
“A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.”
Vinícius de Moraes
Samba da benção - Álbum "Vinicius"
Nota: Trecho de "Samba da benção", composta por Vinicius de Moraes e Baden Powell.
— Eu não vou! — Kakashi recusou pela terceira vez o pedido dos amigos, Kurenai e Obito, que insistiam que ele precisava de uma companhia, de um namorado, um ficante, uma foda, qualquer coisa para se livrar daquele estado que se encontrava. Seja lá qual fosse, havia desistido de entender aqueles dois.
— Vamos lá, Bakashi! A vida não é apenas cumprir missão atrás de missão, você precisa se divertir. Não estamos pedindo que se caso, apenas que tenha um caso, de uma noite — declarou o Uchiha.
— Quem disse que não tenho casos durante as missões? Ou nas Vilas por onde passo? — o mascarado se defendeu.
— Porque nós te usamos bem o suficiente para saber que para você, o que importa é apenas a missão, nada além disso e sabemos também que parece que ninguém te interessa — afirmou Kurenai.
— Como se nenhum fosse digno da sua atenção e todos fossem um desperdício de tempo. — acrescentou Obito, encarando o amigo.
Kakashi tombou a cabeça para trás, que já começava a latejar com aquela insistência dos dois para sair e se divertir. Ele não queria e nem tinha interesse em se relacionar com quem quer que fosse, mesmo por uma noite.
Talvez ele aceitasse se... aquilo não iria acontecer, era impossível.
Sua vida era dedicada a proteger Konoha e seus moradores, não tinha tempo para romance de qualquer tipo, por que aqueles dois não desistiram logo?
— Porque queremos te ver bem, não queremos que se torne uma arma. É mais do que isso, Kakashi — Obito falou como se tivesse lido a mente do outro.
Desde que o Uchiha retornou e puderam se entender e ele o perdoou por todos os seus erros, incluindo o maior deles, a morte da Rin, a amizade pareceu se fortalecer. O Hatake ajudou o Uchiha a ser aceito novamente como membro ativo do corpo shinobi e mesmo com toda a desconfiança que ainda o cercava, lentamente, as coisas estavam mudando.
— Se aceitar e não der certo, prometem que me deixam em paz e nunca mais falem nada sobre isso ou tentarão encontrar alguém para mim? — perguntou Kakashi em rendição. Uma última vez não faria mal.
[…]
Por que ele havia concordado com isso mesmo? Era o que Kakashi se perguntava, deveria ter prestado mais atenção no que os amigos disseram quando lhe explicaram sobre o tal de Speed Dating. O Hatake tentou prestar atenção, mas após ouvir que era uma espécie de encontro as cegas, sua mente desligou e não guardou nenhuma informação, que agora poderia ser útil. Nesse momento se perguntava se ele era realmente um shinobi conhecido pelas Cinco Nações.
Por sorte, o homem que lhe atendeu quando chegou, explicou as regras e como as coisas funcionam. Kakashi nem sabia que existia aquilo em Konoha, encontro as cegas em vilas ninjas pareciam receita para desastre, mas pelo tempo que aquilo funcionava, não tiveram nenhum inconveniente. Arriscaria conversar, caso não desse certo ou desconfiasse de algo, ou de alguém, reportaria o acontecido se necessário.
O Speed Dating Konoha começava com uma dinâmica para quebrar o gelo, em seguida, os solteiros formavam duplas e se revesavam a cada curto espaço de tempo, para todos poderem conversar com todos. No final, a conversa continua no bar e pode puxar conversa com quem quiser. Simples, rápido e eficiente, é o que diz o anúncio acima do bar.
Kakashi já havia ido a muitos encontros, a maioria organizados por Obito e Kurenai que desde o momento que souberam da sua orientação sexual, assumiram a missão de encontrar um companheiro para o Hatake, como se ele quisesse. Já havia desistido de convencer os dois do contrário. Admitia serem criativos e buscavam os mais variados locais LGBTQIA+ e o mais surpreendente era encontrar.
O mascarado foi tirado dos seus pensamentos ao ser chamado por um dos atendentes, dizendo que poderia se sentar com o primeiro candidato da noite.
— Senta aqui, bonitão — falou o homem de cabelos avermelhados, sorrindo para Kakashi.
O albino sentou-se diante de um rapaz, um pouco mais novo que si, cabelos em um tom esverdeado e olhos castanhos. Não foi nada confortável, o jovem parecia desesperado e extremamente tímido, mal conseguiram trocar duas palavras. Mas como o nome diz, a situação aparentemente constrangedora durou pouco, exatos quatro minutos. Quando escutou o alarme indicando que o tempo acabou e o final da conversa, Kakashi passou para a mesa ao lado e seu lugar, foi tomado por outro.
Para alguns, aqueles quatro minutos para conversar com o pretendente era pouco tempo, mas os organizadores garantiram que todos os que participam dos encontros relâmpagos, relataram que fizeram suas escolhas durante os primeiros três segundos de conversa. Confirmando aquela máxima de seguir o coração e o desleixo ao invés da razão. Não pensar muito no que fazer parecia ser a chave para o sucesso do negócio.
Somente quando estava no quarto pretendente, um civil de Konoha, se não estava enganado, filho de um feirante onde sempre comprava vegetais e outras especiais, notou uma prancheta com o que pareciam ser fichas. Graças ao seu olhar afiado, conseguiu ver três opções para serem marcadas, elas eram: “VOU”, “NÃO VOU”, e “TALVEZ” para que o que estivesse sentado marcasse quem lhe interessasse, concluiu o Hatake.
Kakashi não via a hora daquilo terminar, nenhum dos pretendes que conheceu lhe agradou, alguns eram simpáticos e educados, mas não o suficiente para alguma coisa fora dali. Ao ouvir a companhia tocar mais uma vez, levantou-se resignado e seu para o que pareça ser o último da noite. Ao todo, se divertiu, mas não encontrou ninguém.
Ninguém até sentar-se à mesa e se deparar com aqueles olhos castanhos e cabelos presos num rabo de cavalo alto e uma cicatriz cruzando o seu rosto. Não podia acreditar no que seus olhos viam, será que após anos, não lembrava ao certo, estava novamente diante dele?
— Boa noite, tudo bem? — cumprimentou o rapaz sorrindo.
— Iruka? — chamou um pouco hesitante o nome do outro, tinha medo de estar se confundindo.
— Sim, como sabe… Kakashi? — o olhar do outro pareceu iluminar e aumentar quando o Hatake confirmou com um aceno. — Quais as possibilidades disso acontecer?
— Não sei, Iru-chan, mínimas eu diria. Não sabia que tinha voltado para Konoha — usou o apelido costuma usar para o outro, que sorriu novamente.
— Voltei há alguns meses e não te vi antes, cheguei a pensar que… bem, você está vivo e aqui…
Pela primeira vez, teve que concordar com Obito e Kurenai, vivia apenas para as missões, se tivesse passado mais tempo em Konoha, teria ficado sabendo que o amigo e paixão juvenil estava de volta a Vila.
— Fico pouco tempo parado, na verdade, sempre em missão, mas meus amigos insistiram que eu precisava de uma pausa e aqui estou — riu sob a máscara. — Iruka eu…
— Eu também, Kashi. É bom te ver de novo…
— Sim
Infelizmente a conversa duraria muito pouco, precisavam falar nesse curto espaço de tempo. Kakashi fazia todas as perguntas que vinham em sua cabeça, desde as mais engraçadas e emboladas, para sua sorte Iruka conseguia traduzir cada uma delas, sempre com um sorriso genuíno no rosto. Sempre fora fácil conversar com Iruka, a sensação que tinha era que nunca ficaram tanto sempre sem se ver. Apesar do nervosismo palpável, o Hatake conseguiu ficar um pouco mais aliviado, até se sentia um bobo. Nunca pensou que encontraria novamente o homem que não saiu de seus pensamentos, mesmo depois daquela única noite juntos. Cada detalhe estava gravado em seu coração, e ficou feliz quando o viu ser o último pretendente da noite. Antes não tinha ninguém interessante o suficiente para continuar com aquilo e agora não se arrependeria de ceder as vontades dos amigos e de marca em sua prancheta no final, o interesse em ver Iruka novamente.
Agora havia alguém, que valeria o tempo que perdeu nessa noite, a conversa entre os dois fluía de forma agradável, entretanto, o tempo deles acabou assim que escutaram o sinal tocar. O Hatake saiu da mesa tão agitado que acabou esquecendo de marcar em sua prancheta, que gostaria de se encontrar novamente com Iruka, pois era assim que funcionava quando alguém interessava uma das partes, ou as duas. Anotaram a opção e a própria agência entrava em contato e avisava o outro. Quando percebeu o pequeno erro já era tarde demais, pois já estava em casa. Se sentiu um idiota por esquecer o mais importante, marca aquele que queria conversar fora do Speed Dating, o único que lhe interessava desde sempre.
Demorou muito para poder dormir devido a sua irritação, ficou se perguntando se Iruka tinha não o escolhido. Será que ele queria o encontrar novamente? Caso não quisesse, o que iria fazer?
Nem passava pela cabeça do mascarado, que do outro lado da Vila, o Umino sorria como um bobo. Quando aceitou aquela sugestão do amigo Deidara, não imaginava que fosse encontrar justamente Kakashi, o homem que nunca esqueceu.
— Então quer dizer que encontrou o tal espantalho? — provocou o loiro.
— Não o chame assim — Iruka pediu com falsa chateação.
— Agora eu não posso, mas você o chamar assim sempre que falava dele, pode?
Iruka havia ficado longe de Konoha por um tempo, devido a uma espécie de intercambio entre a Vila da Folha e a da Pedra, como um acordo de paz. Onde shinobis eram enviados para aprendizado sobre técnicas de combate, ensino, cultura das respectivas Aldeias, por exceção dos segredos e técnicas proibidas e restritas, claro. Retornou para sua Vila a algumas semanas e desde então, Deidara, amigo que fez em Iwagakure, insistia para ele sair e conhecer alguém. Já que durante sua estadia não se relacionou com ninguém e apesar de saber do breve envolvimento com o tal Kakashi, não sabia dos sentimentos por trás disso. Apesar disso, o loiro estava feliz por ver Iruka sorrir e quase andar nas nuvens após retornar do Speed Dating.
[…]
Kakashi se encontrava em um estado tão ansioso que qualquer um poderia notar, principalmente os seus amigos, parecia que depois do Speed Dating esperava por algo todos os dias e se frustrava quando nada acontecia. Para aliviá-lo, Obito e Kurenai convidaram o jounnin para espairecer um pouco e nada melhor que beber e se divertir, segundo a opinião dos dois. O Hatake não queria ir, mas sabia que seus amigos iriam encher o saco se não fosse e o que menos queria era explicar porque da sua negativa.
Em Konoha havia os melhores bares com as melhores bebidas, o platinado acompanhava Obito, Kurenai, que não estavam sozinhos, outros ninjas se juntaram ao trio como Asuma, Maito Gai, Genma e Ibikki. Enquanto caminhava tediosamente olhando para dentro de todos os bares que passavam, seus olhos brilharam ao vê-lo em meio aquela multidão. Iruka sorria lindamente, o seu cabelo estava preso em rabo de cavalo frouxo, com alguns fios soltos contornando seu rosto, em suas mãos uma caneca grande com a metade da cerveja. O outro de relance olhou para lado de fora encontrando aquele único olho o encarando tão intensamente, levou a caneca a sua boa e sorriu um jeito encantador para o Hatake, que deu alguns passos pronto para entrar no bar e conseguir conversar com Iruka. Infelizmente, quando ia atravessar a rua, Genma e Gai apareceram e seguraram seu braço e o arrastaram para outro bar. A vontade do Hatake naquele momento era matar seus amigos. Não poderia fazer isso, gostava deles mesmo assim. Mas iria se vingar de Gai quando viesse próprio algum desafio idiota.
Kakashi até sugeriu aos amigos voltarem e ficar naquele bar onde o moreno estava, mas alegavam que o local se encontrava lotado e não teria mesas disponíveis. Passou a noite toda emburrado, bebendo para não pensar em Iruka, mas obtendo resultado totalmente contrário. Os outros sabiam da sua incrível resistência ao álcool, mas naquela noite, parecia obstinado a ver até onde iria. E ainda deixaria a conta para aqueles idiotas pagarem. Quando não tinha mais controle sobre sua própria língua e o que saia pela sua boca, começou a falar coisas sem sentido. Como foi burro por não fazer aquela marcação, que ninguém lhe interessava como aquela pessoa e por isso sempre rejeitava propensos candidatos, o quanto ele era único, bonito, que estava louco para vê-lo de cabelos soltos, entre outras coisas emboladas.
— Ok, então onde ele mora? Como ele é? — perguntou Asuma tentando decifrar aqueles códigos de Kakashi. Na realidade, todos estavam curiosos para saber quem era a pessoa capaz de fazer o infame ninja copiador se sentir tão para baixo como se encontrava naquele momento.
— Um tubarão manso... mora no mar do meu coração… — Kakashi achou que estava respondendo às perguntas dos amigos.
— Tubarão manso? — perguntou Maito, sem saber se ria ou se fazia o amigo ficar sóbrio no tapa. Talvez os dois.
— Isso! — gritou Kakashi — Ele invadiu o meu mar negro, e depois foi embora... agora ele voltou…
— Bakashi, não estamos entendendo porra nenhuma, consegue lembra o nome dele pelo menos? — perguntou Kurenai inutilmente.
— Ru… Ru… I… Ka… I… Ka… Ru… — Kakashi respondeu, ou melhor, tentou, batendo a cabeça na mesa, desacorçoado. — Golfinho — sussurrou bem baixinho.
— Pronto, morreu! Quem será a alma bondosa que vai levar esse bêbado para casa? — perguntou o Uchiha e os outros viraram o rosto fingindo que não estavam escutando. — Amigos da onça. Kurenai, você vem comigo, sua traíra, não vai me deixar sozinho com esse espantalho desmantelado — afirmou Obito e se levantou, pegando o platinado bêbado sem nenhuma delicadeza e colocando em suas costas.
No caminho, Kakashi continuava resmungando coisas sem nenhum sentido, repetindo o nome golfinho nelas todas. O Uchiha escutava, e tentava lembrar onde havia escutado esse nome outras vezes, mas devido ao álcool que deixava sua mente um pouco nublada e dificultando o que restou do seu raciocínio, não conseguia lembrar.
— Quem é esse golfinho, caramba! — perguntou para ninguém, emburrado por não saber a resposta.
— Eu também estou com isso na cabeça, não me é estranho esse nome, ou apelido, ou seja lá o que for, mas não consigo lembrar ou associar a alguém — concordou Kurenai que parecia um pouco mais sóbria que os outros dois.
A mulher, de olhos avermelhados, apoio o Hatake enquanto Obito abria a porta do apartamento do amigo e o arrastaram para dentro.
— Precisa de um banho para curar esse porre, não sei se ele tem missão ou algum compromisso e deixá-lo assim, vai sobrar para nós — reclamou o Uchiha só de pensar em Tsunade xingando os três como se fossem crianças.
— Vamos lá, fazer o quê? Não é a primeira vez que verei um de vocês como vieram ao mundo — declarou Kurenai levando Kakashi para o banho, gelado.
Depois do banho, com todos molhados, porque sempre agiam como um pirralho arrogando, os amigos estavam no quarto do Hatake. Kurenai havia roubado uma roupa de mascarado e Obito estava apenas de calça, sem camisa.
— Às vezes me sinto a mãe de vocês dois, idiotas. Por Kami, deveria deixar os dois na sarjeta e para serem encontrados pela Godaime e ficarem dois meses fazendo missões Rank-D, as piores possíveis — afirmou a Yuhi, nada afetada pelos amigos praticamente sem roupas, especialmente Kakashi, que tinha somente uma toalha enrolada na cintura e nada mais.
— Kure… quero morrer seu amigo — afirmou o prateado, sem levantar a cabeça.
— Isso não é nada que já não tenha feito por vocês, assim como fizeram por mim todas às vezes que exagerei. Para ser sincera, já vi mais o pau de vocês dois do que o do Asuma — comentou como se não fosse nada, fazendo Obito gargalhar.
Aquilo não era mentira, ou exagero.
— Deixa ele te ouvir falando isso, que vai ficar uma semana sem sair de casa — disse o Uchiha entre risos. — Uma pergunta séria, agora… entre mim e o Bakashi, qual é maior? Pode dizer que é o meu, Kurenai linda do meu coração — quis saber o de cabelos pretos.
— Mas é convencido, aposto que teu pau nem chega perto do tamanho do seu ego — provou Kakashi, levantando a cabeça para encarar o amigo com um sorriso debochado.
— Empate técnico, um é mais torto para esquerda e o outro um pouco mais grosso. Os dois dão para o gasto — esclareceu Kurenai, sem cerimônia, séria, sem gracinhas, como se estivesse respondendo sobre o clima.
Agora os dois riram, deveriam ter imaginado que ouviram algo daquele tipo de Kurenai, sabia ser desbocada e sem um pingo de vergonha na cara.
— Admita, Kurenai, você nos ama e gostaria de tirar uma lasquinha — provou Kakashi com aquele maldito sorriso, que poderia conquistar ou fazer alguém temer pela vida. Kurenai e Obito eram imunes aquilo.
— Quem sabe… mas vocês gostam do mesmo que eu e é mais fácil a gente sair no soco por homem do que eu pegar um de vocês, sabem disso. Somos praticamente irmãos, bakas. — olhou séria para eles, antes de continuar. — Além disso, meus lindos, se não estivesse com Asuma, vocês que deveriam ter medo de eu roubar seus homens — encerrou piscando para os dois.
— Talarica! Abusada! Debochada! Gostosa! — disseram Kakashi e Obito juntos.
Logo os três caíram na cama do Hatake, rindo como se o mundo fosse acabar, ainda um pouco embriagados e a kunoichi não deixou de ouvir Kakashi afirmar que o dele era mais grosso, fazendo sinal com a mão e fechar os olhos.
— Bakashi, quem é golfinho? — Obito lembrou de perguntar, mas para sua infelicidade, o amigo estava apagado e não receberiam respostas, nem agora, nem outro dia.
[…]
Kakashi acordou no dia seguinte, sentindo seu cabeça latejar, não imaginava que iria ficar com uma ressaca, afinal, se gabava da sua tolerância para álcool. Fechou os olhos apenas para lembrar de Iruka, seu sorriso escondido pela caneca de cerveja, seus cabelos bagunçados que o deixavam ainda mais bonito. Queria tanto ter ido conversar com ele, se aproximar novamente. Foi tirado do seu
pequeno devaneio ao sentir cheiro de café forte bem próximo a si.
— Bom dia, flor do dia — Kurenai cumprimentou assim que o amigo a olhou e entregou uma caneca com o líquido fumegante.
— Dia, obrigado. Onde está o Tobi? — perguntou após tomar um gole da bebida forte.
— Aqui — respondeu Obito aparecendo no quarto, com a cara amassada de sono.
Quem olhasse os três, nem diria que eram jounnin de elite.
— Não lembro de nada de ontem… só lembro de antes da bebedeira, um pouco — declarou Kakashi.
— Você foi um surpresa, bebeu até cair e ficou chorando por alguém que não sabemos quem é. Sabemos apenas que é alguém de codinome golfinho — o Uchiha preencheu as lacunas da memória do outro.
— Disse alguma coisa a mais? — questionou tenso, pensando se havia dito o nome de Iruka, não por vergonha ou algo do tipo, apenas conhecia seus amigos para saber que dariam um jeito de o envergonhar.
— Queria ficar te incomodando e fazer você contar quem é o tal “golfinho”, mas temos obrigações. Um Anbu veio aqui e informou que Tsunade quer ver vocês e eu tenho uma missão — informou Kurenai para desgosto dos outros dois.
— Vou para casa, trocar de roupa e vestir uniforme ou Lady Tsunade me vira do avesso. Não se atrase, Bakashi — Kakashi acenou em despedida para os amigos, não garantindo que chegaria na hora, não sabia quais caminhos a vida lhe mostraria. Esperava que fosse um que o levasse a um jovem de cabelos castanhos e cicatriz sob o nariz.
Antes de sair de casa, o Hatake recebeu a visita de um mensageiro, que pensou em ignorar, mas o jovem teve a atenção do jounnin quando falou que era da Speed Dating. O mascarado deu meia volta e entrou novamente no apartamento, abrindo com pressa o envelope e dentro dele encontrou um aviso, informando que Iruka Umino havia se interessado e gostaria de um novo encontro, no canto estava onde poderia o encontrar. Claro que não iria aparecer de surpresa, mandaria um pergaminho marcando um local para se encontrarem. Em muito tempo, Kakashi foi até a Torre do Hokage sorrindo, mesmo que fosse imperceptível aos demais.
Após receberem sua missão, Obito foi preparar suas coisas e encontrar o companheiro, namorado que não assumiu, enquanto Kakashi se dirigia lentamente até a saída. Distraído, pensando na noite anterior, não viu um ninja com os braços cheios de pergaminhos vir em sua direção e acabaram colidindo, espalhando os papeis por todos os lados.
— Me desculpe — o ninja falou enquanto se abaixava e começava a juntar a papelada, sendo seguido por Kakashi, que reconheceu Iruka assim que se abaixou.
— Eu que peço desculpas, Iruka, estava distraído — afirmou enquanto entregava os papeis para o outro.
— Eu… bem… te vi ontem e… queria falar com você, mas…
Kakashi tinha vontade de apertar o outro e o encher de beijos por ser tão fofo daquele jeito todo envergonhado.
— Também queria ir até você, mas, como viu, aqueles idiotas me arrastaram para outro lugar. Sinto muito, deveria ter ido te cumprimentar, pelo menos — o Hatake se desculpou.
— Eu aceito suas desculpas, se… aceitar jantar comigo, no Ichiraku, sei que não é grande coisas e… — era adorável vê-lo corado e se atrapalhando com as palavras.
Será que Tsunade lhe daria um sermão e uma advertência caso atrasasse sua missão? O deixaria apenas com missões Rank-D de limpeza de esgotos ou alguma Rank-S nível Anbu super complicada e suicida? Não queria arriscar.
— Sinto muito, Iruka — viu o olhar do outro murchar, como se não quisesse o encontrar e tratou de esclarecer as coisas. — Gostaria muito de jantar com você, mas tenho uma missão — retirou o pergaminho do bolso e mostrou ao Umino. — Assim que eu voltar, jantamos. No Ichiraku. Eu pago — ofereceu e viu o outro sorrir e concordar timidamente. — Daqui a três dias, as sete — confirmou.
Não queria ir, não queria se afastar do mais novo, queria o tocar, o abraçar, o beijar e Iruka parecia querer o mesmo, mas o dever chamava, especialmente Iruka, que ouviu seu nome ser chamado.
— Preciso ir. Boa missão, se cuide e… volte logo e bem — pediu e numa atitude ousada, deixou um beijo na bochecha de Kakashi rapidamente e saiu, tentando evitar que o jounnin notasse seu rosto completamente vermelho.
[…]
Três dias depois e quase meia hora atrasado e dessa vez nem foi por sua culpa, não totalmente pelo menos, Kakashi chegava ao Ichiraku e ao abrir as cortinas, encontrou Iruka sentado, com uma tigela de lamén a sua frente. Não tinha notado sua presença.
Logo virou o rosto e encontrou o único de Kakashi o encarando, era tão fácil se perderem naquela troca de olhar, como se quisessem dizer tudo e nada ao mesmo tempo. Porém, a ligação foi quebrado ao ouvir uma voz infantil chamar o chunnin.
— Ei, Iruka-sensei, porque está com essa cara de idiota? — o pequeno ser loiro, que só agora notou do outro lado de Iruka, quis saber.
— Naruto! Tenha mais respeito pelos mais velhos. E não esou com cara de idiota — se defendeu, mesmo que suas bochechas estivessem rosadas.
— Atrapalho? Me desculpe pelo atraso, não tive intenção — declarou sem saber o que falar.
Afinal ao lado de Iruka, estava o filho do seu sensei e nem sabia que os dois se conheciam.
— Peço desculpas pelo Naruto, nos encontramos sem querer e bem, ele acabou se convidando para dividir um lamén, que terei que pagar no final — confidenciou baixo, sorrindo em seguida.
— Ainda podemos dividir uma refeição, se não se importar.
— C-claro, podemos sim.
A ideia era boa, infelizmente Naruto conseguiu toda a atenção de Iruka para si e no final, nem conseguiram conversar direito, pois o loiro saiu arrastando o sensei para fora, deixando a conta para o Hatake pagar.
Não foi daquela vez, novamente.
[…]
A terceira tentativa aconteceu novamente por acaso em um dos bares de Konoha. Iruka e Kakashi se encontraram por acaso e trocaram apenas duas palavras antes de o Umino ser arrastado por Anko e Genma para uma espécie de pista de dança.
Descobriu naquela noite que o outro tinha um gingado que gostaria de ver novamente, num show particular de preferência.
Se ele descobriu o sharingan por alguns minutos para gravar a cena, ninguém notou e se notaram, não disseram nada, não sabiam exatamente para quem o mascarado tanto olhava.
Se soubesse que a solução dos seus problemas estava bem ao seu lado, lhe perturbando como sempre, teria tido uma noite melhor, ou dias.
[…]
Iruka encarava a mesa da cozinha como se fosse uma obra de arte, mas sua mente estava distante, vagando por um certo ser de cabelos prateados, espetados, que lembraram um espantalho.
— Tem certeza que vai ficar bem? — perguntou Deidara pela centésima vez, tirando o amigo dos seus devaneios.
— Ficarei bem, já falei. Passamos os últimos dias praticamente colados, me deixe respirar — brincou Iruka. — Teu namorado deve estar sentindo tua falta.
— Baka! Tobi não é meu namorado — respondeu um pouco corado.
— Aham! Sei. É meu ao certo — provocou o loiro, que tentava negar que o que ele e Obito tinham não era um relacionamento sério. — Queria eu ter uma amizade assim, como a de vocês.
— É só chamar o espantalho para sair e pronto.
— Como se fosse fácil. Nesses últimos dias tentamos de todas as formas nos encontrar, mas parece que sempre tem alguma coisa atrapalhando. Ou ele tem missão, ou Naruto aparece, ou os amigos. Será que é um sinal que deveria esquecer o passado e desistir dele de uma vez? — desabafou derrotado.
— Meu amigo, golfinho, não seja tão pessimista. As coisas logo se ajeitaram. Agora vou indo, porque me aguardam.
— Se cuide e não faça nada que eu não faria — avisou Iruka.
— Que tedioso que será meu encontro — provocou Deidara saindo rapidamente antes que pudesse ser atingido por algum objeto que estivesse por perto do amigo.
O loiro se encontrou com Obito em um restaurante simples, agradável e entre conversas e beijos, Deidara acabou comentando sobre Iruka e sua paixão pelo jounnin de cabelos prateados.
— O golfinho anda triste esses últimos dias e queria fazer alguma coisa para alegrá-lo, mas não tenho intimidade o suficiente para chegar naquele espantalho e arrumar um encontro para aqueles dois.
O Uchiha ficou um pouco pensativo, a palavra golfinho repetindo em sua mente como um eco, até que se lembrou onde já tinha a ouvido, ou melhor, quem tinha dito.
— Quando diz espantalho, se refere a um ninja mascarado, cabelos prateados espetados e desalinhados e um olho sempre coberto? — perguntou serio segurando o rosto do companheiro.
— Sim, por quê?
— Seu amigo se chama Golfinho? — quis saber Obito, ignorando o questionamento do loiro.
— Não, baka. É apenas seu apelido, melhor, como eu o chamo carinhosamente. Ele se chama Iruka — esclareceu.
— Não acredito! A resposta para todo o drama do Bakashi naquela noite estava bem ao meu lado e eu nem sabia! Senpai, vai me ajudar a juntar aqueles dois. Rápido, antes que um deles desista — declarou animado.
O casal começou a planejar o encontro dos amigos, empolgados com um possível romance entre eles.
Após aquela noite, Obito e Deidara, junto a Kurenai, que não ficaria de fora daquilo e estava mais que ansiosa para ver o Hatake de quatro por alguém, o que não imaginava que seria difícil, dado as reações que o outro vinha tendo nos últimos. Agora tudo fazia sentido.
Depois de tudo planejado, com ajuda de vários amigos que concordaram em participar daquela “festa”, todos queriam ver, conhecer aquele que foi capaz de conquistar o coração do ninja copiador que parecia algo impossível para alguns.
A parte mais difícil foi convencer Kakashi a comparecer ao local, deu as desculpas mais variadas que encontrou e pensou. Banho nos ninkens, descartado por Pakkun, “Aquele traidor”, pensou o mascarado. Desafio de Gai, recusado, a menos que fosse para ir ao local sem se atrasar. Treinamento com Tenzou, não, obrigado. Missão dada pela Hokage, estava de folga. Ajudar uma velhinha, refutado por Obito. Se perder no caminho da vida? Inviável com os amigos agindo piores que uma equipe de rastreamento Anbu. Kurenai estava a ponto de colocar o amigo num genjutsu, até mesmo Obito o arrastaria com o kamui. Apelaram para a única coisa que poderia fazer Kakashi ir.
— Ouvi dizer que um tal de golfinho estará lá. — soltou Obito despreocupado.
— Nem tente, não faço menor ideia do que está falando — desconversou o prateado.
— Acho que sabe… esse golfinho tem uma cicatriz em seu belo rosto, é gentil, fofo, educado e… — Kurenai iria continuar a citar características de Iruka, se não fosse interrompida por aquele que tentava não demonstrar surpresa.
— Como?
— Descobrimos pelos caminhos da vida em que nos perdemos — declarou Obito com um sorriso satisfeito. Kakashi iria.
— Eu vou, mas não pense que é por algum golfinho, é apenas para me deixarem em paz.
— Claro, o que você quiser que seja, Hatake-san — Obito e Kurenai disseram juntos, rindo em seguida.
[…]
Kakashi se arrependeu da sua decisão no momento em que colocou os pés naquele lugar, olhando mortalmente para os amigos, querendo os transformar em cinzas. Tentou dar meia volta e retornar para casa, mas foi impedindo.
— Eu ainda vou matar vocês dois! — bradou irritado. — Precisava de tudo isso mesmo? Como sabem que Ir… que o golfinho estará aqui? — o mascarado estava chateado e irritado com aqueles dois que sabiam apenas rir.
— Temos nossas fontes. — garantiu Kurenai.
— Claro, porque esse circo não foi organizado pelos dois idiotas aqui — reclamou mais uma vez.
— Se der certo, eu e a Kure vamos abrir uma agência de casamentos e nos tornaremos conhecidos por juntar todo e qualquer casal — se gabou Obito, fazendo um “high five” com a amiga.
“Onde fui me enfiar?”, pensou Kakashi olhando para a placa na entrada com desgosto: “Speed Dating — by ObiKure”.
Ao entrarem no que antes era um bar, o Hatake encontrou uma organização parecida com a que foi no dia que encontrou Iruka novamente e suspirou com a lembrança. A diferença era que ele conhecia todos que estavam ali e em nenhum local encontrou o Umino. Logo Kurenai o arrastou até uma mesa mais afastado e o mandou sentar, entregando uma prancheta com uma ficha, onde marcaria as opções “VOU”, “NÃO VOU”, e “TALVEZ”, realmente, igual aquela noite.
— Se comporte e entre na brincadeira, vai gostar, eu garanto! — a Yuhi piscou o olhou e saiu.
Obito surgiu minutos depois com uma garrafa de saquê e um copo e também com o primeiro “candidato”, que era ninguém menos que seu rival, Gai.
O prateado passou longos quatro minutos ouvindo sobre a força da juventude e discursos sobre o amor e as coisas boas da vida. Ele acabaria com aquela garrafa de saquê em duas rodadas se todos fossem ser daquele jeito. Primeiro “Não vou” marcado, poderia ter a opção “NUNCA”
Logo depois veio Genma, cheio de conversas sugestivas e dicas de conquista que jamais utilizaria. Preferia usar as do Icha-Icha do que as sugestões de Genma, se foi assim que ele conquistou Raidou, tinha pena do outro. “Nunca”, com certeza.
O próximo foi Tenzou, que encarou seu senpai por bons minutos antes de falar que estava se sentindo excluído, nem sabendo que o outro tinha alguém. Estava chateado e deixou bem claro. Agora teria que lidar com um amigo com ciúmes dos outros amigos. Kurenai e Obito morreriam até o final da noite, tinha certeza. “NUNCA”.
O próximo, no caso, a próxima, foi Anko, que faltava apenas atacar Kakashi com uma de suas cobras. A mulher mal piscava e ainda o ameaçou antes de se levantar.
— Se ousar o machucar, farei Ibikki usar a pior tortura que ele tem, aquele especial para a pior escória e assistirei a tudo de camarote.
O mascarado começa a desconfiar que muitos daqueles companheiros conheciam Iruka e sabiam dos seus sentimentos. Como? Não sabia, mas até o final daquela noite descobriria e acabaria com a raça daqueles dois que consideravam amigos. Mais uma ameaçada a existência de Kurenai e Obito e não seria a última.
Para sua surpresa, quem chegava na sua mesa era ninguém menos que Asuma e iria aproveitar para se vingar da mulher de olhos avermelhados.
— Kakashi… se soubesse que estava interessado no meu irmãozinho… teria o mantido longe de você — O Hatake sabia que Iruka ficou um tempo com os Sarutobi quando seus pais morreram e que ele e Asuma criaram um laço fraternal, de irmãos.
— Pois é, mas não conseguiu. Nem tua namorada fica longe de mim e do Obito. — Kakashi se inclinou sobre a mesa e se não usasse aquela bendita máscara, o outro teria visto um sorriso presunçoso surgir em seus lábios. — Sabia que ela nos contou que viu mais meu pau e do Obito do que o seu? Não estás fazendo um bom trabalho. Deveríamos ter perguntado se o seu é maior.
Asuma não sabia onde enfiar a cara, conhecia o lado pervertido do mascarado e sabia que sua amada namorada não ficava para trás e quando juntavam os três, eram piores (ou melhores?) que Jiraya escrevendo os Icha-Icha.
— Obito, vem aqui — gritou o Hatake para o amigo, que se aproximou rapidamente e só preciso olhar para o rosto de prateado e do Sarutobi para entender o teor da conversa. — Lembra daquela conversa com Kurenai?
— Ohh, lembro muito bem. Não está fazendo um bom trabalho, Asuma — repetiu a frase do outro de segundos atrás. — Cuidado viu, pois se não Kurenai não soubesse de nossas preferências, estaria em maus lençóis.
— Não fale assim da nossa amiga. Mas… é bom tomar cuidado Asuma ou ela vai começar a competir conosco por homens. Concorrência acirrada — provocou Kakashi.
— Sorte sua que ela gosta de sentar em ti — acrescentou Obito e Asuma queria desaparecer.
Pode não ter desaparecido, mas levantou-se rapidamente, completamente vermelho, não de raiva, mas de vergonha, aqueles dois não tinham jeito. Os amigos começaram a rir da reação de Asuma, era sempre tão fácil deixá-lo desconcertado e não duvidaram se um dia Kurenai sugerisse algo a três, não envolvendo os amigos, eram quase irmãos para aquela situação. Talvez Tenzou.
Quando as risadas cessaram, Kakashi se levantou, apesar de ter se divertido, estava cansado e não muito surpreso por Iruka não estar ali, não deveria ter criado expectativas.
— Tobi, gostei disso, me distrai, bebi e ri sem ter que arcar com nada, mas agora, vou para casa. Não há nada para mim aqui e não esto disposto a conversar com mais ninguém — informou o prateado e quando estava prestes a se retirar, ouviu uma voz que reconhecia em qualquer lugar.
— Nem mesmo comigo? — Obito se afastou para que os dois se olhassem e antes que pudesse provocar o amigo, foi puxado por Deidara, aquele era um momento para os dois.
— Quatro minutos, Bakashi, apenas isso — conseguiu gritar.
— Se alguém ousar aparecer aqui para me atrapalhar após quatro minutos, vai levar um chidori — respondeu Kakashi e não sabiam dizer com certeza se era uma ameaça vazia ou não.
— Te fiz esperar? — pediu Iruka se aproximando lentamente do outro.
— Te esperaria por toda a vida se isso significasse que te veria mais uma vez. — declarou Kakashi segurando aquele belo rosto entre suas mãos e os virando para não ficassem de frente para os outros, que nem tentavam disfarçar os olhares curiosos. Abaixou sua máscara e sentiu as mãos do Umino timidamente tocarem seu rosto, havia o visto naquela única vez e parecia ter sido um sonho, mas era tão real quanto naquele momento.
Assim que sentiu aquela boca novamente contra a sua, tudo desapareceu. Não ouviam mais nada, não existia mais nada além dos dois. Finalmente podiam realizar o que desejavam desde o primeiro encontro e nada nem iria atrapalhá-los novamente, não permitiria.
— Segure-se firme — pediu e Iruka o fez, mesmo sem saber o que aconteceria. E com um sinal rápido de selos, desaparecem, ouvindo o chamado de Obito ecoar em sua mente.
— Bacashi! Idiota! Volta aqui!
Apareceram no topo do Monte Hokage, sobre a cabeça esculpida do Yondaime, longe de curiosos e fofoqueiros, amigos intrometidos e o principal, sem nada para os atrapalhar.
— Não vou deixar ninguém nos atrapalhar, espero que não se importe — Kakashi estava um pouco nervoso, não sabia se Iruka aprovaria sua atitude.
— Não me importo, tudo que queria era estar com você — Iruka dissipou todo o nervosismo do outro.
Agora, os dois, finalmente poderiam aproveitar um encontro sem contínuo, sem tempo contado, sem pressa para acabar.