48 horas de casamento

Naruto
M/M
G
48 horas de casamento
author
author
Summary
Já pensou em algo dar errado no seu casamento? Imagina para Obito e Deidara que tiveram 48 horas de casamento, pois tudo deu errado um dia antes do grande dia.

Obito

— Eu queria poder casar com você. — Como estava muito cansado da agenda da semana — que envolvia ir para entrevistas, treinar coreografias e gravar músicas ou novos conteúdos para os nossos fãs — as palavras simplesmente pularam de minha boca, sem nem antes as conseguir processar em meu cérebro.

— Hummm. — Deidara fez um barulho que saiu de sua garganta que supostamente deveria ser alguma palavra, mas não aconteceu.

Como estávamos muito cansados, a conversa parou logo ali.

Não pensei sobre esse assunto, até a semana seguinte estarmos em uma sala super abarrotada com as pessoas que trabalhavam conosco e os próprios membros do grupo de música, o Akatsuki. Quer dizer, o olhando fazendo seu cabelo, com aquele bigode todo ralado, pois em suas próprias palavras, tinha muita preguiça de o raspar, mas ao mesmo tempo não gostava de não ter barba; o que resultava em uma barba bem falha, meu coração se encheu de amor e comecei a pensar o quão injusto era o fato de que não poderia me casar com ele.

Quer dizer, sabia mais que ninguém que não precisaríamos de um pedaço de papel para fazer o nosso amor mais "verdadeiro" do que era. Porém, gostaria, sim, de ter um dia somente para agradecer por ter me escolhido quando existiam várias outras pessoas que poderiam tentar ter uma relação. Ou ficar extremamente em pânico, pensando que não iria aceitar casar comigo, mesmo que tivéssemos falado sobre isso um milhão de vezes.

Queria poder ter a oportunidade de passar todos os estágios de um casamento, desde o começo e nada mais merda do que não conseguir fazer isso. Pois a Coreia do Sul, onde, no momento, morávamos por causa do nosso trabalho e Hong Kong, onde nasci, achavam nosso amor "errado". A Califórnia, onde meu namorado nasceu, seria a última esperança para nós dois, mas até onde eu tinha visto, realizaram um decreto que pessoas do mesmo sexo não poderia se casar, fazendo que houvesse manifestações todos os meses.

Pelo jeito, deveria me contentar com chamar Deidara de meu namorado, até o mundo achar que merecemos colocar uma aliança em nossos dedos.

================================================================

Semanas depois da promoção com o álbum novo, finalmente, em uma sexta-feira, as férias começaram. Uma discussão que demorou aproximadamente vinte minutos sobre que casa uma "festa" deveria ser dada, somente para nós sete. Kakashi logo descartou sua casa, pois possuía muito pelo de gato. Já Iruka, veio com a desculpa que possuía muitos objetos de valores e se iríamos estar bêbados, a probabilidade de quebrá-los seria grande. Nem lembro qual foram os contras de Sasori, Hidan e Nagato, pois fiquei com saco cheio e queria somente beber até não lembrar meu nome.

— Vamos logo para a minha casa — resmunguei quando sobrou somente ou a minha casa ou do Deidara.

Depois de passar em alguma loja para comprar comida e um estoque — de dar inveja a qualquer pessoa — de bebida alcoólica, chegamos em casa.

Como desejado, horas depois, tinha tanto álcool em meu corpo que não conseguia nem colocar os pensamentos em ordem. Em algum momento, Deidara perdeu alguma aposta da vida, fazendo com que Sasori e Kakashi gritassem para ele fazer poses fofas para postar no Instagram da Akatsuki — ou simplesmente para deixarem em seus celulares e futuramente o zoarem, ia lá saber. Enquanto via meu namorado fazendo a carinha mais fofa do mundo, fiquei extremamente triste de não poder me casar com ele.

Era a porra do meu sonho. Para ser sincero, não poderia estar mais satisfeito com minha vida, tinha bastante dinheiro, uma segunda família que me sentia acolhido e a Team Uchiha, o estúdio de música que criei ia muito bem, nem iríamos falar em minha rede de amizades. Mas a única coisa que me incomodava? Meu relacionamento com meu namorado, somente faltava uma coisa para minha vida ficar cem por cento perfeita: chamá-lo de marido.

Acho que era efeito colateral das cervejas, pois foi somente o olhar que lágrimas começaram a cair. Chegou a um momento em que não consegui silenciar meu choro, o que resultou em meus ombros chacoalhando e um barulho nada gracioso saindo de meus lábios.

— Tobi? O que está acontecendo? — Claro que o mais velho seria o primeiro a prestar atenção em mim.

Demorou um pouco para conseguir sentar em cima do meu colo, pois seu equilíbrio não estava lá muito bom.

— Quero te chamar de marido e saber que não tem nenhum lugar que podemos nos casar me deixa triste. Quero ter o orgulho de mostrar para todos que sou casado com a melhor pessoa que poderia. — E lá iríamos nós novamente com as lágrimas, senti Deidara apoiar sua cabeça em meu ombro, me dando um abraço e passando suas mãos em minha costas para me dar conforto.

— Também quero ter seu sobrenome. Quando souber que a Califórnia autorizou casamentos com pessoas do mesmo sexo, vou te pedir no mesmo segundo, ok? — Ele deu aquele sorriso tão maravilhoso que precisei beijar seus lábios rapidamente.

— Promete? — sussurrei como se fosse o nosso segredo.

Para o tornar verdadeiro, pedi para fazermos uma promessa com nossos dedinhos. Depois de alguns segundos, pois não conseguimos enlaçar os nossos membros de primeiro, conseguimos.

Fiz uma anotação para eu poder esquecer tudo dessa noite, menos essa promessa que iria me fazer o cara mais feliz do mundo.

Sete meses depois, estávamos vendo o nosso stage do comeback mais recente. Quando acabamos de nos analisar, Deidara soltou um: Holy shit, antes de pedir desculpas para todos que trabalhavam conosco, subir na cadeira e plugar o seu celular na tv, o que resultou na televisão mostrando uma manchete em inglês: Califórnia finalmente aceita casamentos do mesmo sexo.

— Obito, lembra da minha promessa? Então, você gostaria de casar comigo? — meu namorado gritou pela felicidade, agachado e mostrando um anel, sem a caixinha.

— Nem precisa perguntar. — Claro que parte das lágrimas eram por felicidade, porque, puta merda, não acreditava que ele realmente lembrava de algo de meses atrás, quando tinha coreografia para memorizar e tantas outras coisas.

Meu futuro marido(!) deu um sorriso antes de se levantar e me beijar. Vi que muitas pessoas da sala bateram palmas, outras gritaram, mas, no momento, tudo que prestava atenção era no homem à minha frente.

Depois que várias pessoas nos parabenizaram, finalmente consegui ver o meu anel direito. Ele não era chamativo, para falar a verdade, era de metal, assim como qualquer anel que usássemos nos shows. A diferença era que, no meio, ele tinha uma pequena linha pintada de vermelho, já que era a cor favorita de Deidara. O objeto também não era do tamanho do meu dedo, já que vivia falando que quando enjoava de ver anéis em meus dedos, usava eles em um cordão como um colar e saber que o cara que eu amo lembrou disso quando me pediu em casamento, me fez sentir totalmente agradecido por o ter.

— Você está feliz? — Dei perguntou, me abraçando por trás, apoiando seu queixo em meu ombro.

Tomei um pequeno susto, uma vez que estendi a minha mão perto da luz para ver todos os detalhes da minha aliança.

— Se estou feliz? Esse momento só perde para o debut da Akatsuki e quando a Team Uchiha nasceu. — O que era totalmente verdade, porém, não fazia esse momento menos especial.

— Terceiro, hein? — Deidara deu um soquinho em minha barriga de brincadeira, pois esperava que o acontecimento ficasse pelo menos no top dois.

— Como tinha a aliança com você? — Demorei um pouco para perguntar, pois minha mente já estava pensando em coisas do casamento, quando ela, do nada, pensou nisso.

— Comprei faz tempo e sempre a deixava comigo, por isso não tem caixinha. Tem ideia do quão difícil é colocar uma caixinha em uma calça de couro? Difícil para caralho. — O mais velho fez questão de enfatizar suas últimas palavras, para eu conseguir entender sua luta diária.

— Você é minha pessoa favorita no mundo todo — disse o abraçando com todo amor que possuía em meu corpo.

Tipo, puta merda, o cara realmente cumpriu a promessa que fez mês atrás bêbado, sério, como não o amar?

— Como assim? Sua pessoa favorita? Obito, jurava que era eu. — Iruka jogou aquele olhar que poderia sentir me julgando e julgando dez gerações da minha família, de tão forte que era.

Com isso, foi impossível todos na sala não caírem na risada.

================================================================

Tivemos que esperar até as semanas de promoção acabarem, pois como acordamos muito cedo, quando chegamos em casa, era somente um “boa noite” antes de cair na cama.

Contratamos um profissional para cuidar da festa, pois em uma rápida pesquisa no Google, descobrimos que deveríamos escolher até a flor que iria estar em cima da mesa, tipo, quem ligava?

Nas primeiras semanas, foi o paraíso na Terra. Experimentar as comidas que deveriam estar no casamento, com uma melhor que a outra? Tudo que pedi. Adorava chegar em casa e ver alguns bolos para ter ideia do que queríamos e era naquele momento em que me sentia mais eufórico e feliz por finalmente estar escolhendo coisas ou me casar com o cara que tanto amava.

No entanto, oito semanas depois, qualquer coisa que via sobre a comemoração, sentia a raiva borbulhar. Quer dizer, que diferença fazia qual era o tipo de talher? Por isso, para tentar ter meu momento onde não precisava ver todos os detalhes, marquei algumas reuniões com a Team Uchiha.

Nada melhor do que cair de cabeça em seu trabalho, certo?

Bem, essa escapada durou no máximo sete dias.

Como estava de férias e deixamos o planejamento do ano seguinte todo feito, não tinha muita coisa para fazer na empresa. A verdade? Ficava lá no prédio fazendo vários nadas. Porém, bem melhor do que estar em casa e do nada o planejador vir atrás de mim para perguntar algo que não ligava.

Vi o nome de Deidara no meu celular e por um minuto, o desespero se fez presente. Puta merda, o que deveria fazer para parecer que estava ocupado? Quando nos últimos minutos entrei naqueles sites de fãs, lendo as curiosidades da Akatsuki para ver se acertaram ou era pura fanfic.

— Deidara? Tudo bem? — Bati o meu porta lápis, para dar uma ideia de estar mexendo com papel.

— Hum… Está ocupado? Lembra que hoje iríamos escolher as flores que deveriam estar presentes em toda a festa? — Ouvi várias vozes de fundo, por isso que ele foi para um lugar com menos barulho.

— Pior que hoje iríamos ter a reunião anual. Aquela chatisse de colocar as coisas boas e o que podemos arrumar no ano que vem. — Por alguns segundos, rezei para que acreditasse em mim, pois sempre compartilhava com ele quando possuía algo importante na empresa.

— Tobi, já é a terceira vez na semana que não consegue escolher as coisas comigo… — Sim, era a pessoa mais escrota do mundo por deixar meu namorado super triste. Mas, ei, como falar com ele sobre isso? Como chegar e dizer: Oi, estou odiando escolher as coisas para o casamento.

— Prometo que semana que vem vou estar com você. — Na última parte, gritei um: Estou indo em chinês, para simular que precisavam de mim. Com um último eu te amo, desliguei o telefone, conseguindo respirar sem medo.

Sabe qual era uma das minhas coisas prediletas ao chegar em casa? Abraçar Deidara, apoiando meu queixo naquele moletom tão fofinho que parecia nuvem de tão bom. Enquanto falava em inglês com seus colegas de time, jogando algum jogo que não tinha ideia de qual seria, mesmo que minha vida dependesse daquilo.

— Boa noite, como foi hoje? — perguntei dando um pequeno beijo no pedaço de pescoço que não estava escondido pelo capuz amarelo.

— Decidi dar um tempo com o casamento. Porque, pelo jeito, você não quer casar comigo. — Não importava se conhecia Deidara por anos, sempre me chocava o quanto sua voz saia normalmente, mesmo jogando uma bomba que desestabilizava as outras pessoas.

— Como assim não quero mais casar com você? — Pela surpresa, fui para trás, quase fazendo nós dois cair da cadeira.

— Qual é, Tobi! Faz tempo que você não quer escolher as coisas comigo. Isso grita: não quero ir em frente, mas sou muito educado para te falar.

Não sabia o que me achar mais lixo no momento, seu tom de voz de extrema tristeza ou o fato que parou de jogar. Deidara deixou muito claro esses meses que passaram quanta saudade tinha de simplesmente sentar e jogar qualquer coisa aleatória porque com o casamento, não sabia nem o que era ter tempo para um hobby.

— Claro que quero casar com você! É a minha pessoa da vida, esqueceu? — Para validar meu argumento, coloquei meu celular em sua cara. A tela de bloqueio era aquela frase de Grey's Anatomy: Se eu matar alguém, ele é a pessoa que eu ligo para me ajudar a arrastar o corpo pela sala. Ele é minha pessoa.

Ficou alguns segundos me olhando profundamente, como se estivesse me julgando se o que tinha acabado de falar era uma mentira.

— Me desculpa te deixar inseguro. A verdade é que odeio fazer os preparativos do casamento — falei o mais baixo que conseguia com minha bochecha vermelha de vergonha. Pronto, a verdade tinha saído.

Quando ouvi sua risada, meus olhos subiram tão rapidamente para seu rosto que por alguns segundos tive que me segurar mais forte em seu braço pela vertigem. Deixa ver se entendi, meu noivo estava rindo de uma má notícia? Era isso mesmo?

— Isso foi a melhor coisa que ouvi em meses. Também odeio os preparativos! Somente não comentei pois não queria te deixar chateado. — Com a euforia, o mais velho até me deu um abraço.

— Quer deixar Kakashi encarregado? Desde o debut da Akatsuki, ele falava que se não desse certo iria entrar no ramo de casamentos. — Gostava tanto de lembrar dos momentos de guerra que tivemos quando mais novos e refletir sobre como nossa vida seria totalmente diferente se o destino não tivesse juntado os sete de nós.

— Preparado para as cores escandalosas? — Os dois falaram ao mesmo tempo para o zoar. Era o famoso: a melhor coisa que fazíamos com certeza seria nos zoar.

Meses depois, com um Kakashi tão feliz fazendo as coisas que eram um porre com um sorriso no rosto, somente faltou os mais importantes: A famosa lista de convidados e a escolha dos padrinhos.

Começamos com o mais rápido, se tudo desse certo: os convidados.

— Ok, os que nem precisamos pensar: Akatsuki,o pessoal que trabalha na empresa que nos gerência, pessoal lá do Team Uchiha, seus pais e os meus. — Deidara anotou todos os nomes em uma folha de sulfite.

— Seus pais vão querer ir em nosso casamento? Sabe que não gostam muito de mim.

Tentei ao máximo não deixar a minha tristeza se fazer presente. Mas poxa, já fazia anos que fazia o possível para me entender com eles e isso nunca aconteceu.

— Não tenho certeza. Para ser sincero, nem ligo se vão ou não no casamento. Quem vai casar com você, será eu e não eles. — Deu aquele sorriso que mostrava todos os seus dentinhos caninos, antes de se abaixar e dar um beijo em minha aliança. E era por esses pequenos momentos que tinha certeza que não cabia mais amor por Deidara em meu coração.

— Quero convidar a Konan! — Peguei o lápis de sua mão rapidamente para anotar seu nome.

—Konan? Por quê? — Ficou meio chocado, pois fazia tempo que não falávamos com ela, já que não participava mais da empresa.

— Vi um compilado com vídeos de idols me imitando e gostei de como foi o dela. — Deidara ficou me olhando profundamente, como se não soubesse se iria gritar surpresa ou era realmente sério.

— Puta merda! Está falando sério, não é? — Seus olhos se reviraram tão fortemente que até tive medo de, sei lá, ficarem presos para dentro.

— Tobi, lembre que vamos nos casar nos Estados Unidos, que é uma viagem de pelo menos vinte e quatro horas. Vamos escolher somente os mais importantes. — Deidara pegou o lápis de minha mão para apagar o nome de Konan.

— Ok, quero convidar o Zetsu. — Tentei pegar o lápis de volta, mas meu namorado não estava com muita vontade de me deixar.

— Do outro grupo? — Foi até engraçado como seus olhos não pararam de mostrar uma expectativa enorme de estar certo.

— Não, a que trabalha na cafeteria da empresa. Sempre que quero um prato diferenciado orgânico, ela faz para mim. Agora, me diz como não deveria convidar essa rainha para o casamento. — Enquanto ria como se minha vida dependesse disso, o mais velho se levantou para ir embora. Provavelmente porque não aguentava mais falar de uma coisa séria e eu sendo o pateta. Precisei pedir desculpas, para que sentasse novamente ao meu lado.

— Tava realmente pensando aqui, temos que convidar todos os grupos da empresa. Já pensou o quão chato seria convidar um membro em específico e não os outros? Como queremos manter a paz, podemos fazer o casamento nos Estados Unidos e um simbólico na Coreia. Aí, não precisamos nos preocupar com aumento de convidados, que tal? — Depois, peguei a folha de sua mão para colocar uma divisão: Estados Unidos e do outro lado: Coreia.

— Esqueci que depois de falar um monte de coisa que pode ser descartado, você realmente tem um monte de ótimas ideias — comentou apagando alguns nomes e colocando na coluna certa.

— Rude. — Dei meu riso de hiena antes de me aproximar, dando toda a atenção devida àquela lista.

================================================================

— Sabem a causa de estarem todos reunidos aqui, hoje, certo? — Para dar a cena um tom mais dramático, apaguei a luz e coloquei minha voz mais grossa que conseguia fazer.

Todos os outros seis reviraram os olhos, enquanto meu futuro marido pediu desculpas antes de acender as luzes novamente.

— Vocês vão adotar uma criança! — Kakashi estava tão empolgado que pulou do sofá para gritar as palavras em nossos rostos.

— Claro que não! Não consigo nem cuidar de Milo, nosso cachorro, quando o Deidara não está em casa, acha que vou conseguir com uma criança? — Kakashi voltou para seu lugar se arrastando enquanto Iruka dava um grito que até me assustou. Juro que o cara fez o V de vitória, dando uma cambalhota no meio de nossa sala.

Enfim, nada de novo sobre nós sete reunidos.

— Estamos aqui para escolher os nossos padrinhos. Queria dizer que amamos vocês igualmente, menos você,Sasori. — Mandei o meu olhar mais ferido para um dos mais novos, enquanto somente ria.

— Pensei muito sobre o assunto. Por isso gostaria de chamar Iruka, por ser a primeira pessoa que me acolheu na Coreia. — O de cabelo preto levantou, mostrando a língua para os outros enquanto vinha me abraçar. Escutei um obrigado tão caloroso, mesmo não tendo a mínima ideia da causa.

— Claro que iria escolher minha lontra favorita no mundo todo. — Quando Sasori foi pulando para dar um abraço em Deidara, mostrou a língua para mim, que somente revirei meus olhos.

—Hidan, sabe que te amo, certo?Nagato, te amo também, mas escolho Hidan.

Hidan reclamou que não era um pokémon, antes de me abraçar e ficar ao meu lado.

—Nagato, mesmo com você falando horrores como líder, lembro das altas conversas de madrugada sobre como poderíamos ajudar a Akatsuki. Por isso, seria uma honra ter você me ajudando mais uma vez. — Não sei se foram as palavras, mas vi Nagato com lágrimas nos olhos. Tipo, o fucking Nagato , pelo amor de deus.

Secretamente peguei meu celular para tirar foto dele limpando suavemente as lágrimas de seus olhos.

— Kashi, não conseguimos escolher para quem você seria padrinho. Quer dizer, éramos um trio desde o começo, por isso, se quiser, iríamos amar se fosse padrinho de nós dois. — Pensei que o grito tão alto que deu, que inclusive assustou Milo, foi por causa do nosso casamento. Mas quando o ruivo fez uma dancinha na frente dos outros, falando um: HAHAHAHAHAH EU SOU ESTAVA CERTO, VÃO SE FODER, tive certeza absoluta que não tinha nada conosco.

— Não acredito que apostaram em nosso casamento! — comentei incrédulo quando todas as peças do quebra-cabeça foram colocadas juntas.

O que fizeram? Somente me agradeceram, pois iriam ficar um pouco mais ricos, ou me xingaram de mentira antes de me arrastar para um abraço maravilhoso com todos os sete.

Estava até agradecendo a Deus, ou qualquer força maior, que os preparativos do casamento estavam indo muito bem, se quisessem saber.

Mas como era o meme lá? O que está bom, sempre pode piorar, não é?

Tudo teve seu pontapé inicial em um fatídico dia em que eu decidi chegar antes em casa e fazer uma surpresa para Deidara, já que fazia bastante tempo — por causa das nossas agendas lotadas — que não conseguimos ter uma noite para simplesmente aproveitar a companhia um do outro.

— Porque é meu casamento! E eu gostaria muito que vocês estivessem lá! — Eu ouvi seu grito antes de conseguir colocar a chave para abrir a porta. Decidi continuar fora, pois aquela conversa parecia extremamente íntima e não gostaria de me atrapalhar.

— Vocês precisam de mais? Vocês são meus pais e acho que gostariam de me ver em um dos meu momentos mais felizes! Vocês foram em todos os casamentos dos outros filhos. Então, por que o meu seria diferente?

Sério, destruiu o meu coração quando ouvi um pequeno soluço, como se o mais velho estivesse tentando esconder que estava triste para seus pais.

— Não vão por causa do Obito? E o que ele fez para vocês? Quer saber, não sei nem porque estou tendo essa conversa com vocês. Não, quando deixaram claro que não iriam, independente do que falasse — Deidara falou mais alto, desligando o telefone. Ouvi um barulho de algo caindo no chão e tinha quase certeza que ele jogou o seu celular de frustração de qualquer jeito e caiu.

Claro que meu corpo doeu ao ouvi-lo chorar, mas não era de hoje que ele deixava claro que se seus pais não gostavam de mim, não era a minha obrigação mudar aquele fato. Sem contar que sempre que eu tocava no assunto, poderia sentir sua tensão e agora? Sua felicidade era mais que minha prioridade.

— Oi, bebê. Surpresa! — Coloquei um sorriso em meu rosto enquanto entrava em nosso apartamento antes de gritar aquelas palavras colocando minha mão no alto, deixando claro minha felicidade em vê-lo.

— Tobi? Pensei que você tinha que trabalhar até tarde. — Foi bem sutil como ele engoliu sua saliva para sua voz ficar menos rouca e colocou um sorriso mínimo.

— Bem, sabe o quanto falávamos que estávamos com saudades de ser somente nós? — comentei tirando meus sapatos e deixando minha jaqueta de qualquer jeito no sofá mais perto.

Claro que algo estava errado com ele, já que toda vez que deixava uma peça de roupa no lugar errado, Deidara seria o primeiro a reclamar e me fazer ir até o nosso quarto e colocar no lugar certo. Mas hoje? Ele nem falou um A, somente ficou olhando para a TV como se estivesse passando a coisa mais legal do mundo. Claramente preso em seus pensamentos.

No final, vimos um filme da Disney que ele intitulava seu filme para chorar, junto a isso tomamos sorvete. Como uma pessoa que respeita meu relacionamento, mesmo que me deixasse triste vê-lo assim, se ele não quisesse falar sobre isso, estava tudo bem. Beijando seus cabelos suavemente, jurei para mim mesmo que iria deixá-lo o mais feliz possível no dia do nosso casamento e se isso envolvesse ir para os Estados Unidos implorar para os seus pais, era isso que eu iria fazer.

=============================================================

E realmente foi o que fiz. Não foi difícil arranjar uma desculpa para ir para os Estados Unidos, uma vez que vários produtores que trabalhavam para a Team Uchiha moravam em Los Angeles. Somente tive que explicar isso para meu futuro marido e dizer que em uma semana, máximo duas, iria estar de volta para a Coreia.

Um dia inteiro foi gasto entre a viagem de quase doze horas de avião, o resto foi gasto em chegar no hotel, comer, fazer as higienes pessoais e dormir.

No próximo dia, eu estava, às nove da manhã, no portão da casa dos pais de Deidara. Claro que morando em um bairro nobre de Los Angeles, eles teriam um sistema de identificação das visitas. Quando falei meu nome e o segurança disse um espera um pouco, todos os poros do meu corpo se incendiaram com nervosismo.

Esse era o momento decisivo para o casamento, para a felicidade de Dei.

Claro que nem deveria ter esperado menos quando recebi a resposta que não iriam me receber. E foi por isso que minha vontade de falar com eles aumentou cem vezes mais. Iria vir aqui todos os dias, se fosse preciso. Se eles não iriam me ver por bem, iriam por ficarem de saco cheio de ouvir meu nome.

E foi exatamente o que fiz nos próximos dez dias, pontualmente às nove da manhã.

No décimo primeiro dia, dei um suspiro de felicidade quando a rotina mudou e os Watabes decidiram me receber em sua casa.

— Você nunca iria desistir, não é? — Foi a primeira coisa que a sua mãe me perguntou pelo interfone.

— A teimosia é meu ponto forte, vamos fazer o que, né? — Dei aquele sorriso branco que meus fãs sempre falavam que era maravilhoso para ver se tinha um impacto positivo nela. Não foi, já que ela não falou nada ou fez um mínimo barulho como resposta.

Não esperava que a casa deles continuasse a mesma depois de tantos anos, mas estava como se estivesse parada no tempo.

— O que você quer? — seu pai perguntou seco, sentando ao lado da sua esposa no sofá.

Os dois possuíis copos com Whisky e em nenhum momento perguntaram se queria um pouco, ou algo para beber. Sentei no sofá depois de vários segundos de vergonha, pois eles não deixaram claro se poderia ou não fazer aquilo em sua casa.

Claramente queriam que eu me sentisse um forasteiro.

— Por que vocês me odeiam tanto? — perguntei.

Claro que tinha todo um discurso pronto para aquela situação, mas naquele momento tudo se apagou de meu cérebro e a única coisa que estava curioso para saber era aquilo. Nunca entendi a causa deles não gostarem de mim. Nos longos cinco de relacionamento com Deidara, tentei falar com eles pelo menos vinte vezes e sempre era a mesma coisa: os dois me tratando como se fosse um vilão, ou pior, não digno do amor de seu filho.

A sala caiu em um silêncio de outro mundo, onde nós três somente nos olhávamos.

— Mãe, eu acho que ele é muito diferente de mim e nunca vamos conseguir levar isso para frente. Isso foi a primeira coisa que Mark disse quando houve o primeiro e último "dar um tempo entre vocês", como gostam de chamar. Você deveria ter ouvido os soluços, como se ele não fosse o suficiente para você. Olha, eu não sei o que aconteceu entre vocês na época e respeito a sua decisão de querer dar um tempo, mas quem teve que o ouvir chorar, ficar triste e remendar seu coração, fomos nós. Então, senhor Uchiha, me desculpe por não acreditar em você quando disse que o Deidara era sua prioridade, não depois de ter o machucado tanto, mesmo prometendo que nunca iria fazer isso com ele.

Fiquei uns cinco minutos em puro choque. Nesses anos todos, pensava que eles não gostavam de mim por algo que tinha feito ou falado errado mas no fim, era somente por ter transferido a tristeza do Deidara para eles.

E foi como se um peso de outro mundo tivesse saído dos meus ombros. Sabendo a causa do ódio, poderia conversar sobre isso, antes? Era como estar em um túnel no escuro e não saber como consertar tudo.

— É verdade, nós somos muito diferentes, diferentes até demais. O que o Deidara é de menos, eu sou de mais e tudo que eu sou de menos, ele é demais. É o que torna nosso relacionamento tão equilibrado. Mas antes de entender isso, eu fiquei paranoico e acabei com ele. Sabe o que pensava? Qual era a causa de ele gostar tanto de mim? Sendo que parecia que nós brigávamos mais sobre ser tão diferentes do que conviver com as diferenças. Eu dei um tempo em nós esperando que, alguns meses depois, ele iria chegar com alguém mais parecido com ele, mas sabe o que aconteceu? Dei não apareceu com ninguém, assim como eu.

Dei uma pausa para tentar deixar minhas lágrimas dentro do meu corpo. Só de pensar naquele momento tão nebuloso, onde quase o perdi por meus pensamentos estúpidos, meu coração doía.

— Toda vez que eu conhecia alguém parecido comigo, a faísca simplesmente não acendia. Então, percebi que o Deidara foi feito para mim, moldado somente para mim. Pois meus pontos fracos são os seus fortes e sempre poderia aprender com ele, assim como ele poderia comigo. Demorou seis meses para eu perceber isso, mas iria fazer a mesma coisa se pudesse, pois esse tempo me fez amadurecer para ele, me fez uma pessoa melhor para ele, exatamente como ele merece. Ele merece a minha melhor versão e posso dizer que agora sou essa pessoa. Para crescer, tem que doer antes.

Era ótimo ter uma conversa honesta sobre tudo que aconteceu com seus pais, pois eles só tinham a versão do Deidara da história e não a minha. E mais do que as palavras, esperava que eles vissem minha honestidade em cada coisa que fazia por seu filho.

Não percebi que sua mão estava chorando, até ouvir seus soluços e quando menos percebi, ela estava me abraçando como se tivesse segurando um tesouro. Seu pai foi menos emocionado, ficou parado perto de nós nos olhando, quase como se esperasse a nossa permissão para se juntar. Sua esposa revirou seus olhos antes de o puxar e ficamos uns sólidos três minutos chorando juntos um no braço dos outros.

Depois de ficar umas boas horas conversando, realmente nos conhecendo, decidimos fazer uma surpresa para Deidara, onde os dois iriam ir para o nosso casamento, mas ele não saberia sobre isso.

E estando de volta para a Coreia, uma emoção de amor floresceu novamente em meu peito. Às vezes, não percebemos o quanto uma conversa honesta entre duas pessoas pode resultar em uma das melhores coisas de sua vida.

Um mês depois, era o dia anterior ao casamento e eu simplesmente não conseguia ficar quieto. Puta merda, esse dia realmente estava acontecendo, iria finalmente casar com a pessoa que mais amo no mundo inteiro!

— Tobi? Por que você está rezando? — Deidara esperou eu acabar a oração para perguntar aquilo enquanto entrelaçava meus dedos.

— Primeiro, para agradecer por ter te colocado em minha vida e segundo, para que tudo dê certo e um dos meus maiores desejos seja realizado. — Dei um beijo em seu anel de noivado antes de beijar sua testa.

— Sabe, às vezes, eu acho que não dá para te amar mais, até que percebo que hoje te amo mais que ontem e que amanhã vou te amar mais que hoje — ele comentou chorando antes de me abraçar de um jeito estranho, pois como estava dirigindo para o aeroporto, não tinha muito espaço.

Dei um sorrisinho falando: que dramático, sentindo um saquinho em meu braço. Desde que tinha o conhecido, com certeza ele era o emocionado de nós dois, qualquer pequena coisa já estaria chorando e isso tinha até virado piada interna.

Mas nunca iria mudar nada nele, somente estar ao seu lado a cada lágrima derramada.

E foi assim que acabamos com dez pessoas no aeroporto esperando o nosso voo para ir para os Estados Unidos. Deidara, como a pessoa antecipada que era, nos fez vir para cá cinco horas antes da decolagem, mesmo que a companhia pedisse somente três.

Para ser sincero, não foi algo que percebi de primeira, pois como sabia que iria ficar um tempão esperando, trouxe meu laptop para acabar algumas músicas ou somente responder assuntos pendentes da minha empresa.

— Puta merda, eu acho que vai chover — meu namorado comentou chateado, apoiando seu rosto em meu ombro. Super entendia a sua frustração, ninguém queria lembrar do dia do casamento como um dia nublado e escuro.

— Vai dar tudo certo. — Honestamente, naquele estágio, estava falando aquelas palavras mais para mim, do que para ele.

Adivinhem? Não deu tudo certo. A chuva aumentou cada vez mais e ouvimos no alto falante que como o vento passou de cem quilômetros por hora, todos os voos estavam cancelados até a situação se normalizar.

Ok, eu disse para mim e para meu futuro marido que não precisávamos surtar, só respirar fundo que iríamos pensar sobre o que deveríamos fazer.

Não foi assim que aconteceu, para ser honesto. Não, quando comecei a citar todas as coisas que teríamos que arrumar. A igreja estava agendada somente para amanhã, agora, iríamos casar onde? Será que outra igreja estaria disponível? E o lugar da festa? Pelo amor de Deus, iríamos levar o pessoal para onde? Em algum restaurante? Iríamos ter que fazer reserva, não é apenas para vinte pessoas. E qual? Sendo que alguns eram veganos, outros não gostavam de pimenta. Pelo amor de Deus, os pais do Deidara, eu esqueci de avisar que o casamento mudou de data.

Depois de Deidara praticamente berrar em meu rosto que eu estava o deixando ansioso, respirei fundo e voltei ao meu normal. Ok, tínhamos um casamento para planejar em quarenta e oito horas.

Sério, as pessoas que estavam conosco no aeroporto eram anjos enviados por Deus. Cada um pegou uma das coisas que deveria resolver e foram lá resolver. Vi muitos deles falando ao telefone, outros digitando agressivamente no celular ou laptop.

Ficamos umas dez horas no aeroporto, pois a última coisa que pensamos foi fazer isso em outro lugar. Pelo menos, já tinham cerca de noventa por cento do casamento resolvido e poderia dormir com menos preocupação, pois encontramos outra igreja para nos casar.

Tínhamos que dormir em algum lugar, mas como as nossas passagens estavam ainda valendo, a companhia nos pagou um hotel. Mas os quartos eram extremamente pequenos para duas pessoas, então preferimos pagar a mais para ter um quarto maior.

Deidara e eu, desde o começo, deixamos claro que não gostaríamos de nos ver um dia antes do casamento, todo o clichê de surpresa. Mas quando o vi a ponto de chorar, taquei o foda-se e o conduzi ao meu quarto, pois sabia que ele somente precisava do meu conforto.

Outro problema que não tinha pensado? Nossas roupas. Como iríamos para os Estados Unidos, em nossa mala somente iria ter nosso terno e no momento era a única roupa que possuía. Puta que pariu, iria mostrar o terno do casamento para o Deidara!

Graças a Deus, ele ainda não estava em nenhum lugar para me ver, então rapidamente fui deixar e me cobri para ele não ver a sua roupa. Bem, não deu certo, não quando ele voltou com seu terno.

E mesmo não estando no casamento com ele, foi mais sorte que eu começar a chorar me perguntando o que fiz de tão bom para tê-lo em minha vida. Acho que ele sentiu vergonha por ter estragado a tristeza, pois fez um barulho de extrema tristeza. Para acalmá-lo, sai de onde estava para ver que também estava com terno e não tinha nada de errado em nos ver antes do casamento.

Depois de algumas lágrimas, beijos e mais beijos, finalmente nos deitamos somente nos olhando em silêncio.

— Tobi... Você acha que esse é um sinal para não nos casar? Quer dizer… Tudo deu errado antes mesmo de acontecer — Deidara perguntou vulnerável. Como estava escuro e não conseguia ver direito o seu rosto, quando levantei a mão, rezei para estar fazendo cafuné em seu cabelo.

— Posso ser sincero com você? Eu não ligo para onde iremos nos casar. Puta que pariu, eu iria casar com você em Las Vegas se pudesse. Eu só quero tê-lo para o resto da minha vida, onde será e quem vai estar vendo, estão em segundo lugar. Eu te amo e esse é o importante. — Dei um beijo em sua testa e quando apoiou os seus dedos em meu tórax, entendi que não deveria estar tão precipitado com as coisas do casamento.

Eu sabia que ele me amava com a mesma intensidade que eu e isso era importante.

================================================================

Sério, mesmo no dia anterior, falando convincente que aquele casamento iria acontecer, já não tinha certeza absoluta. Quando chegamos na segunda igreja que conseguimos encontrar naquele curto período de tempo, soubemos que na noite anterior houve um curto circuito e uma parte da igreja foi afetada, sendo assim, cancelaram todos os casamentos por seis meses.

— Eu acho que a gente não vai casar. Não essa semana — Deidara comentou todo triste sentando no final da calçada, pois naquele momento não sabíamos mais o que fazer. Não quando todos os nossos esforços deram em um beco sem saída.

Sabia que naquele momento, ele não precisava de palavras sem significado, então somente apoiei meu rosto em seu rosto e fiquei brincando com a sua aliança, para deixar claro que iria estar sempre ao seu lado, independente do que iríamos decidir fazer com o casamento.

— Vamos casar no jardim da casa dos seus pais! Sabe o quão grande é, né? Somente colocamos umas cadeiras e podemos fazer a festa na sala de estar! Vai ser perfeito! — Com a felicidade em todo meu corpo, praticamente desloquei o braço do meu noivo para ele levantar logo.

Gritei que já sabia onde íamos nos casar, acho que os convidados estavam extremamente cansados, pois ninguém nem perguntou onde seria, somente entraram nos carros e foram direto para o endereço que eu enviei no grupo do Watsapp.

Admito que não o deixei falar, não quando vi a planta da casa dos seus pais em meu cérebro e a cada segundo falava onde deveria colocar as coisas, para fazer algo perfeito. Nem quando Deidara pediu para eu me acalmar, quando nós dois entramos no carro para ir na direção ao novo lugar.

— Obito! — Meu namorado teve que gritar para eu finalmente parar de falar e pela primeira vez em muito tempo, o deixar falar.

— Suas ideias são ótimas, mas você pulou uma boa explicação, como assim você sabe as reformas que os meus pais fizeram e mais importante: como você sabe que eles vão querer sediar meu casamento? — Podia ver o seu cérebro trabalhando em capacidade total para entender tudo o que estava acontecendo entre eu e seus pais, já que ele ainda achava que estávamos brigados.

— Na verdade? Era para ser uma surpresa, mas na última vez que falei que iria vir aqui para resolver algumas coisas da empresa, não foi para isso. Eu vim aqui para falar com eles e depois de uma conversa honesta sobre tudo, conseguimos chegar a um acordo que todos nós somente queremos o melhor para você. — Tive que falar devagar, pois não era uma pessoa muito focada para conseguir falar e dirigir ao mesmo tempo.

Dei ficou tanto tempo em silêncio que tive que o olhar para ter certeza que estava vivo e não tinha tido um derrame ou algo do tipo. Ele estava bem, somente com seus olhos arregalados e seus lábios em formato de O pelo choque.

— Eu não acredito que você voou doze horas somente para trazer os meus pais para o casamento. Pelo amor de Deus, Tobi, palavras não são o suficiente para dizer o quão perfeito você é para mim. Sei que um obrigado não é o suficiente para o que você fez, mas obrigado por fazer isso por mim! Te amo tanto, mas tanto, que nem sei. — Mais uma vez, suas lágrimas pingavam, quando ele entrelaçou nossas mãos e deu um beijo em minha aliança.

O resto da viagem foi gasto com nós dois falando como a festa deveria ser. Como algumas pessoas já tinham chegado ao destino, Deidara deu as coordenadoras de como as coisas deveriam ser organizadas e coisas do tipo.

================================================================

Os pais de Deidara estavam nos esperando na porta, enquanto sua casa estava um caos de gente gritando onde cada coisa deveria ir.

— Desculpa, filho, por ser tão cabeça dura e não ver o quanto o Obito te ama. — Sua mãe o abraçou, fungando e nos dando boas-vindas.

— O importante é que vocês o aceitavam, o passado é passado, por alguma razão. — Ele deu um beijo na bochecha de sua mãe e de seu pai, enquanto os abraçava e foi impossível não me emocionar nesse momento tão vulnerável.

O casamento não aconteceu de manhã, como planejamos, ele aconteceu de noite, no jardim iluminado por várias velas.

Vendo Deidara entrando no pequeno corredor, onde seu pai estava no seu lado direito e sua mãe no esquerdo, percebi que mesmo que não fosse o que imaginamos, não poderia ficar melhor ou mais bonito.

O vendo sorrindo para mim, dando aqueles pequenos passos que iria significar passar o resto de nossas vidas juntos, foi impossível não sorrir também. Mesmo que eu o visse todos os dias por uns dez anos, achava que meus olhos e coração já iriam se acostumar com sua aparência, mas claro que não e as borboletas voaram soltas em meu estômago e quase fechei meus olhos pela sua beleza que chegou a me cegar.

Seus pais deram um beijo em sua testa e na minha, antes de darmos nossas mãos e o padre começar a cerimônia.

O casamento não foi nada do que pensávamos, mas isso que o fez melhor. Não iria mudar nada dos momentos de desespero que tivemos, pois isso nos levou a esse momento glorioso de finalmente poder o chamar de meu marido.

E isso? Não iria mudar por nada no mundo inteirinho.