Eu Só Sei Que Amei, Que Amei, Que Amei

Harry Potter - J. K. Rowling
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Eu Só Sei Que Amei, Que Amei, Que Amei
Summary
Onde Remus Lupin odeia sua faculdade, seu curso, seus colegas de classe riquinhos e principalmente o cara recém transferido que se recusa a conversar com qualquer um. Mas é obrigado a trabalhar com ele em um projeto e descobre que, apesar da cara fechada e da pose de marrento, Sirius Black pode não ser tão fútil como parecia.OuOnde Sirius Black é gago e não pode falar com seu crush da nova faculdade sem parecer patético.
Note
Oioi!!Espero que gostem!Desculpe qualquer erros e se faltou algumas tag, podem comentar!
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Capitulo 4 - O melhor cappuccino do mundo

Remus trocou de roupa 6 vezes antes de ficar dormindo demais até para se olhar no espelho. Se ele não saísse naquele minuto, iria perder seu ônibus e toda a ansiedade seria desperdiçada. Mas ele ainda passou pela cozinha e separou alguns lanches a mais que o costume, tendo que deixar uns cadernos no balcão para caber tudo na mochila. 

 

Remus Lupin: seu motorista leva a gente? ou sua alteza mimada pega ônibus? 

 

Black: Adoraria não tem conforto de um transporte público, mas ele nos seguiria de qualquer jeito então… 

Já tá chegando? 

 

Remo Lupin: 10 min 

 

Remus não pode evitar o sorriso que passou pelo seu rosto ao ver que Sirius o respondeu imediatamente. Um dia ele obrigaria Sirius a pisar num ônibus. E nesse dia, ele seria o homem mais feliz do mundo. 

Quando ele chegou, Sirius estava do outro lado da rua, usando uma bermudão jeans preta, uma regata preta que deixou suas tatuagens à mostra e… piercings? Sirius Black tinha piercings no mamilo? Porra. Remus precisou engolir a seco e respirar fundo antes de se lembrar de olhar para os lados para atravessar a rua. Mas se ele fosse atropelado olhando para Sirius, seria justo. Ele estava encostado no carro preto, levantando seus óculos escuros enquanto Remus chegava até ele. Todas as palavras sumiram da cabeça de Remus ao se aproximar. 

— Q-qual destino de... hoje, capitão? — Sirius encarou ele com um sorriso no rosto. A boca de Remus seco. Se um dia ele duvidou que se apaixonaria de novo, hoje ele verá o que estava errado. Remus piscou um pouco antes de entender a dica de entrar no carro. — Remo…? 

— Hm, é, sim, aqui. Deve ter um pouco de trânsito agora por causa do horário. — Remus esticou o celular para o motorista, mas sem tirar os olhos de Sirius. Maldita distração. 

A viagem correu em silêncio, um rádio baixo tocando MPB enquanto Sirius olhava o caminho provavelmente perdido e Remus encarava ele, sem poder se ajudar. A mão de Sirius correu discretamente pelo assento, subindo pela coxa de Remus para pegar a dele. Tudo isso sem tirar os olhos da janela. Remus parou de mexer a perna para cima e para baixo, segurando a mão dele. Graças aos céus a viagem era curta, Remus provavelmente não poderia beijar Sirius na frente de seu motorista e ele estava realmente se segurando agora. 

— Vamos dar uma…volta? Hm, eu ligo… mais tarde. — Sirius fala se empurrando para fora do carro. Remus imita, sentindo o mormaço atingir imediatamente. 

Eles pararam bem onde Remus queria, bem nas palmeiras. Remus tirou a câmera que Lily deu a ele no último natal da mochila e clicou bem na hora que Sirius se virou com um sorriso no rosto. Remus também está incapacitado de se segurar. 

— Você está bem? 

— Você está lindo. — Remus respondeu baixando a câmera, apenas para encontrar as bochechas de Sirius vermelhas. — Desculpa, minha mãe deu mais educação que isso. Bom dia, Preto. — e sorriu, estendendo a mão para Sirius, que para seu crédito, bufou puxando ele pra frente. Sirius precisou ficar nas pontas dos pés para alcançar a boca de Remus, então ele segurou sua cintura para equilibrar melhor os dois. A boca de Sirius tinha gosto de menta e nicotina, seus lábios eram macios. A mão livre de Remus escovou o cabelo de Sirius, finalmente matando a curiosidade de sentir quão macios seus fios eram. E eram bem macios. 

Quando eles se afastaram, ambos tinham um sorriso bobo no rosto. 

— B-bem… Hm, onde…? N-nós vamos? — Sirius é o primeiro a falar, tirando Remus do transe. 

— Você já tomou café? Pensei em sentarmos e comer uns croissants de doce de leite que minha mãe fez para a padaria… — Pela forma que os olhos de Sirius brilharam, a resposta foi não para o café da manhã. A praça estava cheia de bancos na sombra, então não demorou muito para que eles achassem um bom. Remus jogou a mochila no chão e jogou um pote com os croissants colocando entre eles. Depois de um pão de queijo e o último, uma garrafa térmica. — Essa é minha especialidade no café, Lily fala que sou o melhor fazendo cappuccino. Se você estiver ruim, reclame com ela. — Remus sorri entregando um pouco para ele. 

— N-não esperava você..faça isso, Remus! Obri..brigado. — Sirius fechou os olhos com força, tentando pronunciar a última palavra. Mas Remus já tinha um sorriso envergonhado no rosto e só prestou atenção no biquinho dele, quase indo beijá-lo naquele momento. 

— Eu falei que recompensaria… — Remus veio um pão de queijo. — Então… um detetive secreto? — Ele arqueia uma sobrancelha para Sirius, que bebe um pouco da sua bebida. 

— Isso é realmente uma delícia, Lily, seja lá q-quem for, está cert-ta! 

— Ela é minha melhor amiga, nos conhecemos desde crianças. — Remus pediu, Lily era facilmente uma das pessoas mais importantes na vida dele. 

— D-detetive secreto então… Hm, é- é uma história gra-grande… — Sirius parece que queria ter certeza de que Remus estava disposto a ouvi-la. Remus, por sua vez, incentivou-o a seguir. — Minha família é de São Paulo, m-mas desde os 11 anos fui para Hogwarts, uma e-escola do Rio, para estudar. É a m-melhor do Brasil, e meus pais querem o m-melhor sempre. Foi lá que conheci James, ele é minha Lily… — Eles se entreolham com um pequeno sorriso. — M-mas aos 15 eu comecei a descobrir que go-stava de ga… de garotos. Era um colégio interno, eu tinha algumas folga deles dele mas… Qu-quando eu estava me formando…— Sirius faz uma pausa, come um pouco e bebe mais também. Remus não sabia que ele estava tentando ficar calmo ou só com fome. — tinha 18 anos quando eles descobriram. Eles sabiam que James estava me protegendo. P-passava as férias na casa de praia deles. Em Búzios, não sei se conhece… — Remus acenou qualidades, Sirius contínuo— Be-bem.. levei um cara pra lá… Fabian, o nome dele. Ele foi o meu primeiro amor. — Sirius convidou e Remus perceberam que ele estava mais confortável, apesar da história ficar mais triste a cada frase. — Foi minha primeira vez, n-não sei como, mas m-eus pais descobriram e tinham fotos… 

— Sirius… — Remus sussurrou, já imaginando o fim da história. Sirius só sorriu pra ele, mas seus olhos eram tristes. 

— Nunca mais vi Fab, nunca m-mais… — Ele pigarreou, olhando para seu copo que estava praticamente vazio. — Eles me avisaram, diss-disseram que se eles soubessem de mais problemas, eu estava ferrado. Não poderia mais sair. Foi aí que Kreacher, o motorista, entrou. Ele d-deve estar escondido em algum lugar agora… — Sirius olha ao redor, procurando. Remus faz o mesmo. — Eu não pude voltar para São Paulo, então eles me colocaram na PUC do Rio. 

— Caralho, Sirius… 

— Pelo menos você não acha que sou um riquinho mimado agora? — Sirius sorriu de novo, mas Remus odeia esse sorriso forçado agora. 

— Não posso te beijar então? — Ele sussurra, guardando os potes. 

— Aqui é me-melhor não… — Remus sorriu pela primeira vez desde que Sirius começou a falar e se levantou. Sirius parece confuso, mas segue. 

Eles seguem até a parte de trás do museu, assim que estão na sombra Remus prende Sirius na parede, coloca uma mão um pouco acima da cabeça de Sirius e sorri. Sirius puxa a cintura dele, grudando seus corpos e se esticando para beijar Remus, que recua. Os dedos longos de Remus passam no cabelo de Sirius, tirando o rosto dele. Sirius suspira de olhos fechados. 

— Depois do Fabian…? — Remus pega no ouvido de Sirius, deixando um beijo. 

— Algumas meninas, quase nenhum menino nesses 3 anos… E desde novembro… Ninguém. — Sirius fala devagar, sem gaguejar. Remus quer beijá-lo. 

Então ele o faz. Remus segura o maxilar de Sirius para cima, emparelhando um pouco antes de beijá-lo de verdade. Quando suas línguas se encostam, Sirius geme fraco, puxando Remus para mais perto. Então Remus deixa Sirius beijá-lo o quanto quiser, até faltar ar nos pulmões, até mudar sua mão do maxilar para a nuca dele, até os dedos de Sirius se enrolarem na camisa de Remus. 

— Acho… q-que é sua vez agora…? — Sirius fala um pouco ofegante. Remus ri. 

— Hm? O que? 

— Conte-me sua história, Lupin. 

— Vem, quero te mostrar o museu também. — Remus se afastou, quase puxando Sirius pela mão, mas desistindo no último segundo. Ele olhou ao redor antes de ir andando até o museu. — Eu era jogador de basquete no ensino médio, só namorei depois que minha promissora carreira terminou. Durou um ano, o nome dela era Marlene, mas ano passado ela terminou tudo com uma mensagem que dizia: “estou indo fazer um mochilão. Faculdade não é pra mim, Minas também não. Talvez o Rio seja.” E fim. Acho que ela não gostava tanto de mim assim. — Remus dá de ombros virando para olhar Sirius pela primeira vez desde que começou a andar. 

— Quem termina assim? 

— Ela sempre foi assim… um pouco seca, mas eu realmente não me importava. Ela beijava bem. E fazia outras coisas com a boca. — Remus bufou uma risada. — Não namorei com mais ninguém desde então. Lily vive dizendo que deveria sair mais vezes mas… é difícil. Quando comecei a sair com Marls foi em um momento difícil, e ela fez eu me sentir… Bem. Confortável. E não tinha muita gente nova para eu conhecer… Até você. 

Quando Remus terminou de falar, eles já estavam vendo as exposições do museu. Remus explicou um pouco da história da cidade para Sirius, que parecia não ouvir mais nada. 

—Sirius? Fala alguma coisa… O que está acontecendo? — Sirius não falou nada até eles saírem do museu. O sol já estava alto no céu agora, o tempo deles estava quase acabando. 

— N-não, hm, eu só… 

— O que? 

— Meus pais me mandaram para cá para eu não ficar com caras. Me mandaram porque meu irmão tava entrando na PUC-RJ cursar sei lá o que e não poderia ter a influência do irmão… problemático. — Sirius parou de andar, olhando para Remus de um jeito estranho. Ele não sabia o que estava acontecendo. 

— Sirius, eu não estou entendendo. 

— Eu preciso c-cuidar dele, Remus… ele é o único que ainda me prende a essa família… preciso cuidar dele. 

— Você está me dizendo que não podemos mais…? 

— Não posso correr o risco de perdê-lo… 

— Mas pode viver com pais homofóbicos e ser vigiado todo santo dia? — provavelmente Remus estava sendo grosseiro demais, mas que porra? Ele se sentiu um pouco egoísta ao descobrir que a primeira pessoa que se interessou em um ano não poderia ficar com ele. Não era justo, nem para Sirius, nem para seu irmão e nem para Remus.

— V-você não sabe o que está falando… 

— Não estou te pedindo em namoro, porra, mas vai viver se escondendo até quando? Você já é adulto. — A voz de Remus era mais frustrada que irritada, mas ainda assim…

— Eu sei disso, porra! E não sei por que caralhos ele não sai da porra daquela casa mas eu sou o irmão mais velho! — Sirius estava gesticulando muito agora, sua voz embargando e Remus não sabia o que fazer. — Eu deveria cuidar dele, mas ee-... E-eu NÃO ESTAVA LÁ!

Sirius estava à beira das lágrimas agora. Remus se arrependeu instantaneamente. Quem ele pensou que era para julgar Sirius assim? Ele tinha suas merdas, assim como Remus tinha as dele. O mundo não era um lugar legal, Remus sabia bem disso. 

— Desculpa, Sirius… Eu nem sabia que você tinha irmão… Eu não sei como é. —Remus suspira, sem saber o que fazer. Ele coça a nuca enquanto olha para os pés. Sirius enxugou os olhos. — Vamos ser amigos. Sem que seu motorista desconfie e finalize nosso projeto. Quando o semestre acabar… Você volta para seu irmão e eu… Bem, sigo a vida.  

O combinado funciona para Sirius, que estende a mão para Remus. É o aperto de mão mais estranho que Remus já fez. Mas é o suficiente para ele. 

Logo o carro de Sirius estava ali e eles se despediram. Esse foi o primeiro e último encontro mais estranho da vida de Remus. Um suspiro saiu dele quando voltou para o ponto pesado de ônibus, seus dedos traçando os lábios que Sirius já experimentou. Era ridículo, ele não poderia se apaixonar tão rápido mas… É sempre alguma coisa sentida desejada e já fazia algum tempo, então não o culpe.

Era ridículo que quando Remus finalmente gostava de alguém, ele era tão fudido ou até mais fudido que o próprio Remus. E eles nem podem ficar juntos… 

Mas Remus falou sério quando propôs uma amizade, então… 

 

Remus Lupin: deveria ter ido no banheiro antes de sairmos do museu, agora tenho que esperar mais de uma hora pra mijar

 

Black: Pobre é foda, nem da pra parar no meio do caminho.

 

Remus riu em silêncio. Lily vai acabar com ele quando descobrir. Mas Sirius estava sozinho na cidade e Remus poderia ser seu amigo. 

Talvez. 

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