IMPERIO SECRERO

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IMPERIO SECRERO
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Summary
A guerra começou.Charles Xavier e Erik Magnus tentaram mudar o mundo, mas apenas semearam uma guerra civil entre mutantes. Enquanto as facções se enfrentam, Emma Frost conduz Jean Grey em uma jornada profunda por sua própria mente, desenterrando segredos que nunca deveriam ser revelados.O que elas descobrem pode ser apenas a ponta do iceberg — um império secreto se ergue nas sombras, pronto para reescrever o destino da humanidade. Mas no final, só uma pergunta permanece: quem ditará as regras quando tudo desmoronar?

Mente aprisionada

A névoa da noite pairava sobre o campo da mansão X, a luz da lua tingindo tudo de prata e sombras. O ar estava carregado, quase palpável, e a tensão parecia vibrar entre Emma Frost e Jean Grey. A quietude era quase palpável, interrompida apenas pelo som da brisa suave e das folhas ao longe.

Emma, de costas para Jean, observava o céu noturno. Seu tom de voz era gélido, como o mármore. “Você pode desligar a mente de todos os humanos, Jean. Você faria isso?”

Jean, sentada na cadeira de balanço, balançava o copo de vinho entre os dedos, seus olhos fixos no reflexo da luz da lua sobre o vidro. A hesitação era visível em seu olhar. “Por que me trouxe aqui, Emma?”

Emma se virou, um sorriso irônico curvando seus lábios, os olhos brilhando com um tom de desafio. “Você não respondeu à minha pergunta, Jean. Você faria isso?”

Jean levou o copo à boca, mas não bebeu. “Você está louca, Emma. O sonho de Xavier…”

Emma soltou uma risada seca, um som que ecoou pela quietude da noite. “Patético. Charles poderia fazer isso, mas prefere cortar seu potencial. Colocou inibidores em você, Jean. Você nunca se perguntou por que sua telepatia é tão caótica?”

Jean se levantou, a cadeira parando abruptamente, surpresa. “Do que você está falando, Emma?”

Emma deu um passo à frente, seus olhos penetrantes, seu tom agora mais baixo, quase como uma ameaça. “Você nunca se perguntou por que sua telecinese é tão poderosa, mas sua telepatia tão… limitada? Como se houvesse uma trava em seus poderes mentais.”

Jean franziu a testa, tentando entender. “Charles tem telecinese, mas é fraca por causa dos seus próprios poderes mentais. Até você tem telecinese, mas é fraca. Eu sou uma telecinética de alto nível, então o processo se inverte.”

Emma riu, um riso escuro, sem humor. “Isso é o que Charles conta. Um telepata poderia ser um telecinético poderoso. Charles tem telecinese fraca porque ele é um cadeirante e não precisou refinar mais esse poder. Eu tenho telecinese fraca porque nunca precisei dela. Mas se os psíquicos tivessem uma trava nos seus poderes mutantes, como Elizabeth, que domina todos os poderes psíquicos no mesmo nível, nem existiria…”

Emma parou à sua frente, sua voz mais suave, mas ainda assim ameaçadora. “Eu sei que você se pergunta por que não estou ao lado de Magneto. Por que estou aqui. A resposta é óbvia, Jean. Porque eu não confio nesses velhos. Xavier, Magneto... todos jogam seus jogos sujos, usando os mutantes como peões. Eu estou aqui para lutar pelos mutantes, de verdade.”

Jean se endireitou, seus olhos fixos em Emma, com um brilho de determinação. “Charles nunca colocaria inibidores em mim.”

Emma sorriu, mas o sorriso não chegou aos olhos. “Eu conheço inibidores como a palma da minha mão, Jean. E eu conheço Charles. Ele é um mestre da manipulação. Ele e Erik são duas faces da mesma moeda, jogando em lados opostos. Você tem medo de mim, Jean? Ou está com medo de eu provar que estou certa?”

Jean, com a voz trêmula, tentou controlar sua respiração. “O que você realmente ganha com isso, Emma?”

Emma deu um passo para trás, seus olhos frios refletindo uma cruel satisfação. “Simples, querida Grey. Eu não quero ser a garota boazinha, a irmã, a mãe dos X-Men como você. Eu quero ser…” Ela pausou, o sorriso cruel se expandindo. “Quero ser a líder dos mutantes. Quero ser a responsável pela nossa sobrevivência.”

Jean franziu a testa, sua voz firme. “O que você vai fazer?”

Emma se aproximou mais, seus olhos penetrantes agora a uma distância inquietante. “Entrar na sua mente, arrancar esses inibidores e revelar seu verdadeiro potencial. Mostrar que estou certa.”

Jean, encarando-a com um misto de raiva e desconfiança, perguntou: “O que você quer na minha mente, Emma?”

Emma, com um sorriso frio e sem remorso, respondeu: “Você já sabe, Jean. Eu quero que você veja o que eu vejo. O futuro dos mutantes não está nas mãos desses velhos. É nosso, e só nós podemos garantir nossa sobrevivência. Charles e Erik, com seus ideais ultrapassados, estão nos levando para a destruição. Eu quero que você veja isso, Jean. Eu quero que você veja o potencial que você tem, que todos nós temos. E eu quero que você se junte a mim.”

Jean piscou, surpresa, o ar denso entre elas. Por um momento, ela não soube o que responder. O brilho intenso nos olhos de Emma não era apenas arrogância ou desafio – havia algo mais ali: uma frieza calculada, mas também uma convicção inabalável.

Emma deu um passo à frente, sua voz firme, mas sem pressa. “Só uma condição, Jean. Você quer salvar mutantes e humanos? Ótimo. Mas sem sacrifícios idiotas. Sem mutantes morrendo para agradar os humanos. Sem fazer concessões que nos enfraquecem. Se tiver que escolher um lado, escolha o seu povo.”

Jean sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Emma falava como se a resposta fosse óbvia, como se Jean estivesse errada desde o princípio.

“Você quer que eu queime a mente de todo mundo?” Jean perguntou, sua voz baixa, tensa.

Emma riu, um riso seco e quase divertido. “Não, querida. Quero que você veja a verdade. Quero que você veja os segredos sujos de Xavier e Erik. Quero que enxergue a manipulação que Charles colocou na sua cabeça.”

Jean apertou os punhos. “Eu já luto pelos mutantes, Emma.”

Emma inclinou a cabeça, o olhar tornando-se quase piedoso. “Você luta pelos ideais de Xavier. Ele luta pelos humanos primeiro, pelos mutantes depois. Eu quero que você pense nos mutantes primeiro.”

Jean sentiu seu peito apertar. A ideia a incomodava, mas Emma continuou, sem deixar tempo para respostas. “E se chegar o momento de fazer o trabalho sujo... você não precisa sujar as mãos. Só precisa me apoiar. Não precisa ser minha assassina. Não precisa ser como eu. Só precisa permitir que eu faça o que precisa ser feito. Os X-Men podem continuar sendo heróis, Jean... mas quantos mutantes vão morrer até você perceber que heróis demais deixam sua própria raça ser destruída?”

O silêncio entre elas era denso, carregado. Jean queria negar. Queria dizer que Emma estava errada. Mas algo nas palavras dela ressoava dentro dela, como um eco distante, como uma verdade que ela estava temendo descobrir.

Jean abaixou suas barreiras mentais. Emma tocou sua mão, e um choque percorreu o corpo de Jean. De repente, sua mente foi arrastada para um turbilhão de cores, imagens e sensações confusas. Ela sentiu sua consciência se deslocar, como se estivesse sendo puxada para fora de si mesma.

Quando abriu os olhos, viu-se flutuando, suspensa no ar. Seus cabelos ruivos, antes presos em um coque, esvoaçavam ao seu redor. Um estranho sentimento de poder percorreu seu corpo, quente e eletrizante.

“Estamos na sua mente”, disse Emma, sua voz fria como mármore. Ela estava ali também, de pé sobre o vazio, como se o espaço ao redor delas não existisse. “Eu não sou Xavier, Jean. Não vou esperar você decidir. Aqui ainda é minha mesa de operação.”

Jean engoliu em seco, perplexa. “Mesa de operação?”

Emma sorriu, mas o sorriso não chegou aos olhos. “Eu poderia arrancar as correntes de uma vez. Poderia libertar sua mente à força. Mas não vou fazer isso. Quero que veja, que sinta, que entenda. Se ao final disso você não enxergar o mundo como eu, paciência. Mas quero que saiba que estou certa.”

Antes que Jean pudesse responder, o cenário ao redor delas mudou.

O antigo quarto de Jean materializou-se à sua volta. As paredes estavam desgastadas, os móveis simples e os lençóis da cama com um tom envelhecido. O cheiro era familiar, a sensação de déjà vu a envolvia.

Jean piscou, atordoada. “Não…”

Ela viu, à distância, uma garotinha de cabelos ruivos, chorando, gritando, segurando alguém nos braços. Era Annie.

A lembrança a atingiu como uma lâmina. O corpo sem vida de Annie Richardson nos braços de sua versão mais jovem, a dor esmagadora, a primeira manifestação de seus poderes. O impacto do carro, o som dos pneus cantando no asfalto. A última risada de Annie interrompida por um som horrível.

Jean engasgou com a própria respiração. “Já passou…” tentou dizer a si mesma, mas a dor era real.

Emma permaneceu impassível. “Não foi só isso, Jean. O trauma foi só o gatilho. Uma telepata traumatizada não é só um problema. É um perigo.”

A cena mudou novamente. Agora estavam no escritório de Xavier.

Jean viu sua versão mais jovem sentada diante de Charles Xavier, que a observava com uma expressão grave. Mas o que mais chamou sua atenção foi o olhar nos olhos dele.

Medo.

Jean arregalou os olhos

Jean observa o homem que ela sempre viu como o pilar da moralidade — são agora vistas sob uma nova luz. Xavier selando seus próprios poderes, um gesto que arrebenta o frágil véu da confiança que Jean tinha nele. A verdade que Emma revela é terrível: o medo nos olhos de Xavier é inegável e profundo, algo que Jean jamais imaginaria ver.

A visão lhe tira o fôlego, como um soco no estômago. Seu corpo treme, não apenas de raiva, mas de uma sensação gelada de traição. A raiva explode em sua garganta.

Jean: “Você está manipulando isso, Emma. Isso é tudo o que você quer que eu veja!”

Emma, imperturbável, mantém aquele sorriso frio, como se estivesse assistindo a Jean se despedaçar. Seus olhos azuis brilham com uma crueldade serena, como se a dor de Jean fosse apenas uma consequência do jogo que ela orquestra com precisão. Ela responde com uma calma ainda mais perturbadora.

Emma: “Sabe, é engraçado... Esse conceito de quão perigosa eu sou me dá novas ideias sobre como usar a telepatia. Ilusões dentro de memórias reais. Não vim aqui para brigar, Jean. Vim arrancar essas correntes, esses inibidores... E você vai ver a verdade. A verdade é que Charles Xavier tem medo dos próprios mutantes.”

Jean sente o impacto dessas palavras como um golpe direto, como se o chão tivesse sido arrancado debaixo dos seus pés. A dúvida começa a se infiltrar em sua mente, tomando espaço onde antes havia certezas.

Jean: “Se... se eu sou tão poderosa, a ponto de que ele não pode me controlar...”

Emma interrompe, sua voz carregada de desprezo, cortante como uma lâmina.

Emma: “Você não é a única, Jean. E se ele não pode controlar você, o que isso significa? Que ele alterou a mente de todos os mutantes? Quantas alterações ele fez, hein? Quantas mentiras ele os fez acreditar?”

Jean se sente como se estivesse caindo em um abismo, onde cada palavra de Emma abre novas fendas em sua percepção da realidade. Ela balança a cabeça, tentando negar, mas as palavras da loira fazem sentido de uma maneira perturbadora.

Jean: “Isso... isso não faz sentido. Mutantes com medo de outros mutantes?”

Emma ri, o som é frio e vazio, como se ela já tivesse visto todas as formas de sofrimento e as considerasse irrelevantes. Ela olha para Jean como se estivesse dando uma lição cruel, uma verdade amarga que não pode mais ser ignorada.

Emma: “É mais realista do que o mundo gostaria de admitir, Jean. A teoria da igualdade nunca funciona na prática. A realidade é que os seres vivos são as coisas mais diferentes e, ao mesmo tempo, iguais. A igualdade depende de onde você está, de onde você olha.”

Jean sente sua mente começar a se perder, mergulhando mais fundo em um turbilhão de pensamentos conflitantes. Tudo o que ela acreditava ser verdade parece se esfacelar diante dela.

Jean: “Nem todos querem lutar... eu... eu não sei mais no que acreditar.”

Emma observa com desdém, como se o que Jean dizia fosse irrelevante. Ela já sabia a resposta, já conhecia a fragilidade das certezas de Jean. Seu olhar se endurece enquanto suas palavras se tornam ainda mais afiadas.

Emma: “Liberdade de escolha e igualdade não podem coexistir, Jean. Nem todas as mulheres querem ser independentes. Algumas preferem ser donas de casa. Ser uma minoria não significa que você precisa apoiar todas as minorias. Ser um mutante não significa que você não pode ter medo dos próprios mutantes. Alguém que é minoria pode ser tão preconceituoso quanto aqueles que os oprimem.”

Jean sente o peso dessas palavras, como se elas estivessem esmagando tudo o que ela acreditava ser verdade. A ideia de que Xavier, o homem que sempre considerou uma figura de liderança moral, poderia ser tão falho, tão humano, a faz questionar tudo o que ela já viveu.

Jean: “Se isso for verdade... muita coisa precisa ser refeita.”

Emma sorri, não de forma bondosa, mas com uma crueldade pura, como se tivesse previsto esse momento de revelação.

Emma: “Você vai expulsar Xavier do Instituto, Jean? Vai finalmente confrontá-lo? Ou vai continuar acreditando nas mentiras que ele te contou?”

Jean vacila, o olhar perdido entre a dúvida e a raiva. O peso da escolha começa a se formar sobre ela. A confiança que ela tinha em Xavier começa a rachar, e ela se vê diante de um precipício — um abismo de incertezas, onde cada movimento pode ser irreversível.

Jean: “Depende... até onde seu preconceito foi E isso tornar um probrema para os muntantes ?”

Emma, então, dá um passo à frente, estendendo a mão com uma confiança imperturbável. Ela não espera, não pede permissão. Ela oferece apenas o caminho. O futuro.

Emma: “Vamos continuar, Jean. Liberte todo o seu potencial. Eu sei que você pode ver além das mentiras. Eu sei que você pode fazer o que é certo... Se você for corajosa o suficiente.”

A tensão no ar é quase palpável. O que acontecerá a seguir? Jean está prestes a tomar uma decisão que não só mudará sua vida, mas também o futuro de todos os mutantes.

Ela olha para Emma, a mão estendida, e sente o peso da escolha que está prestes a fazer. A dúvida, o medo, a raiva — tudo isso está misturado em sua mente enquanto ela encara o abismo à sua frente. E, finalmente, ela sabe que não há mais volta.

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