acaso precisas de trabalho? Não me digas que a tua esposa já te levou à falência com todas as suas extravagantes e exuberantes compras?!” brincou a morena com um sorriso traquina.

 

“Não, mas gosto de ensinar e ambos sabemos que o velho e bom Binns nunca deixará de ensinar em Hogwarts.” Os dois amigos riram em uníssono. Ambos se conheciam pelos negócios que as famílias dividiam em parceria.

 

“Entendo,” disse a matriarca com um olhar analítico, “e tens referências anteriores?”

 

“Ensinei os filhos de alguns primos, posso passar-te os contactos se quiseres.”

 

A mulher assentiu e saiu para confirmar as referências de Amos, regressando poucos instantes depois.

 

Ao concluir o Juramento Inquebrável, nem louca deixaria um Hufflepuff bisbilhotar a sua casa sem se assegurar antes, Draco obteve um novo professor.

 


 

Uma semana tinha passado a voar e ainda não haviam contratado todos os tutores necessários. Afinal, só os melhores entre os melhores poderiam ensinar o Jovem Dragão.

 

Enquanto isso, os novos tutores encontravam-se a realizar as preparações para as suas aulas e discutir os seus respetivos contratos com as suas empregadoras, deixando o pobre Severus a dirigir as restantes entrevistas em tempo recorde.

 

Ao cair a noite desse sábado, Severus havia contratado Evan Rosier como instrutor de Transfiguração e administrado-lhe um Juramento Inquebrável, apesar de ser de longe o mais qualificado para a tarefa, este era um Death Eater, pelo que automaticamente perdia a qualidade de pessoa de confiança.

 

Ao finalizar o fim de semana, Severus tinha decidido contratar Lucinda Talkalot, como instrutora de Astronomia e Aritmancia, devido ao curto espaço de tempo que restava e a que a ex-Slytherin fosse versada em ambas matérias.

 

Após descartar vários possíveis tutores, Lucrecia Prince decidiu ensinar ela mesma Finanças e Gestão.

 

Seguindo a linha de pensamento da amiga, Walburga Black optou por ensinar Etiqueta e Runas Antigas.

 

No início da semana seguinte, realizariam uma reunião para expor as peculiaridades de Draco e decidirem os horários e planos de estudo.

 


 

A reunião estava a decorrer na Sala de Negociações da Mansão Prince.

 

“Bom dia, meus caros senhores e senhoritas,” exclamou Lucrecia plena de boa-disposição, algo que era considerado mais assustador do que o seu humor passado, quando os seus conhecidos disfarçadamente lhe chamavam diabo pelas costas. “Penso que devemos começar com as devidas apresentações, embora alguns de vós já se conheçam, penso que é de bom tom que se apresentem entre si,” disse piscando um olho galantemente.

 

A matriarca Prince havia mudado após anos de convivência com Draco. Era mais aberta e alegre, mas acima de tudo, era ainda mais sedutora do que fora nos seus anos de juventude. Severus duvidava seriamente que a mulher fosse ficar solteira durante muito mais tempo. Os pretendentes tinham começado a atolar-se aos pés da Matriarca Prince e esta estava a tomar o seu merecido tempo a considerar os prós e contras de cada um.

 

“Bom, comecemos por este lado,” apontou para Amos, “e continuemos nessa direção.” Fez um gesto com a mão a abarcar os restantes tutores. “Podes começar, Amos, querido.”

 

O homem de cabelos castanhos claros levantou-se e limpou a garganta antes de iniciar a sua apresentação.

 

“O meu nome é Amos Diggory e estou a cargo da aula de História da Magia,” disse para sentar-se de novo no seu assento.

 

“Sou Evan Rosier e irei ensinar Transfigurações.”

 

“Remus Lupin. Estou a cargo de Defesa Contra as Artes das Trevas,” disse o ex-Gryffindor.

 

Moony estava que se roía todo, por culpa da curiosidade, que envolvia o mistério sobre o seu futuro estudante. Ainda não o tinha conhecido, nem sequer lhe haviam dito o seu nome. Estava à beira de se pôr a saltar e a gritar por uma resposta.

 

Além disso, que fazia Snape ali? Como é que ele conhecia aquelas pessoas tão importantes? Mas acima de tudo, qual era o motivo para lhe exigirem um Juramento Inquebrável como cláusula obrigatória no contrato?

 

“Emma Vanity. Encantamentos e Feitiços,” disse a mulher cabisbaixa com uma voz fininha e baixinha, tentando passar despercebida por Severus.

 

“Sou Lucinda Talkalot e vou ensinar duas disciplinas, Aritmancia e Astronomia.”

 

“Bom, agora que já se conhecem, o meu nome é Lucrecia Prince e devido à falta de pessoas qualificadas, decidi que ensinarei eu mesma Finanças e Gestão.”

 

“Eu sou Walburga Black.” Remus deu um pulo na cadeira, devido a que não se tinha apercebido da presença da mãe de Sirius. “Ensinarei Runas Antigas e Etiqueta, à falta de quem o faça, e não estou disposta a deixar um bando de inúteis instruir o meu Herdeiro.” O lobo levantou a cabeça de repente e quase de maneira dolorosa.

 

“Sou Severus Snape. Como as Ladies disseram; o resto dos candidatos eram lixo, pelo que estou a cargo de instruir a Nobre Arte das Poções.” O queixo de Remus cedeu à força da gravidade e Emma encolheu-se ainda mais no seu assento.

 

“Agora, regressando ao que importa, Severus, onde está o Draco?” perguntou Lucrecia, gargalhando-se interiormente pelas reações daqueles dois tutores.

 

“Deixei-o ao cuidado de Penny.”

 

“Penny!”

 

“Sim, Ama! O que Penny pode fazer pela Senhora?” perguntou a elfa em tom serviçal.

 

“Chama o Amo Draco. Está na hora de conhecer os seus futuros tutores.”

 

A elfa fez uma reverência e desapareceu. Pouco minutos depois, o loirinho apareceu pela porta todo sorridente.

 

“Avó Lucy!” exclamou o menino, abraçando a matriarca.

 

“Este pequeno é Draconis Black-Prince, o vosso novo estudante. O meu Pequeno Dragão é um mago muito poderoso, com afinidade ao elemento gelo. Espero que façam tudo ao vosso alcance e mais ainda, para ajudar o meu bebé a dominar as suas habilidades… Oh! E tentem não acabar congelados! Seria muito trabalhoso ter de refazer todas aquelas aborrecidas entrevistas,” concluiu com um sorriso maquiavélico.

 

Os instrutores estavam entusiasmados de poder ensinar um mago elemental, mas a advertência de Lady Prince ainda pairava sobre as suas cabeças, fazendo-os tremer ligeiramente. Realmente corriam o risco de serem congelados!?

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