
Conhecendo a Noiva
Gaara No Sabaku, príncipe do País da Areia, estava prometido em casamento com a princesa do País do Relâmpago desde o dia em que nasceu. Não tinha como fugir. Não havia o que fazer. O que o frustrava, além de ser obrigado a casar, era justamente o fato de não a conhecer e só poderia conhecer sua futura esposa no dia em que iria se casar com ela. Porém após muitas brigas e discussões com seus pais, conseguiu os convencer que seria uma boa maneira de estreitar os laços entre os dois Reinos, se ele fosse conhecer a jovem princesa antes do casamento.
Na data marcada, a Rainha Karura junto com o Rei Rasa e o caçula, o Príncipe Gaara estavam a caminho do País do Relâmpago. Seriam três dias de viagem, três longos dias presos numa carruagem e o clima dentro daquele pequeno espaço era tenso. Conforme o tempo passava e a distância percorrida aumentava, aos poucos notavam as mudanças na paisagem, que eram bem diferentes das de seu reino.
A comitiva do País da Areia chegou no País do Relâmpago quase no final da tarde, ficaram surpresos com a beleza do local, o pôr-do-sol naquela região era simplesmente lindo, com o céu em tons de rosa e roxo que davam uma beleza única ao local. Que era totalmente diferente de onde moravam, sendo um local sem muita vegetação, florestas ou rios.
Na verdade era somente areia para todos os lados que se olhasse, com um clima seco, abafado e com chuvas escassas, apesar disso, o reino se situava em uma região cercado por desertos, nenhum outro Reino os ameaçava, pois sabiam que não sobreviveriam as tempestades de areia comuns da região, lhes dando uma vantagem estratégica de defesa contra seus inimigos, mas nada disso animava Gaara, estar ali era um pesadelo, não queria de fato estar naquele local, deu aquela desculpa esfarrapada de conhecer sua noiva antes, para poder ver como ela era e ver se não conseguia junto a ela uma forma de fugir daquela união.
O País do Relâmpago era magnífico, em toda sua grandeza e esplendor. No centro do país, onde fica o palácio Real, se encontram grandes cadeias de montanhas, cujas muitas tempestades que se formam na região é que dão ao local. A partir dessas cadeias de montanhas, muitos rios nascem e correm para o mar, criando um litoral muito torto mas que exibe uma impressionante beleza oceânica. O País também é conhecido pelas várias fontes termais naturais.
A verdade por trás do casamento arranjado entre o Príncipe do País da Areia com a Princesa do País do Relâmpago, era que o Reino de Gaara estava à beira de um colapso econômico e social. Devido ao seu clima e a escassez de água, a agricultura era praticamente inexistente e estava levando seu povo a uma falta de comida extrema, e se não fosse o acordo entre os dois reinos, o País entraria em uma Guerra Civil causada pela fome. Gaara sabia de tudo isso, seus pais faziam questão de lembrar isso a cada oportunidade que tinham.
A comitiva da Areia seria recebida pelo Príncipe do Relâmpago, que já os aguardava na entrada do Palácio. Assim que a carruagem parou, os pais de Gaara desceram primeiro e quando Gaara desceu, a primeira pessoa que ele avistou foi um rapaz alto, de cabelos negros e lisos com um corte em formato de cuia, olhos grandes e escuros como a noite, mas que tinham um brilho resplandecente e um sorriso... sorriso esse que encantou o jovem herdeiro da Areia, um sorriso capaz de iluminar o mundo escuro que Gaara vivia. Gaara estava encantado pelo príncipe, nunca em sua vida tinha ficado daquele jeito ao conhecer alguém.
Gaara foi tirado do seu transe quando sua mãe o chamou.
─ Gaara, esse é Rock Lee, príncipe do País do Relâmpago e irmão da sua noiva.
─ Prazer em te conhecer, Príncipe Gaara no Sabaku. Espero que tenham feito uma boa viagem. Meus pais e minha irmã estão os esperando na Sala do Trono. Por favor, me acompanhem — saudou Rock Lee com uma reverência, fazendo o ruivo ficar ainda mais fascinado pelo outro.
Gaara não estava prestando atenção em nada do que era dito ou mostrado, seu foco era apenas o príncipe que os guiava até a Sala do Trono, onde a Rainha Hana e o Rei Gai os aguardavam, juntamente com Tenten, a princesa prometida de Gaara.
─ Gaara ─ seu pai o chamou um pouco irritado, já que parecia que o mesmo estava em transe outra vez ─ Apresente-se ao Rei e a Rainha juntamente a sua adorável filha… a princesa… sua futura noiva.
Gaara fez uma reverência ao rei, à rainha e à princesa.
─ Prazer em a conhecer pessoalmente, Princesa do Relâmpago ─ disse, pegando a mão de Tenten e deixando um leve selar nas mãos delicadas da princesa.
Os outros poderiam não ter notado, mas Gaara jurava que viu a princesa revirar os olhos com sua atitude. Pelo visto ele não era o único infeliz com aquele casamento arranjado. Aquilo podia ser um bom sinal, sinal de que a jovem não queria aquele casamento tanto quanto ele. Era o que Gaara esperava.
─ Vocês devem ter feito uma longa viagem, devem estar cansados e com fome ─ disse o rei Gai a seus convidados ─ Mandei preparar um banquete para os recepcionar, afinal temos muito o que conversar e discutir. Precisamos estar bem alimentados.
A rainha Hana os guiou pelos corredores do castelo até chegar onde seria servido o jantar. A mesa estava repleta de comidas que os visitantes nunca tinham visto antes. O rei Gai se sentou em uma das pontas da mesa, com a rainha Hana ao seu lado. De frente para ele, na outra ponta, sentou-se Rasa com sua esposa Karura ao seu lado. Gaara sentou-se ao lado de sua mãe, ficando de frente para Lee e Tenten que se sentou ao lado de Hana.
Os reis conversavam sobre política, alianças, exércitos e demais coisas que eram sempre tediosas para os jovens ali presentes. Isso até Gaara fazer uma pergunta que fez seu pai gelar e o fuzilar com o olhar, que foi ignorado pelo ruivo mais novo.
─ Vossa Alteza, porque escolheu nosso país para fazer uma aliança? Nós não temos agricultura e pecuária de destaque devido às condições climáticas. Só temos nosso exército ─ perguntou Gaara ao rei Gai sem demonstrar qualquer hesitação ou receio por estar falando com o soberano.
Um silêncio se instalou, ninguém dizia nada, nem o som dos talheres eram ouvidos. Um clima tenso pairava no ar, como uma bomba prestes a explodir.
─ Você está certo, príncipe. Se analisarmos por este lado, o Reino da Areia não tem nada que possa agregar a nossa economia. Mas não foi por isso que fizemos a aliança ─ respondeu Gai com seriedade.
─ Qual foi a razão então, papai? Porque fazer uma aliança com um reino que só nos trará gastos? ─ Dessa vez foi Tenten que questionou seu pai. Se fosse se casar realmente com aquele príncipe, queria pelo menos um motivo convincente.
─ Eles possuem um exército realmente forte, adaptável a qualquer situação e condição climática. São os mais temidos entre todos os reinos, além de serem os que menos tiveram derrotas em batalhas — Gai respondeu de forma evasiva, que não passou despercebido por Gaara..
─ Não, não é esse o motivo. O verdadeiro motivo por trás disso tudo ─ esclareceu Gaara sério, como se naquele momento estivesse entendendo tudo e se sentiu um tolo por não ter notado as intenções do seu pai e do Rei aliado ─ Você ofereceu nosso tesouro mais bem guardado, você ofereceu nossas riquezas minerais, nossos minérios. Você comprou uma esposa para mim? ─ disse Gaara levantando a voz enquanto encarava seu pai.
─ Abaixe seu tom de voz comigo, moleque. Você não entende nada, só olha para você, só se importa consigo mesmo. Nosso povo está morrendo pela falta de comida e sabe melhor que ninguém que nossa terra tem um solo morto que não se pode cultivar nada. Então sim, ofereci nossas riquezas minerais em troca de mantimentos para nosso povo, ofereci você como prova de lealdade, garantia que esse acordo não seria quebrado por nenhuma das partes. Vocês podem não gostar da ideia, podem achar que eu sou um monstro, mas só quero garantir que nosso povo sobreviva — Rasa também se exaltou, esquecendo-se por um momento que eram convidados em um Reino ao qual queriam uma aliança.
Novamente o clima ficou pesado, ninguém falava nada e Gaara começava a se arrepender da ideia de conhecer sua noiva antes do casamento. Em partes sim, mas em outras, ele não se arrepende nenhum pouco.
─ Filho ─ Gai chamou Rock Lee ─ Você e sua irmã poderiam levar o Príncipe Gaara para conhecer nosso Reino? Tenho assuntos para tratar com o rei Rasa em particular.
Aquela, além de ser uma desculpa para que Gaara e Tenten se conhecessem melhor e se entendessem, foi a maneira que o anfitrião encontrou para que aquela situação incômoda entre pai e filho terminasse, pois para ambos os reinos aquela desavença entre pai e filho não importava. Não importava se os dois jovens estavam felizes, se gostavam da ideia ou não, a única coisa que importava era a união dos dois reinos. Nada mais que isso.
Sem demora os três saíram da sala onde faziam a refeição e foram em direção aos jardins do palácio, por um tempo não trocaram nenhuma palavra. Aquele silêncio constrangedor estava incomodando a todos. Quando Gaara ia falar alguma coisa, Tenten parou de repente, virou-se para ele com um olhar sério e disse:
─ Eu não quero e não vou me casar com você ─ falou séria ─ Eu sinto muito pelo que seu povo está passando, de verdade. Mas não sou eu quem poderá salvá-los.
─ Tenten por favor, não diga isso. Se alguém te ouvir, terás problemas e sabe disso ─ pediu Lee, visivelmente preocupado com a irmã.
─ Não se preocupe, eu também não quero esse casamento. Eu queria que tivesse um motivo para poder cancelar esse absurdo, por isso pedi aos meus pais para que nos conhecêssemos antes do casamento, tinha esperança que juntos, talvez, pudéssemos achar uma saída ─ falou Gaara encarando os irmãos.
─ Vocês dois ficaram loucos? ─ perguntou Lee.
─ Não irmão. Você sabe que eu não quero me casar, sabe que meu coração pertence a outra pessoa. Se me forçarem a continuar com isso, eu fugirei com ele, deixarei tudo para trás ─ disse Tenten com os olhos marejados.
─ Se fizer isso, sabe que causará uma guerra entre os reinos, não é? ─ Lee falava na tentativa de convencer a irmã.
─ Quem você ama? ─ Perguntou Gaara interrompendo os irmãos.
─ Para que quer saber? Para correr e contar ao seu pai que a filha do rei está planejando fugir de seu casamento? E você Lee, porque não casar você, porque condenaram a mim?
─ Você sabe muito bem o motivo, sabe que jamais permitiriam um casamento entre dois homens. Eu não queria isso pra ti e sabes bem disso. Mas estou de mãos atadas irmã, me desculpe.
─ Não quero suas desculpas, quero que me ajude a ficar com meu amor. Mas você não fará nada para me ajudar e sabe por quê? Porque você é incapaz de amar, nunca soube o que é o amor e nunca saberá. Só se importa em ser como o papai, em seguir ele, em ser ele. Até em sua aparência quer ser como ele ─ Disse Tenten, saindo e deixando os dois príncipes sozinhos.
Um clima constrangedor se instalou. Gaara não sabia o que dizer, só pensava se o que Tenten havia dito era verdade, será que aquele rapaz não tinha coração? Gaara mudou de ideia assim que olhou para Lee e viu que lágrimas escorriam em sua face.
─ Você está bem? ─ perguntou Gaara preocupado.
─ Ela não tem o direito de falar aquilo para mim. Ela sabe muito bem que amo, que já amei e que abri mão desse amor por causa dela.
─ O que quer dizer com isso? ─ Perguntou Gaara e sentiu um medo da resposta, não sabia porquê, estava com medo de Lee já ter um amor, medo do coração do Príncipe do Relâmpago já ter dono.
─ Eu… eu amo alguém Gaara, mas não posso ficar com ele — Lee declarou e se surpreendeu com o fato do outro não ter dito nada em relação a ter dito “ele” e ficou ainda mais com a pergunta seguinte..
─ Porque? O que te impede de ficar ao lado dele.
─ Primeiro somos dois homens e isso é algo totalmente proibido e impossível de acontecer. Segundo, minha irmã o ama… e ele também a ama. Não posso exigir que ele me ame, que ele me retribua meus sentimentos, jamais faria isso.
─ Eu sinto muito por isso. Mas você não acha que pode encontrar outra pessoa? Alguém que te ame da mesma maneira que você o ama, que irá te desejar como você o deseja, e que fará o mesmo que está fazendo por eles? Que fará tudo para te ver feliz? ─ perguntou Gaara olhando para Lee.
─ Talvez, mas não sei se eu quero. Não quero ver ninguém sofrendo por mim, me dizendo que está feliz por eu estar feliz, tentando não mostrar o quanto está doendo e sofrendo por me ver desejar que aqueles sorrisos, aqueles beijos e abraços fossem para mim. Não quero que outra pessoa escute eu dizer "Eu te amo" e ter que engolir o choro por desejar intensamente que essas palavras fossem ditas a ela.
─ É um pouco tarde para isso ─ Gaara sussurrou para si e por sorte o outro não ouviu.
Por mais que tivesse conhecido Lee naquele dia, Gaara estava encantado, encantado não, apaixonado por ele, e agora sabia que não poderia ficar com ele, ele não o daria uma chance de o fazer feliz.
─ Pode me dizer onde ficam meus aposentos durante minha estadia aqui, por favor? ─ perguntou Gaara num fio de voz, tentava não chorar, ele sempre fora bom em esconder seus sentimentos, mas naquele momento não estava conseguindo e Lee viu que o Príncipe da Areia estava segurando o choro.
─ Você está bem Gaara? Está chorando, porque? ─ Pediu Lee preocupado.
Gaara não respondeu, apenas virou de costas para Lee secando as lágrimas com as costas das mãos, não queria que ele o visse chorando
─ Não é nada, não se preocupe. Só estou cansado.
─ Tem certeza Gaara? Não quer conversar?
─ Lee, se não me dizer onde fica meu quarto, terei que procurar sozinho. Então por favor, eu não quero conversar, quero apenas descansar.
─ Tudo bem, não irei insistir. Só quero que saiba que estarei aqui se precisar. Não precisa aguentar tudo sozinho. Vamos, te levarei ao teu quarto.
Lee começou a caminhar sendo seguido por Gaara pelos corredores do castelo, o local era imenso e ele poderia se perder ali com certeza. Andaram por um tempo pelos corredores até chegar onde ficavam os quartos, Gaara não prestava atenção no caminho ou na decoração do local, nos quadros pendurados nas paredes.
─ Bem, chegamos, aqui é o seu quarto. O meu fica no final do corredor, caso precise de algo é só me chamar. Tenha um bom descanso, boa noite Gaara da Areia. ─ disse Lee com o sorriso que abalava todas as estruturas de Gaara.
─ Obrigado Lee e desculpe qualquer coisa. Agora preciso descansar, até amanhã; ─ disse Gaara entrando no quarto e fechando a porta.
Assim que Gaara fechou a porta, ele se encostou na mesma e fechou os olhos e não conseguiu evitar um sorriso, apesar de tudo, das dificuldades e obstáculos que teria pela frente, Gaara estava contente por ter conhecido Lee e ter descoberto um novo sentimento, mesmo que por trás daquele sorriso existisse uma vontade imensa de chorar só de pensar que nunca seria correspondido.
─ Espero que esse sorriso seja por ter conhecido sua futura esposa. ─ disse uma voz assustando Gaara e fazendo ele arregalar os olhos.
Se acalmou quando notou que quem falava consigo era seu pai, que estava sentado numa cadeira em um canto do quarto com uma expressão nada boa em seu rosto.
─ O que quer? ─ perguntou Gaara ríspido, não era novidade para ninguém que a relação entre pai e filho não era a melhor, os dois sempre estavam discutindo.
─ Por sua causa, por sua desobediência e rebeldia quase perdemos um acordo que nos favorece e muito. Um acordo que irá salvar o nosso povo. Será que você não é capaz de ver as coisas ao seu redor ou só olha pra você? Você é egoísta Gaara.
─ Eu sou egoísta? Sério? Se eu fosse egoísta como meus irmãos, eu não teria aceitado essa ideia absurda de me casar com quem eu nem conheço, me casar sem amor. Eu sei que o nosso povo sofre pela falta de comida, que muitos já morreram. Você acha que eu fico fazendo o que na biblioteca e com os alquimistas do Reino? Brincando? Não pai, eu estou a algum tempo estudando, tentando descobrir maneiras de tratar o nosso solo, de adaptar cultivos às nossas condições, para que ninguém mais seja obrigado a fazer o que não quer para que seu povo não morra de fome. ─ Disse Gaara alterado.
─ Você não percebe que o faz é uma perda de tempo? Não existe nenhuma solução, nenhuma poção mágica que possa fazer nossas terras se tornarem férteis. Deveria abandonar essa maluquice de uma vez e focar em seu treinamento no Exército e em suas funções como Príncipe e herdeiro do Reino da Areia, se dedicar em conquistar a confiança da Princesa do Relâmpago e da sua família para não corrermos o risco de todo o trabalho e dedicação meu e de sua mãe seja jogado na lama porque você acha que vai encontrar a solução nos livros ou nas experiências malucas com aqueles loucos. Ou pior, que descubram que o Príncipe da Areia está encantado pelo filho do Rei e não pela filha, como deve ser.
Gaara ficou estático, realmente surpreso com o que ouviu e não conseguiu disfarçar. Será que tinha ficado tão a vista que havia se interessado por Lee?
─ Está ficando louco pai? De onde tirou essa ideia? ─ perguntou Gaara rindo para tentar disfarçar seu nervosismo. Não funcionou muito bem.
─ Gaara, Gaara. Eu te conheço muito bem meu filho e sou um ótimo observador, esqueceu? Você não fez questão nenhuma de disfarçar seus olhares para ele desde que chegamos e na hora do jantar. Acha mesmo que poderá seguir com essa imoralidade, que será aceito? Já pensou o que o Rei Gai fará se souber que o Príncipe da Areia está interessado em seu filho e não em sua filha?
─ E o que tem? Ele é o mais velho, porque não propor uma aliança, uma união entre…
─ Não ouse terminar essa frase Gaara
─ Porque? Não quer ouvir que seu filho prefere…
Gaara não terminou a frase pois recebeu um tapa forte do seu pai, o fazendo cair no chão. Aquela era a primeira vez que era agredido fisicamente, das outras vezes eram apenas palavras, que também machucavam, mas o ruivo conseguia ignorar e não se deixava abater por elas.
─ Se um dia ousar repetir essa frase, se pensar em dizer o que iria dizer, te garanto que ganhará bem mais do que um tapa. Ganhará uma surra como nunca ganhou e acho que é o que faltou para você. Sua mãe sempre insistia para você estudar, aprender diplomacia, mas agora vejo que ela errou e que eu fui conivente. Deveria ter te dado um tratamento diferencial, mais duro, ai você não seria fraco, nem teria esses pensamentos impuros. Teria que obedecer sem reclamar, sem questionar. Amanhã você irá levar a senhorita Tenten para passear e não quero saber de você conversando com o Príncipe Rock Lee, principalmente sozinhos. Estamos entendidos? ─ perguntou Rasa em tom ameaçador.
─ E como ficará a nossa relação com o País do Relâmpago? Não temos que fortalecer os laços? ─ perguntou Gaara em clara provocação ao pai
─ Escute bem Gaara, se eu souber que está se jogando para cima do príncipe, você se verá comigo quando chegarmos a Suna e nem sua mãe me impedirá de lhe dar um corretivo que está merecendo a tempos.
Após dizer isso, Rasa saiu do quarto deixando Gaara sozinho, jogado no chão onde havia caído pelo tapa. Gaara odiava seu pai ainda mais naquele momento, o odiava por não o apoiar em suas ideias para melhorar a vidas das pessoas do Reino, o odiava por o obrigar a se casar com quem não queria e o odiava ainda mais por o impedir de ser quem ele era realmente. Com um pouco de dificuldade, se levantou e foi até sua cama onde se deitou, queria que aquilo tudo fosse um pesadelo e que quando acordasse as coisas seriam diferentes, que ele poderia ficar com quem realmente queria, que seus sentimentos, mesmo que recentes já sabiam que eram fortes, eram correspondidos e ele poderia viver feliz para sempre. Com esses pensamentos, Gaara se entregou ao sono.