Ainda existe nós?

Naruto
M/M
G
Ainda existe nós?
author
Summary
Um casamento em crise, afetado pelo desejo reprimido ou talvez esquecido. Ou quem sabe até sem ter o conhecimento que o tinha.Filhos.Uma aproximação por causa de uma criança que sente falta do pai pode colocar a perder toda uma vida construída ao longo dos anos.Afastar é necessário.Os laços que os unem aguentaram? Escrita em parceria com Kendra, que não utiliza a plataforma, mas me deu permissão de postar aqui.
Note
Tenho fics para atualizar? Tenho.Vou começar outra com essa pessoa maravilhosa? Com certeza.Quem viu as tags, viu as menções que terão e aquele que vier falar que odeio qualquer casal citado, vou dar chilique, ninguém merece virem falando que odeio tal shipp e queriam outro, quem escreveu fui e a @k_Vanderpool e estamos felizes com o resultado.A Fic terá 8 capítulos, mas não irei postar todos os dias por detalhes técnicos (cof cof cof falta finalizar cof cof cof)Espero que gostem dessa nova fic, cheia de dramas bem ao estilo Banshee de ser.Boa leitura!
All Chapters

Ainda existe nós!!

“O amor existe, o perdão acontece e a reconciliação dá lugar a uma nova forma de amor.”

 


Kakashi se afastou um pouco de Iruka apenas para poder olhar para seus olhos, aqueles olhos castanhos que transbordavam compaixão e deixava transparecer o coração bondoso que tinha. Tinha sorte de tê-lo ao seu lado e mais ainda por ele não desistir de si e dar uma chance ao casamento deles.

Iruka se perdia naqueles olhos escuros, que podia ler sua alma. Naquela boca que o levava ao paraíso e fazia maravilhas consigo. Queria sentir aquele sabor novamente e como se lesse seu pensamento, Kakashi o segurou firmemente, uma mão em sua cintura e a outra no rosto do Umino, fazendo um carinho em sua bochecha e em seguida deslizando sob seus lábios, onde uma língua atrevida deslizou sobre ele em provocação. Sorriu com a ousadia do outro. A mão deixou os lábios e seguiu para os cabelos, os soltando e em seguida os segurando com força para enfim beijar aquela boca que tanto tempo não o fazia. Em nenhum momento o beijo foi calmo, ele era exigente, implacável, ousado e que era capaz de tirar as forças de ambos. Mesmo fervoroso e intenso, ainda tinha paixão e desejo e saudades. Iruka conseguiu, com esforço, levar suas mãos aos cabelos platinados de Kakashi e os puxou. O albino ofegou entre o beijo e afastou o outro para poder o olhar e encontrar suas pupilas dilatas, labos avermelhados e um pouco inchados, respiração acelerada e olhos que transbordavam luxuria. Ergueu o mais novo para que sentasse sobre a mesa e se acomodou entre suas pernas. Segurou os cabelos castanhos em um rabo de cavalo improvisado e os puxou, mais uma vez, expondo o pescoço, que fora atacado sem piedade por beijos, mordidas e até mesmo chupões. Iruka queria o repreender por aquilo, pois teria marcas no dia seguinte, mas sentia tanta falta desses momentos que deixaria para se preocupar depois. Soltou um gemido manhoso ao sentir mãos ágeis brincando com seu corpo, vagando por sua pele, por baixo de sua camisa, apertando, arranhando cada pedaço de pele disponível. Se contorceu ao sentir seus mamilos serem beliscados e puxados levemente.

Como queria se livrar daquelas roupas que o estavam impedindo de sentir a pele quente do Hatake contra a sua, até tentou se livrar daqueles tecidos incômodos, mas não teve sucesso. Sentiu o outro movimentar seus quadris, simulando uma estocada e isso foi o suficiente para a mente de Iruka ficar em branco. Não perdeu o sorriso ordinário que estampava o rosto descoberto. Não sabia se amava ou se odiava. Queria o repreender por isso, porém, teve sua boca puxada para outro beijo, parecia que Kakashi não queria o deixar pensar. Estava conseguindo. Iruka não queria ficar para trás e cruzou suas pernas na cintura do prateado, o puxando para mais perto, rebolando da melhor maneira que conseguiu contra o membro do outro. Com tanto tempo afastado e sem aquele tipo de contato, se continuassem daquele jeito, não duraria muito. Não queria parar, nem o Hatake desejava. Poderia desejar levar o outro até a cama, mas era como se seus corpos estivessem grudados e não se afastaram por nada. Kakashi continuou simulando estocadas, enquanto Iruka s esfregava contra a ereção do prateado e com um gemido sofrego chegou ao seu ápice. Desabou na mesa, com a ajuda do marido para não se machucar, e cobriu o rosto envergonhado. Não queria ter vindo tão rápido.

— Você não é o único que sentia falta disso, meu amor — Kakashi sussurrou em seu ouvido, tirando uma mão do seu rosto e levando as suas calças para mostrar ao que se referia.

Se afastou a contragosto do companheiro e o ajudou a se sentar e no momento seguinte o pegou no colo, soltando um resmungo baixo de dor, afinal seu corpo ainda estava machucado e dolorido da luta contra Tenzou, mas isso não o impedira de dar ao seu marido, o que ele merecia e ansiava.

— Anata… — sussurrou Iruka e Kakashi apertou sua bunda em resposta. O Umino raramente o chamava daquela forma, mas todas às vezes que ouvia, eram em momentos como aquele.

— Não precisa dizer duas vezes.

Iruka sentiu o colchão macio abaixo de si, olhou rapidamente em volta e notou estar no quarto de Kakashi, ou melhor, no quarto que seria deles. Mordeu os lábios ao observar o marido retirar suas roupas devagar em provocação ao homem deitado. Iruka pode notar os hematomas se formando no corpo pálido, alguns machucados pareciam sérios. O quão intensa tinha sido a luta dele com Yamato?

Abriu a boca para questionar o albino, mas foi silenciado por um breve selar.

— Estou bem, não precisa se preocupar. Ainda posso cuidar muito bem de você — declarou enquanto retirava as roupas que cobriam a perfeição que era seu marido.

Esticou-se até encontrar a mesinha que ficava ao lado, vasculhou a gaveta rapidamente até encontrar o vidro com lubrificante. Ansiava se entregar ao desejo que o consumia, mas acabaria machucando seu companheiro e a si mesmo. Teriam toda uma vida para isso. 

Se acomodou entre as pernas de Iruka e beijou suas coxas, uma depois a outra. Queria saborear cada pedaço, mas não conseguiria demorar mais, necessitava estar dentro de Iruka e sabia que ele queria o mesmo. Rápido.

Despejou um pouco de lubrificante em seus dedos e os levou a sua entrada e inseriu o indicador enquanto beijava Iruka. Logo um segundo dedo se fez presente. Os movimentou em seu interior e se deliciou ao escutar um um gemido sofrego assim que acertou o ponto de prazer.  Se concentrou naquele ponto específico por um tempo, sentindo o Umino e contorcer sob si, gemendo seu nome. Como sentia falta disso. Como pode deixar que tudo quase se perdesse? Foi tirado dos pensamentos ao ouvir a voz fraca do outro.

— Anata… preciso de você, agora — ditou e Kakashi não negaria uma ordem daquelas.

Notando que o corpo do seu parceiro estava pronto para recebê-lo, ajeitou-se novamente entre as pernas torneadas de Iruka, que as abriu sedutoramente, e   vagarosamente o invadiu, sentido ser acolhido pelo interior quente do mais novo, gemeram em sincronia. Fechou os olhos para apreciar a sensação, era como se estivesse em casa novamente, onde era seu lugar. Seu corpo encontrava-se com outro com calma, quando escutou a súplica do Iruka para que se mexesse, os movimentos lentos deram lugar aos rápidos e prazerosos, com fervor Kakashi movia seu corpo contra o outro, os barulhos de seus gemidos se misturam com os dos seus corpos se chocando. Uma perfeita sinfonia.

— Você é tão perfeito… Nunca… nunca vou… ah... te magoar novamente, otto — declarou Kakashi entre as estocadas.

Iruka puxou Kakashi para mais perto, juntando seus corpos ainda mais, quase os fundindo em um único ser. Suas unhas curtas arranhavam as costas do albino, deixando marcas que estaria ali pelos próximos dias. Sentia seu pênis ser massageado por ambos os corpos, o levando ao seu limite. Gozou chamando pelo nome de Kakashi, que o acompanhou.

Quando os efeitos do recente orgasmo começou a deixar seus corpos, o prateado se retirou de dentro do Umino e deitou ao seu lado, o puxando para perto. Estavam suados e pegajosos, mas estavam muito cansados para fazer qualquer outra coisa naquele momento. Ficaram em um silêncio agradável, como sempre acontecia quando se encontravam sozinhos, palavras eram desnecessárias. 

Iruka estava quase cochilando quando escutou a voz de Kakashi o chamando para tomarem um banho. Ele foi levado até o banheiro que tinha no quarto e colocado com cuidado na banheira espaçosa o suficiente para os dois, Kakashi se juntou a ele logo depois. Não demoraram muito ali, seus corpos exigiam uma cama para descansar. Iruka foi retirado da banheira, sentindo seu corpo esgotado, não sabia como o outro ainda estava de pé. Não viu o momento que o Hatake trocou os lençóis da cama, nem mesmo quando foi colocado nela e coberto. Apenas sentiu ser abraçado e um beijo depositado em seus cabelos.

— Eu te amo, otto — Iruka sussurrou antes de se entregar ao sono, não ouvindo a resposta do prateado.

 

[...]

 

 Iruka rolou na cama confortável e ótima para continuar dormindo. Há quanto tempo ele não tinha uma boa noite de sono? Ele sabia, mas não pensaria nisso. Rolou para o lado esperando encontrar um corpo quente para se aconchegar, não encontro nada além de um espaço vazio e frio. 

Antes que sua mente pudesse lhe pregar peças, sentiu um delicioso cheiro de comida sendo feita e em seguida a porta ser aberta e Kakashi entrar por ela, sem seu uniforme, apenas as calças ninjas e a camisa de manga comprida. Sua máscara pendia em seu pescoço.

— Bom dia, otto. Café da manhã está pronto — anunciou Kakashi se aproximando da cama e sentando-se ao lado de Iruka, que parecia não ter a mínima intenção de sair do lugar.

— Bom dia — respondeu sonolento, fechando os olhos em seguida. — Se não precisasse ir para Academia, ficaria o dia todo aqui — espreguiçou-se e o Hatake se divertiu com a visão. Fazia tempo que não via o marido tão manhoso pela manhã.

— Bem… talvez o Hokage tenha mandado avisar que o diretor da Academia não irá trabalhar hoje — comentou como se não fosse nada.

— Kakashi! — Chamou a atenção do prateado, nunca gostou quando usava da sua autoridade para fins pessoais.

— Hoje o dia será nosso. De nós quatro, pois daqui a pouco a duplinha deve estar de volta. Ainda bem que a Hinata é um anjo e não se importou em ficar com eles ontem e eles não dão trabalho. Naruto é capaz de deixar a Hyuuga mais nervosa que os quatro pequenos — brincou para tentar tirar a expressão séria do rosto do mais novo.

— Tudo bem, mas só por hoje. Não quero abusar da boa vontade da Anko e nem você deveria abusar da Shizune e do Shikamaru — repreendeu Iruka, sentando-se e recebendo um beijo em seus cabelos, adorava aquele pequeno gesto de carinho vindo de Kakashi.

O Hatake até estranhou o outro concordar com algo com tanta rapidez, principalmente no que dizia respeito ao trabalho, mas não iria questionar. Queria apenas aproveitar o dia, apos uma reconciliação ao lado do marido e dos filhos.

— Então levante-se, se arrume e venha me fazer companhia. Estou te esperando — deixou um beijo casto nos lábios do outro e se levantou, sabendo que logo Iruka o faria companhia.

Não demorou para o chunnin aparecesse na cozinha arrumando seus cabelos no tradicional penteado. O jounnin se aproximou e segurou suas mãos, impedindo que continuasse a prender suas madeixas. O menor nunca entenderia o fascínio que o outro tinha por seus cabelos soltos. Talvez fosse a mesma dele em relação à máscara. 

Bufou em negação quando notou o sorriso do companheiro. Era tão rara às vezes que o via sorrir e se apaixonava em todas elas, novamente. Rodeou seus braços no pescoço de Kakashi e se aproximou lentamente, roçando sua boca na dele antes de o beijar. Era possível ficar viciado, mais uma vez, naquele sabor? Nenhum deles queria saber a resposta. Estavam tão perdidos naquele momento, que nem notaram as proteções serem desativas e muito menos a porta ser aberta sem qualquer cerimônia e invadida por mais pessoas do esperava.

— ECA! — Os dois se assustaram quando ouviram o grito de duas vozes que conheciam bem. Sora e Kasuaki olhavam para eles com cara de nojo e Naruto ria ao fundo. Se sentiram como dois adolescentes sendo pegos pelos pais em um momento constrangedor.

Se afastaram e se seus rostos estivessem corados, eles negariam. Sora correu para perto deles e praticamente pulou no colo de Iruka e o abraçou.

— Otousan, por que seu pescoço tá roxo? Se machucou? — Perguntou ingenua e Kakashi se afastou para evitar um tapa direcionado a si. Ele ainda o mataria de vergonha.

— Sora-chan, acho que a culpa é do Kakashi — Naruto se intrometeu e a garota arregalou os olhos e encarou o mascarado furiosa.

— Você machucou o Iruka-otousan? Mano, diga a ele que não pode fazer isso! — Bradou a menina e o irmão apenas revirou os olhos.

— Calma ai, pequena. Não encostei um dedo no Iruka e nunca o machucaria dessa forma — afirmou com um sorriso ladino, que apenas o citado identificou.

Naruto olhou para o ex-sensei de cabelos brancos acusadoramente e ele entendeu que nunca o machucaria fisicamente, mas emocionalmente deixou uma ferida que estava cicatrizando e que deveria cuidar para não abrir outra vez, ou ele sairia machucado, muito.

Algumas especulações a mais foram feitas sobre os hematomas de Iruka e especialmente de Kakashi, que enfim explicou que havia tido um embate amistoso com Yamato na noite anterior, pois estava agitado e precisava liberar adrenalina. Iruka o olhou preocupado, mas apenas deu de ombros, afirmando que não precisava se preocupar. Havia merecido boa parte (a maioria) daqueles golpes.

Sora e Kasuaki, depois da pequena confusão, não tiravam os sorrisos do rosto, percebendo que Iruka e Kakashi estavam mais próximos e que o Umino não estava mais tão triste e abatido como era quando se conheceram em Maibotsu. Preferiam ele daquele jeito. Naruto também se juntou a eles naquele café da manhã.

Para o Hatake era bom ter seu marido de volta, lhe dando uma nova oportunidade, uma chance de consertar seus erros e trilhar um novo caminho a partir dali. Olhar em volta da mesa e encontrar aquele que considerava um filho dele e do chunnin, aquele que os uniu, indiretamente, anos atrás. E agora, a família deles estava aumentando mais uma vez, com os gêmeos Yotsuki. Não poderia pedir mais nada.

O Uzumaki queria ficar mais um tempo ali com seus pais e novos irmãos, mas foi praticamente expulso por Kakashi, que ganhou sermão do Umino, mas logo explicou que o loiro precisava ir até a Torre onde Shikamaru e Shizune o aguardavam para lhe passar mais informações sobre ser Hokage. Reclamando que estava cansado de estudar e que o Nara passava a maior parte do tempo cochilando ao invés de ajudar, seguiu para suas obrigações.

— Naruto-nii é legal, mas é muito exagerado, parece a Sora — voltou Kasuaki quando o de olhos azuis se retirou. 

— Ei! Eu não sou exagerado e o nii-san é legal, ele é uma criança crescida – afirmou a azulada inflando suas bochechas e nem Kakashi, nem Iruka contiveram o riso.

O prateado abraçou a pequena, que se debatia em seus braços, irritado por rirem dela, mas logo se juntou a eles e até mesmo seu irmão riu.

Os quatro se encontravam no lado de fora da casa, embaixo de uma das árvores com os nikkens quando um Anbu, Cat, apareceu, deixando os mais velhos tensos, pensando ser algum problema.

— Não trago más notícias, podem relaxar — informou o Anbu e o Hatake pôde jurar que ele pareci um pouco desconfortável e não apenas pela luta.

— Está tudo bem, Cat? Parece… dolorido — provocou Kakashi e quase riu alto ao notar o pescoço do ninja em um tom avermelhado, imaginava a situação do seu rosto. Cat não merecia ter aquele homem como seu Hokage. Pois antes de ser seu superior, era seu amigo e um pervertido de primeira que adorava o provocar em qualquer situação.

— Um pouco, pois ontem um idiota me chamou para brigar porque estava com o ego machucado. Então, sim, estou dolorido — respondeu com rispidez, falhando em fazer o amigo calar a boca.

— Bem, acho que precisa de uma cadeira de rodas. Conheço um certo ninja extravagante que poderia lhe emprestar uma — Kakashi continuou se divertindo as custas do ex-companheiro da Anbu.

Cat se controlou para não agredir novamente aquele ser de cabelos brancos, por isso ignorou sua fala e se dirigiu à Iruka, que sabia que não agiria de forma tão imatura.

— Umino-san, trago uma correspondência do Conselho da Folha e Kumo a respeito das crianças. Acredito que vão gostar das boas novas — declarou e entregou um pergaminho a Iruka, que o pegou com as mãos tremulas, sabendo do que se tratava.

— Obrigado, Cat. E deveria pedir ao Hokage uma dispensa das suas funções de hoje. Pois acredito ser por culpa dele que entrou numa luta sem sentindo com o idiota — supôs Iruka de maneira debochada, sabendo muito bem de todo ocorrido.

— Faça isso Cat, tire o dia de folga e descanse e aproveite para fazer bom uso da cadeira de rodas do meu amigo — alfinetou mais uma vez o ninja com máscara de gato.

— Pare de fazer insinuações embaraçosas, Hokage-Sama. Vou informar a Shizune que entreguei o pedido e tirar meu dia de folga — ditou Cat e se aproximou de Kakashi para que somente ele ouvisse o que diria — E pedirei para Gai, na próxima vez, passar em cimo dos dois pés com sua cadeira ou te empurrar do penhasco quando pedi-la emprestada por ser um preguiçoso folgado.

— Vai deixar meu marido viúvo e meus filhos sem pai? Que belo amigo você é — resmungou o prateado.

— Você é um prodígio, o ninja mais forte, dará um jeito de se salvar — conclui Cat e desapareceu.

Kakashi sorria abertamente, nada afetado com a ameaça de Yamato, não era a primeira e nem seria a última. Seu sorriso morreu ao ver Iruka com os olhos marejados e Sora e Kasuaki ao seu lado o olhando preocupado enquanto lia o pergaminho que lhe foi entregue. 

— Otto, o que foi? O que eles disseram? Cat disse que eram boas notícias, então o que…

— Eles concordaram, Kakashi. Nós… nós somos… — o Umino mal conseguiu concluir seu pensamento, mas não era preciso, o Hatake compreendeu o que quis dizer.

— O que foi, Kakashi? Por que Iruka tá chorando? — Kasuaki quis saber e ele notou que o pequeno segurava a mão da irmã com certa força.

Kakashi se abaixou para ficar na altura deles, para poder explicar o que aconteceu.

— Iruka está chorando de alegria porque agora, nós dois, nós quatro somos uma família. Se vocês concordarem — explicou o mais velho.

— Quer dizer que… que agora vocês são nossos papais? — Nenhum dos dois se surpreendeu com a fala de Sora, haviam conversado e explicado o que pretendiam fazer e os pequenos concordaram, não queriam estar ou ir para outro lugar que não fosse em Konoha, com Iruka e Kakashi.

— É isso, meu amor. Agora vocês dois são oficialmente da família Umino Hatake — acrescentou Iruka, ainda emocionado.

Aquilo havia sido mais rápido do que o esperado e tanto Kakashi quanto Iruka sabiam o porquê. O Hatake era líder da Folha e mesmo com toda a resistência na época em que se casou com o Umino, sabiam que ele não teria herdeiros sanguíneos. E as crianças, por mais que não fossem de um Clã renomado, muito menos de Konoha, eram poderosas e uma ótima aquisição. Aqueles velhos ainda viam pessoas, incluindo crianças, como armas de guerra. Mas se dependesse do casal, eles seguiram a carreira ninja se assim desejassem e não por obrigação.

— Ouviu mano? Agora nós temos mais dois papais. A mamãe e o pai devem estar feliz por nós não estarmos mais sozinhos — Sora comemorou abraçando fortemente o Kasuaki.

O pequeno albino afastou a irmã gentilmente, que estavam com seus olhos banhados em lágrimas, não que ele estivesse diferente e foi em direção a Iruka e o abraçou com força.

— Obrigado por não desistir de nós quando tentamos te afastar, principalmente eu. Eu nunca disse isso, mas, tinha medo que você nos abandonaria por causa do que fizemos e… — Iruka o interrompeu.

— Está tudo bem, não precisa dizer nada, nem se explicar. Eu… eu amo você e sua irmã e estou feliz por terem me aceitado, — olhou para Kakashi que tinha Sora em seus braços — aceitado nós dois como seus pais. 

O Umino deixou um beijo em seus cabelos brancos e sentiu Kakashi os abraçar, junto a Sora. Em seguida, toda a matilha estava pulando nos quatro, os derrubando na grama e deixando lambidas em todos. 

O choro foi substituído por sorrisos e os dias frios, que pairam sobe a vida de todos, por dias quentes e ensolarados.

 

[...]

 

A notícia que Kakashi e Iruka haviam adotado duas crianças logo se espalhou e todos queriam os conhecer e desejar felicitações ao Hokage e sua família. Quando Naruto assumiu o posto de Hokage e Kakashi entregou o posto, sua família estava presente. Kakashi e Iruka se emocionaram quando Naruto declarou, diante de todos, que considerava Sora e Kasuaki seus irmãos e que os amaria e os protegeria com sua vida se fosse preciso.

Após anunciar oficialmente sua aposentadoria como Hokage, Kakashi convenceu Iruka e fazer uma viagem em família. Precisaram bajular muito Anko e prometer mandar dangos de todos os lugares que passassem para que ela aceitasse ocupar o lugar de Iruka na Academia. 

A mulher de cabelos roxos foi conquistada pelos pequenos de tal forma, que se autodenomina madrinha deles, junto a Gai e Yamato como padrinhos. Sora e Kasuaki se aproveitavam disso em algumas situações. 

Gai não empurrou Kakashi de um precipício como Yamato ameaçou, mas passou, sem querer (ou de propósito, quem sabe) algumas vezes nos pés do eterno rival, era uma forma dele lembrar e garantir que o mascarado não cometeria o mesmo erro novamente.

Os quatro visitaram muitas nações diferentes, Vilas longínquas e muito bonitas, fontes termias, mostraram o grande mundo ninja para os filhos. Acabaram passando também em Maibotsu e encontraram o casal Sanada e ficaram tristes ao encontrar a senhora Naomi de cama e incapazes de continuar com o pequeno restaurante. Eram apenas os dois, e depois de muita insistência, os convenceram a ir para Konoha. Kakashi até pediu para que Yamato fosse a Vila dos Esquecidos para buscar o casal de idosos e se pudesse, ajeitar uma das casas do complexo para eles viverem. Kosuke e Naomi tentaram negar e dizer que era exagero, mas nem Iruka, nem os gêmeos deixariam aqueles que já eram da família desamparados. O Clã Umino e Hatake estava aumentando e Kakashi não poderia estar mais feliz.

Visitaram até mesmo Kumo, onde Sora e Kasuaki conheceram alguns parentes distantes e reencontraram Cee, que parecia estar evitando Iruka. As fofocas em Kumo diziam que o jounnin havia sido ameaçado de morte por um marido ciumento e que desde que voltou de Konoha, nunca mais mexeu com uma pessoa casada. Talvez fosse apenas exagero, as pessoas gostam de fofocar sobre a vida alheia.

Em sua última noite em Kumo, Iruka e Kakashi aproveitavam um momento a sós no quarto do hotel onde estavam hospedados. Sora e Kasuaki dormiam no quarto ao lado, com todas as proteções que o Umino pode colocar para os manter seguros. Cautela nunca é demais, dizia para o marido. Estavam abraçados em silêncio, com Iruka fazendo carinho nos cabelos prateados do marido, em um silêncio agradável. 

— Otto, sei que conversamos sobre tudo, mas quero te dizer uma coia — Kakashi quebrou o silêncio e ouviu um suspirar, sabia que tinha autorização para continuar. — Muitas vezes dizemos coisas e até mesmo fazemos coisas que machuca as pessoas que estão ao nosso redor. Sei que fiz algo que te magoou muito e que quase te perdi, mas quero que entenda que a gente erra, e somos humanos... com defeitos, e qualidade… Eu te amo muito, que sinto que posso sufocar, sei que não gosta quando falo dessa forma, mas não tenho outra maneira de expressar como me sinto. Meu amor por você sempre foi visível, verdadeiro, e seria capaz de fazer qualquer coisa por você. Ainda sou capaz, por você e por nossos filhos e isso inclui até o Naruto, que já sabe se defender e muito bem. Eu prometo, otto, que tudo será diferente — declarou Kakashi enquanto olhava no fundo dos olhos castanhos do marido.

— Eu sei, meu amor, nossos erros nos trouxeram até aqui, nos mudaram, mas não ao ponto de mudar o que sentimos um pelo outro. Aqui — colocou a mão do outro em seu peito, sob o coração — aina existe nós e sempre existira.

 

Sign in to leave a review.