
Shiro XII
Era tarde da noite, Hinata não conseguia dormir. Revirava-se na cama, de um lado para o outro, o frio crescia, mas não era pelo vento que entrava por sua janela. Era um medo presente em sua vida.
Enviara Yuki, a jovem grávida, para a Vila vizinha, ela não queria mais viver ali. Ela não queria envergonhar a memória de seus pais. A única coisa que pediu foi que Hinata a visitasse algum dia.
Quem ajudou com a viagem dela fora Sakura, ainda não sabia porque, mas Hinata acreditou que somente aquela pessoa poderia ajudar naquele momento difícil.
Uma família iria hospedar a jovem, em troca disso, ela iria trabalhar na estalagem, como pagamento de sua estadia. Até que o bebe nascesse.
Esse ainda era um medo crescente na Hyuuga Líder, ela temia pelo o que aquela jovem poderia fazer, estava tão desesperada que qualquer coisa ruim passaria por sua cabeça. Por isso, pagou para que a vigiassem e desse toda a assistência necessária a Yuki, sem ela saber.
Um barulho vindo da janela, chamou-lhe a atenção, fazendo com que esquecesse, ou ao menos deixasse de lado, aquela preocupação. Vindo então outra substituir.
Sentou-se na cama, ajeitando sua camisola e os cabelos, deveriam estar amassados de tanto que remexera.
— Neji.
Sussurrou, recebendo logo em seguida um abraço quente do primo. Mesmo que o corpo dele estivesse frio com a temperatura baixa lá de fora. Para Hinata, os abraços de Neji sempre eram aquecidos.
Ela já estava a par do ocorrido na missão, recebera a notícia por acaso de alguém da ANBU. Estava junto com Sakura no momento em que soube do ataque e que a Mitsashi o salvara. Agarrou-o então com força, não querendo mais largar.
— Senti tanto sua falta, meu amor. — Beijou-lhe nos lábios, trazendo o corpo da mulher para perto do seu. Com uma fome de aninhá-la no peito, devorar os olhos em lágrimas e engolir toda a doçura que aquela mulher emanava.
Entrelaçou os dedos nos cabelos desarrumados, deitando-a no futon, enquanto espalhava beijos e carícias pelo pescoço, retirava a camisola branca, deixando-a mais exposta aos seus carinhos.
Apertou-lhe as coxas torneadas, fazendo-se presente entre as pernas da mulher entrelaçadas na sua cintura. Seguravam com ânsia os gemidos mais afoitos, apertando os fios de cabelos, ambos na mesma intensidade. De loucura, prazer, num desejo descontrolado de provar o amor que sentiam.
Os seios rijos, de bicos tão rosados, era o seu convite para torturá-lo. Chupou-os com intensidade, remexendo Hinata em seu colo, fazendo com que os sexos se chocassem no vai e vem imposto por ele.
Hinata virou-o no futon, agora por cima, no comando, poderia deixar que ele lhe tomasse num amor descontrolado, mas ela também tinha seus desejos contidos, queria liberá-los de uma vez. Despiu das peças que ainda incomodavam, acariciando com as pontas dos dedos o tórax definido, abdome e os músculos com cicatrizes. Beijou, lambeu, descendo o corpo por aquele maior que o dela. Ouvindo baixo o quanto ele a desejava, queria e amava.
Agora quem se fez presente entre as pernas de quem fora ela. Dominadora, mostrando toda sua intensidade de amar e possuir o que era seu. Segurou o pênis nas mãos, massageando, logo depois chupou-o vagarosamente, brincando, atiçando. Tirando gemidos inaudíveis.
Mas não o deixou gozar, ainda não, deitou no futon, com um sorriso nos lábios. Esse que fazia o Hyuuga estremecer de tesão. Ele percorreu o corpo divino, acariciando com cuidado e ao mesmo tempo tremor.
Não queria mais perder tempo, se encaixaram num abraço, até que conseguiam enfim sentir um dentro do outro. Movimentando como podiam, prendendo os gemidos como deviam, apertando os cabelos conforme já não aguentavam mais não gritar de prazer.
Agora sim, gozaram, respirando descompassadamente, ambos fitando brancos em tremor, em ardor. Em amor.
— Eu te amo. — Ele sussurrou no ouvido dela, entrelaçando os dedos e acomodando o corpo atrás de Hinata. Cheirando seus cabelos, beijando a pele suada. Não queria desgrudar seu corpo do dela. — Como você ficou essa semana? Senti sua falta.
— Poucos problemas, mas tudo bem. Também senti a sua, eu... — Mordeu os lábios, não somente pela sensação de tê-lo tão presente segurando seu corpo nu, mas também com a revelação que já era quase óbvia. — Fui ao médico.
Não queria assustá-lo, mas era impossível. Que homem não se preocuparia com uma notícia dessa? Neji a virou no futon, encarando-a preocupado.
— O que aconteceu?
— Nada! Acalme-se, eu fui fazer um exame. Aquele que eu disse que ia fazer. — Ela viu as feições mudarem, mas não sabia definir o que era. Virou-se no futon, escondendo o rosto, era uma forma de se proteger. Não queria ver algo que a desagradasse quando revelasse o resultado. — Eu estou...
— Um filho! — Neji sentou-se na cama, prendendo os cabelos grudados no corpo molhado de suor. Respirou fundo, pensando em diversas coisas ao mesmo tempo. Se deu conta de que estava distante demais da mulher que amava. — Nosso filho.
Fez questão de virá-la, e acariciar a barriga, ainda fininha, com beijos e massagens circulares. Perguntando se ela estava se sentindo bem, se incomodava, ou se precisava de algo. Hinata sorriu com a preocupação dele, amando toda aquela paparicação.
— Estou bem, juro! Estamos os dois bem. — Se beijaram e antes que os corpos se esquentassem mais, e não conseguissem parar as carícias, voltaram a se abraçar. Tinha um futuro para resolver. — Ninguém sabe. Além de você e Sakura.
— A Haruno? O que ela tem haver com isso?
— Foi ela que fez o exame discretamente para ninguém saber.
— Vou resolver tudo isso amanhã mesmo. Falarei com Hiashi-sama, e depois com minha mãe. Peço você em casamento, e vai dar tudo certo! Eu prometo. — Neji apertava com força as mãos de Hinata, era como se aquilo lhe desse força para que tudo desse certo.
— Sabe que não é tão fácil como diz. Otousan pode até entender um filho, mas um casamento de bouke e souke. A sua mãe, ela também vai falar. Todos irão falar. Neji, eu estou com medo. Não quero perder você, nem ter que entregar meu bebê para alguém cuidar só para manter as aparências. — O desespero pareceu tomar conta de Hinata, ela o abraçou, temendo ser separada do seu amor.
— Ninguém vai tirar meu filho e minha mulher de mim. Você é a líder, tem que usar seu poder.
— Eu sou uma líder com conselheiros que não me aprovam. Como vou conseguir algo?
— Vamos começar devagar! Falar com minha mãe, depois seu pai.
— Hanabi!
— Isso, vamos falar com sua irmã, ela sempre tem ideias boas.
Continuaram abraçados, cada um mantendo o outro seguro de seus pensamentos medrosos. Até o outro dia, onde enfrentariam a todos se preciso.
白
A manhã estava fresca, convidativa para um passeio. Ao menos era essa a ideia que tivera quando acordou e se arrumou, antes que todos acordassem e a visse sair. Pisou o pé no chão amadeirado da varanda, cheia de cuidado para não ser ouvida.
Não adiantou muito, do outro lado estava seu pai, parado como um poste, um guarda pronto para multar quem fizesse algo de errado.
Hanabi soltou a respiração, fazendo barulho ao andar na madeira, aborrecida.
— Ohayo, otousan! Tão cedo e já de pé? — reverenciou o pai, desarrumando o laço no cabelo.
— O mesmo para você. Ia sair?
— Achei somente que o dia estava bonito demais para ficar em casa dormindo. Vamos tomar um chá, otousan, vem.
Poderia às vezes se irritar com o jeito autoritário do velho, mas o amava. Amava-o tanto que não conseguia sentir raiva.
Preparou o chá, falando qualquer coisa que não fosse chato para que ele ouvisse. Até comentar sobre o assunto da jovem grávida. Hiashi não tinha opinião sobre isso. A única coisa que sabia era que um filho não se faz sozinho, e não somente uma jovem deveria pagar por algo.
— Onde está sua irmã?
— Hinata esta dorminhoca ultimamente. Deixe ela descansar mais um pouco, a líder precisa de uma folga as vezes, né otousan? — sorriu servindo mais bolinhos e chá. — Posso começar a ter mais serventia no clã. O que acha? Tipo uma assistente. Igual é Shizune-san e a Hokage.
— Você é uma kunoichi excelente, já tem seu trabalho, para que mais?
— Não quero somente lutar. Eu tenho um cérebro também. Quero poder ensinar o que sei, ajudar a nee-chan, o clã. Acho que é meu dever como sua filha.
— Tem razão. Fale com Hinata, ela sabe melhor do que eu sobre isso. — Hiashi bebeu o chá esfumaçado, sentindo orgulho da pequena filha. — Sua irmã sempre precisará de você, Hanabi. Sua irmã é um pedaço de você, então a ajude em tudo que for preciso.
As palavras o levava para anos atrás, quando o seu irmão deu a vida pela sua. Saiu, deixando a filha pensar.
白
Após um banho frio junto com o homem que lhe fizera companhia, acreditou que estava pronta para sair do quarto. Sentia ainda sono, e um pouco de enjoo. Mas nada que mudasse sua rotina.
Naquela manhã não tinha muitas coisas a fazer, na verdade era um dos poucos dias que não marcaram nada urgentíssimo para resolver. Hinata agradeceu o momento de folga. A noite havia sido muito boa para perder o humor com alguma discussão entediante com algum conselheiro radical.
No corredor de madeira, sorriu vendo as crianças do clã brincando no jardim, olhou para frente e lá estava o maior motivo de seu sorriso. Disfarçou o seu animo e se aproximou dele, que deixara seus lençóis ainda quentes assim que o dia nasceu.
— Neji-san. Ohayo! — Esperou que ele fizesse a mesura correta e continuou a caminhar ao lado oposto dele. Seguiu até onde seus instintos lhe mandavam, ou era o cheiro agradável de algo no fogo. — O que estão cozinhando que cheira tão bem?
— Ora! Senhorita líder! Enfim acordou. — Hanabi cortava algo na bancada, junto com alguma cozinheira. — Estamos empolgadas hoje, quero fazer um doce para levar de presente ao Konohamaru, ele chegou de missão.
— Um doce? Será que sobra um pouco para mim também? — olhou nas panelas, tudo parecia ser apetitoso aos seus olhos.
— Nee-chan, você pode comer tudo o que quiser. — Hanabi abraçou a irmã, sentindo ali um cheiro um tanto que já conhecido. — Estranho, esse perfume...
— O que tem? — perguntou despreocupada, mexendo nas panelas, aproveitando que a cozinheira deixou o lugar.
— Neji-niisama.
Hinata tremeu com a colher de pau na mão. Respirou fundo não deixando que a irmã mais nova percebesse algo.
— O que tem Neji? Acabo de vê-lo, está tão cansado, chegou de missão também. Depois leve algo pra ele comer. — Disfarçou com um sorriso, mas continuava a ver nos olhos de Hanabi uma dúvida.
— Acho que me confundi. — Ela tinha quase certeza de que havia sentindo o mesmo perfume quando se aproximou do primo minutos antes de Hinata chegar.
Infelizmente a manhã fora cortada por uma reunião cansativa. Mais uma, igual as outras, que muito se falava para pouco se fazer. Ela não se recordava que o pai tinha que passar por isso, seria somente para testá-la?
Dessa vez, Hanabi também quis participar, mesmo que ouvinte apenas, e como sempre, Neji também estava ali.
A cada momento Hinata tinha um surto, e acabava não prestando atenção no que diziam. Sua cabeça girava, a tontura parecia aumentar a cada palavra entediante dos homens ali presente.
Percebendo o que estava acontecendo, Neji tentou terminar a reunião, mas ainda falavam sem parar, como se o problema dos animais tratados ali fossem mais importantes.
Hinata aos poucos perdeu a noção de onde estavam, e caiu para o lado, próximo a seu pai, que a segurou no colo.
Rapidamente, Hiashi se levantou, segurando a filha nos braços e levou-a para seus aposentos. Ordenou que um médico viesse examiná-la.
Neji faria isso, iria trazer um médico de sua confiança, claro. Seria ainda mais complicado se algum Hyuuga a examinasse.
Saiu do distrito, passando pela Vila, até o centro, veloz. Procurando pela mulher que poderia ajudar.
Chegou no hospital mas ela não estava lá. Procurou em outros lugares até achá-la num bem provável. Neji parou de frente para os dois que comiam rámem.
— Haruno, preciso que venha urgente ver Hinata! — Imaginando o que poderia ser, Sakura pediu para que Naruto a esperasse no apartamento mais tarde e lhe deu um beijo, seguindo depois o Hyuuga apressado.
— Algo sério? — Ela perguntou, querendo saber o que precisava levar.
— Eu não sei.
Em pouco tempo, Sakura já estava no distrito Hyuuga, um lugar onde nunca estivera antes. A sua chegada não pareceu ser muito bem vinda, ninguém imaginou que Neji fosse buscar a pupila da Hokage.
Quando o questionaram disso, ele simplesmente disse que queria o melhor para a Líder.