
Flores
"Momo é uma jovem rapariga cujo o desejo mais profundo é ver o campo de flores no alto da colina."
Num belo dia, Momo estava a olhar, pela janela de seu quarto, a verdejante colina ao pé de sua casa. A jovem passava o dia a imaginar-se correndo pelas tulipas e a cheirar o doce aroma das rosas.
Os gritos alegres de uma criança levam Momo a voltar para a realidade. Sana havia voltado de viagem. Sana é a melhor amiga de Momo desde que se conheceram no infantário. As duas possuem a mesma idade, mas as semelhanças terminam por aí. Momo é tímida e sonhadora, enquanto Sana é mais extrovertida e brincalhona.
Sana: Momo! Momo!
Momo: Estou a ir!
Sana: Anda logo!
Sana estava ansiosa para contar tudo sobre a sua viagem para a amiga. Ela passou às férias em Osaka, sua cidade natal.
Momo: Então, como foi?
Sana: Foi muito divertido. Eu brinquei com os meus primos e comi muita comida gostosa.
Momo: Oh! O que comeste?
Sana: Muito ramen!
Momo: Hahah! Sempre comes ramen quando vais visitar os teus primos.
Sana: É porque eu amo ramen! O que fizeste nas férias?
Momo: Não muita coisa.
Sana: Ficaste a ver aquela colina de novo?
Momo: Sim...
Sana: Hmm. Porque não vamos até ela?
Momo: Tás maluca?! Meus pais me matariam se soubessem que saí de casa sozinha.
Sana: Tu se preocupas muito.
Momo: E ainda mais, como vou subir a colina com estas cadeiras de rodas.
Sana: Eu te empurro.
Sana é sua única amiga. Devido a sua paralisia, Momo nunca fez muitos amigos na vida, mas Sana não importava-se com a sua condição. Pelo contrário, a rapariga sempre ajudou-a nos momentos mais difíceis e nos mais felizes.
Quando Sana proferiu estas palavras de sua boca, Momo desabou a chorar em lágrimas como uma cachoeira.
Sana: Porque estás a chorar, Momoring?
Momo: Porque tu és a minha melhor amiga.
Sana: E tu és a minha.
Sana dá um beijo na testa de Momo.
Sana: Vamos?
Momo: Vamos.
As duas jovens começam a sua pequena aventura para chegar ao topo da colina. Elas vão por uma trilha que existe para os turistas atravessarem.
Momo: Tens certeza disso, Satang?
Sana: Tenho.
Sana nunca teve dificuldades em levar Momo para algum lugar, mesmo quando havia escadas, Sana dava um jeito de fazer a sua amiga continuar. No entanto, a trilha vai diminuindo e o caminho se torna cada vez mais ingrime.
Sana: Eu consigo...
Momo: Sana, eu não tenho um bom pressentimento sobre isso. É melhor nós voltarmos.
Sana: Não! Já chegamos até aqui.
Sana tropeça.
Sana: MOMO!
A cadeira de Momo desce ladeira a baixo e parte-se toda ao chegar no chão.
Sana: Eu te peguei!
Sana agarrou a mão de Momo antes que a mesma caísse.
Momo: Sana!
Sana: Tudo bem?
Momo: Eu estou bem, mas e a cadeira? Como vamos chegar lá agora?
Sana: Eu te carrego.
Ao ouvir aquelas palavras, Momo desata a chorar.
Momo: Me desculpa! Me desculpa por ser uma inútil!
Sana: O que?! Tu não és uma inútil, Momo!
Momo: Claro que sou! Não consigo nem subir uma maldita montanha sozinha.
Sana: ....
Momo: Tu sempre dás tudo de si para me ajudar e fazer-me feliz. E eu não consigo fazer nada para lhe retribuir.
Sana: Isto não é verdade! Tu-
Momo: PARA DE MENTIR!
Sana: Momo...
Momo: Estás sempre com este sorriso no rosto. Às vezes penso que finge-os só para não me deixar triste.
Sana agacha-se.
Sana: Suba.
Momo: O que?
Sana: Eu serei as tuas pernas.
No infantário:
Professora: Muito bem alunos, formem os seus pares para o trabalho de desenho.
Sana: Posso juntar-me a ti?
Momo: Podes...
Sana: Meu nome é Sana.
Momo: Eu sou a Momo.
Sana: O que vais desenhar?
Momo: Uma colina com um campo de flores no topo.
Sana: Parece-me incrível! Posso te ajudar?
Momo: Sim!
Momo: VAMOS!
Sana: VAMOS!
Sana carrega Momo em suas costas e vão a correr juntas até o topo no por do Sol.
Ao chegar lá...
Sana: Momo... Desculpa-me...
Momo: ....
Não havia nenhum campo de flores como nos desenhos de Momo.
Momo: Não faz mal.
Sana: Porque?
Momo: Porque eu já tenho o meu campo.
Disse Momo ao olhar para Sana.
"As duas sorriram uma para a outra."
FIM.