Shiro

Naruto
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Shiro
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Summary
Hinata e Neji encontraram um no outro uma chance para aprender o significado do amor verdadeiro.
Note
Personagens são de Masaki Kishimoto.— A história foi concluída em 2010. Mas eu decidi fazer um epílogo em 2016 para comemorar os 6 anos da história. Uma surpresa para quem já leu essa fanfic.— Para o bom andamento da história, os personagens podem ter sofrido alguma mudança, visto que eles são adultos.— Essa história não tem a Guerra do Madara pq na época que escrevi, o manga ainda não estava tão avançado.
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Shiro V

Quando acordou, Hinata deparou-se com uma cena um tanto curiosa.

Neji estava deitado aos pés do futon que ela dormia, ele sempre teve um sono leve, então achou melhor não se mexer para que não o acordasse.

Passou meia hora deitada em silêncio, apenas ouvindo os pássaros, pedindo mentalmente para que eles parassem a cantoria. Mas não adiantou, ela sentiu um incomodo e espirrou.

Somente viu olhos claros abrirem lentamente, e postar-se sentado imediatamente no futon. Pediu desculpas por tê-lo acordado, sentiu-se culpada. Neji apenas chacoalhou a cabeça, acordando. Nunca deixava o sono falar mais alto, mas, naquele momento, parecia que suas pálpebras pesavam. O corpo estava cansado e a cabeça doía.

Não queria preocupar Hinata, desejava voltar logo para casa, mas ao se levantar, o chão sumiu e os olhos enuviaram-se, fazendo o homem cair novamente no futon.

— Neji! Está bem? — Hinata perguntou, afastando o lençol e sentando-se ao lado dele. — Você está quente. — Sentiu a temperatura do primo assim que tocou no braço dele. Tomou então a testa e sentiu a quentura do corpo. — Espere, deite, está com febre, sente mais alguma coisa?

— Não se preocupe comigo, temos que voltar para casa. — Neji tentou se levantar mas a cabeça parecia estar mais pesada que antes.

— Não, não vai se levantar, fique deitado, sua aparência não está nada boa.

Ela levantou-se, preocupada, ajudou Neji a deitar mais confortável no futon e pediu para que esperasse. Percorreu a hospedaria atrás de ajuda, mas não encontrou nenhuma pessoa que pudesse ajudá-la. Separou então água quente e algumas toalhas, também um cobertor e pediu algo leve para comer.

Quando voltou, Neji estava ardendo em febre, ela fez as compressas e não saiu do seu lado. A tarde caiu e a noite chegou, uma sopa, que havia pedido para o jantar chegou. Mesmo debilitado, o Hyuuga conseguiu comer algo, mas ainda sentia fortes dores.

Hinata fazia o que estava ao seu alcance para ajudá-lo, a noite ficou mais fria, o vento parecia entrar pelas frestas da janela e esfriar todo o quarto. Ela o cobriu com mais um cobertor, alisando os cabelos dele, secando o suor, apenas velando o sono perturbado.

Poucos minutos, sentada sobre suas pernas, fechou os olhos, um pouco cansada, despertou no momento em quem ouviu Neji chamar por alguém.

Trocou a toalha da testa dele, por uma mais seca, a febre ainda era alta, e ele tremia de frio. Segurou nas mãos frias dele, não entendendo porque estava assim, mesmo suado e frio. Nunca o vira doente, sim, com ferimentos de missões já viu, mas não houve nunca um dia que chegasse em casa e soubesse que Hyuuga Neji estava deitado repousando de uma gripe. Aquilo era novidade, e como tal, parecia deixá-lo totalmente enfraquecido.

— Gomenasai, gomenasai. — Ele repetia seguidamente.

— Neji, está tudo bem. Eu estou aqui. — Tocou a pele clara, fina e suada. Ele delirava e pedia desculpas para ela.

— Eu errei. — Aos poucos, a cada palavra, Hinata foi entendendo que não era para ela aquele pedido de desculpas. — Tenten. Gomenasai.

Não sabia exatamente qual a ligação que os dois tinham, saber de seus encontros noturnos isso era evidente. Mas o que Neji sentia era um mistério.

Crispou os lábios, ouvindo calada os delírios do homem deitado na sua frente. Corou com as maiores revelações dele, envergonhada, mas não poderia deixar de ficar ao lado dele.

A noite continuou fria, mas Hinata manteve-se sentada, segurando a mãos de Neji, trocando as toalhas da testa dele, ouvindo os delírios e acreditando que nada mais a faria corar ou surpreender. Até ouvir seu nome.

— Hinata.

— Sim, Neji-san, estou aqui. — Apertou a mão dele mostrando que estava a seu lado, mas percebeu que ele não acordara, era ainda delírios. — Neji?

Ouviu mais uma vez seu nome, e nada. Provavelmente ele não teria nada pra falar dela, pensar ou lembrar.

— Seus olhos. — Fixou-se nos lábios dele, esperando concluir a frase, mas essa não veio.

Quando amanheceu, apesar do sono fraco que sentia, alegrou-se sentindo que a temperatura do corpo de Neji estava normal. Se levantou e foi pedir um café da manhã, aproveitou também para enviar uma mensagem para casa, dizendo que estava bem e que demoraria mais um tempinho para retornar.

Quando voltou, com uma bandeja nas mãos, a cama estava vazia. Deixou o café da manhã em cima de uma mesinha no canto do quarto. Preocupou-se ainda mais quando não viu em lugar nenhum Neji, até a porta do banheiro ser aberta e ele sair.

— Gomen, eu fui tomar um banho. — Neji estava encobrindo-se com a toalha quando a viu no meio do quarto, estática. Assustada com a facilidade de recuperação dele. Embora estivesse mais assustada em vê-lo tão a vontade, envolto apenas com uma toalha. — Eu já vou me trocar e podemos ir embora. — Ele voltou para o banheiro sem deixar tempo de Hinata lhe explicar que ficariam mais um pouco.

 

Areia, sol e ar seco, tudo o que ela mais odiava. Crescera desejando levar uma vida como uma ninja, uma kunoichi tão boa quanto a Líder da Vila. Mas as vezes essa vida era a que lhe mais deixava afastar-se de algo simples como manter os cabelos limpos por mais de duas horas.

— Como alguém pode viver num lugar como esse? — Tenten odiava o deserto e nada, nem ninguém, a faria mudar de ideia. Chegou na Vila em meio ao deserto castigante, reclamado de cansaço e fome, muita fome. Quase esquecendo-se de que em pouco tempo iria encontrar-se com o Kazekage.

Na entrada da vila, estava o irmão mais velho do Líder. Tenten sorriu, aliviando-se por não ser a irmã dele. Um tanto brava demais, Kankurou era mais tranquilo, e bonito, aliás muito bonito, pensou ela abrindo ainda mais o sorriso com a recepção.

Foi levada para a mansão principal, ainda contente por não ter tido o desprazer de se encontrar com Gaara, mas nem tanto por esbarrar com a loira do leque. Temari a levou até o quarto de hóspedes. Gaara fazia questão de que seus aliados, quando o visitasse, tivesse total conforto e bem tratados em sua casa mesmo.

A kunoichi pode relaxar na banheira, água fria e espuma, pelo seu corpo. Relaxou por um tempo, policiando-se para que não perdesse o horário em que estipularam o jantar. Daí não poderia fugir dos olhos verdes impenetráveis do Kazekage. Ele olhava demais, e você nunca conseguia saber mais do que ele mesmo falava, um homem de mistérios.

Optou por não usar o colete, com certeza, no jantar, todos ali estariam mais relaxados e a vontade, amaldiçoou-se por não ter nenhuma roupa diferente dos uniformes jounin. Nem se tivesse, teria levado para aquela missão, porque queria se mostrar mais bonita e ajeitada naquele lugar? Poderia muito bem recusar o jantar e comer algo na cozinha.

Isso seria mais fácil de fazer. E foi o que que pensou, quando desceu as escadarias enormes da mansão. Mas perdeu-se entra várias salas iguais, deparou-se com o Kazekage em pé, de frente para um espelho, calado, com as mão para trás. O silêncio da sala de jantar engolia os pensamentos de Tenten.

— Perdida? — O sorriso imperceptível nos lábios dele irritava a kunoichi. — Chegou um pouco atrasada, mas o jantar teve que ser adiado. — Tenten se aproximou preocupada, estava ali e, se preciso, lutaria juntamente ao lado dos aliados de Konoha. — Recebemos uma mensagem de uma vila vizinha. Mas não é nada muito grave. Apenas um mal entendido entre famílias. Uma família nobre com uma bem conhecida sua.

— Família, conhecida minha? Eu não tenho família. — Ironizou-o saindo da sala, mas ouviu dos lábios frios o nome familiar.

— Hyuuga. — O Kazekage deu meia volta, seguindo para onde Tenten estava. — Como disse, foi um mal entendido, mas Kankurou foi averiguar melhor. — Ele puxou uma cadeira convidando-a para sentar. Tenten abaixou os olhos e apenas movimentou o corpo para o lugar onde ele indicava. — Jantaremos só nós dois.

— E Temari-san? Ela, não está?

— Em missão. Algum problema em jantar com o Líder de Suna? — Ela não respondeu, iria manter a promessa que fizera à Tsunade.

O jantar foi servido, naquele lugar onde tudo era muito quente, os alimentos costumavam ser mais leves que o normal. Tenten não ousaria reclamar da comida, mesmo que preferisse algo mais forte, picante e com muito molho. O silêncio continuou, o jantar terminou e ela acreditou que poderia subir para o quarto e esperar o dia nascer para concluir sua missão: Levar o Kazekage em segurança até Konoha. O que não esperava era um convite dele para caminhar pela Vila, pois de noite, era mais tranquila e o ar mais fresco. Aceitou, sem deixar que o silêncio entre os dois acabasse.

Reparou no caminho, como todos paravam o que estivessem fazendo para cumprimentar o líder. Uma criança se aproximou dos dois oferecendo alguns doces num saquinho, Tenten recusou, mas Gaara aceitou e agradeceu.

— Está sempre solícito e satisfeito com tudo. — Ela o encarava, caminhando ao seu lado.

— Porque não deveria estar? Se eu tenho problemas, resolvo-os lá onde é o local para isso. Aqui eu não posso passar para eles a imagem errada.

— E qual é a certa? Se tem problemas, eles devem saber, é o povo. Isso é mentir, enganar.

— A senhorita fala demais, quando sabe de menos. — Gaara deu a volta para retornar a mansão. Tenten não o seguiu, apenas continuou andando reto.

 

 

A chuva voltou ainda mais forte. Não havia para onde ir e Hinata não arriscaria seguir viagem, não após ver Neji passar por uma febre com delírios.

A hospedaria esvaziou-se e puderam trocar de quarto, Hinata permaneceu no que estavam e ao lado um novo quarto foi liberado. Naquele dia não trocaram mais do que palavras necessárias. Mantiveram-se reclusos cada qual no seu lugar, em pensamentos e silêncio que incomodava.

A noite, mais chuva e trovoadas fortes. Os quartos eram ofuscados pela luminosidade dos trovões e relâmpagos. Era difícil dormir com tanto barulho.

Descalço, Hinata levantou-se do futon macio e quente. Caminhando pelo chão de carvalho maciço, na ponta do pé, sem querer ranger a madeira. Abriu a porta, tentando não corrê-la com força. O barulho da chuva abafava o barulho de seus passos. Estava sozinha, e num lampejo único de coragem, saiu do quarto, abrindo a porta ao lado. Sabia que ele não a fechavam com tranca, sabia que a qualquer movimento diferente do ar, ele estaria em pé, pronto para um ataque ou defesa. Sabia que era perigoso entrar sem aviso prévio no quarto de um ninja, de um Hyuuga. Mas entrou com a mesma coragem que a fez caminhar até ali.

Como imaginou, ele estava em pé, com punhos em posição de ataque e defesa, byakugan ativado e lábio prestes a dizer algo.

 

Neji não conseguia dormir, não pelo barulho da chuva, nem pelos trovões ou claridade, mas por simplesmente ter perdido o sono. Não era difícil para ele manter-se em vigilância constante, precisava manter-se acordado para compensar a noite anterior que dera trabalho desnecessário à Hinata.

Ouviu o barulho da madeira ranger, em pequenos passos, que soube com exatidão de quem era. O cheiro dela caminhavam pelo ar, tomando suas narinas, levantou-se rápido e posicionou seu corpo para qualquer ação vinda depois que a porta fora aberta. Como iria receber uma visita naquela hora, se não com alguma ameaça?

A ameaça vinha em aromas de tulipas, distinguia o cheiro dela entre vários outros. Por tantos anos que mantiveram-se próximos, anos que foram sempre muito distantes um do outro.

— Sou eu Neji. Sou eu! — Claro que era, inconfundível aroma, olhos, voz e caminhar, tudo era típico, menos a visita na madrugada. Neji baixou as mãos, num silêncio constrangedor para ambos.

— Algum problema? Hinata-sama. — Não havia problema, não havia medo ou qualquer outro assunto a ser tratado com urgência, apenas sentia-se sozinha naquele momento e queria... Não sabia o que queria.

— Não. Vim saber se está bem, poderia ficar com febre novamente e eu no outro quarto não saberia. — A desculpa era boa, até demais. — Não consigo dormir. Essa chuva e os trovões...

— Nunca teve medo de raios. — Neji não queria ter sido grosseiro como pareceu naquele momento. Mas um diálogo de madrugada, com trajes mais íntimos, juntamente com sua prima, aquela que deveria proteger e não o contrário. — Fique um pouco. Logo a chuva irá passar, também não tenho sono.

Tentou ser mais solicito com ela, esticando o cobertor no futon e fazendo-o virar um sofá para os dois. Mais silêncio.

Cada qual sentado a seu modo particular. A mulher quase encolhida, com um pouco de frio. O homem com as pernas dobradas, olhando a chuva pela janela.

O tempo passava e a chuva não acabava... e o silêncio incomodava.

— Neji? Porque não conversamos? — Foi uma ideia, ele perguntou sobre o que falar, mas Hinata não tinha a menor ideia. — Não sei, apenas foi uma sugestão. Nós dois mal nos falamos. Ao menos é o que acho.

— Falar sobre o que? Somos ninjas, primos e futuros parecidos, mas diferentes. Somente isso.

— Só?

— E não?

— Não! — Ela exclamou, séria.

— Me diz então. — Os olhos brancos reviraram-se. Sempre a mesma coisa. Mulheres falavam e homens ouviam, sem ter chance de dizer algo. Pelo menos era assim com... Decidiu não lembrar-se de Tenten. — Existem coisas que não precisamos falar.

— Algumas coisas faz bem, não? — Para que desejava saber tanto da opinião dele, se até aquele momento nunca foi necessário? — Tem razão, somos parecidos e diferentes. Nós não falamos muito.

— Sim. E obrigado. — Olhou-a fixamente. Aquele era o primeiro agradecimento feito para ela. — Por cuidar de mim ontem. — Hinata sorriu, gagueando algumas palavras, nervosismo quem sabe, ou o sono que começava a chegar.

As pálpebras fechavam-se por si só. E aos poucos o sono lhe pegou. Ele ainda a olhava, calado, estudando os traços aristocrático da jovem futura Líder. Tão diferentes, tão distintas uma da outra. Esticou o braço e trouxe o corpo da Hyuuga para seu colo, ela encolheu-se mais. Neji alisou os fios lisos, despercebido, olhando ainda a chuva.

Ela tinha mesmo razão, eles dois eram parecidos.

 

 

Tenten caminhou por mais uma hora pela vila, sentando num banco qualquer da praça que encontrara, uma árvore e alguns brinquedos infantis. Sozinha, em pensamentos fervilhando, mas ignorando-os. As palavras do Kazekage estavam martelando.

Odiava aquele jeito “poderoso” dele.

Sorriu com a comparação, já não entendendo mais porque fizera. Um vento forte iniciou-se, a noite naquela vila ficava mais fria, arrepiou-se com outra ventania, mais forte.

Voltou então para a mansão, na porta, um homem bem vestido com a bandana de Suna abriu a porta.

Tenten subiu as escadas e chegou até a porta do quarto, mas ouviu um barulho e uma luz vir de outro quarto. O último do corredor. Não por curiosidade, mas por proteção, caminhou até lá, tirando uma kunai do bolso da calça verde escura.

Abriu a porta com a kunai em punho, mas não havia nada la dentro, senão uma lareira. Seria essa a última coisa que imaginava encontrar naquele lugar?

Era uma sala confortável, com um enorme sofá diante da lareira acesa. O barulho era das madeiras sendo queimadas. A luz aconchegante. Tenten sentou-se no sofá e cruzou as pernas em cima do estofado. Estava mesmo esfriando e aquele lugar a fazia relaxar.

Achou estranho a sala estar vazia, porque acenderiam uma lareira e não a usasse?

Mas logo a porta se abriu, e Tenten levantou-se rapidamente.

— Gomenasai, Kazekage-sama. Eu vim ver o que fazia barulho e a luz e encontrei essa sala, a lareira. Achei que... — Ele ergueu a mão pedindo para ela não se explicar.

— Você quis dizer o quarto não? — Apontou para os fundos da tal sala que ela dizia ser e aí a kunoichi reparou na enorme cama disposta na parede dos fundo. — É o meu quarto.

— Eu... eu... não vi! Gomen, eu o deixarei só.

— Não! Fique, pode se aquecer, hoje terá uma tempestade de areia, geralmente o frio aumenta e ficaremos sem poder sair. Já estava mandando alguém ir procurá-la.

Os olhares estavam fixos no fogo queimando as toras de madeira, sem palavras, somente o uivo do vento bater com força as janelas do quarto. Tenten olhou assustada, nunca havia passado por uma tempestade de areia forte antes.

— O barulho pode aumentar, para quem não esta acostumado, é um pouco estranho, mas não se preocupe, a casa é resistente, assim como todas da Vila.

— Não precisa ser assim comigo Kazekage-sama. Não precisa agir com esmero, não estamos acompanhado de ninguém. — Tenten o alfinetou, virando-se no sofá.

— Como deseja que eu a trate? Como da última vez? Prefere que eu seja mais agressivo. Naquele dia, a situação estava ao meu favor.

— Como ousa Kazekage-sama? — Ela descruzou as pernas, olhando-o enraivecida. — Ainda acha que eu estava errada?

— Sim. — Respondeu fitando as chamas na lareira. Ouviu o que ela tinha para dizer, parecia que nunca faltavam-lhe argumentos. — Fez mal o seu trabalho que era permanecer ao meu lado. Não ligo para os saqueadores terem aparecido, eu posso cuidar de mim, mas você não foi um ninja correto.

— E você... — Ele tinha razão, deixar o posto por vontade própria não era correto. Emburrada, fechou os braços em volta das pernas.

O silêncio definitivamente não era aliado de Tenten. Remexeu-se no sofá por algum tempo, o frio parecia aumentar, assim como o barulho da tempestade. Mas o sono a pegou, foi mais forte e aos poucos seu corpo pendia para o lado, amolecendo-se, até encontrar o conforto de almofadas e do couro macio. Gaara levantou-se e a cobriu com um cobertor.

A teimosia daquela mulher talvez fosse a arma que ela usava, mesmo que intencionalmente. Ele sentou-se ao lado, trazendo a cabeça dela para seu colo. Desfazendo o coque que tanto achava infantil, tal como os laços que a irmã usava.

Com os cabelos castanhos soltos, ele os alisou.

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