
Dezembro, 1997.
Dezembro, 1997.
Ouviram um alto barulho de aparatação.
Correram até a porta da frente da Mansão Grimmauld.
Harry tentou sair para ver o que acontecia, mas foi impedido por Arthur Weasley.
Hermione puxou sua varinha do bolso falso em sua cintura, enfeitiçado com um feitiço expansor. Ronald fez questão de segurar em sua mão livre, se aproximando da porta da cozinha antes dela.
Não teve tempo de ver o que acontecia. Os adultos não deixavam. Foi com Ron em direção à janela, tentando entender a confusão que acontecia do lado de fora.
- Ninguém deveria conseguir aparatar aqui.
Concordava com Rony. Em partes.
A casa pertencia aos Black. Todos os Black conseguem aparatar ali, independente de quantos feitiços de proteção colocassem no local.
Avisou para eles que seria uma ideia ruim usar aquela casa depois da morte de Sirius. Mas ninguém ouviu.
Sabia que Bellatrix, Narcisa e Draco ainda poderiam aparecer ali. Mas teriam de ir sozinhos, não valeria a pena.
Olhou pela janela, tentando entender mais uma vez o que acontecia.
- Snape! - gritou Bill Weasley, com um tom de voz desesperado. - Precisamos de ajuda! Pai!
Finalmente conseguiu focar o olhar. Malfoy estava do lado de fora.
Olhou diretamente em sua direção. Sua aparência estava melhor. Estava menos magro. Mas seu rosto estava completamente coberto por sangue. Seus cabelos, quase brancos, carregavam manchas vermelhas.
Viu Tonks sair.
Ela estava grávida de quatro meses. Lupin saiu atrás. Tonks gritou alguma coisa, mas Draco não deixou de encarar Hermione nem por um segundo, mesmo enquanto respondia a prima.
Fraco. História. Maio. Mãe.
Conseguiu identificar algumas palavras que foram faladas, sem contexto nenhum.
Ronald olhou para ela, sem entender o que acontecia. Nenhum deles entendia. Ron andou até a janela ao lado, tentando descobrir para qual deles Malfoy olhava, facilmente percebendo que a fascinação era com Hermione.
Viu a fumaça preta tomar conta do corpo de Draco, enquanto a máscara preta cobria sua face. E ele evaporou, junto com a névoa escura, como os outros comensais.
Bill e Charlie entraram na sala, carregando um corpo ensanguentado.
Percy Weasley.
Percy estava desaparecido há semanas. Honestamente, Hermione chegou a cogitar que ele tivesse finalmente cedido aos desejos do chefe do ministério e tivesse se juntado aos comensais.
Não confie em nenhum puro-sangue.
As palavras de Malfoy ecoavam em sua cabeça todas as vezes em que via Molly Weasley chorando pelo filho na cozinha.
- Draco o salvou. - Tonks entrou na sala, puxando a varinha e começando a efetuar feitiços de cura.
Molly chorava em cima do corpo inerte do filho. Percy estava vivo, mas claramente havia sido torturado nos últimos dias. Tinha algumas cicatrizes já fechadas em seus braços, provando o fato.
- Disse que Voldemort mandou que eles entregassem o… O corpo de Percy aqui. Como uma mensagem.
- Mas ele está vivo! - disse Gina, chorando ao lado da mãe. - Não o mataram. Ainda.
Snape entrou na sala, segurando várias poções diferentes. Olhou com nojo para o corpo na mesa, antes de começar a curá-lo.
- O que Malfoy quer em troca? - Questionou Harry, um pouco mais calmo. - Duvido que seja de graça. Nenhum sonserino faz nada sem receber algo em troca.
Snape soltou um risinho irônico.
- Os Greengrass. - disse, com sua voz grossa e fria. - Não é isso, Tonks? Draco quer que protejam os Greengrass.
Sentiu o estômago revirar. Draco Malfoy acabou de salvar a vida de um Weasley em troca da família da sua namorada?
- Sim. - respondeu Ninfadora. - Ele disse que você-sabe-quem está fraco. Que a guerra não passará de Maio. Pediu que… Mamãe perdoe Narcisa. - ela olhou para a mãe, Andrômeda.
Ele estava arrependido. Sabia disso.