Tarde Demais

Naruto
M/M
G
Tarde Demais
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Summary
Quando o orgulho é maior que o sentimentos, perdemos oportunidades de sermos felizes.
Note
Fic feita quando estava triste, então. Autora triste igual história tristeP.S. Hayashi Hyuuga - personagem criado por mim.Agradecer a Luana, a Julia e Anna por terem me ajudado e decidir o casal. Amo vcs Boa leitura!
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Bônus - Valsa em Montreal

Fazia seis anos desde aquele dia... o dia em que Izuna se casaria. O tempo realmente voou. 

Agora estou em Montreal, a maior cidade da província de Quebec no Canadá. Eu simplesmente amo esse lugar, mesmo ele sendo do outro lado do mundo, longe dos meus familiares, não troco a minha vida aqui por nada e não me arrependo, nem por um segundo de ter vindo para cá. Aqui construí uma nova vida, longe de tudo e de todos, onde pude finalmente viver uma grande paixão, um grande amor.

Hoje o dia pede uma comemoração, e só tenho motivos para isso. Estou ao lado de quem me ama, completando mais um ano juntos, na verdade são cinco anos de casados. E para tornar o dia perfeito, decidi o levar para o Parque Mont Royal, um dos principais pontos turísticos de Montreal por seu tamanho, beleza e por ter sido criado pela mesma pessoa que projetou o Central Park em Nova York. Não estamos no inverno, mas se fosse teríamos ido a uma ótima pista de patinação no gelo, fazer Esqui Cross Country, Esquibunda ou Snowshoeing. Um lugar muito bonito que muda de acordo com a estação do ano. Apesar de conhecer bem o Parque, pois é quase tradição virmos aqui comemorar nossa união, que acontece sempre na primavera, alugamos bicicletas, o que é ótimo para andar pelo parque, conhecer o local quando se vem aqui pela primeira, e no nosso caso relembrar dos nossos lugares favoritos, além de nos divertirmos. 

No final do dia, estávamos na maior atração do parque, o mirante Kondiaronk (Kondiaronk Belvedere), que oferece uma vista panorâmica do alto do morro para a cidade, e o Chalet du Mont Royal, um edifício de pedra onde fica uma lanchonete. O mirante é realmente um lugar charmoso e que oferece uma bela vista da cidade, mas como por ser um lugar aberto, ele não é muito interessante no inverno, mas isso nunca nos impediu de vir aqui, mesmo com as baixas temperaturas e os ventos. 

Depois do jantar, estávamos abraçados, dançando de forma calma, presos no nosso mundo, não nos importando com os olhares sobre nós, afinal aquele era o nosso momento. Te apertei ainda mais em meus braços e falei em seu ouvido.

— Você sabe quando dizem, que querem um outro alguém para amar, para ser feliz, alguém para tirar a dor que nos aflige intensamente e que nos coloque para voar? Eu encontrei isso em você, ao teu lado e qualquer um pode ver.

Vi você apoiar sua cabeça em meu peito e suspirar pesado, sabia que tinha ficado emocionado, sempre foi emotivo.

— Para quem não era de expressar o que sentia, que guardava seus sentimentos, está muito expressivo….

— Está reclamando? — questionei apenas para implicar com meu amado — Pois se estiver achando ruim, posso parar.

— Não… adoro quando é assim. Eu amo muito você.

— Também te amo. Você me inspira a ser alguém melhor. E agora com você aqui em meus braços, dançando de uma maneira desengonçada e possivelmente estamos passando vergonha, mas isso não importa, me sinto como se estivesse dançando uma valsa chique em Montreal.

Ouvi meu querido marido rir da minha fala, um som que amo muito, não há nada melhor do que suas risadas, talvez ele gemendo meu nome, mas não direi nada para não estragar nosso clima romântico, pois posso apanhar dele.

— As vezes eu me pego pensando se tudo isso é real, ou se é apenas um sonho. Pode parecer bobagem o que direi agora, mas mesmo que não seja real, está tudo bem, pois a realidade assusta e sonhar com você me faz bem — desabafou quase num sussurro, acho que estava com medo da minha reação.

— Tudo bem pensar assim, meu amor. Eu também penso. Se for um sonho, pelo menos eu eu te vi, eu tive você em meus braços, te quis intensamente e você também e aqui, eu não te perdi — falei encarando seus olhos tão escuros como a noite e por um momento me perdi naquela imensidão.

— Então, vamos aproveitar a noite e dançar até o sol raiar — declarou animado.

— Vamos sim, mas primeiro me deixe beijar tua boca — pedi tirando uma mecha de cabelo que estava em sua face para finalmente unir minha boca àquela que sempre desejei desde o primeiro dia que a vi e que agora era finalmente minha e somente minha.

O beijo foi calmo e apaixonado, naquele ósculo demonstramos todo nosso sentimento, todo o amor que sentíamos um pelo outro, que apesar de todos os empecilhos, de todas as dificuldades que nós mesmo colocamos entre nós, conseguimos superar todas e agora podemos aproveitar nossa vida juntos. Quando nos separamos, ambos estávamos ofegantes e a pessoa à minha frente tinha as bochechas coradas e os lábios um pouco inchados, mas ainda assim, era o mais belo de todos. 

Ficamos nos encarando por um tempo, presos ao nosso mundo, até que do nada ele começou a rir, parecia ter se lembrado de algo engraçado e até imaginava o que era. Só ele para rir com aquela lembrança. 

— Amor, está rindo do que? — perguntei mesmo sabendo a resposta. 

— Me lembrei do que aconteceu a seis anos atrás...

Somente aquele ser que amo há anos e que agora é meu marido para fazer isso e lembrar de algo que deveríamos esquecer, mesmo que aquilo tenha nos levado até onde estamos.

 

~flashback~

 

Após Tobirama ter se afastado da porta do quarto de Izuna, após ter dito que o amava e que era tarde demais para poderem ficar juntos, o Uchiha mais novo se sentou no chão encostado na porta deixando as lágrimas rolarem por seu rosto. Em um ato de fúria, desmanchou sua trança e em seguida se levantou e começou a tirar aquela roupa, mas antes que pudesse tirar o terno branco foi impedido por Madara, que estava assustado com a maneira que seu irmão se encontrava, parecia fora de si.

— Izuna, o que houve? Por que seu cabelo está todo bagunçado? O que aquele desgraçado do Tobirama fez para você? — perguntou irritado se aproximando do irmão e ajeitando sua roupa e em seguida seus cabelos.

— Ele não fez nada, Mada. Eu que fiz. Na verdade, ainda estou fazendo — Izuna se afastou dos toques do irmão, evitando contato direto com ele, mas sentia o olhar do mais velho queimar sobre si. 

Madara o olhava sem entender nada, apesar de desconfiar que seu irmão tinha sentimentos pelo seu cunhado, não sabia com certeza a intensidade daquele sentimento, não até aquele momento.

— Eu amo o Tobirama e não tenho coragem de ir atrás dele, nunca tive, sempre tive medo e agora estou prestes a me casar com outro mesmo amando ele. Nós dois somos idiotas, que nunca assumiram os verdadeiros sentimentos, sempre jogamos o que sentimos debaixo do tapete, sempre fugimos desse amor. Mas agora eu tô cansado de fugir… não quero o perder.. não de novo.

— E o que vai fazer, vai abandonar o Hayashi no altar, vai fugir com Tobirama? Sabe se ele quer ficar com você pelo menos? Vai jogar fora anos de relacionamento com o Hyuuga por uma aventura?

— Madara, ele não é uma aventura, não é algo passageiro. É algo mais forte e muito mais intenso, se prosseguir com esse casamento, só fará mal a nós dois e não quero fazê-lo sofrer — argumentou Izuna.

— Não quero fazê-lo sofrer — repetiu Madara imitando a voz do mais novo — Se sabia que não daria certo, que não o ama, porque aceitou se casar? Por que ficou nesse relacionamento? Você fará Hayashi sofrer de qualquer maneira, mas será pior se o deixar plantado no altar te esperando. Deveria ter falado com ele antes de montar esse circo todo.

Izuna sabia que o irmão estava certo, que deveria ter aberto o jogo com o noivo. Mas gostava do Hyuuga, da sua companhia, dos bons momentos que tiveram juntos e agora se sentia a pior pessoa do mundo. E a mais covarde por ter tido tanto medo dos seus sentimentos e só ter criado coragem às vésperas de cometer a maior besteira, prejudicando não apenas ele, como também outras pessoas que não mereciam nada daquilo.

“Parabéns Izuna Uchiha, você é um idiota” pensou consigo mesmo.

— Então Izuna, o que decidiu? — perguntou Madara atraindo a sua atenção, não havia ouvido nada do que o irmão havia dito.

— Não vou me casar! — afirmou convicto.

— Ficou louco Izuna? Eu não vou compactuar com essa sua loucura. Você vai jogar tanto o nome da nossa família, dos Hyuugas e até mesmo dos Senjus por causa dessa sua sandice.

— Não estou pedindo sua ajuda…

— Eu não deveria te deixar fazer isso, devia era te pegar pelos cabelos e te levar até o altar e fazer você se explicar com seu noivo cara a cara. Mas acho que se fizer isso, você vai dar para trás e vai acabar se casando. Izuna, eu te amo meu irmão, mas não vou ficar do teu lado, não te ajudarei em nada, nem irei te confortar se tudo isso acabar mal. Você será o responsável pelas suas escolhas. E não irei te defender de nada, de nenhuma acusação, de nenhuma fofoca ou intriga — Madara bradou irritado com tudo aquilo, pensava que seu irmão estava agindo como uma criança mimada.

— Está… virando as costas para mim, Madara?

— Quero que você se responsabilize por suas decisões. Não te ajudarei a deixar seu noivo e muito menos te ajudarei a ir atrás de Tobirama. Você que se vire sozinho — ditou Madara saindo do quarto do irmão, batendo a porta com força.

Izuna se jogou em sua cama, abafando seu grito com o travesseiro. Estava se sentindo traído e abandonado por Madara, a única pessoa com quem poderia contar, mas agora, só lhe restava uma e esperava que ele ainda o quisesse e que o amor deles fosse forte o bastante para passar por aquilo tudo juntos.

Depois de se acalmar, pegou seu telefone e ligou para Hayashi, esperava que o noivo, ou melhor, ex-noivo estivesse com o aparelho. A conversa com ele não foi nada agradável, sendo ainda pior do que com Madara.

“Você vai atrás dele não é? Todo esse tempo eu fui apenas o idiota que te amou incondicionalmente enquanto você vivia pensando nele, desejando ele. Você pensava nele quando estava comigo? Todas as vezes que fez amor comigo, era nele que pensava? Era ele que imaginava te…”

Izuna desligou o telefone na cara do Hyuuga, não precisava ouvir aquilo. Tudo bem que ele tinha seus motivos para estar chateado, bravo com ele, mas não precisava o humilhar daquela maneira. Poderia parecer impossível e não acreditar no Uchiha, mas ele realmente amou Hayashi, nunca o comparou a Tobirama, mas naquele momento nada daquilo fazia diferença, nada daquilo importava. Após desligar o telefone e se olhar no grande espelho que tinha no quarto, viu a bagunça que estava. Seu cabelo estava parecendo um ninho de passarinhos e ainda vestia o conjunto de terno branco. 

Rapidamente se livrou daquela roupa, a jogando em qualquer lugar do quarto e vestindo outra qualquer, a primeira que encontrou pela frente. Pegou uma mala e jogou suas roupas dentro, sem o menor cuidado, tudo de qualquer jeito, tinha pressa, precisava encontrar o Senju antes que ele sumisse de vez. Só precisava saber onde ele estaria. Poderia ligar para ele, mas não sabia se o atenderia, por isso tentou ligar para Hashirama, mas com Madara ao lado, seria impossível o cunhado o atender. Madara era capaz de jogar o telefone do namorado longe, apenas para que não desse asas à loucura de Izuna. E foi o que aconteceu, Hashirama não o atendia e nem respondia suas mensagens. Tentou ligar para Tobirama, mas todas as chamadas davam direto na caixa postal e as mensagens não chegavam. 

Estava desesperado, o tempo estava passando e sentia que estava prestes a perder seu grande amor para sempre. Se assustou quando ouviu seu telefone chamar e estranhou a pessoa que ligava para si, era Mito Uzumaki, amiga de Tobirama e ex-namorada do Hashirama. Sem entender porque ela o ligava, atendeu a ligação.

— Mito?

“Sou eu Izu, Hashirama, peguei o telefone da Mito porque Madara tomou o meu, não quer que eu fale com você. Nunca vi o Mada tão furioso e não tiro a razão dele, mas apesar de estar querendo bater em você e no Pedacinho de Céu, te ajudarei”

— Obrigado… Por favor, me diga para onde Tobi foi? Onde ele está?

“Sinto que irei me arrepender e se eu perder meu namorado por causa disso, nunca mais falo com vocês dois. Ele está no Aeroporto Internacional, vai pegar o vôo 331 para Montreal, Canadá. Se quiser encontrar ele antes do embarque, precisa correr, o vôo está programada para sair daqui a uma hora”

Izuna nem respondeu o cunhado, desligou o telefone e entrou no aplicativo de transporte solicitando um uber. Pegou o resto de suas coisas, documentos, passaporte, que por sorte ele tinha, cartão, tudo o que era necessário. Olhou mais uma vez para seu quarto, desejando que as coisas dessem certo e que algum dia, se entendesse novamente com seu irmão. Antes de fechar a porta do mesmo, viu em sua mão a aliança que havia ganhado de Hayashi. Com delicadeza a retirou e deixou sobre a cômoda que havia perto da porta e então finalmente a fechou, indo em direção a porta da casa, onde o uber já o aguardava estacionado próximo ao meio fio.

O caminho até o aeroporto levou ainda cerca de vinte minutos e Izuna estava para infartar a qualquer momento. Se não conseguisse alcançar Tobirama antes dele embarcar, pegaria o próximo voo para Montreal e nem que precisasse revirar a cidade de cabeça para baixo, o encontraria. 

Assim que o carro parou, pagou o motorista e entrou correndo no aeroporto, procurou o painel com as informações do voo e quando encontrou o de Tobirama foi direto para o portão de embarque, esperava o encontrar lá. Quando chegou no portão desejado, viu que ele estava quase passando pela porta que dava acesso à sala de embarque e não tinha como Izuna ser visto, por isso puxou todo o ar que conseguiu e gritou a plenos pulmões o nome do Senju.

— TOBIRAMAAAA!!!!!!!!

O albino não acreditou no que viu quando se virou para a direção de onde vinha a voz que conhecia bem, as pessoas davam espaço para Izuna passasse e as que não deixavam ele as empurrava junto a um pedido de desculpas. As pessoas notaram que os dois estavam indo na direção um do outro, alguns estavam surpresos com aquela ação, outros olhavam feio por estarem atrapalhando o embarque, mas todos abriram um corredor para que chegasse com mais facilidade um no outro. Izuna largou sua mala para trás e correu para Tobirama que teve que agir rápido quando este se jogou em seus braços, quase os derrubando.

— Izu… o que faz aqui? Não deveria estar se casando neste momento?

— Eu não poderia me casar, pois a pessoa que quero na minha vida, o amor da minha estava indo embora para sempre — respondeu entre lágrimas…

— Izuna…

— Por favor, não me diga que é tarde demais para nós. Diga que podemos começar de novo, longe daqui, longe de todos. Eu amo você, Tobirama.

Tobirama não respondeu Izuna, apenas o colocou no chão, segurou seu rosto gentilmente e o beijou com todo o amor que tinha, esperava que aquele ato respondesse a pergunta do menor. As pessoas ao redor aplaudiram, enquanto algumas que deveriam estar com inveja, vaiaram o casal por serem dois homens, mas não ligaram. Naquele momento só importava eles e o amor que finalmente poderiam viver.

 

~flashback~

 

— No final eu perdi o voo e tivemos um trabalho enorme para conseguir seu visto, para podermos viajar juntos. Madara se recusava a te ver, brigou com Hashirama, quase separam, a sua fuga virou notícia e ficou nas revistas e sites de fofocas por meses. Mas no final valeu a pena, não é mesmo? Estamos aqui, juntos, casados, aproveitando nossa vida em Montreal — falou Tobirama abraçando Izuna com carinho.

— Tobi, isso é tudo que eu sempre quis, não me arrependo de nada, apenas de não ter me entregado a esse amor antes. Amo muito você. — Izuna declarou, olhando no fundo das orbes avermelhadas do Senju

—  Então, dance lento comigo aqui em Montreal, onde o auge do amor se formou. Me diga que nosso amor não terá fim. Vamos dançar essa valsa estranha de uma forma que nossas almas se torne apenas uma no final.

— Um valsa chique em Montreal — corrigiu Izuna me fazendo rir — Com você conduzindo essa dança de forma leal. Sinto como se estivesse voando, levitando e não tenho medo de cair, pois sei que você estará pronto para me segurar.

— Amo você, Izuna Senju. Feliz aniversário de casamento!

— Também te amo, Tobirama Senju! Feliz aniversário de casamento

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