Férias, Praia e Protetor Solar

Naruto
M/M
G
Férias, Praia e Protetor Solar
author
Summary
Em uma viagem a praia, Iruka conhece o garoto mais pálido de toda a sua vida, isso no auge dos seus nove anos de idade e claro que além de fazer amizade com ele, o cobre de protetor solar para o proteger do sol.
Note
Amores, essa fanfic foi feita para o KakaIru_Servers_Birthday_95min_Exchange, evento de um servidor KakaIru no Discord, onde só tem gringo e eu me viro para falar com eles, porque não manjo do inglês muito bem, mas enfim.Peço desculpas a quem é o presente por não ser em inglês, por não ter 100% de conhecimento, mas fiz com todo carinho.E é uma fic deles crianças, com Kakashi com 12 anos e Iruka com 9, muito fofos meus nenéns.Espero que gostem e boa leitura!

Finalmente as férias haviam chegado e tudo o que Iruka queria era passar o dia todo na praia com seus amigos. O pequeno Umino havia pedido tanto a seus pais, que não havia como Kohari e Ikkaku dizerem não aos olhinhos pidões do seu amado golfinho.

Após se instalarem na casa de praia do primo de Kohari, Hashirama, que havia gentilmente cedido o local. Junto à Iruka, estava seus inseparáveis melhores amigos: Kotetsu, Izumo e Anko. 

O trio não via a hora de poder sair e aproveitar aquele passeio. Os ânimos dos quatro estavam nas alturas e quase saíram correndo pela porta, mas foram impedidos por Ikkaku que os mandou tomar um belo café da manhã e só depois poderiam ir se divertir. Mesmo a contra-gosto, obedeceram o mais velho.

Após estarem devidamente alimentados, as crianças estavam prontas para sair, munidas de tudo o que precisavam para um dia de diversão. Boias, brinquedos, toalhas e tudo mais que precisavam eram carregados pelos pequenos braços.

Kohari e Ikkaku seguiam as crianças levando o restante das coisas, incluindo comidas, bebidas, chapéus, óculos e protetor solar. Enquanto o pai de Iruka arrumava o guarda-sol, Kohari chamou as crianças para perto para poder passar uma primeira camada de protetor solar, não queria que seu filho ou seus amigos terminassem com uma queimadura por causa do sol.

Iruka foi o primeiro, pois apesar da idade, sabia o quão dolorido eram os efeitos da exposição excessiva ao astro-rei. No fim virou uma bagunça com o pequeno Umino correndo atrás de Kotetsu para esfregar o produto em seu rosto, o deixando totalmente branco.

O resto do dia passou com o grupo de amigos brincando, correndo para todos os lados, entrando na água com a supervisão de Ikkaku.

Em um momento, enquanto Iruka brincava com seu baldinho de areia, observando Kotetsu e Izumo enterrando Anko que apenas ria e gritava que eles seriam os próximos. O pequeno notou que próximo ao local onde estava seus pais, havia um menino que apenas observava as pessoas e o mar a sua frente. Ele aparentava ser um pouco mais velho que o Umino, mas não foi isso que chamou sua atenção e sim o fato do outro garoto estar usando uma máscara preta, ser tão branco quanto uma folha de papel e é claro de estar sozinho. 

O jovem gostava de fazer novos amigos, por isso não foi surpresa para sua mãe quando viu ele levantar de onde estava e ir em direção ao outro. Assim que chegou perto, ficou um tempo em silêncio, esperando o menino de cabelos prateados olhar para si.

— Oi, tudo bem? — Perguntou Iruka quando teve a atenção do outro.

— Oi… — respondeu sem muito ânimo.

— Porque está sozinho? — Quis saber o de cabelos castanhos.

— Não estou sozinho, estou com meu pai.

— E onde ele está?

— Foi buscar uma água de coco — as respostas eram sempre secas, mas nada que incomodasse o mais novo.

— Me chamo Iruka Umino e você?

O outro não estava com muita vontade de responder, muito menos de interagir com outras pessoas, ou crianças. Por ele, estaria em casa, trancado em seu quarto mas foi obrigado por seu pai a sair, não que o Umino soubesse disso. 

— Kakashi, vejo que fez um amigo — a resposta veio de um homem muito parecido com o garoto que Iruka tentava puxar assunto.

Kakashi apenas rolou os olhos e pegou a bebida oferecida por seu pai.

— Sou Sakumo Hatake, pai desse garoto emburrado aí, que se chama Kakashi, como já sabe — indicou o mais velho com divertimento, enquanto o filho revirava os olhos.

— Porque ele usa essa máscara? Está doente? Está muito calor, não incomoda? — Iruka desandou a fazer perguntas, fazendo o de cabelos brancos rir ainda mais da espontaneidade daquela criança.

— Kakashi tem uma imunidade um pouco baixa, por isso está sempre de máscara, para evitar ficar doente — explicou Sakumo.

— Ele pode brincar? — Pediu com os olhos brilhando.

— Acredito que deve perguntar a ele — respondeu o maior se acomodando embaixo do guarda-sol, deixando para o filho decidir o que gostaria de fazer, mesmo que esperasse uma negação.

— Quer brincar comigo e meus amigos? — Perguntou apontando para os outros três que estavam entretidos na sua brincadeira.

— Não — respondeu com a voz entediada, que Iruka começou a pensar que ele sempre falava daquela maneira.

— Nadar? — Outro não.

— Jogar bola? 

Negativa novamente. Pareciam até disputar quem era mais teimoso ou quem desistiria primeiro. Kakashi esperava que Iruka cansasse primeiro, o que não sabia que isso não ocorreria tão facilmente. O acastanhado não desistira, pois ainda fez diversas sugestões.

O Umino ficou pensando por um tempo, pois tudo o que propôs foi negado com veemência e parecia que o de acinzentado não estava disposto a ceder. Até que de repente, assustando um pouco os dois que estavam a sua frente, o pequeno gritou:

— Já sei! — Declarou e saiu em busca do seu baldinho e quando retornou, apenas estendeu sua mão para Kakashi, que o olhava desconfiado.

— Vamos, já sei o que podemos fazer e garanto que vai gostar — insistiu o Umino que ainda mantinha a mão estendida ao outro.

Sakumo olhou para o filho num pedido mudo para aceitar, queria que seu filho saísse daquela concha que havia criado em volta de si e por algum motivo que não entendia, imaginava que o pequeno ser agitado e alegre a sua frente poderia ajudar. Talvez, o filho só precisasse de um amigo. O garoto mais velho suspirou e esticou sua mão para pegar a do outro, mas quando o fez, Iruka recolheu a sua, o que deixou o albino frustrado e um pouco irritado pelo ato.

— Espere só um minuto — avisou e saiu correndo novamente.

O destino do garoto de cabelos castanhos foi seus pais, que estavam atentos a cada movimento do filho, desde o momento em que foi em direção ao outro garoto e prontos a intervir caso notassem que o pequeno estivesse incomodando, o que não foi o caso.

— Mamãe, me empresta seu protetor solar? E trouxe outro chapéu? — Perguntou ofegante pelas corridas que fizera.

— Claro, meu amor. Para que precisa disso tudo? — Quis saber Kohari.

— Fiz um novo amigo e nós vamos andar na praia e ele é muito branco aí pode se queimar com o sol e eu sei como dói quando isso acontece — explicou o jovem Umino.

Sem demora, sua mãe entregou o frasco com o produto e outro chapéu para o filho que logo fez o caminho de volta até onde Kakashi o aguardava. 

Iruka se abaixou até ficar da altura do outro e sem falar nada, colocou sobre os cabelos prateados um chapéu igual ao seu, apenas com a cor diferente. Enquanto o seu era azul-claro com um golfinho bordado o que entregou a Kakashi era azul-escuro e com o mesmo desenho, estavam combinando. Em seguida despejou um pouco do protetor em suas pequenas mãos e as levou em direção ao rosto do outro, não notando o olhar assustado e um pouco apavorado do maior. Até Sakumo ficou tenso, pois sabia que seu filho não gostava de pessoas o tocando, nem mesmo ele, principalmente após os acontecimentos recentes. Para surpresa do Hatake mais velho, Kakashi ficou parado, estático e deixou Iruka espalhar o produto em seu rosto, na parte visível pelo menos, não se atreveu a tocar na máscara que ele usava. Aproveitou e passou o protetor solar também nos braços expostos pela camisa regata que usava e para finalizar, colocou o chapéu em seus cabelos espetados.

— Prontinho. Agora podemos ir — declarou alegremente enquanto puxava Kakashi pela mão para levantarem.

— Aonde nós vamos? — Kakashi finalmente questionou, ainda com olhar e voz entediada.

— No meu lugar favorito. Você vai gostar — explicou com simplicidade, ainda sorrindo, deixando o outro um pouco sem graça.

— Tudo bem, vamos logo — suspirou o outro, vendo que seria impossível fazer o mais novo desistir daquilo.

Os dois garotos saíram praticamente de mãos dadas, significando um garoto muito menor que o outro arrastando-o enquanto gesticulava e falava animadamente. Sakumo apenas observou o filho e seu novo amigo se afastarem com os olhos marejados. Assim que os dois sumiram de vista, nada que preocupasse o Hatake pois aquela praia era particular e com número de visitantes restrito, além dele conhecer praticamente todas as pessoas que estavam ali, Sakumo se levantou de onde estava indo em direção ao que julgou ser os pais do pequeno empolgado.

— Com licença, vocês são pais daquele pequeno golfinho animado? — Perguntou o homem de cabelos longos e brancos, chamando a atenção dos Umino.

— Somos sim e você deve ser pai do simpático garoto mascarado — afirmou Ikkaku com certa ironia, fazendo Kohari revirar os olhos.

— Não ligue para ele, ele apenas tem um senso de humor duvidoso. Me chamo Kohari e ele é Ikkaku. Espero que Iruka não tenha incomodado você ou seu filho. Sabemos como ele pode ser… um pouco exagerado às vezes, mas é um bom garoto — falou a mulher um pouco hesitante.

— Sem problemas, na realidade eu queria agradecer — começou Sakumo deixando os outros dois curiosos.

— Agradecer pelo quê? — O Umino quis saber, não entendo onde o outro homem queria chegar.

— Meu filho, Kakashi, desde… desde a morte da sua mãe há alguns meses se recusa a deixar alguém o tocar, até mesmo eu. Ele se tornou muito independente, pois na maioria das vezes era ela que o ajudava, que cuidava de suas roupas e tudo mais. Então, quando ele deixou, da forma dele, que Iruka encostasse em si, foi um grande avanço. E acredite em mim, se Kakashi não quisesse, seu filho nunca teria encostado nele — afirmou Sakumo.

— Sinto muito pela sua esposa e fico feliz por Iruka ter ajudado de alguma forma — Kohari falou com um sorriso, com certo orgulho do filho.

— Acredito que Iruka e Kakashi farão uma bela amizade, mais por parte do meu filho, porque ele não desiste e faz de tudo para ajudar. Ele pode ser novo, mas tem uma determinação invejável e até difícil de acompanhar — completou Sakumo.

— Kakashi sempre foi fechado e com poucos amigos, então, espero que eles possam realmente se tornar bons amigos — concordou o de cabelos brancos.

Enquanto isso, em outra parte da praia, em uma das diversas piscinas naturais, Kakashi e Iruka andavam lado a lado, com o Umino pulando de pedra em pedra e o Hatake o segurando em algumas ocasiões para que não caísse.

Iruka tentava fazer seu novo amigo falar alguma coisa, mas só recebia respostas curtas, normalmente sim ou não, ou apenas um balançar de cabeça.

— Porque você usa essa máscara? Por acaso é feio? — Perguntou com uma curiosidade legítima e pela primeira em muito tempo, Kakashi riu verdadeiramente. — Hei! Pare de rir — Iruka quis ficar bravo, mas não conseguiu e acabou rindo com o outro.

— Uso a máscara porque posso ficar doente com facilidade e até onde sei, não sou feio, isto é segundo meus pais — Kakashi respondeu quando pararam de rir.

— Posso ver seu rosto? 

— Se prometer não rir ou contar a ninguém — brincou o Hatake e logo abaixou sua máscara.

Iruka ficou surpreso, pois esperava uma negação do seu mais novo amigo. A princípio o pequeno golfinho ficou encarando o amigo sem dizer uma palavra. Depois fez uma careta e quando o mais velho estava prestes a perguntar se tinha algo errado com seu rosto o Umino começou a rir.

— Baka, achei que tinha algo errado com meu rosto — reclamou Kakashi irritado com o mais novo e colocando novamente sua máscara.

— Desculpa, não consegui evitar — respondeu sorrindo. — Agora que já vi seu rosto e matei minha curiosidade, vamos atrás das mais bonitas conchas — praticamente gritou e saiu apressado sendo seguido por Kakashi.

 

[...]

 

No final do dia, Iruka tinha apresentado Kakashi aos amigos e os cinco estavam se dando bem, mesmo quando o albino se afastava um pouco para descansar junto ao pai, pois como o Umino descobriu, ele ficava cansado com facilidade e não gostava muito de socializar com outras pessoas.

Mas com certeza aquelas férias haviam sido as melhores das crianças e que naquele dia começaria uma amizade que duraria para sempre. Férias memoráveis especialmente para Kakashi, pois para um garoto que não queria sair de casa, acabou conhecendo aquele que seria um amigo, um companheiro para vida toda.




 

“Aos 12 anos de conheci, um pequeno ser extremamente animado que nunca se contentou com um ‘não’.

Aos 15 descobri que te via mais que meu melhor amigo.

Aos 18, apenas três anos depois, me declarei e fui correspondido e começamos a namorar, com direito aos nossos amigos gritando ‘Finalmente’.

Aos 20 fomos fui para a faculdade e depois você também conseguiu ir para mesma, tudo obra do destino e não da sua teimosia.

Aos 24 fomos morar juntos e descobrimos que somos mais parecidos do que imaginávamos e mesmo com as pequenas diferenças e discussões, continuamos juntos.

Agora, aos 28, posso dizer que eu sou oficialmente seu. Mas acredito que sempre fui, desde a primeira vez que te vi. Quando me passou protetor solar, o qual sempre esquecia, ou fingia esquecer, apenas para ter você preocupado comigo e cuidando de mim. Eu te amo muito, meu pequeno golfinho”

 

Esses foram os votos de Kakashi quando oficializam a união, na mesma praia que se conheceram, sobre os olhares atentos e emocionados dos amigos e dos pais dos garotos, que agora começariam a sua própria família.