Papo de Maternidade

DC's Legends of Tomorrow (TV)
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Papo de Maternidade
Summary
Chegar em casa depois de enfrentar um ponto fixo e uma prisão parecia um alivio. Mas quando a vida de Sara e Ava era normal? Ainda mais com um bebê a caminho.

Voltar para casa depois de sobreviver a um ponto fixo e se livrar de um grupo que gostaria de prendê-las foi uma vitória para Sara e Ava. Elas estavam de volta ao lugar que decidiram chamar de lar e Lauren estava segura, no ventre de Sara.

— E eu pensando que a maternidade seria difícil — Ava tentou brincar, esperando que Sara sorrisse. Sabia o quanto a lenda ainda estava apavorada.

— Você acha mesmo que vai ser mais simples que nosso trabalho? — Sara tinha uma ponta de esperança em sua voz, enquanto se aconchegava no abraço da esposa. 

Ava a abraçou com carinho, pensando sobre a esposa e a vida como era desde que se conheceram.

Quando conheceu Sara, Ava possuía lembranças de uma garota normal com pais comuns em uma cidade americana que não tinha nada demais. Ela havia sido recrutada por Rip Hunter, era uma agente do tempo e só buscava alguém para lhe aconchegar em seus braços em noites como aquela.

Mas quando Sara chegou, ela virou todo seu mundo de cabeça para baixo. Para começar, pequenas regras quebradas aqui e ali, vistas grossas feitas por suas transgressões e então, ligações com desculpas de trabalho apenas para vê-la. Pelo menos, até a chamar para um encontro.

Logo nele, Ava já deveria imaginar que as coisas seriam sempre uma grande loucura com Sara. Mas isso não a afastou. E então, ela só aceitou.

Descobriu que era um clone.

Se tornou a diretora da agência do tempo, consertou a história e encarou tantas missões que nem poderia se lembrar de todas.

Uma crise veio e ela morreu.

Sara sobreviveu e graças a heróis que se tornariam lendas, a Terra voltou a existir, assim como todo o universo ao seu redor.

Mais missões vieram, com Sara perdendo a visão e vendo o futuro. 

E nem mesmo assim, após viverem de viagens no tempo até sequestros espaciais, Ava negou quando Sara se ajoelhou à sua frente e pediu.

Ava diria sim para Sara sempre.

Em toda essa loucura, agora Sara também era um clone alien e elas nunca foram tão perfeitas uma para a outra.

E elas se casaram no meio do fim do mundo, afinal.

Mas quem disse que as coisas são normais para elas? Sara era um clone de uma mistura humana-alien que se reproduzia pelo beijo. Elas estavam esperando um bebê, afinal.

— Pensa bem, meu amor — Ava sorria, relembrando o primeiro beijo delas, após uma pequena gritaria, a Waderiver despencar do céu e todos os desastres que se seguiram no restaurante — Nosso trabalho não é nada comum. A maternidade vai ser bem comum e não entediante para gente. Mas vai ser uma experiencia que outras pessoas vão entender.

— Exceto se perdemos ela em algum lugar do tempo — Sara a lembrou, com um olhar um pouco divertido. Ava não pode evitar rir, se imaginando levar a filha num canguru para cada loucura.

— Alguma creche vai ter que aceitá-la enquanto estamos em missão? Ou uma babá? — Ava parecia pensativa, enquanto Sara ria — O que foi?

— Laurel vai crescer com a gente, indo e vindo no tempo. Ela será uma lenda, meu amor e vamos ensiná-la a ser uma capitã.

— Está louca? — Assustada era pouco para descrever como Ava estava. A filha iria com elas?  Como elas enfrentariam aquela vida? A vida delas era salvar o mundo e nem sempre chegavam ao apartamento às seis da tarde, como a maioria dos pais ou dirigiam um daqueles carros mais adequados para as cadeirinhas. Como ela pegaria a filha na escola? 

— Nem um pouco — Sara notou o surto interno que a esposa estava tendo — Vamos ficar juntas e só por isso, eu sei que ficaremos bem.

— É uma promessa de Sara Lance?

— Sim, é uma promessa — Sara garantiu, sorrindo e dando um leve beijo nos lábios de Ava — Eu vou proteger minhas garotas, até o fim e além dele.

— Eu te amo, Sara — Ava sorria e retribuiu o beijo.

— Eu a amo, Ava — Ava tinha os olhos brilhando e fazia um carinho no ventre de Sara. Elas cuidariam de sua filha, juntas — E depois, Laurel vai se divertir no acampamento de férias que alguém vai fundar para os filhos dos heróis. 

— E um dia, vai conhecer alguém tão maluca quanto você e que vai virar o mundo dela de cabeça pra baixo e nos dar netos — O pensamento de Ava fez Sara engasgar. Sua pequenina com alguém? Não, não não… isso não estava certo, foi tudo que veio a cabeça da Lenda.

— Ela não vai namorar até ter cinquenta anos — Determinou, decidida.

— Ela é sua filha — Ava riu do desespero de Sara.

— Ela também é sua filha — Sara retrucou.

— E fui eu que dei em cima de você, a convenci a botar um vestido incômodo, casei com você e depois, te engravidei — Ava se gabou e Sara não resistiu a lhe estapear, se força, somente para provocar.

— Eu derrotei suas ansiedades comprando colchões em lojas de departamentos — Sara a lembrou — E acho que provei pra você ali, que eu queria algo sério — Nunca esqueceria o que era o purgatório de Ava e aquilo havia lhe ensinado tanto sobre elas e sobre a vida que poderiam ter. Não seria fácil, mas seria delas. Não seria perfeito, mas perfeito para elas. — Você vai ser uma vovó bem gostosa — a provocação tirou uma gargalhada de Ava.

— Digo o mesmo — Devolveu, apesar de levemente corada — Mas querida, você tá muito gostosa atualmente também — E a puxou para um beijo, pronta para se entregar aquela loucura que seria voltar para casa e viver a maternidade. Com sorte, a única fase normal de sua vida. Ou não.

 

FIM