In Your Arms

Naruto
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In Your Arms
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Summary
Eram poucas as coisas que as pessoas sabiam com certeza sobre Tobirama Senju além dele ser um excelente detetive, o melhor de todo o Japão, já que ele sempre foi alguém fechado e raramente demonstra alguma emoção. Muitos diziam que ele não tinha coração, não possuía emoção alguma. Pois mesmo quando solucionava algum caso complicado, quando encontrava ômegas que muitos já haviam perdido as esperanças ele aparentava não sentir nada.Mas a verdade era que para o alfa, sempre que ele encontrava alguém, que salvava qualquer pessoa de situações de riscos, ele sentia um vazio em seu peito, como se faltasse algo. Muitas vezes ele se pegava pensando nos ômegas que encontrava e poderia jurar que seu lobo interior sempre reclamava de algo, como se ainda não tivesse encontrado seja lá o que procurava.Parecia que o alfa vivia em uma eterna busca de algo que não sabia o que era, mas que precisava encontrar.
Note
Eu tenho outras fics para atualizar? Tenhomas estou sem ideias para elas e essa é uma que estou adorando escrever.Estou trabalhando para atualizar as outras KakaIru e logo saem capitulos novos.É uma fic em andamento, então as atualizações serão no ritmo das outras, devagar quase parando, mas nunca abandonadas.
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Dúvidas

O alfa tentava proteger o ômega o colando atrás de si na tentativa de impedir que se aproximasse ainda mais dele. Estava em desvantagem, eram cinco contra um, uma verdadeira covardia, mas isso não assustava  alfa, na realidade aquela desvantagem estava o deixando ainda mais irritado..

O ômega estava assustado e morrendo de medo, aquelas pessoas o olhavam com malícia, mesmo ele sendo apenas criança fazendo seu corpo ficar tenso e não conseguir se mover, a única coisa que conseguia fazer era se agarrar ainda mais ao braço do alfa pois sabia que ele o protegeria.

— Fiquem longe dele — o alfa gritou na tentativa de intimidar os outros, mas apenas os fez rir.

— Olhem só como ele é bravo. Mesmo sendo crianças parecem que já se reconhecem. Esse instinto de proteção é…. formidável — um dos homens falou rindo.

O alfa e ômega estava voltando de um passeio, tinham ido a um parque que sempre visitavam e que não era longe de suas casas. O sol estava começando a se pôr e o céu tinha cores de vermelho e laranja como se fosse uma linda pintura. O alfa não ligava muito para isso, mas o ômega achava um belo espetáculo e sempre ficava fascinado. 

E o alfa por sua vez, ficava fascinado observando seu pequeno ômega, tão encantado com ele que não viu aqueles homens, alfas e betas, se aproximarem. Ele podia ser um alfa, ter toda a determinação do mundo para proteger seu pequeno, mas era só um e apesar do tamanho ainda era uma criança, um adolescente e não havia nada que pudesse fazer. Se sentia impotente e fraco. 

Três dos homens seguraram o alfa e o afastaram do ômega que se encolheu num canto enquanto ele se debatia e gritava para se afastarem e deixarem o mais novo em paz, o que foi totalmente ignorado pelos homens e só lhe restou ver os outros dois deles se aproximar do mais novo. Um dos homens que segura o alfa ficou irritado com os gritos do alfa e acertou um soco no rosto do adolescente. 

Naquele momento não importava se eram crianças ou não. Eles queriam o ômega e o levariam nem que para isso tivesse que tirar o alfa do caminho, não importava de que forma.

O albino de alguma maneira, de tanto se debater apavorado com a ideia de algum deles encostar no ômega, conseguiu se livrar do aperto dos homens, tamanha era a sua fúria e estava indo em direção ao ômega que se debatia nos braços do outro alfa, mas quando estava perto, o segundo alfa o interceptou e em seguida sentiu uma dor aguda em sua barriga e quando olhou para baixo viu uma pequena adaga cravada em seu abdômen, banhando sua camisa com sangue. O jovem alfa caiu no chão gemendo de dor e a última coisa que viu e ouviu foi seu pequeno ômega gritar seu nome e depois tudo ficou escuro.

 

*-*

 

Tobirama acordou ainda sentindo a dor do objeto perfurando sua carne. Aquilo era absurdo demais para o alfa, não poderia ser real, não tinha como ser real. Porém estava começando a questionar seus sonhos, pois ele tinha uma cicatriz em sua barriga, exatamente no local onde fora atingido no sonho. O detetive estava começando a desconfiar de que aquilo não eram apenas sonhos e sim lembranças que foram esquecidas, bloqueadas em sua mente, jogada no canto mais escuro para que não pudesse ser acessada. Precisava tirar essa história a limpo e para isso precisaria falar com a pessoa que mais confiava, mesmo com todas as diferenças e discussões, seu irmão, Hashirama.

Se levantou e rapidamente e durante o banho, apenas para reafirmar o que já sabia, passou a mão pela cicatriz que havia ali. Seu irmão e seus pais diziam que a conseguiu em uma brincadeira quando criança e nunca ligou muito para isso, afinal crianças se machucam o tempo todo, mas parando para analisar ele não se lembrava de ter se machucado dessa forma. Na verdade, o alfa mal tinha lembranças de sua infância e começo da adolescência. Muitas eram apenas borrões e coisas desconexas, como se faltasse algo.

Estava odiando cada vez mais aqueles sonhos, ou memórias, ou seja lá o que fosse e para ajudar seu lado animal estava ansioso e agitado, como se algo muito importante estivesse para acontecer e essas emoções estavam o consumindo. Só esperava que não fosse nada relacionado a um omega, tudo o que menos precisava em sua vida era encontrar seu destinado, não sabia porque mas só o pensamento de ter sua vida atada a alguém sem poder alterar o destino lhe deixava nauseado. Se o alfa pudesse entender a profundidade daquele sentimento, se falasse com alguém que o compreendesse, a resposta que receberia poderia não o agradar.

Sem demorar mais, o Senju mais novo se dirigiu até a casa do irmão na esperança de conseguir alguma resposta satisfatória, o que imagina ser difícil pois desde a primeira vez que teve sonho com o ômega e sua infância e foi atrás do irmão para saber se ele havia tido algum amigo com as características do garoto do sonho viu o irmão ficar mais branco que ele próprio e sempre fugia do assunto ou mudava o foco para outra coisa.

— Como foi idiota, Tobirama, deveria ter percebido que seu irmão sabe de algo, mas hoje aquele abestalhado vai me contar tudo, nem que seja a força.

Ao chegar no prédio onde Hashirama morava, cumprimentou brevemente o porteiro, que já o conhecia, apesar de ter ido até ali pouco vezes, pegou o elevador e foi até o apartamento do irmão. Tocou a campainha e logo a porta foi aberta pelo mais velho que abraçou o mais novo antes que este pudesse afastar.

— Não deveria sair abraçando as pessoas sem confirmar antes quem elas são — falou Tobirama depois de jogar o irmão no chão — Sabe que odeio abraços, porque insisti nisso?

— Eu sabia que era você, seu cheiro é inconfundível e…

— Isso foi estranho de se dizer, idiota.

— Está mais mal-humorado do que o costume. O que foi? — Tobirama tinha raiva de como o irmão conseguia o ler com tanta facilidade.

— Quero que me diga como consegui essa cicatriz — levantou a blusa mostrando a qual se referia — E quero a verdade dessa vez, sem enrolação, sem mentiras. Pode começar a falar Hashirama.

O tom de voz de Tobirama era inquisitivo, quase beirando a voz de comando e se o mais velho fosse um ômega poderia se sentir intimidado e contaria até segredos que não tinha. Hashirama estava numa encruzilhada, a história daquela cicatriz era complexa e muito mais difícil de explicar do que um simples acidente de criança. O mais novo percebeu a inquietação do de cabelos compridos e teve certeza que ele escondia algo.

— Anda Hashirama, comece a falar.

Antes que Hashirama pudesse começar a dizer qualquer coisa, foram interrompidos pelo mesmo ômega que Tobirama havia visto antes com o irmão e novamente teve a sensação que já o conhecia.

— Vim ver o que estava acontecendo aqui, o porquê das vozes alteradas, mas acho que já descobri — o ômega falou olhando para o Senju mais novo com certo desprezo, fazendo-o revirar os olhos.

— Madara — Hashirama o chamou como se quisesse acalmá-lo.

— Porque não me falou que ele viria aqui? Teria saído antes de ter o desprazer que encontrar com ele — o ódio estava ficando cada vez mais claro para Tobirama.

— Eu não te conheço, não faço a menor ideia de quem seja, então peço que tenha um mínimo de educação — Tobirama falou no mesmo tom e Hashirama percebeu que poderia acontecer um desastre se não interferisse.

— Por favor os dois, não briguem. Sei que podem se entenderem — pediu o mais velho dos irmãos.

— Eu me entender com ele? Sério isso Hashirama? Nunca, nem em outra vida. Eu gosto de você, Hashirama, gosto mesmo, mas não me obrigue a conviver com ele. Eu não consigo e sabe disso. 

— Está me dizendo que terei que escolher entre você e meu irmão, Madara?

— Não tenho o direito de te pedir isso, mas sim, é isso. Não vou suportar ficar no mesmo lugar que ele. O olhar sabendo de tudo o que ele fez, de tudo o que ele causou, do mal que fez a minha família e ao… eu vou embora. Quando decidir, procure- me — Madara foi claro e Hashirama o conhecia o suficiente para saber que falava sério.

— Devo ter feito algo muito ruim a você para fazer isso com meu irmão. O idiota ali claramente te ama e pelo que entendi dessa sua fala sem sentindo é que ele não tem nada a ver com isso. O seu problema é comigo, se não que ver minha cara, ótimo, me fará um favor, mas não ouse magoar meu irmão — ameaçou Tobirama fazendo o ômega parar de costa para os Senju, sem os olhar.

Às vezes Tobirama esquecia que seu irmão também era um alfa e que sabia se virar, mas sabia também que ele sempre fora mais sentimental que o albino, então sabia que ele ficaria chorando por semanas trancado em casa se o ômega o deixasse.

— Tobi, não precisa se preocupar, com o Mada eu me entendo depois, né — encarou o omega que revirou os olhos — Você veio até aqui atrás de respostas e eu... vou dá-las a você.

Madara encarou o namorado sem acreditar no que ouvia. Depois de tanto tempo, ele iria realmente contar? Iria dizer toda a verdade? Iria contar quem era o ômega presente nos sonhos do seu odiado cunhado? Ah, se fosse aquilo, o uchiha não iria perder por nada.

— Vai mesmo contar? Eu preciso ver isso, meu sonho vai finalmente se realizar, poderei ver ele, que sempre se achou superior, inabalável, preso no seu pedestal, longe de tudo e de todos, onde nada te atinge. Quero ver sua queda de camarote — a fala de Madara era repleta de deboche e ironias, o que irritou o alfa de cabelos brancos, fazendo com que quase partisse para cima do omega.

Hashirama se colocou entre o irmão e o namorado, sabia que aquilo não daria certo e que Tobirama era capaz de esquecer seus princípios de não levantar a mão para alguém que fosse mais fraco do que ele, mas parecia que aquele omega atrevido estava pedindo.

— Chega, Madara. Não vou permitir que fale assim com meu irmão, não depois de tudo o que ele passou. Não fale como se para ele tivesse sido tudo mil maravilhas — Hashirama defendia o irmão.

O Senju e o Uchiha conversavam, ou melhor discutiam como se Tobirama não estivesse ali, o que estava irritando o albino. Madara riu alto com a fala do acastanhado.

— Para ele foi sim. Não saber de nada, viver a vida como se nada tivesse acontecido. Quem me dera ter essa sorte, de poder esquecer aquele dia — o ômega estava furioso com lembranças que queria esquecer.

— Madara! — Hashirama o chamou em tom de repreensão, um pedido para que parasse com aquilo, sabia o que ele pretendia.

— Hashirama! — a resposta do menor era um revide, um aviso que não pretendia parar.

— Calem a boca! — A voz de Tobirama ecoou pelo apartamento, era tão alta e grave que por um momento o ômega se sentiu intimidado — Eu tinha desconfiança de que meu querido irmão escondia algo importante, agora eu tenho certeza. E não sairei daqui enquanto não souber de tudo. E nem pense, Hashirama, em esconder qualquer coisa. Eu estou me segurando para não acabar com sua raça por ter escondido algo de mim, sobre mim, sobre a porra da minha vida. E pelo que percebi através do irritadiço aí, é algo grave. Desembucha Hashirama!

O mais velho dos irmãos sabia que o mais novo estava irritado e ficaria ainda mais quando contasse o que sabia. Tinha medo de uma atitude impensada por parte do Tobirama, não queria que ele se afastasse, nem que sentisse ódio dele. Mas algo diria que estava prestes a ter sua relação com o irmão abalada e tinha medo de que fosse algo duradouro, tinha medo de perder a pouca confiança que ainda tinha do detetive.

Hashirama foi em direção ao sofá que tinha na sala, praticamente desabando sobre ele, com Madara se sentando ao seu lado, com o sorriso perverso que havia voltado para o seu rosto depois que o receio de ser atacado pelo outro alfa passou e Tobirama se sentando na poltrona ao lado do sofá, encarando mortalmente o irmão e esperando, impacientemente, que ele começasse a falar.

— Eu conto tudo o que quiser, irmão. Mas antes quero que me prometa que independente do que disser, vai continuar a ser meu irmão, que nada mudará entre nós. Quem sempre terei seu apoio da mesma forma que sempre te apoiei. E quero que entenda meus motivos, meus e dos nossos pais — Hashirama falou sério encarando Tobirama.

— Pare de enrolar, ou eu mesmo falo. E sabe que não serei tão sutil com as palavras — Madara se intrometeu, estava impaciente com a enrolação do namorado.

— Ele precisa mesmo ficar aqui? Isso é algo entre eu e você, sobre a nossa família, sobre a minha vida. Não interessa a mais ninguém — Tobirama reclamou.

— Olha aqui seu arrogante e prepotente, para sua informação, essa história tem muito mais a ver comigo do que imagina..

— Vão me deixar falar ou ficarão interrompendo a cada dois segundos? — Hashirama havia ficado estressado com os dois. 

A situação toda já era tensa e estressante por si só, não precisava dos dois de implicâncias e provocações um com o outro. Antes que Hashirama pudesse começar a falar, foram interrompidos, de novo, pelo telefone de Tobirama que o pegou e praguejou ao ver quem ligava.

— Não posso falar agora, estou ocupado com algo importante. Depois retorno.

“Espere, por favor, se não fosse importante juro que não teria ligado. Mas precisamos de você aqui na Delegacia, ou teremos uma tragédia e o senhor ficará sem dois parceiros” a voz de Mei, uma alfa ruiva, que trabalhava com o Senju soou realmente preocupada.

— O que aqueles idiotas aprontaram dessa vez? — Tobirama queria matar Kakashi e Iruka e iria fazê-lo assim que chegasse na delegacia.

“Estavam treinando, mas acho que exageraram e…”

— Diga logo Mei..

“Pegaram as katanas”

— Se eles não se matarem até eu chegar, eu mesmo farei. Logo chego ai. E Mei, como que não conseguiram parar Iruka?

“Senhor, com o perdão pela ousadia, mas ele foi treinado pelo senhor, ou seja ninguém é louco o suficiente, somente o Kakashi que parece ter perdido o amor a vida”, a alfa não evitou a risada, que logo parou ao ouvir o rosnado do Senju.

— Tentem fazê-los parar — foi a última coisa que a ruiva ouviu, pois logo a ligação foi encerrada.

Tobirama levantou com raiva, seus olhos avermelhados estavam ainda mais vermelhos. O Senju tentava controlar a fúria que corria por suas veias. 

— Parece que toda vez que penso que conseguirei uma resposta, algo acontece. Está com sorte, Hashirama. Mas sem falta, nem que o mundo esteja acabando, hoje a noite vai me contar tudo. Esteja preparado para falar, pois quando colocar meus pés aqui, quando olhar para essa sua cara, você vai começar a falar, sem nem esperar eu pedir para isso.

Após sua fala, Tobirama deixou o apartamento do irmão e rumou à delegacia onde um alfa e um omega estavam a um passo de se matarem. 

— Ou eles se entendem de uma vez ou eu juro que mando cada um para um canto e recomeço a operação sem aqueles dois. Até pareço pai de duas crianças mimadas e birrentas que tem que evitar que se matem — o Senju falava consigo mesmo enquanto se preparava mentalmente para apartar mais uma briga sem sentido entre seus parceiros.

 

 

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