
Capítulo 4
*
Está legal, tudo que Severus tinha que fazer era se manter o mais longe possível do porco do Potter.
Eles já estavam terminando a escola, já quase não tinham mais aulas em conjunto, então não deveria ser difícil fazer aquilo, certo?
Ele apenas tinha que se manter longe do grifinório, por mais que ele tivesse o plano de envergonhar o outro além do limite e o fizesse terminar aquela coisa estranha que Potter gostava de dizer que era um namoro.
Aquele havia sido o plano inicial, mas bastou uma única tentativa de envergonhar Potter que tudo saiu do controle, agora as pessoas realmente pensavam que eles estavam de fato namorando, ele tinha olhares sobre ele o tempo todo.
Até mesmo Lily passou a olhar em sua direção novamente e ele não queria aquilo.
Aquela situação era um inferno. Ele foi tentar traumatizar o porco e quem saiu traumatizado foi ele, a pobre vítima daquilo tudo.
— Você não pode desistir agora. — Barty, que por alguma razão desconhecida estava sentado na mesa da sonserina durante o café da manhã, disse sussurrando ao seu lado. — As pessoas estão realmente acreditando nessa história de namoro, sabe o que isso significa? Que Potter não demorará a terminar tudo.
Severus sentiu seu olho esquerdo tremer, ele sabia muito bem a verdadeira razão que fazia Barty querer aquele namoro.
A maldita aposta.
Naquele ponto, nem mesmo Sev achava que o dinheiro valia tanto esforço.
— Você apenas está querendo que eu leve isso adiante pela aposta que você entrou. — Severus falou baixinho.
— É claro que não, que tipo de amigo você acha que eu sou? Eu jamais faria algo assim com você.
— Você faria sim. — Regulus comentou brevemente.
— Não faria não.
— Sim, você faria. — Wilkes falou segurando um sorriso. — Qual o problema de admitir? Somos os amigos, sabemos o tipo de caráter que você tem.
— Isso foi extremamente rude Wilhelm. — Wilkes apenas deu de ombros pela fala de Barty. — Eu apenas estou querendo que o nosso querido amigo Severus se livre do idiota.
Snape bufou com força.
— De qual idiota você estão falando? — Havia tempo que Severus não se assuatva daquela forma, sua vergonha apenas foi menor porque os seus amigos também se assustaram.
— Mas que porra Potter. — Avery falou alto, ele derramou um pouco de café em si mesmo. — Coloquei a merda de um sino em seu namorado Severus.
Sev se sentiu ultrajado, ele não acreditava que os seus amigos iriam fazer aquilo.
— Por que um sino? — Potter perguntou enquanto abria espaço pra si mesmo entre Crouch e Severus. — Está insinuando que eu seja um animal que precisa de um sino pra pessoas saberem onde eu estou? Porque se for isso teremos um problema, meu morceguinho é o único que pode me chamar de porco.
Severus pôde ouvir vários sons ao seu redor enquanto olhava boquiaberto pro grifinório ao seu lado, que por sinal estava perto demais dele.
Algumas pessoas fizeram barulho como se realmente tivessem achado aquilo fofo enquanto outros pareciam chocados por terem a confirmação daquele relacionamento.
— O que você pensa que está fazendo? Saia daqui. — O sonserino sussurrou pro outro.
— Não seja assim Sev, eu já pedi desculpas por tudo.
Severus realmente não acreditava no tamanho da semvergonhice do outro.
— É, Sev, não seja assim com o seu namorado. — A voz do cachorro sarnento do Black chamou sua atenção.
Todos os três grifinórios que eram amigos de Potter estavam ocupando a mesa.
Black parecia estar sendo torturado enquanto se sentava quase a sua frente, ao lado de seu irmão mais novo, Regulus olhava com nojo pro outro Black.
Peter, que já era mais próximos deles, se sentiu quase colocado em Barty, ele parecia a vontade. Já Lupin, o deu um pequeno sorriso de desculpas, Severus conhecia bem aqueles sorrisos, ele passou a recebê-los com frequência após o incidente na casa dos gritos.
— É Snape pra você Pads. — Foi Potter que respondeu, ele parecia estar forçando um sorriso pro amigo, que apenas revirou os olhos.
A mente de Severus pareceu ter morrido, ele não estava entendendo nada. Desde quando eles figiam ser amigos?
Desde quando o cachorro Black parecia ter desistido de o matar?
Olhando ao redor ele percebeu que todos do salão principal estavam olhando pra eles, até os professores.
Ah não, não, não.
Mas que desgra-
— Bom dia amor, dormiu bem? — A voz mais grave do porco falou quase que grudada em seu ouvido, logo depois o idiota o deu um breve beijo em sua bochecha.
Severus bateu com uma mão na coxa do outro e apertou o máximo que conseguiu, o que deve ter sido muito já que Potter gemeu de dor.
— Está todo mundo olhando de novo. — Avery estava quase chorando. — Isso vai se tornar um padrão sempre que vocês dois estiverem juntos? Que maldição.
Wilkes passou a acalmar o drama do outro. Sev revirou os olhos com força, ele já não estava aguentando mais.
— Pegue os seus cachorrinhos e saia daqui. Agora, Potter.
O grifinório aproximou os seus rostos e o deu um largo sorriso enquanto negava com a cabeça.
— Não mesmo, passaremos o nosso tempo livre juntos. — O idiota ainda teve a coragem de passar um dos braços ao redor da cintura de Severus. — Já perdemos tempo demais amor.
Está bem, a paciência do sonserino acabou, ele estava perto de atingir o rosto presunçoso do porco quando uma sombra caiu sobre eles.
Ótimo, mais pessoas pra testemunha sua vergonha.
Olhando pra cima ele viu Bruce, Evan, Charity e Aurora. Todos o estava olhando como se ele fosse um animal exótico.
— O que está acontecendo? — Charity perguntou sorrindo pra eles. — Vocês estão se pegando de verdade?
— Mas é claro que não, certo Sev? — Aurora falou enquanto abaixava o tom da voz. — Você não pode ter sido tão estúpido pra dar ouvido as ideias de Edmund, todos sabem que elas são péssimas.
— Ei, eu estou bem aqui e minhas ideias são ótimas.
— Ah, então a ideia do campo de quadribol foi sua? — Potter olhou pro seu amigo, pela primeira vez não tinha raiva em seu olhar. — Obrigado, você ajudou nós dois a fazer as pazes.
— Pelos deuses, você seguiu o pseudo conselho de Eddy. — Bruce o olhou com pena enquanto Evan negou com a cabeça.
Ambos os garotos não esperam ele responder antes de procurarem um lugar pra se sentarem.
— Aí que legal, estou tão animada. Hogwarts estava tão parada ultimamente. — Charity deu um beijo estralado em sua outra bochecha e então pro seu desespero a garota bagunçou amigavelmente os cabelos de Potter. —Mas espero que você se comporte Potter ou dessa vez eu vou te lançar uma azaração que vai durar por muito mais tempo do que apenas duas semanas.
Potter estremeceu ao seu lado, todos sabiam muito bem do que a lufana estava falando. Durante o sexto ano Potter chamou Sev de Snivellus em um corredor e o deu um leve empurrão, o problema pro grifinório era que Charity estava por perto.
Tudo que Severus podia dizer era que os lufanos não tinham medo de usar magia pesada.
— Não precisa disso Burbage. — Lupin parecia meio pálido. — Não vou deixar James fazer besteiras, prometo.
Com isso o maldito porco apertou os braços ao redor do sonserino, fazendo Severus tentar fugir do outro, o que aconteceu com o mundo que ele tanto conhecia?
Por que Potter, dentre todas as pessoas, estava fazendo aquilo?
Não fazia sentido.
Potter deveria o odiar e não parecer apaixonado por ele.
— Se afaste. — Sev colocou ambas as mãos no rosto do outro e tentou ao máximo colocar alguma distância, mas o maldito parecia estar se divertindo e pra piorar o idiota era forte.
— Me afasto se você me der um beijinho antes. — Potter o deu sorrisinho estranho que fez Severus estremecer. — Mas tem que ser na boca.
Sirius Black soltou um gemido de dor constrangedoramente alto com a fala do amigo, Lupin negou com a cabeça e Peter apenas riu, Severus queria amaldiçoar cada um deles.
Todos os seus amigos estavam olhando pra eles, que vergonha.
Assim que ele conseguiu soltar uma das mãos ele não pensou muito e apenas a bateu contra o rosto de Potter, esse que se afastou rapidamente enquanto o olhava chocado.
— Seu maldito pervertido. — Juntando suas coisas rapidamente Severus saiu do salão principal sem nem mesmo olhar pra trás.
O porco já havia conseguido acabar com o seu dia e ainda nem era sete da manhã.
*
— Você está casando é um jeito de morrer e não de fazer ele se apaixonar por você James. — Moony falou assim que eles saíram do salão principal.
Depois que Sev fugiu, eles não ficaram por muito tempo. Era simplesmente desconfortável ter os olhares dos amigos de seu morceguinho voltado pra ele e se o sonserino não estava lá, então não valeria a pena pra ele ficar.
— É apenas uma questão de tempo Moony, ele vai se apaixonar. — James não estava preocupado com isso. — Você vai ver, até o final do ano estaremos namorando de verdade.
Sirius bufou ao seu lado.
— É nojento ver você perto dele. — Pads o olhou como se não o reconhecesse. — Você fica mais bobo do que o normal, você tem ideia do quão vergonhoso é de assistir? Eu estou quase ficando com pena do Sniv-Snape.
— Besteira. Ele vai se apaixonar.
— Se você tem tanta esperança assim, boa sorte. — Peter disse sorrindo brevemente.
O seu querido amigo realmente achava que era apenas desejar uma 'boa sorte'?
— Você sabe que é o principal elo entre mim e o Sev, certo Peter? — O seu amigo o olhou rapidamente com os olhos arregalados, James sorriu enquanto passava um dos braços ao redor dos ombros do garoto mais baixo. — Eu sei que você se tornou muito próximo a Crouch e que ele é muito próximo do meu Sev. Sabe o que isso significa?
— Não e também não quero saber. — Peter ainda tentou fugir dele, mas James o segurou por perto com um pouquinho mais de força.
— Vou com você na próxima reunião deles. — Peter o olhou como se ele fosse louco. — Sim, eu sei sobre as reuniões, sempre soube. E agora fico feliz deles estarem incluindo você e fico ainda mais feliz por você me incluir.
— Isso é uma péssima ideia. — Remus murmurou.
— E existe alguma ideia dele que seja boa? — Black perguntou brevemente. James fingiu não ouvir seus amigos.
— Absolutamente não James, eu não vou levar você. — Pettigrew falou enquanto se afastava.
— Ótimo, vestirei a minha melhor roupa, não posso ficar feio perto de Sev, não é? — Ele ignorou propositalmente o amigo.
— O-o que? Você é surdo?! Eu disse que não. — Ele soltou o amigo e passou a andar na frente em direção a sala de aula. — James? Eu estou falando com você. Você não vai comigo, é possível que eles expulsem nós dois. James.
Potter apenas continuou andando com os seus amigos atrás de si enquanto os três resmungavam.
Ele sabia, ou queria acreditar, que Severus estava amolecendo. Pelo menos um pouco.
Ele estava tentando se aproximar de Sev e então pedir desculpas por todo o mal que fez ao sonserino, ele sabia que tinha muito pelo que pedir desculpas e sabia que Severus tinha todo o direito de nem olhar em sua cara.
E James sabia que tinha um longo caminho pra conseguir o perdão do outro e ele estava bem com isso, ele compensaria Severus. Porém ele pensava que primeiro tinha que fazer o outro conversar com ele, conversar de verdade e não insultos.
E pra isso acontecer ele tinha que ser presente na vida do outro.
A aula de Feitiços passou rapidamente, talvez tenha sido porque ele não prestou muita atenção, sua mente estava focada em Severus. Como é que ele podia fazer o outro concordar com aquele namoro?
Quando estava quase chagando a hora do almoço o seu caminho foi interrompido por Evans. Merlin, ele tinha se esquecido da garota.
— Droga. — Ele murmurou.
Seus amigos olharam entre ele e a menina em silêncio antes de saírem calmamente de perto, os deixando a sós.
Olhando ao redor ele viu que estavam em um corredor meio afastado e estavam sozinhos.
— Droga dupla. — Ele murmurou novamente.
— O que está acontecendo James? — Lily perguntou se aproximando dele. — Você e Snape realmente estão juntos?
Sim ou não? O que ele responde.
Teoricamente a resposta deveria ser 'não', mas na pratica ele está agindo como namorado de Severus, então pensando nisso a resposta deveria ser 'sim'. Mas se ele dissesse 'sim', Lily ficaria furiosa, se bem que ela ficaria furiosa com qualquer resposta.
— Potter!
— Ok, desculpe. — Ele deu um sorrisinho sem graça. — Sim, estamos juntos.
Lily o olhou com os olhos arregalados.
— Isso é mentira.
— Não, não é.
— Sim, é. — O rosto da grifinória começou a ficar vermelho. — Você vem o perturbando a anos. Vocês dois juntos não faz sentido algum.
— Mas essa é a verdade. — Ele imaginava que teria que conversar com Evans, mas ele não sabia que a menina viesse atrás dele, principalmente daquele jeito. — Nós estávamos mantendo segredo por causa das nossas casa e tem a guerra se aproximand-
— E então você pensou que seria uma boa ideia dar em cima de mim enquanto estava com ele?
— Sinto muito por isso, mas não era bem dar em cima.
— Como não? Você vivia me convidando pra sair. — A ruiva o acusou.
— Eu estava mais atrás de você por causa dele... — Aquilo era completamente verdade, James apenas ia atrás da ruiva porque sabia que a garota estaria com Severus, tanto que quando a amizade deles acabou ele mal falava com a menina. — E se isso vale de alguma coisa, eu também chamava outras garotas pra sai-
O tapa que ela o deu foi extremamente forte e barulhento, por alguns segundos nenhum deles se moveram.
— E-eu sinto muito. — Lily tentou se aproximar, mas ele deu um passo pra trás. — Eu não sei o que deu em mim.
— Está tudo bem. Eu entendo que você deve estar com raiva e que mereço um pouco disso. — Ele mordeu a língua, seu rosto estava ardendo. — Mas espero que tenhamos resolvido essa questão...
Ele queria ir embora, ele nem mesmo tinha que dar alguma explicação pra Evans. Eles não eram amigos, ela já não era amiga de Sev, eles nunca namoraram e a garota sempre foi bastante firme em dizer que o detestava. Então ele mal estava entendo aquela explosão toda.
— Eu apenas não entendo James. — O rosto dela ficou ainda mais vermelho enquanto ela desviava o olhar. — Eu pensei que você realmente g-gostava de mim, pensei que agora que eu não sou mais amiga dele... a gente poderi-
Ah, então era isso. Ela passou a gostar dele. Merda.
— Sinto muito, mas entre a gente não vai rolar nada. — Potter se distanciou ainda mais. — Eu estou com Severus.
Apenas na sua cabeça, mas aquilo era tudo que importava.
— Mas ele, ele não é uma pessoa muito boa, você mesmo sempre disse isso.
— Apenas pra disfarçar o meu relacionamento com ele.
— Severus é amigo de futuros comensais. Você sabe o que Rosier e Mulciber fez a Mary. — A garota acusou. — Você realmente acredita que ele possa ser bom sendo amigos de pessoas assim? Ele até mesmo me chamou de sangue rui-
— E você riu dele. Você ficou parada e riu dele. — A paciência dele acabou, Lily o olhou com os olhos arregalados. — E sobre os amigos dele, não sabemos exatamente se foram eles. Mary não se lembra, ela mesma disse que poderia ter sido outra pessoa. E se você quer saber minha opinião, não acho que tenha sido eles. Sev é mestiço e mesmo assim eles são amigos.
— O que aconteceu com você?! — Evans deu meio passo pra trás. — Esse não é o James Potter que eu conheço, você nunca teria se envolvido com ele, a menos se Snape tivesse... Talvez seria bom você ir ver a madame Pomfrey.
James franziu as sobrancelhas com a mudança de assunto, mas o que-?
— Por que? Eu estou bem, obrigado.
— Snape é bom em poções.
— Sim, eu sei no que o meu namorado é bom.
— James, ele é muito bom em poções. — A menina insistiu e voltou a se aproximar, foi então que Potter entendeu.
— Você está o acusando de ter me dado alguma poção sem o meu consentimento? Tipo amortentia? — Lily desviou o olhar.
— Apenas estou dizendo que ele seria capaz.
— Ah Merlin, Lily! —James realmente precisava ir embora. — Eu estou bem e ele não me drogou.
— Bom, se você tem tanta certeza disso, que mal fará se você passar por uma consulta?
— Eu não quero e nem preciso fazer isso. — Potter ajeitou os óculos. — E não acuse o meu namorado sem provas, eu sei que toda essa situação pode parecer estranha, mas Severus é meu namorado.
— James-
— E saiba que seria mais provável eu ter dado alguma poção pra ele. — Lily apenas o olhou com o maxilar apertado. — Sinto muito por ter confundido você, mas não fale assim sobre ele. Ele é incrível, um pouco mal humorado, rancoroso e talvez um pouco maldoso, mas ainda assim ele é incrível. Sev é inteligente, tem um sarcasmo brilhante, ele é esforçado, bonito, corajoso e é a única pessoa que sempre vai me ter. Não volte a falar comigo e espero que você não vá o incomodar, porque ai teremos um problema Evans e acredito que você saiba que eu também sei ser rancoroso.
Ele não se importou em deixar a menina naquele corredor sozinha, sua cabeça estava começando a doer e o maldito tapa ainda estava fazendo seu rosto arder.
Potter mal notou as pessoas se afastando dele enquanto ele caminhava até o salão principal, olhando brevemente pra mesa da sonserina ele não o viu. Suspirando ele foi até a mesa de sua própria casa, se sentando ao lado de seus amigos.
— Ela bateu em você? — Peter perguntou analisando o seu rosto.
— Sim e ela tem mais músculos do que aparenta.
— Você não pode realmente a culpar, não é? — Sirius comentou. — Eu no lugar dela te jogaria da torre de astronomia.
— Eu nunca sequer a beijei.
— Isso não importa muito, de certa forma você a iludiu. — Moony falou. — Mas pelo menos agora vocês se resolveram, agora você pode focar completamente em Snape.
— Eu sempre estive só focado nele Remus.
— Infelizmente. — Pads resmungou, ganhando um empurrão de James.
— E por falar nele, vocês o viram?
Peter negou com a cabeça.
— Não, ele não apareceu. E coma logo, você já perdeu boa parte do horário do almoço.
— É e eu me recuso a chegar atrasado na próxima aula por sua causa, de novo. — Remus o olhou por cima do livro que estava em sua frente.
Acenando com a cabeça James passou a comer rapidamente, sem se importa com Lily passando atrás de Peter e Remus, ela estava com um expressão de raiva, sua mente estava no fato de que eles ainda tinha que terminar alguns trabalhos antes da próxima aula.
No final do almoço ele percebeu que Severus não apareceu.
— Para de encarar eles, é esquisito. — Sirius o puxou pra fora do salão.
*
A próxima vez que ele viu Severus foi através do mapa do marotos, ele estava fazendo a ronda de monitor quando viu o pontinho do nome do outro saindo da sala de poções.
— Ai não, será que ele estava com outro garoto? — Ele praticamente correu até lá.
James conseguiu encontrar o outro no corredor da entrada da sonserina, Severus se virou em sua direção assim que ele entrou no corredor.
— Mas que inferno Potter. O que você quer agora? — Severus parecia cansado. — Aquela palhaça no café da manhã não foi o suficiente?
— Não. — James se aproximou do outro, vendo a forma com que o rosto do sonserino ficou vermelho, mas ele não se afastou. — Você não foi almoçar e nem apareceu no jantar, está tudo bem? Eu posso te acompanhar até a cozinha.
Severus desviou o olhar.
— Eu comi, não que isso seja da sua conta, mas eu comi. Apenas não fui até o salão principal.
— Por que? — O grifinório se aproximou mais um pouquinho e Sev não se afastou. Certo, aquilo estava errado. O Severus normal já o teria azarado. — Alguém está incomodando você?
O sonserino o olhou como se ele fosse idiota.
— É sério essa pergunta?
— Entendi, eu estou incomodando você, não é? — James riu com aquilo.
— Sim, seu descarado.
— Lamento. — Ele não lamentava nada, mas se era aquilo que Sev quisesse ouvir, então ele falaria quantas vezes fosse necessário.
Na verdade ele só lamentava ter dado ouvido a Moony e não ter lançado o feitiço que o faria ficar abraçado com Sev por algumas horas, ele encontrou aquele feitiço em um livro na biblioteca há poucos dias. Mas talvez ele ainda pudesse o lançar.
— Você não parece arrependido seu porco. — Severus cruzou os braços. — Vai embora Potter. Hoje o dia foi cheio e agora eu não estou animado pra falar com você.
— Então, normalmente você fica animado pra falar comigo? — Severus revirou os olhos com força enquanto franzia os lábios. Potter sorriu pro outro, era tão fácil irritar o Sev.
— Como você consegue ser assim?
— É o amor.
— Ai, por Merlin.
Severus fez um expressão de desgosto enquanto se virava pra entrar na comunal da sonserina, James riu alto.
— Desculpe, amor. — James se aproximou rapidamente do outro, ficando na sua frente, eles estavam muito perto. — Mas eu só vim até aqui porque queria saber se você está bem.
Snape o olhou como se não conseguisse o entender.
— Como você é insuportável. — Severus parecia a meio passo de o azarar. — Ainda essa história de namorados? Esqueça essa merda.
— Eu não consigo. E eu não entendo do que você está reclamando, você que me beijo.
— Mais que inferno! De novo esse beijo? Me desculpe, está legal? Eu nunca mais vou sequer chegar perto de você. Satisfeito?
— Não. — Severus suspirou. — Somos namorados, eu quero que você fique perto de mim.
— O que você quer com essa palhaçada toda?
James fingiu pensar um pouco, enquanto via Severus negar com a cabeça e olhava pra cima.
— Você meio que foi o meu primeiro garoto, sabia?
— Cala a boca. — O rosto do sonserino estava vermelho. — Você percebe que quando fala assim fica parecendo outra coisa?
James o deu um sorriso malicioso.
— Como eu estava dizendo, você é o único garoto que já beijei, logo é sua responsabilidade terminar o trabalho.
Severus o encarou confuso.
— Eu sei que vou me arrepender, mas que trabalho seu porco? — Potter sorriu de orelha a orelha.
— De me mostrar as maravilhas de namorar um garoto. Podemos, não sei, fazer massagens um no outr-
Severus bateu sua mão na boca de James e a deixou lá por alguns instantes.
— Cale a boca. — James riu e lambeu a mão do outro, que a tirou imediatamente. — Seu nojento!
Ah, se o seu menino soubesse o que James queria fazer com ele...
— Sev, eu apenas quero que você assuma a sua responsabilidade.
— Isso é ridículo... — Severus resmungou. — Se você tiver insinuando que eu faça sexo com você, eu vou te azarar por toda uma eternidade.
— Você não precisa fazer sexo comigo. — James se aproximou do outro, o abraçou pela cintura. Severus tentou se afastar, mas James o segurou firme. — Não precisa de tanto. Por agora.
O sonserino o olhou com os olhos arregalados, principalmente quando James se abaixou e passou a mirar a boca do outro.
— O que voc-?
Potter o beijou com fervor, o prensando contra a parede mais próxima, Sev era tão leve.
Suspirando, Severus moveu levemente os lábios contra os de James e foi o bastante pro grifinório saber que o outro não estava detestando aquilo, então ele aprofundou o beijo.
Sentir a língua do sonserino contra a sua era o verdadeiro paraíso, Sev tinha os melhores lábios da vida, James se arrependia de não o ter agarrado antes. Eles apenas se separaram quando o ar estava acabando, Severus estava com o rosto vermelho, os lábios inchados e brilhantes, seus olhos pareciam nublados. Fodidamente lindo.
— Mas-? Potter! — As mãos de Severus que estavam contra o peito de James, apertaram as suas roupas, mas sem uma real tentativa de se afastar. — Você não pode sair por aí beijando qualquer pessoa.
— Eu não estou beijando qualquer pessoa e foi você que me beijou primeiro. — James deu um selinho no outro, Severus olhou brevemente pros lábios de James antes de colocar uma mão no rosto do grifinório e o afastar.
— Essa palhaçada tem que acabar. O que exatamente você quer pra terminar comigo?
Severus realmente acreditava que se livraria de James de forma tão simples assim?
James o abraçou um pouquinho mais forte.
— Você quer mesmo saber? — Sev acenou ansiosamente com a cabeça.
Sorrindo largamente ele se preparou.
Aquilo era algo que ele queria desde o dia que ele descobriu a existência de um livro durante o terceiro ano, havia sido um romance gay muito explicito, ele sempre se perguntou onde Pads arranjou aquilo. E o seu desejo só aumento quando ele percebeu o que sentia por Severus, ele queria fazer aquilo com o sonserino, apenas com ele.
— Me deixe chupar o seu pau. — Os olhos de Sev pareciam que iam saltar pra fora, James gargalhou com a visão.
*