Ponto traço ponto

Naruto
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Ponto traço ponto
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Summary
Se Naruto soubesse que a única coisa que precisava para namorar a sua vizinha Hinata era ter aprendido o código morse, ele já teria feito isso há meses.

Naruto

Nada melhor do que juntar seus amigos na casa dos 20 anos em uma noite para simplesmente não fazer nada, somente jogar videogame, ver filmes ruins e zoar cada cena e o mais importante: beber cerveja até que todo mundo caia no sono e apenas no dia seguinte lembrar o que estávamos fazendo hoje com uma boa ressaca.

Em um momento que Sasuke e Sakura estavam jogando “Mario Kart”, eu, Shikamaru, Ino e Chouji nos encontramos sentados no sofá simplesmente conversando. Houve um minuto de silêncio e o que só escutamos foram vários pequenos barulhos, como se alguém estivesse batendo na parede ou na porta, mas, como morava em um apartamento e a parede era super fina, não sabia direito se era minha vizinha do lado ou a de cima.

— Naru, a pessoa sempre faz esse mesmo som? — Foi a primeira pergunta que Shikamaru fez depois de ficarmos escutando o barulho por aproximadamente uns dois minutos.

— Hm, acho que sim? — Cocei a minha cabeça para tentar me lembrar melhor, pois, para ser sincero, eu só categorizava como barulho e não via se tinha algum padrão ou não.

Ele se levantou e bateu na parede. Segundos depois, ouvimos um barulho como resposta, rapidamente Shikamaru pediu um lápis e uma caneta não sei para quê, quando já estava com os objetos, todos nós nos amontoamos perto dele pela curiosidade, mesmo que não tivéssemos ideia do que estava acontecendo.

Cinco minutos inteiros se passaram com ele fazendo barulho e quando o vizinho respondia, o moreno era rápido o suficiente para escrever no papel.

No final, o que nós víamos foi um monte de traço e ponto um do lado do outro.

— Seguinte, a Hinata, sua vizinha, aparentemente todos os dias em código Morse se declarava e dizia o quanto você é gentil e bonito, por isso marcava um encontro no parquinho de cachorros às 20:00 horas. Claro que você nunca respondeu porque não conhece o código, mas agora a sorte chegou, vulgo eu, e já falei que você está indo.

Enquanto meus amigos gritavam que eu me dei bem e me zoavam, tentava me lembrar da Hinata. Ah, ela era aquela mulher com olhos tão claros que pareciam uma pedra preciosa, e me lembrei do momento em que falamos sobre algumas coisas durante o trajeto do elevador no dia que estava chovendo e ela não tinha carro, então a ajudei a levar as compras para dentro do prédio e depois para seu apartamento, pois eram extremamente pesadas.

Um calor de outro mundo se fez no meu coração quando percebi que ela passou dias e mais dias se declarando e, mesmo que eu não tenha respondido, nunca desistiu.

Acho que nunca iria achar uma pessoa no mundo inteiro que gostasse de mim em um nível igual ao dela, por isso nem gritei com meu amigo por me arrumar um encontro sem eu ficar sabendo.

E quem esperava que para começar um relacionamento somente precisava ter a amizade de alguém que conhecesse o código Morse?