we can't be friends

Harry Potter - J. K. Rowling
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Maio, 1996. 

Maio, 1996. 

 

- O que estava fazendo com Malfoy? - a voz de Harry Potter preencheu o ambiente vazio. 

Harry estava sentado em um dos sofás da sala comunal, segurando a varinha em lumus e o mapa do maroto. 

- Rondando o castelo? - perguntou de volta.

No dia em que beijou Malfoy, foi correndo para o salão com medo de alguém a ver, de alguém perguntar por que estava tão atônita. Isso não aconteceu. 

Hoje estava tranquila. Honestamente, não tinha feito nada demais. Nada. 

- Durante três horas? Um do ladinho do outro? - questionou novamente. 

- Harry! O que houve? Eu rondo o castelo todos os dias com ele. Ronald faz a ronda com Cho Chang, você questiona ele também? 

Sabia que citar Cho era um gatilho para Harry. Eles não tinham conseguido se alinhar no último ano. Mas insinuar que ela e Malfoy estavam fazendo algo, também era absurdo! 

Não tão absurdo assim. Mas Harry não sabia da história toda.

- Você ronda todos os dias no mesmo andar que ele. Não junto com ele. Eu já tinha visto vocês andando lado a lado, mas hoje vocês estavam colados! Agora pouco! - gritou.

Alguns quadros resmungaram, afirmando que já era tarde. Hermione buscou a varinha, lançando um feitiço abafador de barulhos enquanto pensava no que iria responder. 

- Não adianta mentir, Hermione. O nome de vocês estava tão perto que um ficou em cima do outro. 

- Eu tropecei no começo da escada. - mentiu. Odiava mentir, principalmente para Harry. Mas não sabia como explicar a pseudo amizade que tinha com Malfoy. Lembrou que tinha subido os primeiros degraus da escada antes de descer novamente e se aproximar de Malfoy. Rezou para que, no mapa, tivesse sido convincente. - Eu caí de cara no chão. Por incrível que pareça, Malfoy teve a decência de me ajudar. 

Harry pareceu levemente convencido. O fato de Hermione quase nunca mentir para ele, ajudava na credibilidade. 

- Eu não aguento mais, Mione! Não aguento mais! Ele está em todo lugar. Tom não me deixa em paz. Quando vi você com Malfoy… Pensei tantas coisas. Pensei que ele tinha te enfeitiçado. Para te levar para você-sabe-quem. Pensei… 

- Eu nunca ajudaria nenhum deles, Harry. - respondeu seca, inconformada com a possibilidade de Harry sequer pensar em um mundo onde Hermione Granger, nascida trouxa, pudesse ajudar Voldemort. - Prefiro morrer. 

- Talvez a morte seja o destino. - rebateu, sem olhar para ela. 

Viu o amigo jogar a cabeça para trás, segurando as lágrimas. Era tão injusto que todos eles tivessem que passar por aquilo, em especial Harry, que tinha acabado de perder a única figura familiar que já teve em toda sua vida. 

Sentou-se ao lado dele, colocando uma das mãos sobre a do amigo. 

- Ele não vai descansar enquanto eu estiver vivo. Vocês não estão a salvo enquanto eu estiver aqui. 

- Pessoas como eu não estão a salvo de jeito nenhum enquanto ele estiver vivo, Harry. Sabe que você é o alvo principal, mas seu objetivo é matar todos aqueles que não são puros. 

Não queria que o amigo colocasse na cabeça a ideia de sumir. Sabia que Harry daria a vida para salvar os outros, mas isso não resolveria nada na situação atual. Precisavam pensar em um jeito de parar Tom Riddle, não um jeito de se esconderem. 

- Malfoy não é um comensal. - sentiu as palavras saírem de sua boca automaticamente. 

Harry a olhou, esperando uma explicação. 

- Quando… Quando eu caí, ele me ajudou. Eu segurei o braço dele e a manga da blusa acabou subindo. Não tem marca negra, Harry. Sabe que a marca negra não pode ser escondida por nenhum feitiço. Ele fez isso de propósito, para que nenhum comensal nunca o traísse. 

- Ainda. Ele não tem a marca ainda. 

Ficaram ali por mais alguns minutos. Tudo que Hermione queria era poder tirar um pouco do peso que Harry carregava nos ombros. 

- Espero não estar atrapalhando. - A voz de Ron se fez presente, quando Hermione já estava quase dormindo. Ela estava apoiada com a cabeça nos ombros de Harry, que dormia de vez. O feitiço abaffiato ainda estava ativo, então podiam conversar sem atrapalhar o sono dos quadros. 

- Ron! - sussurrou. - Deixe-o dormir. Ele não está bem. 

- Sei. - disse, mal humorado. - Edwiges trouxe uma carta de Lupin. Acorde-o quando achar melhor. 

- O que foi agora, Ronald? - questionou. Nas últimas duas horas tanta coisa aconteceu, que não sabia nem como lidar com o ruivo desta vez. 

- Não foi nada. Só acho que se vocês dois vão ficar dormindo coladinhos, seria interessante contar, você sabe, para minha irmã, que Harry está comprometido. 

- Comprometido? Ronald, não seja ridículo. A única pessoa que estava no caminho de Harry e Gina era Cho, que não está mais. Como ousa me acusar disso? Sabe que nós três somos amigos há cinco anos! Apenas amigos! E que Gina é minha melhor amiga! 

- Apenas amigos? - questionou. Tinha que concordar com os comentários maldosos de Draco Malfoy: Ronald Weasley era o grifano mais covarde que já havia conhecido. Não tinha nem coragem de perguntar o que realmente queria saber. 

- Apenas amigos, Ronald. Nós três. É isso que somos. 

Levantou, encerrando rapidamente o feitiço de proteção contra os sons e saiu batendo o pé. Sabia que Harry acordaria, mas era a vez dele lidar com Ron. 

Quando deitou na cama, só conseguia pensar que não via a hora de ir para a ronda amanhã e contar para Draco Malfoy a última que seu amigo aprontou.  

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