
Capítulo Oito
Harry olhou pela janela, acompanhando o olhar de Draco. A neve caía lentamente, cobrindo o chão com uma camada branca e macia. O silêncio do quarto era quebrado apenas pelo som suave do vento lá fora. Harry suspirou e voltou a olhar para Draco. Ele parecia tão distante, tão alheio ao que acontecia ao seu redor.
— Por que você está sempre olhando para a janela? — Harry perguntou acariciando com a palma da mão e de forma carinhosa o peito de Draco coberto pela camisa do pijama
— Eu gosto da neve. — Draco disse sem tirar os olhos da janela. Harry olhou para seu rosto, vendo seus olhos cinzas brilharem. — É bonita.
— Eu também acho a neve bonita, mas também... triste. — disse Harry. — É solitária.
Draco, ainda sem tirar os olhos da janela, respondeu baixinho:
— Talvez seja por isso que eu gosto tanto dela. E porquê ela nunca muda. — a voz de Draco era suave, quase um sussurro, enquanto ele mantinha os olhos fixos no mundo lá fora.
Harry franziu o cenho, confuso, mas curioso.
— Nunca muda?
Draco respirou fundo, como se as palavras fossem difíceis de serem ditas, mas precisassem ser colocadas para fora.
— Sim. Não importa o que aconteça, o quão caótico ou confuso tudo ao meu redor se torne… A neve sempre cai da mesma forma. Sempre branca, sempre fria, sempre… igual.
Harry continuou em silêncio, percebendo a profundidade por trás das palavras. Ele sabia que Draco não era do tipo de compartilhar seus sentimentos com facilidade, e isso tornava o momento ainda mais raro.
— Às vezes, eu sinto como se estivesse preso em uma tempestade que nunca para. — Draco finalmente desviou o olhar da janela, e Harry pôde ver o brilho nos olhos cinzentos dele. — O tempo… As pessoas… Tudo parece tão confuso. Eu esqueço as coisas, perco a noção de onde estou ou do que estou fazendo. É como se o mundo ao meu redor estivesse constantemente mudando, me deixando para trás.
Ele fez uma pausa, a garganta visivelmente apertada, antes de voltar a olhar para a janela.
—Mas a neve… Ela nunca faz isso. — Draco murmurou, mantendo os olhos fixos na janela. — Ela é constante, silenciosa, previsível. Não me confunde. Não me deixa perdido.
Ele sabia que suas palavras soavam estranhas, talvez até infantis, mas não conseguia expressar de outra forma. A neve era a única coisa no mundo que parecia inalterada, imutável, enquanto tudo ao seu redor escorregava pelos dedos como areia.
Harry se mexeu ao seu lado, mas Draco não o olhou. Sentiu a mão dele tocar a sua, um gesto hesitante, quase tímido, mas firme.
— Você não está sozinho, Draco. — disse Harry, a voz baixa e estável. — Eu estou aqui.
Draco queria acreditar. Queria confiar naquele “eu estou aqui”, mas as palavras se perdiam no ruído de sua mente. Ainda assim, não afastou a mão de Harry.
Por um momento, ficou apenas encarando a neve, buscando algo no seu movimento, algo que pudesse entender.
— Às vezes…, — ele começou, sua voz tremendo levemente. — parece que a neve é tudo o que me resta. É fria, mas… me faz lembrar que algumas coisas ainda podem ser… claras. — ele respirou fundo, sentindo o peito apertado. — Só que agora… parece que até isso está se afastando.
Harry apertou levemente a mão dele. Draco não precisou olhar para saber que o outro garoto ainda estava ali. Era estranho como o simples peso da presença de Harry conseguia trazer algo próximo de calma.
— Não vai se afastar. — Harry disse.
Draco olhou para Harry, com uma mistura de surpresa e gratidão nos olhos. Ele sentiu que, de alguma forma, aquelas palavras tinham mais peso do que qualquer outra coisa que Harry pudesse ter dito.
Eu sei, eu sei, demorei muito tempo, mas, ei, eu voltei.
Peço perdão, eu não estava em uma fase boa e, mesmo que a história já esteja toda pronta, eu ainda preciso traduzir, e isso demanda um certo tempo.
E eu sei que esse capítulo é curto, mas vou tentar (não vou prometer nada) postar amanhã mesmo mais um capítulo.
Agradeço a paciência.
Enfim, NÃO SE ESQUEÇA DE CURTIR, COMENTAR E COMPARTILHAR PARA AJUDAR.
Até o próximo capítulo!