Constelação

Naruto
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Constelação
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Summary
Kakashi aprendeu a amar ainda mais as estrelas, a lua e o céu noturno com Iruka. Ele era completamente apaixonado por estrelas, constelações, planetas. Dizia que as estrelas eram pessoas que já haviam partido e sua alma iluminava o céu, mesmo que Kakashi soubesse que não era, por ser um astrônomo, não tentaria mudar a opinião do seu amado.
Note
Fic 25/31...Algo mais do que estou acostumada, então como devem imaginar.... nem direi nada...Nome do capitulo fará sentindo no final...Boa Leitura...

O que um astrônomo e um florista poderiam ter em comum? Isso é o que muitos se perguntavam quando viam eu e o Iruka juntos. Mas apesar de termos profissões totalmente diferentes, vermos o mundo de uma forma diferente,  nos completamos.

Eu sempre fui fascinado pela astronomia, poder estudar corpos celestes como planetas, estrelas e galáxias. Sempre me senti atraído pela imensidão das estrelas.

Já Iruka, é um florista de mão cheia, amava flores e se sentia completo quando estava entre elas. Adorava as flores que desabrocham à noite, como a Echinopsis hybrid, um cacto noturno e a Zaluzianskya capensis, ou Midnight Candy, uma flor para quem quer sentir um ótimo aroma no meio da madrugada, por volta das quatro horas. Descobri que adoro esse cheiro.

Tem cheiro de Iruka...

Iruka sempre acreditou que estrelas eram a alma das pessoas que já haviam partido e agora iluminavam o céu. Mesmo sabendo que não é bem isso, jamais tentei mudar a opinião dele. Ele fica ainda mais lindo falando sobre o que acredita.

Sempre fui muito cético em relação a muitas coisas, nunca acreditei em almas gêmeas, destino, uma força maior sobre tudo e todos que guiam nossas vidas, essas coisas, era irredutível em minhas opiniões, mas quando encontrei Iruka, por incrível que possa parecer, comecei a rever meus conceitos para algumas coisas.

Conheci Iruka, que também chamo de amor da minha vida, em um dia que ocorreu uma chuva de meteoros. Estávamos com um grupo de amigos que nem sabíamos que tínhamos em comum. Nós dois éramos os únicos que estavam prestando atenção ao fenômeno, enquanto os outros apenas conversavam. Estávamos deitados sobre uma manta, cada um na sua, claro, mas lado a lado observando o céu noturno, até que ele disse algo que não tive coragem de discordar.

— Meus pais costumavam dizer que os meteoros são anjos que estão vindo à terra para ajudar a quem precisa. Mas não é sempre que eles vêm à terra, é somente em ocasiões especiais. Minha mãe sempre dizia que eu era um, pois segundo ela eu nasci numa noite como a de hoje, nasci durante uma chuva de meteoros.

— Eu não discordo — respondi a ele e vi o mesmo corar com minha fala — Me chamo Hatake Kakashi e você?

— Umino Iruka, muito prazer.

E ele sorriu de uma maneira que me encantou apenas com aquilo. Conversamos muito naquele dia, depois da chuva de meteoros acabar é claro. Ele ficou sem graça quando disse que era astrônomo e perguntou o porquê de não ter o corrigido sobre sua comparação da chuva de meteoros com os anjos. Respondi que não via necessidade, não estava lá para dar alguma aula, apenas para apreciar o evento.

Depois daquele dia, após trocarmos números de telefones, conversamos quase todo dia e principalmente à noite. Éramos amantes dela, preferimos o silêncio da noite do que a agitação do dia. Mesmo que no dia seguinte ficássemos quase como um zumbi, não mudamos os hábitos.

Nosso primeiro encontro foi numa praia um pouco distante da cidade, pois queria mostrar ao Iruka alguns planetas e constelações e vi o florista se encantar com o que dizia, prestava atenção em cada palavra, me fazia perguntas e às vezes contava alguma teoria maluca sobre a criação dos planetas, estrelas e coisas do tipo. O que me fazia rir, mas nunca discordar ou querer impor minha opinião. 

Iruka também me falou sobre seu trabalho, sobre suas flores preferidas e cada palavra que saia de sua boca podia notar que ele amava o que fazia, falava o nome científico das flores com uma facilidade enquanto para mim eram verdadeiros trava-línguas, mas não desistia até me fazer aprender o nome delas.

Naquela noite, sob as estrelas, demos nosso primeiro beijo e desde então, não nos separamos mais. Mesmo com nosso trabalho, com divergência de horários conseguimos iniciar um namoro. Alguns dos amigos ficaram surpresos, pois achavam que éramos muito diferentes e que não duraria muito tempo.

Não nos importávamos com isso, com a opinião dos outros, só interessava nós dois. De uma forma ou de outra quando tínhamos alguma data importante, algo que queríamos lembrar sempre juntamos nossas paixões, as estrelas, o céu e as flores noturnas. Me lembro do dia em que ele me mostrou todas as constelações do zodíaco, disse que deu trabalho pois sempre se perdia nas estrelas, isso foi quando fizemos um ano juntos. Mesmo não ligando muito para aquele tipo de constelações, fiquei surpreso pela dedicação e finalmente entendendo o porquê dele querer meu antigo telescópio emprestado.

Isso aconteceu no pequeno chalé que ele tinha, em uma área afastada da cidade, sem a poluição luminosa da cidade podíamos ver com clareza toda imensidão do céu. Aquele dia também nos amamos sob as estrelas. Nós praticamente nos mudamos para lá, apesar de ficar um pouco longe do centro da cidade e dos nossos trabalhos, gostamos daquele lugar, daquela paz, poder observar as estrelas sem pressa e não trocamos nada. 

Lembro do dia em que bebemos um pouco a mais de vinho sob as estrelas e você me falou que as pessoas que partem da terra se tornam estrelas no céu e eu como bom defensor da minha amada profissão, rebati sua fala pela primeira vez desde que nos conhecemos..

— Meu amor, as estrelas nascem nas nebulosas, que são imensas nuvens de gás compostas basicamente de Hidrogênio e o Hélio, que são os elementos mais comuns no Universo. Em certas regiões da nebulosa com maior concentração desses gases, a força gravitacional é maior, o que faz com que ela comece a se contrair e….

— Cale a boca, Kashi, não quero ouvir suas explicações científicas, a minha teoria é mais interessante, mais bonita e um dia irei te provar que estou certo.

— E como fará isso, Ruka? — perguntei ficando por cima do meu amado, já que estávamos novamente deitados em uma manta no chão sob as estrelas.

— Quando eu partir, quando deixar esse mundo, você verá uma nova estrela no céu e aquela nova estrela, que não estava no céu antes, será eu e você saberá — Iruka falou aquilo tão sério que senti um frio correr minha espinha.

— Não brinque com isso amor — respondi sério, olhando no fundo de seus olhos..

— Ei, querido, calma. Não precisa ficar nervoso. 

— Não pode me deixar — falei enquanto distribuía beijos pelo seu rosto o fazendo rir.

— Porque?

Nesse momento parei o que fazia, me sentei sob meus calcanhares, puxei o florista para que sentasse também e tirei uma caixinha do bolso.

— Porque quem vai ficar comigo sob as estrelas, que vai aprender as constelações do zodíaco, quem vai me fazer ficar acordado a noite toda apenas para ver uma flor desabrochar, que vai me contar teorias sobre o nascimento de estrelas e chuva de meteoros.

— Kakashi, o que..

— Quer casar comigo? — perguntei de uma vez antes que perdesse a coragem.

— Sim, meu amor, mil vezes sim. Mas terá que prometer que dará um nome a minha estrela.

Mesmo com a sua fala, que insistia em dizer que se tornaria uma estrela no céu, nesse dia você me fez o homem mais feliz do universo.

[...]

Estou olhando pelo telescópio a imensidão do universo pela primeira vez em quase um ano, pois havia ficado longe de tudo isso, de tudo o que mais amava. Não tinha motivação para voltar. Não via mais graça olhar para o espaço, para o céu, para as estrelas.

Mas ao focar em um local aleatório tive uma surpresa.

Uma nova estrela brilhava naquele local.

Tenho certeza que ela não estava ali antes.

Então fui atingido por uma lembrança junto a ti com a força de um meteoro que cai na terra.

 

“Você verá uma nova estrela no céu e aquela nova estrela, que não estava no céu antes, será eu e você saberá!.... Mas terá que prometer que dará um nome a minha estrela.”

 

A partir daquele dia, aquela nova estrela, aquela nova descoberta a qual fiquei mundialmente conhecido, tem o nome de Sora Iruka, ou como prefiro que a chamem "Golfinho do Céu".