
Capítulo 5
*
— Está vendo Albus? Ele simplesmente não fala. — Professora McGonagall disse apontando pra Severus, ele nem mesmo teve a decência de parecer constrangido.
James sentiu os seus lábios puxarem levemente ao olhar pro seu morceguinho.
Eles estavam na enfermaria, depois de James ter feito aquele singelo e pequeno pedido a Sev, o sonserino o azarou com um feitiço modificado por ele próprio. A língua de James estava presa no céu da boca há quase dois dias, o seu morceguinho era tão inteligente que ele mudou até o contrafeitiço, era quase como se ele tivesse criado o feitiço do zero.
Na verdade, aquilo poderia ser considerado um novo feitiço, certo? Aquilo era tão empolgante.
James estava tão orgulhoso de seu namorado. Ele era tão lindo e tão inteligente.
— Senhor Snape, por favor. — O diretor disse tentando ficar sério, mas ele claramente estava se divertindo. — O seu colega, quero dizer, o seu namorado precisa falar.
O rosto do sonserino ficou vermelho enquanto ele olhava pro diretor, James sorriu um pouquinho mais.
— Esse porco não é o meu namorado.
—Linguagem meu jovem. — McGonagall contou a fala do outro. — O senhor Potter precisa da voz novamente.
— Mas eu não tirei a a voz del-
— É quase a mesma coisa. — Foi Pads que falou. — Fala logo o contrafeitiço!
Seus amigos estavam lá, Pads era o mais ansioso pra James voltar ao normal.
— Senhor Black, se controle. — Dumbledore tentou tomar conta da situação novamente. — Senhor Snape, por favor, diga o contrafeitiço. Agora.
Severus respirou fundo antes de murmurar a contragosto o contrafeitiço, ele parecia estar sendo torturado.
Potter sentiu um leve formigamento ao sentir a magia do outro, sua língua estava dormente.
— Ótimo, espero que isso não se repita. — O diretor falou já se virando pra ir embora.
— O que? É só isso? — Black falou indignado.
—Sirius. — Peter cutucou o amigo.
— O que? James foi azarado e ele não vai nem perder pontos ou nem mesmo uma pequena detenção?
— Ai, por favor… — Severus bufou enquanto revirava os olhos.
Remus sugou o ar ao lado de James enquanto negava com a cabeça.
— Senhor Black… — McGonagall começou calmamente. — Você realmente quer falar sobre perdas de pontos e detenções justas?
Todos se viraram pra olhar pra Pads, que pareceu ficar sem palavras. Severus soltou uma risada baixinha, James olhou com interesse pro seu amigo.
— É Sirius, vai querer falar sobre isso? — Remus perguntou gentilmente.
Dumbledore estava com um pequeno sorriso nos lábios.
— Não professora. — Sirius soltou uma risadinha nervosa. — Acho que é melhor deixar isso pra lá, não é?
— Escolha inteligente, senhor Black. — Com isso McGonagall e o diretor saíram, madame Pomfrey riu levemente ao sair juntos com os outros dois.
— Está bem, acho que essa é nossa deixa pra ir embora também. — Peter bateu as mãos e empurrou os outros dois amigos pra fora da enfermaria, deixando James e Severus sozinhos.
— Não pedirei desculpas por nada seu porco pervertido. — Sev falou assim que James se virou pra ele com um pequeno sorriso.
— E-eu… — James pigarreou, sua boca estava estranha. Que coisa esquisita. — Minha língua…
— É, eu sei. — Severus sorriu enquanto se levantava, ele estava sentado em uma cadeira ao lado da maca onde James estava sentado. — Foi divertido ver você mudo, acho que desde que eu te conheço, nunca fiquei tanto tempo sem te ouvir. Bons momentos.,,
—Sev! — James também se levantou, ele ficou um pouquinho ofendido. O seu morceguinho não sentiu sua falta? Mas James estava se comportando.
— Enfim, já que o problema está resolvido… — Severus estava indo embora.
Respirando fundo e tomando um gole de água rapidamente, ele correu até Severus, entrando na frente do outro. O sonserino suspirou.
— O que é agora?
— Sabe, eu estou me sentido meio travado. Minha língua está meio travada, pra ser mais específico. — James tentou dar o seu melhor sorriso pro outro, que o olhava com uma expressão de cansaço. — E, bom, foi meio que sua culpa…
— É claro que é minha culpa, minha responsabilidade, algo que eu tenho que compensar. Sempre é. — Potter sorriu com carinho, Sev era tão atencioso, não é? Seu morceguinho já o conhecia tão bem. — O que você quer agora?
— Eu estava pensando que você poderia me dar uma massagem.
— Massagem? — Sev franziu as sobrancelhas. — No que uma massagem ajudaria?
— Bem, você pode me fazer uma massagem na minha língua, usando a sua língua-
Foi simplesmente magnífico ver o rosto confuso de Sev passar pra vergonha e então a raiva.
James nunca disse isso em voz alta, mas ele achava Severus com raiva extremamente sexy, ele amava ver o outro com o rosto vermelho, os lábios franzidos e os olhos pretos brilharem de raiva.
— Potter! — Severus gritou enquanto pegava sua varinha.
James correu o mais rápido que conseguia.
*
— Eu não aguento mais. — A cabeça de Severus estava doendo. O maldito do Potter conseguiu escapar dele após aquele momento depravado na enfermaria, mas isso não diminuiu a raiva de Severus. — Por que o idiota continua a fazer isso?
Ele estava em seu quarto junto com WIlkes, Avery, Rosier e Mulciber.
— Eu ainda acho que ele é apaixonado por você de verdade. — Wilhelm disse.
— De novo isso? — Bruce olhou pro amigo. — Quando você é apaixonado por alguém, você não trata essa pessoa como um pedaço de merda ao longo dos anos.
Edmund concordou com Bruce.
— Bruce tem razão. Não faz sentido.
— Não faz sentido é ser outra coisa além disso. — Will defendeu o seu ponto. — Apenas pensem comigo. Potter sempre disse que implicava com Sev por ele ser amigo daquela garota Evans, o clássico e ridículo ciúmes, mas então Sev e aquela sonsa deixaram de ser amigos e Potter nunca esqueceu Severus. Agora seria o momento ideal dele se aproximar de Evans, mas ele está mais preocupado em namorar Severus. Na verdade, eu nem o vejo olhando pra ela, eu nunca mais ouvi ou vi ele profanar o grande amor dele por ela depois daquela briga no lago negro.
— Pode ser alguma brincadeira distorcida daquela mente diabólica, Potter é capaz de fazer isso. — Severus nunca entenderia o que se passava na cabeça de seu amigo. — Isso sim faz sentido.
— Eu entendo o porque você não querer ver isso da forma com que eu vejo, mas faz um esforço Sev. Faz sentido. — Will parecia estar com vontade de o sacudir pelos braços. — Apenas o amor faz alguém ser tão obcecado por outra pessoa, nem o ódio faz isso.
Rosier franziu as sobrancelhas com a frase do outro enquanto terminava de engolir o seu bolinho de chocolate.
— O que? O ódio faz as pessoas serem obcecadas. Pessoas matam por causa de ódio.
— Mas não as fazem viver. Potter parece viver por Severus. — Will revirou os olhos, o seu rosto estava completamente vermelho.
Agora foi a vez de Severus franzir a sobrancelha, que merda era essa?
— Mas de que porra você está falando agora?
Wilkes se jogou na cama após suspirar drasticamente.
— Acho que eu entendo o que o Will está querendo dizer. — Bruce falou novamente.
— Mas você acabou de discordar dele. —Avery pontuou.
— Sim, mas eu consigo ver a lógica por trás do que ele está falando, falando de forma muito débil diga-se de passagem.
— Uau Bruce, obrigado.
— Por nada. — Will olhou sem entender pro outro, Severus riu um pouquinho. Não era sempre que Bruce entendia ironia. — Enfim, o que o nosso amigo está querendo dizer com Potter vivendo por Sev, é que o idiota faz tudo por Severus. Seja tudo bom ou tudo ruim.
— Ele já queimou alguns materiais meus, meus materiais de poções. Uma das minhas matérias favoritas.
— Sim, mas ele tirou um tempo da vida dele pra descobrir quais são suas matérias favoritas, onde você tem o hábito de estudar e com quem. — Bruce respondeu de forma automática.
— Sim, é disso que eu estou falando. —Will se sentou na cama, seu ânimo parecia renovado. — Ele tira uma grande parcela de tempo pra saber coisas suas, se brincar ele sabe mais sobre você do que nós que somos os seus amigos. E, eu não acredito que vou dizer isso, mas… por mais que ele diga te odiar e faz coisas ruins, ele parece se preocupar com você. Ele sempre pareceu se preocupar com você.
— Ah sim, é verdade. Ele sempre se preocupa em como fazer o meu dia ser pior do que o dia anterior. — Severus comentou sarcasticamente. — Simplesmente adorável.
— Sev, ele queimou suas coisas, mas então comprou materiais novos pra você.
— Apenas porque a chefe da casa dele exigiu Wilhelm.
— Eu não acho que ela tenha exigido que ele comprasse roupas novas.
— Ele já ajudou a destruir roupas minhas.
— Que eu me lembre, ele danificou um cachecol, não o uniforme completo. — Mulciber falou.
— Você está do lado de quem Bruce? — Severus se virou pro outro, que pareceu envergonhado. — Ele já quase me deixou só de cueca na frente de vários alunos.
Isso sim fez os seus amigos calarem a boca.
— Lamento Sev. — Will falou o dando um sorrisinho sem graça.
— Vocês são malucos, mentalmente ferrados, isso eu já aceitei. — Severus sorriu. — Mas entendam que James Potter não é apaixonado por mim, esqueçam essa ideia.
Por sorte ele não viu Potter pelo restante do dia, pelo menos por alguns instantes ele se viu em paz.
Seus amigos finalmente o deixaram sozinho, ele já não estava aguentando mais toda aquela conversa sobre como Potter parecia apaixonado por ele. E ele sabia que depois daquela conversa, ele teria não apenas Will em sua cabeça, mas também o bobo romântico de Bruce.
Um pesadelo.
— Snape. — Uma voz calma o chamou.
Ele estava quase chegando ao salão principal, Merlin, ele só queria comer e depois ir dormir. Se virando ele se deparou com Lily, pela primeira vez em quase dois anos a menina o parou em um corredor pra falar com ele.
Aquilo não poderia significar algo bom.
— Sim?
— Podemos conversar? — Ela se aproximou enquanto torcia as mãos. — Será rápido.
Olhando ao redor, ele percebeu apenas duas amigas da grifinória longe, ambas o olhando com raiva, ele revirou os olhos.
Ele conhecia bem aquelas duas, duas chatas que nunca conseguiram esconder o seu desagrado com ele, ao longo dos anos ele teve que se obrigar a passar por momentos desconfortáveis com os amigos de Lily apenas pra poder passar um tempo com a garota.
Mas aquele tempo acabou e agora ele podia mandar todos eles pro inferno. Incluindo Lily.
— Pode falar.
— Aqui?
— Sim e se você puder ser rápida… Eu estou com fome. — Ele não queria conversar nada com ela, mas seria melhor acabar logo com aquilo.
Franzindo os lábios, Evans também olhou ao redor antes de falar.
— Quero saber o que está acontecendo.
— Sobre o que exatamente? — Sev sabia muito bem do que a outra estava falando, ele apenas queria ver ela sofrer.
— Você e James.
— Ah, é isso? — Olhando pra ela, ele se perguntou se Lily se apaixonou por Potter, ele acreditava que sim. Snape não era estúpido, ele viu todas as vezes que a garota corou na mera presença do porco, na forma que ela tentava disfarçar. Era ridículo.
Ele sabia que o fato de sua amizade com Evans ter acabado era em grande parte culpa sua, mas isso não o impedia de ter um pouco de raiva da garota. Desde que eles entraram em Hogwarts, Lily se afastou quase que completamente dele, olhando pra trás ele conseguia perceber que era sempre ele que ia até ela, nunca o contrário. Era ele que se forçava a mudar pra se encaixar na nova vida dela, era ele que tinha que aguentar as cobranças e reclamações dela, mas ele nunca podia nem sequer sonhar em dizer algo sobre os novos amigos de Lily.
Aquilo era tão cansativo.
Mas ele não era mais amigo de Lily, ele não devia mais nada a ela e naquele momento ele decidiu que queria ver ela sofrer, pelo menos um pouco.
— Sim, isso. O que está acontecendo realmente?
— Está acontecendo exatamente o que as pessoas acham que está acontecendo. — Ele queria morrer por dizer aquilo, mas foi gratificante ver aquela expressão no rosto da garota.
— Não, vocês se odeiam.
— Odiamos? — Ele falou com um inocência fingida. — O nosso relacionamento no início foi de fato meio perturbador e confuso, mas nós nos entendemos e estamos bem agora.
— James nunca namoraria alguém como você-
Lily se auto interrompeu, Severus mordeu a língua pra não gritar com ela. Alguém como ele?
— ‘Alguém como eu’. — Ele sorriu ao ver ela ficar com o rosto vermelho. — Acredito que ele namoraria sim.
— Snap- Severus… Isso é alguma piada? Algo que você está fazendo pra se vingar dele? Se for isso, é extremamente cruel.
— O que? — Agora Sev riu de verdade, por que ele se vingaria de Potter se prejudicando no processo? — Você acha que eu estou obrigando… James a me namorar?!
— Só estou querendo entender. — Ela disse alto demais, ansiosa demais. Ela gostava de Potter. — Vocês se odeiam, vocês viviam brigando por minha causa.
— Ah por favor, não se dê tanta importância assim. Eu brigaria com qualquer um por uma amiga minha, porque é isso que os amigos fazem. Não era exatamente por você ser você, era pelo fato de sermos amigos, era pela nossa amizade. — A audácia de Lily de vir até ele pra o acusar e fazer perguntas o surpreendeu. — E nós não brigamos de verdade, era apenas um meio de nos esconder.
— Se esconderem machucando outras pessoas? — Os olhos verdes de Lily estavam brilhando, por um breve momento Sev sentiu pena. — Tudo isso é mentira.
De fato, era tudo mentira e era tudo culpa do porco, mas agora ele não voltaria mais atrás.
Ele estaria de fato namorando Potter.
— Não, não é. — Severus se distanciou. — E se você me der licença, eu tenho que me encontrar com o meu namorado.
Ele não queria acreditar que disse aquilo em voz alta, por sorte não tinha mais ninguém por perto. Se Potter estivesse por perto ou um de seus amigos, ele nunca mais ouviria o fim daquilo.
— Se não é uma brincadeira da sua parte, com certeza é da parte dele. — Lily voltou a falar quando ele se afastou, ele não parou pra discutir, mas aquilo o magoou um pouco.
James Potter era bom demais pra alguém tipo ele? Aquilo só poderia ser uma piada.
Ele sabia que não era a pessoa mais amável ou confiável do mundo, mas Potter não era nenhum santo. James Potter conseguia ser uma das pessoas mais crueis que ele conheceu, ele era capaz de odiar alguém apenas pelo fato da pessoa existir.
E ainda assim, apenas Severus não o merecia? Aquilo não era justo.
Entrando no salão principal, ele viu seus amigos e estava quase indo até eles, era automático procurar por eles. Mas então sua atenção foi até a mesa da grifinória, Potter estava acenando pra ele com um largo sorriso.
O grande estúpido.
Ele conseguia sentir o olhar de Evans nas suas costas e por um impulso ele foi até a mesa da grifinória.
Que Will esteja certo, que Will esteja certo. E que Merlin não o deixe passar pela que poderia ser a maior vergonha de sua vida.
O porco o olhou com o cenho franzido assim que Severus parou ao lado dele.
— Sev? Está tudo bem? — Potter olhou em direção a porta, ele avistou Lily, Severus viu o momento exato em que o outro fechou levemente a expressão.
— Sim. — Severus chamou a atenção do porco pra ele novamente.
Que inferno, ele não acreditava que faria aquilo.
Potter era uma pessoa meio podre, mas pelo menos era bonito, muito bonito.
Pense apenas no físico, era tudo que se passava pela mente de Severus.
Respirando fundo ele abriu espaço ao lado do porco e se sentou, ele viu brevemente os olhares chocados e confusos de seus amigos, respirando fundo ele se preparou. Assim que Potter se virou em sua direção, Severus o puxou pra um beijo. Potter ficou tenso ao seu lado.
Ele estaria mentindo se dissesse que não sentiu medo de ser rejeitado, não porque ele gostava do grifinório, mas sim porque ele não queria passar mais vergonha naquele castelo. Mas o porco tarado demorou apenas alguns segundos antes de voltar ao normal e o puxar pra mais perto, como se aquilo fosse possível.
O idiota passou um braço ao redor da cintura do outro e assim que eles se separaram, Potter estava sorrindo igual um maluco. Severus se arrependeu imediatamente, ele acabou de dar créditos pro outro continuar com aquela mentira sem sentido.
— Essa é uma boa massagem, mas acho que precisarei de mais.
— Ah, cale a boca seu estúpido. — Severus o empurrou pra longe.
Potter riu, mas ainda manteve o braço abraçando Severus, o mantendo perto. O sonserino queria poder cortar aquele braço forte e bronzeado fora.
— Então é isso? Vamos ter que aguentar vocês se pegando durante o jantar? — A voz de Black irritou Severus ainda mais.
— Sim, e se quiser brigar com alguém faça com o porco do seu amigo.
Black revirou os olhos, mas calou a boca. Lupin e Pettigrew riram baixinho, mas não comentaram nada. Apesar do desconforto de Severus de estar naquela mesa e pelo fato dele mal ter tocado na comida, mesmo com Potter enchendo o seu prato o tempo todo, ele conseguiu aguentar bem.
E ele ficou feliz em ver a expressão de tristeza e raiva de Lily e de outras garotas.
*
— Você o beijou. — Regulus disse o olhando atentamente. — Por que? Pensei que você estivesse odiando tudo isso.
Após o período de tortura durante o jantar ele foi arrastado por seus amigos pra uma sala que eles usavam como ponto de encontro, ficava na masmorra e não era utilizada há anos.
— E eu estou odiando.
— Você não parecia estar odiando quando estava com a língua dele dentro da sua boca. — Evan comentou sem um pingo de vergonha na cara.
— Evan! — Severus sentiu seu rosto arder. — Não fale assim.
— Mas é a verdade. Vocês pareciam até bem familiarizados um com o outro. — Rosier o olhou com desconfiança.
Sev desviou o olhar.
— Você já tinha o beijado de novo, não é? — Aurora perguntou enquanto tentava não sorrir, Sev sentiu seu rosto arder mais. Por que ele tinha que ser tão branco?
— Não acredito. — Barty riu alto. — Vocês estão se pegando de verdade.
— Quando você o beijou de novo? E por que não nós contou? — Charity perguntou, ela parecia divertida com aquilo tudo.
Que bons amigos ele foi arrumar, todos estavam rindo dele. De novo.
— Não é assim… — Mesmo que ele estivesse tentando negar, os seus amigos não pareciam ouvir. — Eu só fiz aquilo pra irritar Evans.
Aquilo fez os seus amigos pararem de rir.
— O que foi agora? Ela te incomodou? — Bruce perguntou.
— Primeiro ela insinuou que eu estou obrigando Potter a namorar comigo e depois ela falou que era tudo uma piada, uma piada do porco.
— Garota desgraçada. — Reg falou com raiva. — Ela falar que você precisaria obrigar alguém a te namorar ou que precisa ser alguma piada é terrível. Vocês já foram amigos.
— Ela não falou sobre qualquer pessoa, foi apenas sobre Potter… — Realmente Lily não disse que era impossível ele namorar com alguém, apenas insinuou isso em relação a Potter.
— Não a defenda. — Charity o olhou seriamente enquanto continuava a resmungar junto com Regulus. Snape nem estava defendendo a grifinória.
Severus havia se esquecido que Regulus e Charity tinham sérios problemas de ciúmes em relação a Lily.
— Não é porque aquela água de salsicha não conseguiu o idiota do Potter, que você é um incompetente igual a ela. — Charity falou com o rosto vermelho.
Severus olhou pro restante de seus amigos em busca de ajuda, ele não deveria ter falado de Evans perto daqueles dois. Seus amigos pareciam pensar o mesmo que ele e Edmund resolveu ajudar.
— Água de salsicha? — Avery perguntou sorrindo. — Não acredito que vive o suficiente pra ver a água de milho está falando da água de salsicha.
— Você não fez isso… — Will resmungou.
Aquilo atraiu a atenção de Charity imediatamente, a garota olhou pro sonserino com os olhos arregalados e a boca retorcida de raiva.
Edmund conseguiu tirar o foco de Severus, mas não de uma forma boa. A lufana estava prestes a azarar o amigo quando eles ouviram uma leve batida na porta.
— Deve ser Peter. — Barty se levantou e, após arrumar os cabelos, foi até a porta. Seu sorriso morreu um pouquinho.
— Você é um homem morto Avery. — Severus ouviu Charity murmurar pro outro, que se encolheu mais um pouquinho perto de Wilhelm.
— Boa noite. — Peter disse baixinho, entrando na sala de forma hesitante.
E pro completo desespero de Sev, logo atrás de Peter, Potter apareceu.
O idiota estava sorrindo largamente e sorriu ainda mais quando viu Severus.
— Morceguinho. — Severus arregalou os olhos ao ver o outro se aproximar dele e o abraçar com força, o dando um selinho.
Que pesadelo era aquele?
— Ah não, não acredito que ele está aqui. — Rosier falou enquanto negava com a cabeça.
Severus sentiu o seu olho esquerdo tremer ao olhar pro rosto daquele porco. Aquele cara não tinha vergonha ou dignidade não?
*