
Metal de 10 anos estava com Tenten, sua tia de consideração e madrinha, a procura de um presente para seu pai Rock Lee, mas estava difícil, o pequeno não achava nada do seu agrado e que fosse a altura do seu pai.
Shinki de 11 anos era acompanhado por sua tia Temari e também estava com a mesma missão de Metal, encontrar algo para seu pai Gaara, mesmo que ele tenha dito que não queria nada.
Metal e Shinki nunca haviam se visto até aquele dia, quando se trombaram no shopping enquanto passeavam com suas tias. Estavam próximos das festas de final de ano e todo o local estava com decorações natalinas para todos os lados.
O encontro dos dois foi por acaso, ambos estavam cansados de procurar pelo presente ideal e não encontrar nada, por isso pediram as tias se poderiam ir a uma loja de brinquedos.
Como estavam em uma loja próxima, autorizaram os meninos a irem, sabiam que eles não iriam a outro lugar que não fosse lá, e os pequenos na pressa acabaram se trombando na entrada da loja. Houve um pequeno desentendimento entre os dois, mas que foi logo resolvido e acabaram entrando na loja juntos.
Depois de um tempo de conversa para se conhecerem um pouco mais acabaram se tornando amigos e descobriram que estavam com o mesmo objetivo naquele dia. Acabaram ficando um pouco triste por não terem encontrado o que queriam, até que Shinki teve uma ideia genial, pelo menos para ele.
─ Já sei o que podemos dar para os nossos pais! ─ disse o pequeno animado.
─ E o que seria? ─ pediu o mais novo contagiado pela animação do amigo.
─ Um namorado!
─ Como?
─ Um namorado. ─ repetiu o outro.
─ Não seria uma namorada? ─ perguntou Metal confuso, deixando o outro em dúvida.
─ Eu nunca vi meu pai com nenhuma mulher, mas uma vez eu vi ele beijando outro homem, ele não sabe que eu vi então é segredo.
─ E quem seria o namorado que você arrumaria? - o outro tentava acompanhar o raciocínio do mais velho.
─ O seu pai. ─ falou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
─ Como assim meu pai? Ficou doido é? ─ respondeu o mais novo indignado.
─ Seu pai tem namorada ou namorado? ─ perguntou o outro com o resto de paciência que tinha.
─ Não. Desde que minha mãe morreu, somos só nós dois e o vovô. Meu avô até disse para ele que ele precisa sair, conhecer pessoas novas.
─ Então Metal, quem sabe eles se amam, se casem e a gente vira irmão?
─ Seria muito legal! Tudo bem você pode dar meu pai de presente para o seu, mas como faremos isso?
Afinal eles eram apenas duas crianças ingênuas que imaginavam que as coisas eram tão fáceis quanto em suas cabeças.
─ Já sei, vocês poderiam passar o Natal lá em casa, o que acha?
─ Mas eu nem sei onde você mora e acabamos de nos conhecer Shinki.
─ Humm, é verdade… ─ respondeu um pouco triste.
Os pequenos ficaram um tempo quietos, pensando em uma solução para o problema que tinham, até que o mais velho ouviu seu nome ser chamado e ambos olharam a direção da voz que parecia um pouco irritada.
─ Shinki! Porque não me respondeu quando te chamei? ─ perguntou a mulher com a mão na cintura.
─ Desculpa, tia Temari, estava conversando com Metal, meu novo amigo.
Só depois da fala do sobrinho que Temari notou um menino ao lado de Shinki, que se parecia com alguém que ela conhecia, só não lembrava quem era ou da onde conhecia.
─ Olá pequeno, não tinha te visto, desculpe como se chama?
─ Me chamo Metal! Metal Lee, é um prazer conhecê-la. ─ disse o pequeno fazendo uma breve reverência.
─ Que menino mais educado.
Antes que um dos três pudessem continuar o assunto, ouviram alguém chamar Metal e a voz parecia desesperada. Só se acalmou quando seus olhos encontraram Metal acompanhado de uma outra mulher e de outro menino.
─ Madrinha não precisa disso tudo, eu avisei que estaria aqui, você que se preocupa demais. ─ falou Metal revirando um poucos os olhos com o drama que sua madrinha fazia.
─ Se você sumir de novo seu pai me mata.
Toda vez que saiam e Metal se afastava um pouco, Tenten entrava em desespero, pois um dia quando Metal tinha seus 4 ou 5 anos ele soltou a mão da madrinha enquanto estavam em um parque e sumiu, fazendo Tenten o procurar por todos os lados por mais de uma hora e no final o encontrou conversando com um homem ruivo que ela nem quis saber o nome, apenas agarrou o menino agradeceu o homem e voltou para casa, onde ouviu um sermão imenso de Lee.
Temari se virou para poder acalmar a moça e dizer que Metal tinha feito amizade com seu sobrinho e estavam apenas conversando ali com ela, sem perigo dele poder sumir. Mas quando o fez as duas ficaram se encarando por um tempo, como se não acreditasse no que estavam vendo, deixando os meninos perdidos.
─ Tenten?!
─ Temari?!
Logo as duas mulheres se abraçaram felizes, pois faziam alguns anos que não se viam. Quando separaram o abraçaram notaram a cara de confuso de Metal e Shinki e puseram a explicar.
─ A quanto tempo menina, desde o final do ensino médio. Você não mudou nada, apenas ficou mais bonita. ─ elogiou Temari deixando a outra sem graça.
─ Você também não mudou nada. Ainda continua estressada? ─ brincou Tenten.
─ Nunca vi tia Temari sem estar estressada. ─ falou Shinki sem medo do perigo, igual o pai.
─ Madrinha, de onde você conhece a tia do Shinki?
─ Meu amor, conheço Temari a muito tempo, mas fazia alguns anos que não nos víamos. Mas depois falamos disso, encontrou o presente para seu pai?
─ Sim! ─ respondeu o pequeno animado.
Tenten olhou para seu afilhado desconfiada pois não viu nenhum pacote nas mãos, o que fez Temari olhar interrogativa para seu sobrinho, pois ambos também tinham ido ao shopping com aquela intenção.
─ Shinki, você encontrou o presente para seu pai?!
─ Sim! ─ respondeu Sabaku mais novo.
─ E onde estão? ─ perguntou as duas mulheres ao mesmo tempo, ambas estavam achando tudo aquilo muito estranho.
─ Bem, é que… ─ começou Metal mas não soube o que dizer, não sabia se poderia contar o que os dois meninos estavam planejando.
Shinki notando a dificuldade do outro em responder e não levantar suspeitas do que planejavam, pois mesmo que não tivessem combinado, queria que fosse uma surpresa para os pais.
─ É um presente que ainda irá chegar, pois não tinha disponível no estoque deles. ─ respondeu Shinki sério, que qualquer um acreditaria, mas não sua tia que sabia que ele poderia ser bem convincente quando queria.
─ Não sei porque mas acho que vocês dois estão aprontando alguma coisa, não concorda comigo Temari. ─ disse Tenten
─ Concordo.
─ Não estamos aprontando nada tia. ─ respondeu Shinki.
─ Madrinha, eu e o Shinki podemos ir naquela loja de doces, quero comprar alguns para o vovô e meu pai.
─ Se a Temari concordar e não for atrapalhar.
─ Podem ir, mas se comportem. Estaremos na praça de alimentação esperando vocês. Não demorem.
─ Tudo bem. ─ responderam em uníssono e saíram correndo para a loja de doces deixando as duas para trás.
Na loja os dois aproveitaram para continuar conversando sobre o plano de juntar os pais no Natal e tinham decidido que Metal ia falar com seu pai para deixar Shinki e seu pai passarem o Natal com eles, pois na maioria das vezes eram só os três. Shinki concordou, só tinha que convencer seu pai, pois o que ele não comentou com o amigo era que o pai sempre estava muito ocupado e quase não passavam datas assim juntos e na cabeça dele se o pai tivesse um namorado quem sabe ele trabalharia menos e teria mais tempo para ele.
─ Como farei para falar com você caso dê certo e meu pai concorde com esse jantar?
─ Você tem telefone? ─ o outro concordou com um aceno ─ Me passe seu numero e eu o meu ai vamos conversando. Mas lembre-se, tem que ser uma surpresa, então tem que manter segredo disso.
─ Ok, vamos dar aos nossos pais o melhor presente de Natal de todos. ─ disse Metal animado.
Ficaram mais um tempo na loja de doces, compraram os doces conforme haviam dito para não levantar suspeitas e depois foram à praça de alimentação encontrar Tenten e Temari. As duas ficaram surpresas com a facilidade que os dois fizeram amizade, bem diferente dos pais, que não se deram nenhum pouco bem. E isso poderia atrapalhar os planos dos garotos, se eles soubessem desse detalhe.
Os quatro se despediram quando já estava anoitecendo e cada um foi para sua casa. Tenten passou na casa do melhor amigo para deixar o afilhado.
Não demorou muito, mesmo tendo recebido o convite para jantar com eles, queria ficar um tempo sozinho e Lee sabia o motivo. O término com Neji era recente, apesar de ter sido uma decisão de ambos, ela sentia falta do Hyuuga, mas naquele dia ela não estava tão triste, talvez fosse pela tarde agradável que passou ao lado de Temari que a fez esquecer um pouco da solidão que sentia.
No jantar Metal estava animado, não parava de falar no novo amigo que tinha feito no shopping e que tinham feito um monte de planos juntos, queria apresentá-lo aos seus amigos, assim o grupo ficaria ainda maior.
─ Pai ─ chamou o pequeno enquanto guardava a louça da janta que seu pai havia lavado. ─ Posso convidar o Shinki e seu pai para passar o Natal conosco. É que ele me falou que é sempre só os dois e seria bom se tivessem companhia nesta data.
Lee às vezes era mais animado que o filho algumas vezes e assim como o pequeno gostava de fazer novos amigos e claro que se animou com a ideia de ter companhia a mais para o Natal.
─ Claro, se o pai dele concordar. Só me avise para que eu possa me programar e fazer um Natal inesquecível para todos nós.
─ Legal, vou falar com o Shinki para confirmar se eles poderão vir. Obrigado pai. ─ disse já saindo correndo da cozinha em direção ao quarto para falar com o amigo, mas foi impedido pela voz de Lee o chamando de volta.
─ Calma ai rapazinho, sem pressa. Primeiro me ajude a terminar a louça depois você fala com ele.
Contrariado o pequeno voltou a sua função, agora não tão animado quanto antes, mas sabia que primeiro tinha que ajudar seu pai. Quando terminou correu para o quarto mal se despendindo do seu pai. Ao chegar no quarto, mandou mensagem para Shinki.
"Falei com meu pai e ele concordou com vocês virem aqui passar o Natal. Agora é só você falar com seu pai."
"Vou falar com ele e depois te falo. Até mais."
"Ficarei esperando."
Shinki não respondeu a mensagem de Metal, pois foi atrás do seu pai, mesmo sabendo que ele reclamaria por causa do horário e principalmente se estivesse trabalhando. Com calma, se aproximou da porta do escritório do pai onde imaginou que o encontraria. Bateu na porta e aguardou, e estava certo pois logo ouviu a voz do seu pai dizendo para entregar.
─ Pai?
─ Shinki! O que faz acordado essa hora? ─ Perguntou em tom de repreensão.
─ Quero falar com o senhor um minuto. Pode ser? ─ respondeu com um pouco de receio de estar atrapalhando seu pai.
─ Claro meu amor. ─ respondeu Gaara, por mais que estivesse cheio de trabalho, poderia dar uns minutos de atenção ao filho.
─ Fiz um novo amigo hoje quando fui ao shopping com a tia Temari, ele é bem legal e nos convidou para passar o Natal com ele e seu pai, já que são só os dois e nós também. ─ falou com calma.
─ Shinki, eu… eu não sei se poderei. ─ falou em um tom triste, sabia que estava deixando seu filho de lado, mas tinha muito trabalho que não poderia adiar.
─ Você nunca sabe, nunca pode. É Natal pai, um data para ficar com sua família e não com sua empresa, você só se preocupa com ela, só se importa com ela. Eu te odeio! ─ gritou Shinki com lágrimas nos olhos saindo correndo do escritório do pai, batendo a porta com força.
Gaara ficou surpreso com a reação do filho, mas no fundo sabia que ele tinha razão, estava realmente focado somente no trabalho, tinha que dar atenção ao seu filho, que deveria ser sua prioridade. Levantou-se com pressa da cadeira e foi em direção ao quarto do filho. Abriu a porta devagar e o encontrou deitado de bruços, abraçando o travesseiro, sabia que o mesmo estava chorando.
─ Shinki…
─ Vá embora!
─ Desculpe meu amor. ─ falou se aproximando e sentando na cama ao lado do filho, que ainda não o olhava ─ Sei que estou em falta com você, não de agora, a muito tempo tenho te deixado de lado, não te dando a atenção que você merece. Olhe para mim, por favor.
Shinki um pouco relutante se sentou na cama, mas ainda não olhava para o pai.
─ Você me prometeu que nunca me abandonaria, que não me deixaria sozinho nunca mais. Você não está cumprindo sua promessa e sempre me falou que deve sempre cumprir aquilo que diz.
─ Eu sei filho, por isso agora te faço outra promessa, não deixaria que isso aconteça de novo, estarei sempre com você. E para saber que falo sério, podemos sim ir passar o Natal na casa do seu amigo, se não formos atrapalhar.
─ Sério? Podemos ir mesmo? ─ perguntou o Sabaku mais novo com os olhos brilhando.
─ Sim meu amor, só me passe depois o horário e o endereço para que possamos nos programar e não podemos esquecer de comprar alguma coisa para levar para eles, para agradecer o convite e a gentileza.
─ Pode deixar papai, falarei com Metal depois te passo tudo. Obrigado. ─ falou Shinki abraçando o pai.
─ Não precisa agradecer, agora vá dormir. Boa noite. ─ disse Gaara dando um beijo na testa do filho e se levantando da cama para sair do quarto.
─ Boa noite pai.
Assim que seu pai saiu do quarto, Shinki pegou seu telefone para mandar mensagem para Metal avisando que seu pai havia concordado com o jantar.
“Meu pai concordou. Depois só me passa o horário e seu endereço.”
“Que bom, depois confirmo com meu pai a hora e te mando meu endereço. Mas como faremos para juntar eles?”
“Só falar que o presente deles é um namorado e apresentar seu pai.”
“Acha que dará certo?”
“Espero que sim, senão teremos um desastre de Natal.”
"Também espero, mas seria melhor preparar eles, tipo perguntar o que eles acham da ideia de ter alguém, sem dizer o motivo, dizer que é apenas curiosidade?”
“Até que você teve uma boa ideia, fazemos isso e depois contamos o que cada um disse.”
“Combinado, agora vou ir porque meu pai já veio aqui me mandar dormir. Até mais.”
“Até.”
Como ainda faltavam alguns dias até o Natal, os dois garotos tinham um tempo para conversar com seus pais sobre a ideia de ter uma companhia. Para poder conversar os dois decidiram se encontrar num parque que tinha próximo a casa de ambos, que acabaram por descobrir que moravam próximos, o que facilitaria o encontro, pois tanto Lee quanto Gaara conheciam o parque e sabiam que os dois iam sempre lá para brincar com os amigos.
Shinki foi o primeiro a chegar e não precisou esperar muito para avistar Metal se aproximando. Assim que viu o amigo, acenou para o mesmo que retribui o gesto. Logo que Metal chegou perto Shinki indicou para que se sentasse ao seu lado. Conversaram algumas banalidades de quase adolescentes, até chegar ao assunto de interesse.
─ Falou com seu pai Metal, sobre ele namorar?
─ Falei e ele quase morreu engasgado e meu avô riu da reação exagerada do meu pai. ─ disse o mais novo rindo ao se lembrar da cena.
─ Imagino, pois meu pai teve a mesma reação, acho que eles não esperavam pergunta, principalmente vindo de nós. Mas qual foi a resposta dele afinal?
─ Bem, ele disse que não seria uma má idéia, mas que ninguém o queria, aí ele começou um discurso de auto-depreciação, que durou um bom tempo.
─ Como assim discurso de auto-depreciação?
─ Eu sou uma cópia do meu pai Shinki, e não temos uma beleza extraordinária, nada de belo, chamamos a atenção principalmente pelo nosso cabelo e por nossas sobrancelhas...
─ Eu gosto do seu estilo, é diferente de todos os outros. ─ interrompeu Shinki, deixando Metal um pouco corado com o elogio.
─ Obrigado. Mas continuando, depois eu perguntei para ele se ele namoraria um outro homem e ele ficou mais vermelho que um tomate, gaguejou e não respondeu diretamente. Apenas deu a entender que já gostou de um outro garoto, quando estudavam, mas tinham diferentes personalidades, chegaram até a brigar quando se conheceram, mas depois as coisas foram mudando e não me falou mais nada, pediu para deixar para lá esse assunto. Ainda perguntou o motivo daquele questionamento e respondi que era curiosidade por ver ele sempre sozinho. E você, falou com seu pai?
─ Falei, mas diferente do seu pai, o meu é mais reservado e não é de falar muito, principalmente sobre sentimentos. Também me perguntou sobre a repentina curiosidade e disse basicamente a mesma coisa que você, só consegui alguma informação porque meus tios estavam junto e me disseram algumas coisas, se dependesse do meu pai, não teria nada e não saberia o que esperar desse encontro de Natal.
─ E o que eles disseram? Seu pai namoraria um outro homem?
─ Para falar a verdade, não sei Metal. Segundo meus tios meu pai nunca foi muito de namorar, não sabem como ele se relacionou com minha mãe, parecia que era algo forçado. Se bem que isso sempre notei, mas nunca brigaram nem nada, pelo menos na minha frente. A minha tia apenas falou que ele se apaixonou uma vez, mas não disse por quem, nem se era um garoto ou uma garota, disse que se conheçam quando tinha a nossa idade e que também tiveram suas divergências, chegaram a brigar mesmo, no soco, mas depois esse sentimento mudou, mas nunca teve coragem de se declarar. Depois disso, meu pai quase matou minha tia por falar coisas tão pessoais dele que não interessavam a ninguém, nem a mim.
─ Nossa que legal e que coincidência não? Se conhecêssemos essas histórias inteiras, até poderíamos dizer que estavam falando um do outro, de tão parecidas que são. ─ disse Metal pensando em como eram parecidas as histórias de seus pais.
─ Pior que são, mas não sei se são eles os amores do passado, até porque se fosse corríamos o risco de ser realmente um desastre, pois vai que eles possuem ressentimentos? ─ falou Shinki.
─ Mas se for eles ainda podem ter aquele amor guardado, não é? Isso se forem os mesmos das histórias que nos contaram.
─ Eu espero que sejam, pois seria muito legal se a gente pudesse juntar um amor não vivido do passado neste natal, seria um presente e tanto de Natal.
─ A gente conseguiria descobrir se nossa suposição sobre eles está correta? ─ perguntou Metal animado.
─ Acho que nossas tias poderiam ajudar com isso, pois se elas se conheciam desde a escola, poderiam saber quem eram os amores dos nossos pais. ─ falou Shinki.
─ Vamos perguntar para elas, aí podemos preparar o presente perfeito para eles.
Os dois continuaram arquitetando seu plano do presente de Natal para seus pais e tudo estava dizendo que as coisas dariam certo e era o que os dois mais desejavam, ver seus pais felizes.
Nos dias seguintes, os dois sempre estavam conversando, trocando mensagens. Conseguiram confirmar com as tias que seus respectivos pais eram os amores da época da escola. Só esperavam que os dois não se odiassem e que ainda restava um pouco do amor que sentiam.
Finalmente o grande dia havia chegado e tanto a família Lee quanto a Sabaku estavam nos preparativos para a Ceia da noite. A relação de Gaara com Shinki havia melhorado bastante, o ruivo estava mais presente na vida do filho, tanto que foram juntos escolher o que levar para os amigos. Shinki e Metal não haviam dito quem eram as pessoas que iriam ver com medo de os pais desistirem da ideia.
Shinki estava ansioso e seu pai já havia percebido, só não entendia o motivo daquilo, por isso resolveu falar de coisas, que para ele eram aleatórias, para poder distrair o filho.
─ Filho, não irei ganhar nada neste Natal? Não vi nada e nem você disse nada, se bem que você sempre faz suspense e nunca diz nada.
O que Gaara não sabia era que a pergunta não era aleatória e que só deixou Shinki mais nervoso e ansioso.
─ É que esse ano resolvi fazer algo diferente e espero que o senhor goste e que esse Natal seja inesquecível.
─ Todos os nossos Natais são inesquecíveis meu amor, com presente ou sem. Sempre te digo isso.
─ Eu sei pai, mas esse será especial. Eu espero. ─ sussurrou a última frase.
Os dois continuaram conversando sobre o dia-a-dia até a hora de saírem de casa. Enquanto isso na casa de Metal seu pai estava super animado como sempre, conferindo novamente se tudo estava no local certo. Queria que tudo fosse perfeito, principalmente porque teriam companhia naquela noite.
─ Filho e o meu presente, você nunca consegue guardar segredo e dessa vez não disse nada, não ganharei nada? ─ falou Lee fazendo seu típico drama que seu filho conhecia muito bem.
─ Pai, meu presente esse ano é diferente e espero que o senhor goste. Espero que esse Natal seja o melhor de todos. ─ falou Metal com a mesma animação, mesmo que no fundo ainda estivesse preocupado com a ideia que teve junto com Shinki.
─ Que horas nossos convidados chegarão? ─ perguntou Lee conferindo o peru no forno, que estava quase pronto.
─ Devem estar chegando já, não se preocupe, eles são bem rígidos com horários. Até demais. ─ respondeu o pequeno rindo ao lembrar da quase obsessão de Shinki por horários, a qual ele falou que herdou de seu pai.
Antes que Lee pudesse dizer qualquer outra coisa, ouviram a campainha tocar e Metal saiu correndo para atender, deixando Lee pensando em como o filho estava animado por aquele jantar, mais do que os outros anos. Assim que abriu a porta, com seu melhor sorriso, Metal cumprimentou as visitas da noite.
─ Boa noite e feliz Natal, sejam bem-vindos. Entrem e fiquem a vontade. ─ disse abrindo espaço para os dois convidados entrarem.
O que os dois meninos não notaram foi o olhar surpreso de Gaara para Metal, pois sua aparência lembrava muito a de Rock Lee que conheceu na adolescência e que foi por muito tempo sua paixão secreta. Saindo de seus pensamentos, cumprimentou com um leve sorriso.
─ Boa noite e feliz natal para você também. Obrigado pelo convite.
─ Boa noite Metal, trouxe para você. ─ falou Shinki entregando um embrulho para o amigo.
─ Obrigado Shinki, também tenho um presente para você. ─ Metal saiu correndo para buscar o presente enquanto os Sabaku entravam na casa.
Assim que Lee saiu da cozinha, ficou travado na porta que dividia os cômodos, pois não estava acreditando em seus olhos. Era mesmo real? Ali na sua sala estava o ruivo que desejou por tanto tempo mas nunca teve coragem de se declarar, por medo de ser rejeitado.
─ Gaara?! - chamou Lee receoso.
─ Rock Lee? - falou o ruivo encarando o moreno.
Naquele momento Shinki e Metal já estavam lado a lado observando a cena, com o coração na mão por medo de tudo sair errado e os dois começarem a brigar, ou o pai de Shinki o chamar para ir embora ou qualquer coisa assim, mas para surpresa dos dois os outros dois adultos não demostravam nenhum sinal de raiva ou que começariam a discutir. Na verdade pareciam surpresos e sem saber como agir ou o que falar.
─ Quanto tempo, você não mudou quase nada. ─ falou Lee encarando o ruivo, que para ele estava ainda mais bela e sentiu que ainda sentia algo por ele, mesmo se passando vários anos.
─ Você também não Lee, está mais bonito ─ respondeu Gaara corando um pouco.
─ Eu não sabia que era você que viria passar o Natal comigo e meu filho, ele fez um verdadeiro mistério sobre nossa visita. ─ falou Lee coçando a nuca em sinal de nervosismo.
─ Meu filho também não me disse onde iríamos passar a noite de Natal. Se não o conhecesse, diria até que eles planejaram isso. Estou errado, meninos?
─ Não pai, não está. Nós descobrimos que vocês se conheciam, isso depois de confirmarmos que iríamos passar o Natal aqui. Me desculpe. ─ falou Shinki.
─ Não precisa se desculpar, estou feliz por reencontrar Lee depois de tanto tempo. Só não sei o motivo de não ter falado antes.─ falou Gaara encarando Lee no fundo dos olhos, que não passou despercebido pelos dois garotos.
─ Bem, pai, como a Ceia ainda vai demorar um pouco, eu e o Shinki podemos ir jogar o jogo novo que ele e o pai me deram de presente? ─ falou Metal querendo sair o mais rápido possível.
─ Podem ir, sem fazer muito barulho. Quando o jantar estiver pronto, chamamos vocês. ─ falou Lee e logo os meninos saíram correndo em direção ao quarto do mais novo.
Os dois adultos ficaram olhando os filhos sumirem para o quarto sem a menor cerimônia, os deixando finalmente a sós. Um silêncio um pouco constrangedor se instalou entre os dois, até Gaara resolver quebrá-lo, pois já tinha entendido o que os dois mais novos estavam aprontando.
─ Lee, não se percebeu mas nossos filhos planejaram esse nosso encontro, e pelo visto estavam planejando isso a um bom tempo. Bem que notei que Shinki estava diferente, fazendo perguntas que nunca havia feito, agora sei o motivo.
─ Eu também percebi essas mudanças em Metal, só não sei o motivo para toda essa dedicação em nos juntar. ─ falou Lee ainda não entendendo o motivo para tudo isso.
─ Acho que sei o porquê. Metal também te perguntou sobre o passado, sobre namorados e coisas assim? ─ Gaara queria confirmar antes de dizer o que queria.
─ Sim, fez perguntas até demais. Qual o motivo, estou perdido.
─ Lee, eu… depois do nosso primeiro contato desastroso, qaundo brigamos, depois que te conheci melhor e nos tornamos mais próximos, posso dizer até que amigos, comecei a sentir outros sentimentos em realçao a você, mas tive medo de dizer e você não sentir o mesmo, me achar esquisito e me afastar de você, por isso guardei o qeu sentia. Mas agora que te vi depois de tanto tempo, percebi que ainda sinto o mesmo, só não sei o que voce sente. ─ desabafou o ruivo, que estava com aquilo a muito tempo guardado em seu peito.
─ Gaara, confesso que sempre te admirei, mesmo quando brigamos e esse sentimento só aumentou, mas eu também achava que você nunca olharia para mim, você era quase alguém inalcançável, impossível de ter. Deveria ter aberto meu coração naquela época e não ser tão inseguro. ─ falou Lee, confessando o que sentia.
─ Se tivéssemos ficado juntos naquela época não teríamos nossos filhos, os responsáveis por nos juntar agora e que estão escondidos ouvindo tudo. ─ falou Gaara um pouco mais alto e logo depois surgiu Metal e Shinki um pouco envergonhados, mas nem tanto, pareciam felizes pelos pais estarem se acertando.
─ Metal! O que falei sobre ouvir a conversa dos outros? ─ falou Lee em tom de reprovação.
─ Me desculpe papai. ─ falou o pequeno.
─ Não precisa se desculpar meu amor. Posso dizer que esse é o presente de vocês dois? Juntar e Gaara?
─ Sim, esse era o nosso presente de Natal para vocês. Queríamos um presente perfeito, mas não encontrávamos nada, até que conheci Shinki e decidimos que um namorado seria o presente ideal, ai vocês dois não ficariam mais sozinhos.
─ Namorado?! Isso é um pouco demais, não acham? Afinal não basta vocês quererem isso, eu e o Lee também devemos querer.
─ E você não quer namorar meu pai? ─ falou Metal um pouco triste, pensando que Gaara não gostaria de namorar seu pai.
─ Não é isso querido, nós acabamos de nos reencontrar, temos que conversar, nos conhecer de novo, só depois podemos dizer o que irá acontecer.
─ Eu aceito essa ideia. Adoraria sair com você.
─ Então, dessa vez acertei o presente para você pai? ─ perguntou Shinki ao pai.
─ Sim meu amor, acertou. Obrigado!
Os dois mais novos comemoraram, deixando os mais velhos um pouco envergonhados, mas felizes por saberem que seus filhos se preocupavam com a felicidade deles. Aquele Natal foi o primeiro de muitos que a família Lee e Sabaku passariam juntos, nunca mais seriam só dois, a partir daquele Natal seriam sempre os quatro e a história do “Presente de Natal para o papai” seria sempre lembrada.