A Solidão Será Minha Eterna Companhia

Naruto
M/M
G
A Solidão Será Minha Eterna Companhia
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Summary
Em um mundo totalmente devastado pelas guerras entre os países, onde as cidades não são nada além de ruínas e as florestas apenas grandes massas cinzas, um homem e seu filho lutam para conseguir sobreviver. A comida é cada vez mais escassa, artigos essenciais para sobrevivência estão deteriorados e o maior medo que enfrentam não são os ladrões e assassinos que espreitam em cada esquina nem mesmo os canibais que ficam nas sombras à espera de um passo em falso de algum desavisado. O maior medo que enfrentam, é a solidão.Um homem lutando sozinho para sobreviver é a prova de que o mundo muda o homem, alguém que era gentil, amável e que sempre buscava ajudar os outros, descobriu que essas qualidades de nada lhe ajudavam nesse novo mundo. Sozinho ele sobreviveu por muito tempo e pretende ficar assim até o fim dos tempos. Esse era seu plano até pai e filho cruzarem seu caminho e lhe fazer questionar se a solidão é realmente a melhor escolha. OBS: Inspirado no livro “A Estrada de Cormac McCarthy”
Note
Fic 29/31Algumas coisas sobre a ficSerá meu maior desafio, algo totalmente diferente do que escrevo e do que estão acostumados a ler. Espero de verdade que gostem, pois essa long fic me Como o tema do dia é Apocalipse, teremos Kakashi e Iruka em meio a diversas situações. A principio não darei nomes aos personagens, eles serão apenas O PAI, O FILHO E O HOMEM SOZINHO.O prologo está um pouco curto, mas dará uma base do que vem por ai.Boa Leitura!
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Prólogo

Pai e filho caminham por uma estrada em um mundo devastado procurando um novo lugar para poder chamar de lar. A sobrevivência de ambos depende apenas um do outro, mas nem sempre foi assim. 

O mundo encontra-se totalmente devastado. As cidades foram transformadas em ruínas e pó, as florestas se transformaram em cinzas, os céus ficaram turvos com a fuligem e os mares se tornaram estéreis. Os poucos sobreviventes vagam em bandos e alguns se arriscam sozinhos. Um homem e seu filho não possuem praticamente nada. Apenas uns cobertores puídos, um carrinho de compras com poucos alimentos e um revólver com algumas balas, para se defender de grupos de assassinos, ladrões e até mesmo canibais.

Estão em farrapos e com os rostos cobertos por panos para se proteger da fuligem que preenche o ar e recobre a paisagem. Eles buscam a salvação enquanto tentam fugir do frio da noite. 

No entanto, não sabem o que encontrarão no final na viagem, nem o que os aguarda durante o caminho. Essa caminhada, essa busca pela paz, mesmo que possa parecer um sonho impossível, é a única coisa que os mantém unidos, que lhes dão um pouco de força para sobreviver e seguir em frente. Mesmo que as esperanças do pai para que o filho tenha um futuro melhor do que o presente em que vivem, sejam ínfimas. 

A vida do pai e de seu filho é um verdadeiro calvário e a cada passo que dão pensam que por algum milagre algo irá acontecer e mudar seu destino ou talvez seja o final da linha. Cada dia que sobrevivem é uma vitória para ambos.

Os dois se encontravam andando por uma terra seca, um mar mineral rachado e partido como um prato que caiu no chão, onde um dia, provavelmente, havia sido um rio. Poderiam até ser considerados deuses por terem sobrevivido por tanto tempo. Eram deuses esfarrapados caminhando retorcidos em seus trapos que nem ousam chamar de roupas. Desolados. Ao longe podiam ver vultos que não podiam dizer com precisão o que eram. Mais um fez ficou acordado durante a noite, vigiando o sono do seu filho. Era o que pensou, logo acordou e ficou deitado na escuridão, pois não era possível ver as estrelas.

O pai e o filho, que eram assim que se chamavam a muito tempo, que era capaz de terem esquecido seus próprios nomes, pois  todos os que conheciam eram sobreviventes e dentro daquela realidade nomes não tinham nenhuma serventia. 

O ser humano já havia perdido a sua humanidade há muito tempo.

 

*~*

Um homem sozinho. Que um dia já teve família, amigos. Mas hoje ele prefere a solidão. Cuidar de si mesmo já lhe toma todo o seu tempo, não conseguiria ser responsável por outras pessoas. Não mais.

Ele tem uma visão muito pessimista do mundo e não era para menos. As ações dos humanos remanescentes não tinham nada de humanas. Absolutamente nada. 

Ele demorou para entender aquilo. Sofreu muito para entender que bondade, amizade, respeito, honestidade, dignidade, lealdade e amor não servem para nada. São valores que se perderam para sempre. Poderia soar como rude, até mesmo desumano, mas chegava a ficar feliz por sua família não estar mais ali para ver no que as pessoas haviam se transformado. Podia-se dizer que eram monstros.

Afinal pessoas normais, sem passar por todo aquele pesadelo que foi e está sendo o fim do mundo, não agiriam como verdadeiros animais. Alguns chegaram a situações extremas como violências físicas e sexuais e até mesmo casos de canibalismo. Ficou diante de seres humanos em seu lado mais obscuro, agindo totalmente por instinto.

Mas e ele? Ele também mudou, de alguém que preferia usar as palavras para defender seu ponto de vista foi obrigado a se tornar alguém que era o completo oposto de sua essência. Se tornou alguém violento até certo ponto e aprendeu, a duras penas, a se aproveitar da bondade de alguns. Poderia não se orgulhar, mas nesse mundo, nessa selva, ou era ou outros ou ele. 

Nas oportunidades que interagiu com outros seres humanos, estes se mostraram seres horríveis, desprezíveis, que nem mereciam andar sobre a terra. 

 

*~*

 

Tanto o pai e o filho, quanto o homem tem seus receios, suas complexidades.

O menino tem a sua inocência sendo corrompida por um mundo onde os inocentes servem de alimento para os malditos.  Mas mesmo assim sua bondade e inocência permanecem. Mesmo em situações absurdas, onde até um adulto perece, é capaz de mostrar que a humanidade ainda é capaz de boas ações. Mas até quando essa bondade irá durar? Até quando o filho continuará sendo uma pessoa boa? Afinal o mundo atual parece não o merecer. 

O pai se tornou super protetor com o filho, mas essa superproteção é apenas uma máscara para esconder seus medos, suas dúvidas, suas angústias. O filho é sua tábua de salvação, a única coisa que o mantém vivo, que o faz querer permanecer vivo e seguir em frente. Mesmo que às vezes ele tenha que fazer algo que o filho desaprove e faz com que o julgue. Pois o filho quer que os dois sejam os mocinhos, mas nesse mundo apocalíptico, os mocinhos não são bem vindos.

O homem sozinho sempre faz questão de lembrar a si mesmo que possui um revólver com uma bala guardada para o momento em que sua esperança desaparecer de vez, o que não está muito longe de acontecer. Sabe que o mundo e as pessoas jamais voltarão a ser como eram antes, não tem mais essa ilusão. Já desistiu de esperar as coisas melhorem, por isso ele vive um dia de cada vez, cuidando e se preocupando apenas consigo mesmo.

 

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