On the other side (see you in my dreams)

Naruto
Gen
Multi
G
On the other side (see you in my dreams)
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Summary
A partir do momento em que o Jinchuuriki ganha consciência e um elo entre o Bijuu e seu carcereiro é estabelecida, uma conexão entre eles é formada, seja através de uma projeção astral ou pela meditação ou inconsciência. E isso muda tudo. Em que os países ninjas não estão preparados para as consequências da união dos Jinchuurikis.
Note
Ponto de vista > pessoa visitadaGaara > UtakataYugito > FuuRoshi > Killer BeeHan > NarutoUtakata > YugitoFuu > GaaraKiller Bee > RoshiNaruto > Yagura

Chapter 1

Gaara às vezes tem esses estranhos momentos de escapismo. 

Às vezes - na maioria delas - as coisas ficam realmente ruins e ele realmente não queria machucar Kankuro, mas ele tentou o assustar e a areia atacou e agora ele não pode brincar com seus irmãos e ele ficou tão zangado que-

Então ele estava em uma floresta. 

Havia bastante neblina e ele estava deitado em um galho de árvore, parecendo relaxado. havia bolhas de sabão o rodeando. Não Havia pessoas com medo ou ódio por perto. Só ele, as árvores, a névoa e as bolhas de sabão e isso era bom. 

Ele não conseguia entender, mas sua mente faz isso às vezes, assim como aqueles estranhos períodos de inconsciência que quando ele acorda só encontra destruição e morte ao seu redor. Ele não se lembra de nada, mas todo mundo diz que é culpa sua. Ele não pode dormir ou coisas ruins acontecem. Um dos ninjas falou que era como se fosse um bicho papão que se esconderia no seu quarto, só que o bicho papão é ele. Ele PRECISA ficar acordado, mas é tão cansativo e-

Certo, ele está na floresta. 

Um homem mais velho aparece, chamando-o para almoçar. Tudo bem que seu nome não é Utakata, mas ele não queria ser Gaara. Gaara era um demônio e ninguém o amava. Mas aquele senhor amava Utakata e ele estava aqui então era fácil fingir que era ele, mesmo que isso fosse alguma ilusão que sua cabecinha triste inventava. Ele pode fingir antes de ter que voltar para sua terrível realidade.

 

Gaara realmente queria ser qualquer outra pessoa, menos ele.

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

Yugito odeia dias como esse, onde ela não era forte o suficiente para concluir um treinamento rapidamente. 

 

Ela era uma Jinchuuriki a praticamente 5 anos e ainda não conseguia controlar o chakra de Nibi! Ela deverá entrar em contato com seu Bijuu em breve, mas antes precisa aprender melhor a como controlar seu chakra e também a meditar. Bee diz que ela é tão serena quanto uma tempestade. Ela bufa toda vez que diz isso, mas não refuta, afinal ela sabe melhor do que mentir pra si mesma.  Ela respira fundo e observa mais uma vez a paisagem das cadeias de montanhas que cercam Kumo, antes de fechar seus olhos e voltar para sua meditação.

Mas em vez disso acabou no centro de Takigakure.

Ela não gostava de visitar os outros Jinchuurikis, nem de confraternizar com eles do jeito que Bee faz, mas Fuu ainda não era capaz de visualizar sua presença, então ela podia se permitir uma pausa em um ambiente novo. A vila oculta de Takigakure não era nada tão excepcional quanto a de Kumo, mas parecia ser mais pacífica. Ela observava Fuu brincando com um grupo de crianças, despreocupada com o peso de sua responsabilidade como Jinchuuriki, alegremente pulando o treinamento em favor da diversão. O sorriso de Fuu e o brilho dos seus olhos faziam Yugito sentir amarga: Ela tinha que treinar e ser mais forte enquanto Fuu vadiava por aí. Hah! Azar o dela, provavelmente morreria na primeira missão designada e Yugito iria rir sobre seu corpo.

Mas até ela sabe que nunca faria isso e que esses pensamentos maldosos não faziam bem a ela. Ela tem muita raiva e amargura dentro de si para conseguir meditar ou ser capaz de iniciar o treinamento com Bee. Ela cogitou,por um momento, correr entre as crianças, mesmo que ninguém a visse, imaginando como seria correr apenas por diversão e não com o objetivo de matar ou fugir da morte.

Besteira. Yugito nunca teve tempo para ser criança. Ela é uma arma.

Existe uma demanda explícita dos seus superiores para que ela seja mais forte para a próxima Guerra. Porque todos sabem que, não importa o tempo, sempre haverá um conflito. Ela foi criada para isso e assim seria. Ela tinha quatorze anos e não tinha que ficar se lamentando como uma putinha por causa de Fuu. Ela estava acima disso. Ela não precisava disso.

 

Mas ainda sim, mesmo com pensamentos esses racionais, Yugito observou, não conseguindo enganar o próprio coração e diluir a sua própria raiva.

 

 

 

 


 

 

 

 

 

Roshi ODEIA Killer Bee de todo o seu coração. 

 

Era realmente uma pena que Kumo e Iwa fossem aliadas por tanto tempo, se não, Roushi teria se jogado alegremente para caçar o homem mais irritante que já teve o desprazer de conhecer. Ele quase queria dizer que Killer Bee é a pessoa que ele mais odeia no mundo, mas seria uma grande mentira quando o velho Onoki ainda estava vivo e respirando (infelizmente). A vila o deixava em paz para vagar pelo país sem ser vigiado desde que tivese uma cota anual de missões cumpridas, acordado desde aquele maldito dia onde Iwa apoiou a destruição do lar de seus ancestrais. Porém, no momento que ele fosse visto fora do país, iniciaria uma caça às bruxas a sua pessoa. 

É como uma gaiola gigante. 

Óbvio que, nesse momento, ele está vagando pelas montanhas de Kumo, sendo esperto demais para ser pego por algum dos bebês ninjas de Onoki e que o velho sabia disso, mas não arriscaria perder outro Jinchuuriki. Ele não sabia e nem queria saber por onde Han perambulava. 

Ele estava desfrutando de um ótimo descanso, a paisagem de Kumo e suas vastas cadeias montanhosas sendo uma visão agradavel para se iniciar o dia, um bom local para meditar e acalmar sua mente turbulenta e seria assim, se não fosse pelo idiota mandando um Rap a quase vinte minutos.

 

"Suma daqui, seu desgraçado."

 

"Yo, você precisa de mais amor, bro!"

 

É claro que ele não sumiu, aquele merdinha, sendo o objetivo de vida de Bee irritá-lo antes mesmo do nascer do sol. Bee o desprezava tanto que fez questão de vir pessoalmente o azucrinar. Ele se perguntava se valia a pena incitar a guerra entre seus países por conta disso. Era um pensamento tentador.

 

"O que você está fazendo aqui, afinal? Além de perturbar minha paz?” 

 

Bee perdeu qualquer traço de bom humor. E o que ele disse azedou ainda mais o seu:

 

"Yagura dizimou o clã Yuki"

 

Uma regra tácita entre os Jinchuurikis é NÃO visitar Yagura. Roushi nutria a maior repulsa pelo homem, que deveria governar sua vila de forma justa, acaba destruindo seu lar de forma irreparável. Kiri possui (ou possui) a maior quantidade de linhagens de Kekkei Genkai entre todos os países ninjas, e é basicamente o indicativo da sua força. O clã Yuki era bem conhecido por conseguir converter a névoa em partículas de vidro, o azarado que respirou daquela névoa tendo seus pulmões danificados permanentemente, se não morresse no processo. Faz anos que nenhum dos ninjas Yuki era avistado e sabem que um dos clãs mais leais de Kiri foram massacrados desse jeito...

Não, ele não queria nem imaginar o verdadeiro estado daquele país.

 

"Se a sua preocupação é Kiri incitar uma guerra contra Kumo, isso é besteira. Eles não podem bancar isso". Respondeu Roushi, de mau humor.

 

"A Guerra Civil está tomando proporções inimagináveis. Estão ocorrendo conselhos de guerra, já que os rebeldes recebem cada vez mais apoio dos civis." 

 

Esse tipo de informação vem exclusivamente do vínculo, nenhum ninja consegue adentrar as barreiras de Kiri. É tão impenetrável quanto Amegakure. É óbvio que os ninjas sabiam que algo estava acontecendo em Kiri, mas não ousava interferir. A guerra não estava direcionada a eles, de qualquer forma. Eles também não podiam divulgar a informação ou surgiram questionamentos desagradáveis. 

 

"Pare de visitar Yagura, ele não ouve ninguém além de si mesmo. Não podemos fazer nada." Sua declaração saiu um tanto amarga, já que Kiri também participou da queda de Uzushio, tudo isso era Karma e ele estava pouco se fodendo para eles, mas não deixava de ser pesaroso o fato de toda essa guerra e genocidio fazerem o menor sentido.

 

Ele não iria bancar o herói e ir até lá dar uma lição de moral no kage nanico. Os ninjas de Kiri são impiedosos, insanos e letais, sendo o motivo de nenhum dos países ter iniciado abertamente uma declaração de guerra contra eles, pois sabiam que não poderiam vencer. Toda a glória de um país desmoronar por causa de um governante cruel deixaria marcas eternas e o dano não poderia ser reparado facilmente. 

E não fazia o menor sentido!

Para tirar sua mente do assunto começou a perseguir Bee com sua Lava, punindo o merdinha por perturbar sua paz, apenas para manter seu personagem. Ele não iria se meter nos problemas dos outros.

 

Absolutamente não!

 

 

 

 


 

 

 

 

 

Han sabia que os seres humanos são falhos e que o medo e ódio incitaram as guerras através dos anos, conflitos mesquinhos onde a vitória tinha preços altos demais: a vida dos inocentes. Ele também era um shinobi, que já havia lutado na guerra e tirado centenas de vidas, uma ferramenta de destruição empunhada pela sua aldeia. Por muito tempo ele ficou preso a essas restrições, até que atingiu seu limite e deserdou. Apesar de ser um Shinobi, ele cresceu em meio aos Samurais e segue seus dogmas religiosamente até hoje. O caminho para a paz é possível? 

Fica difícil acreditar quando ele vê uma criança odiada pela sua vila sem motivo.

Han fez coisas realmente terríveis como ninja, coisas que nem ele poderia perdoar, mas isso não apagou seu senso de empatia, principalmente com as crianças, que eram vítimas de um mundo condenado. 

Então, sim, ele vigiava o Uzumaki Naruto quando tinha tempo, e daí? 

O garoto ainda não era capaz de visualizar Han o seguindo e lamentava esse fato, querendo poder contar a criança sobre a mulher incrivel que era sua mãe, Uzumaki Kushina e seu pai,  Namikaze Minato. Ninjas que sua vila odiava, mas que foram excepcionais. Ninguém além dele estaria disposto a fazer isso, pelo visto. Ele também não deveria saber disso, mas é um segredo que ele nunca divulgou a ninguém, que com certeza atrairia questões que ele não saberia como responder. Se Iwa sequer sonhasse que Naruto era filho do Flash amarelo de Konoha, não existiria em enviar ninjas para matar a criança em nome de uma vingança frívola. E ele jamais trairia o pedido de Kushina: cuide dele por mim. Ele se pergunta se ela depositou essa confiança nele por ele ter sido o único a visitá-la em seus últimos momentos ou por que estava realmente delirando com a perda de sangue e achou que Han estivesse realmente lá. No fim isso não importa. Ele se lembra vividamente quando sentiu o vínculo que unia os Jinchuurikis torcer em dor, sabendo que uma das ligações estava se partindo. Ele não sabia que era de Kushina até chegar a ela, sangrando no chão em cadeias de chakra aprisionando a Kyuubi, uma imagem que lhe dava pesadelos até hoje. Ele viu ela e seu marido darem suas próprias vidas para defender o direito à vida do seu filho recém nascido. Ele nunca havia se esforçado para falar com ela, na verdade, nenhum dos Jinchuurikis se falavam direito, sendo uma regra tácita não confraternizar com o inimigo, mas naquele momento vendo o desespero de uma mãe dando tudo de si e depositando sua fé nele, que nada havia feito para provar que merecia, ela olhou para ele como se soubesse que ele nunca iria machucar Naruto e-

 

Han respirou fundo. 

 

Ele não era capaz de visitar Naruto pessoalmente por motivos óbvios e ele ainda não era capaz de ver sua projeção. Ele não seria capaz de mostrar seu apoio como queria, por enquanto. Nesse momento ele se contentaria apenas em seguir o garoto, sendo o único disposto a andar ao seu lado, mesmo que ninguém o notasse. Ele decorava os rostos dos civis cheios de repulsa, dos ninjas cheios de ódio e do Hokage, que se omitia daquele tratamento. 

Ele ensinaria Naruto a reinar sobre esses sentimentos e se tornar forte, o ensinaria a andar de cabeça erguida e não ter vergonha de quem era. Faria de Naruto uma pessoa forte. Iria cumprir o último desejo de Kushina.

 

Ele iria cuidar de Naruto.

 

 

 

 


 

 

 

 

 

Utakata não entendia por que Yugito trabalhava tão duro. Ele era meio preguiçoso, reconhecidamente, e preferia passar um tempo descansando e apreciando a vista do que se jogar em treinamentos de sobrevivência insanos. 

E ela fazia isso toda semana. Mesmo sendo uma chatice. 

Não fazia sentido, ela odiava ser uma Jinchuuriki e ainda sim treinava loucamente para ser forte. Utakata também não queria ser um, mas aconteceu. Ele não iria se dedicar a uma vila que tivesse a porra louca de Yagura no comando matando tudo e todos a troco de nada. Sua vila estava em ruínas e ele não iria lutar por eles, ou contra eles, Utakata só queria ser deixado em paz. O único motivo de ainda não ter desertado foi por causa de seu Sensei.

Yugito se lançava em mais uma sessão de katas e ela parecia acabada, como se não tivesse dormido bem. Bem, ele não estava afim de perturbar Yugito naquele momento. Ele achava realmente bonito o jeito como seu corpo se movia, movimentos tão fluidos como a de um gato, uma visão e tanto. Ela continuava o ignorando, como esperado. 

Utakata gostava de imaginar sendo um daqueles silêncios confortáveis de companheiros de equipe treinando e passando um tempo juntos. Ele a convidaria para um jantar e ela o socaria no estômago, sendo totalmente durona. Talvez seja uma coisa boa esse negócio de projeção astral pelo vínculo, podendo perturbar Yugito a vontade se as consequências físicas como um soco ou qualquer coisa.

 

Era realmente uma benção poder escapar da realidade caótica em sua volta.

 

 

 

 


 

 

 

 

 

Fuu ama sua vila!

 

Ela está treinando para ser uma ninja e era constantemente elogiada pelos professores por sua proficiência em taijutsu, embora não seja a melhor em ninjutsu ou genjutsu. Quando não estava na academia, fazia treinamento secreto para controlar o sete caudas, que ela não podia contar pra ninguém porque era muito perigoso e quando alguém questionava suas ausências ela respondia que estava visitando sua avó em outra vila. Ela não entendia direito o mistério no fato de seu treinamento, mas o chefe da vila a alertou que deveria ser assim e ela não iria desrespeitar Shibuki-sama. 

Às vezes o treinamento podia ser cansativo, mas era legal poder canalizar seu excesso de energia para outro lugar. O bom era que treinamento não era todo o consumo do seu tempo, então ela sempre brincava com as crianças da vila, não ligando se eram mais jovens ou velhos, todos gostavam de Fuu e Fuu gostava de todos! Ela adorava quando Shion, uma aprendiz de costureira de 14 anos a chamava de avaliar suas criações, as roupas eram tão lindas! Também havia o filho do dono da padaria, que ela realmente não lembra o nome agora, mas que sempre dava pães extras para ela se levasse suas cartas para Shion, ele realmente gosta dela! Também havia a velha Ma, que sempre a presenteava com uma sobremesa se ela colhesse flores para sua floricultura. Sua vila podia ser pequena, mas nada podia apagar a grandeza do coração das pessoas que a compunham, e Fuu se tornaria a melhor ninja da vila e protegeria todos ferozmente, seu povo precioso.

Ela não tinha pais, sendo criada no orfanato com outras 43 crianças, mas sempre havia comida e uma cama para cada um dormir à noite. A matrona era bem rígida, mas nunca maltratou nenhuma criança e sempre expressava sua afeição por todos e todo mundo lá formou um vínculo, os mais velhos cuidando dos mais novos e assim sucessivamente. Às vezes Fuu se perguntava como seria ter uma família própria: Uma mãe e um pai e talvez alguns irmãos. Parece bom, mas não faz falta para ela, tendo se cercado de boas pessoas ela cresceu feliz pela vida que tem.

 

Acordar em um local diferente nunca deixava de ser chocante, embora esteja acontecendo cada vez menos. Ela não entendia como isso acontecia e não parecia ser um sonho -era real, mas não a sua realidade. Seu coração afundou ao ver as paredes marrons e um quarto sem brinquedos, sem uma cama, desprovido de qualquer coisa. Ela sabia que estava em Suna - ela viu na aula de geografia, os desertos - e choramingou. Ela odiava vir para cá, sempre era uma visita desagradavel com alguém morrendo pela areia de Gaara, e ela via como se fosse ele, o que tornava tudo dez vezes pior! 

O quarto estaria neutro se não houvesse uma grande mancha vermelha - sangue! - na parede, embora não tenha sinal algum de um corpo. Provavelmente aconteceu a algum tempo atrás e ninguém limpou a mancha nojenta. 

Alguém abriu a porta e era Yashamaru, a voz de Gaara exclamou o mais animada possível. Yashamaru ignorou completamente o sangue e levou Gaara para fazer um lanche, como se a morte - Gaara matou outra vez! - nem fosse algo digno de nota. Fuu sentia que poderia rir do puro desespero que sentia. Ser Gaara era pavoroso e era ainda pior quando ele resolvia sair para passear na vila - Pare! Volte para seu quarto, ninguém gosta de ti, aberração! - Era o que Fuu constantemente gritava, mas ele nunca a ouvia e ela tinha que suportar os olhares de ódio das pessoas - Gaara os recebia diariamente... - e aquilo fazia se encolher, mesmo que não estivessem julgando Fuu, especificamente, ela ainda sentia que poderia ser ela, se tivesse nascido aqui. Ela é grata por ser amada e por não ser o menino ruivo - Oh, um dos aldeões acaba de cuspir no rosto dele, nada de novo - e o pior de tudo é o fato de Gaara fazer questão de se fazer presente no centro da vila, como se quisesse ser notado - Sim, eu sou o verdadeiro bicho papão que atormenta suas noites. E Fuu só podia ficar lá, a receber os olhares sujos, a se sentir menor que uma formiga. 

A areia de Gaara começou a ganhar vida e a última coisa que ouviu foi um grito de puro terror ecoando, antes de ser afastada.

 

Aliviada por não estar mais na pele do garoto odiado, ela rezava para nunca mais ter que voltar para ele.

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

Killer Bee tinha como passatempo encher o saco do velho Roushi, sendo um dos seus passatempos diários. Não havia motivo algum além de ser engraçado pra caralho, mesmo quando Yugito o julgava não tão silenciosamente por agir feito uma criança. 

Heh, ninjas velhos como ele precisavam tirar alguma diversão nos dias de hoje e ele não caíria nos três vícios fatais da vida shinobi: Bebidas, apostas e sexo. 

Visitar os outros não era tão divertido: Naruto, Gaara e Fuu ainda não conseguiam visualiza-lo, Utakata e Han o ignoravam fervorosamente e Yagura era assustador com todo o negócio de genocídio. Só sobrou o bom e velho Roushi, com paciência do tamanho de uma noz. O velho deveria ser grato por permitir que ele fique passeando pelo país sem avisar o seu irmão - na verdade, a última coisa que ele faria era avisar seu irmão, também resolvendo tirar umas férias por conta própria e boa sorte com A tentando localizá-lo dessa vez hehe.  

Ele estava ao lado de Roushi, que depois que ele desistiu de tentar matá-lo, latiu para deixá-lo em paz e ele não queria testar ainda mais a paciência do velho ser acertado pela lava não é divertido (Ele podia se curar rápido, mas a dor NÃO era legal). Ele se contentou a observar as montanhas, enquanto refletia sobre o estado político de Kiri e as consequências que isso poderia trazer para o resto do mundo - Ele REALMENTE não queria ter que marchar para outra guerra. - e ficava amargo com o fato de somente ele estar vagamente preocupado com esse assunto. Os Jinchuurikis não se metiam nos assuntos um dos outros, mas Bee era uma criatura dolorosamente curiosa e intrometida e não descansará até obter algum resultado ou qualquer coisa, visto que Yagura é o mestre em fingir que ele não existia - Até Han e Utakata uma hora reconheciam sua presença, mesmo que fosse apenas para enxotá-lo.

Ele sonhava com um dia em que os Jinchuurikis pudessem se aliar, onde os países ninjas trabalhassem para manter a paz. Um sonho impossível, talvez, mas Bee acreditava que um dia pudesse vir a acontecer. Então talvez ele possa um dia deixar a vida shinobi e se dedicar a música, como sempre desejou desde a infância. Foi uma má sorte ser compatível com o estilo de luta de A, mas ele não se arrependia de ter oito caudas dentro de si, pois ele era um amigo inestimável, um amigo que o salvou da morte mais vezes do que ele poderia lançar rimas em um freestyle. Ele tem uma pupila assustadora e os ninjas mais novos adoram treinar com ele e que até apreciavam o seu som! Uma vida decente, de fato, embora, querendo ou não, ainda havia um estigma associado aos Jinchuurikis que era impossível dissociar: Haviam ainda idosos que lembravam do auge do terror quando as bestas de caudas andavam sobre a terra em sua glória destrutiva; pessoas que lutaram na guerra e viram a força absoluta dos Jinchuurikis e aqueles que sofreram, direta ou indiretamente, os horrores da guerra. Os Jinchuurikis foram criados como um estratégia política para apaziguar os conflitos entre as vilas e realizar um equilíbrio de poder entre as vilas. O resultado, obviamente, foi um desastre, servindo para dar munição em escala monstruosa para as vilas, culminando na primeira guerra. Quando ele passar dessa vida para o além ele vai encontrar especificamente Hashirama e perguntar como diabos ele achou que isso seria uma boa idéia. 

 

Lamentar sua sorte não resolveria nada, então Killer Bee se concentraria no presente. Foco!

 

Ele precisava convencer um certo velho a fazer um pequeno desvio para Kiri...

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

Naruto é chamado de muitas coisas horríveis toda vez que passava pela vila.

 

Garoto Demônio, Assassino, Monstro

 

Ele sempre se encolhia e sentia seu coração doer e seus olhos ficarem úmidos. Ele não é mau e não se lembrava de fazer nada para que a vila toda o odiasse! A matrona do orfanato o odiava, as crianças o ignoravam e as que falavam com ele duravam até que algum adulto as alertasse para se afastar dele, porque ele era perigoso. Ele é um demônio.

Nesses momentos era impossível não se sentir afundando em desespero e ele corria em lágrimas para a Torre Hokage, onde Jiji era o único que falava com ele como ele era: apenas um garoto. Jiji dizia que ele era um bom menino e o Hokage era a pessoa mais forte da vila e ele não mentiria para Naruto, mesmo não explicando o motivo dele ser odiado, mas Naruto sabe que ele não é malvado porque não havia feito nada de errado.

Mas talvez ele estivesse errado. Talvez ele realmente seja malvado. Porque Naruto se lembra. Uma lembrança feia e ele queria que fosse um sonho, mas era realista demais para ser ignorado.

Ele é um demônio.

Ele se lembra de ter ordenado que várias famílias de clãs fossem exterminadas. Se lembra de correr entre seus shinobis e matar os ninjas do clã e suas famílias, até os bebês. Ele se lembra de travar batalhas gloriosas onde saiu vitorioso, o sangue de inocentes manchando suas vestes. Se lembra de ser um Kage, alguém que deveria proteger o seu povo e que estava matando-os aos poucos. Ele viu a guerra que ele mesmo causou. Todas as noites ele matava alguém, destruiu sua casa, mesmo que essa não fosse Konoha, mesmo que ele fosse um pouco maior do que era normalmente, mesmo que ele não reconhecesse as pessoas ou não conseguisse controlar suas ações. Aquilo era digno de ódio, e fazia sentido ele ser odiado se fizesse tudo isso.

 

As pessoas estavam certas, ele é um monstro.

 

 

Em outro universo, Naruto teria lutado contra seus atormentadores com um sorriso capaz de rivalizar com o brilho do sol e um otimismo gigante. Mas neste ele apenas se encolhe, o brilho de seu otimismo quase inexistente e ele rasteja pelas sombras e anda com a cabeça baixa, tentando ao máximo apagar sua presença.