
“Entenda: nós não fazemos fofoca, apenas atualizamos as informações.”
Dizem os ninkens de Kakashi.
Kakashi sabe matar inimigos com precisão e eficácia. Sabe rastrear, emboscar, e eliminar. É conhecido em todo mundo ninja, sua fama é o bastante para amedrontar muito shinobis. É considerado um prodígio desde o momento que aprendeu a segurar uma kunai, ou quando aprendeu a dar os primeiros passos.
Muitos perguntam se tem algo que ele não seja capaz de fazer.
Pode ser uma surpresa para algumas pessoas, mas a resposta para essa pergunta é sim.
Ele é incapaz de se relacionar normalmente com pessoas que não precisa matar. Não sabe como expressar emoções e sentimentos, sendo sempre uma incógnita para quem não o conhece, até mesmo para quem o conhece. Acreditava que terminaria seus dias sozinho.
Apesar disso, contra todas as probabilidades e possibilidades, ainda conseguiu encontrar alguém capaz de o entender melhor que a si mesmo. Encontrou alguém capaz de curar suas feridas e o acolher. Encontrou alguém para amar e ser amado.
Mas isso não significa que ele ainda não tenha problemas e inseguranças quanto a esse relacionamento. Não duvida do que sente, mas não sabe se está demonstrando o suficiente ou da maneira correta. Afinal ele nunca namorou ninguém.
Um bufo alto foi ouvido mais uma vez no pequeno apartamento que agora se encontrava cheio, não de pessoas, havia apenas uma ali, e sim com oito cães que já estavam ficando irritados com aquilo.
O ninja andava de um lado para outro, falando coisa com coisa. Uhei estava começando a sentir dores na cabeça de tanto acompanhar os movimentos do humano, não somente ele, mas os outros também, todos se perguntando como algo tão simples poderia deixar Kakashi uma pilha de nervos? Agradeceram por serem invocações que nunca precisaram passar por essa situação tão lamentável. O ninja passou quase dois meses bolando um plano perfeito para que o Dia dos Namorados fosse inesquecível, principalmente para o seu golfinho. Porém, nada que ele pensou parecia ser o suficiente.
O Hatake parou olhando para os ninkens, apontou o dedo para um deles, não sabia realmente para qual era, seu pensamento estava um turbilhão, começou a compartilhar suas ideias que tinha certeza que daria certo.
— Um dia em um onsen! — sugeriu Kakashi, alargando o sorriso, como se fosse maravilhoso o que acabou de falar para um dia tão especial.
— Ele não vai faltar no trabalho para isso — cortou Akino, apontando o óbvio.
— O que elimina um passeio até a Aldeia vizinha — Kakashi começou a desanimar novamente.
— Atente-se dentro da Vila, chefe — Bisuke repreende.
— Um almoço no Ichiraku? — falou Kakashi esperançoso, olhando com atenção a reação dos Ninkens
— Não, vocês vão lá toda semana e é um dia especial — acusou Urushi bufando, frustrado e escondendo o cara com as patas.
— Ir assistir ao Icha-Icha no cinema? — pediu mostrando um sorriso malicioso.
— Não, se ele odeia os livros, acha que vai querer assistir ao filme? — foi a vez do Uhei opinar.
— Mas no quarto ele… — começou Kakashi.
— Não queremos saber — responderam todos.
— Vocês não estão ajudando — bradou Kakashi se jogando no chão, Bull pegou umas das almofadas do sofá e jogou na cara do Kakashi e com uma das grandes patas empurrava sem fazer muita força, várias vezes na cara do platinado, como se tentasse fazê-lo pensar em alguma coisa decente.
— Isso Bull! — gargalhou Akino. — Faz o chefe pensar direito.
Os ninkens se assustaram quando Kakashi sentou-se bruscamente, dando um beijo no grandão, seus olhos brilhavam de expectativa e levantou-se para buscar sua máscara, pois, em casa não a usava e em seguida se preparando para sair.
Os cachorros tiveram certeza que uma nova ideia — mirabolante — havia surgido na cabeça do ninja, mesmo assim rezaram aos deuses que fosse uma decente. Não evitaram ficar preocupados e assim que Kakashi saiu do apartamento em passos rápidos sem falar absolutamente nada, três deles se prontificaram a segui-lo.
Notaram que Hatake caminhava em direção ao novo restaurante, desviando das poucas pessoas que ainda passeavam em Konoha. O restaurante havia inaugurado há alguns meses e era um sucesso, sendo quase impossível conseguir uma reserva, ainda agora que faltavam poucos dias para o Dia dos Namorados. Sem demora, o mascarado entrou no local e se dirigiu rapidamente em direção da recepção, parou e bateu as mãos no balcão, assustando o rapaz.
— Olá, senhor, boa noite, o que deseja? — pediu o homem se recuperando do susto.
— Uma reserva, o que mais seria? — afirmou Kakashi apressado, não percebendo que estava sendo rude com outro, ao notar respirou fundo, — Desculpe, é que estou com pressa — explicou mais calmo.
— Claro, entendo — disse o homem sem graça. — Para quando e para quantas pessoas?
— Duas, para essa sexta-feira, as 21:00h — respondeu rapidamente. O homem olhou no caderno procurando alguma reserva, o nervosismo do Hatake era palpável e quase possível ver uma aura assustadora emanando no platinado, deixando o pobre recepcionista ainda mais nervoso.
— Senhor — o jovem o chamou.
— Sim? Algum problema? — perguntou Kakashi, se aproximando do rapaz.
— É... é que não tem nenhuma reserva — explicou inclinando o corpo para trás.
— Como? Por favor, procure novamente, tenho certeza que vão encontrar uma reserva para mim — ordenou Kakashi levemente irritado, olhando para o rapaz a sua frente. Sua irritação não tinha nada a ver com ele, mas sim com a possibilidade de tudo começar a querer dar errado, isso não poderia acontecer.
O recepcionista sorriu nervoso, tremendo igual um bambu, então voltou a procurar folha por folha, implorando para os deuses encontrar qualquer reserva disponível. Kakashi afastou-se, cruzou os braços alternando o olhar entre o pequeno caderno e o rapaz.
— Encontrei! — gritou o rapaz aliviado, atraindo a atenção de todos os clientes ao redor, principalmente do platinado — Qual nome sen…
— Hatake Kakashi e Iruka Unimo! Para sexta-feira, não é? — perguntou e o rapaz engoliu seco.
— S… Sim, senhor, sexta-feira às 21 horas — mentiu o rapaz, a única reserva disponível era para domingo às 9 horas da noite, mas não contaria, tinha amor à sua vida, especialmente após ter a certeza de que o homem a sua frente era o temido Hatake Kakashi. — Ótimo! Tenha uma ótima noite, obrigado — agradeceu Kakashi dando três tapas no ombro do rapaz que sentiu o como seu corpo fosse ficar em pedaços.
Os ninkens se entreolharam meio que desacreditados, sabiam que o Hatake queria muito impressionar o namorado, mas aquilo estava muito acima do orçamento do ninja. Precisavam ajudar o seu invocador de alguma forma, para isso marcaram uma reunião entre eles.
Shiba, Akino e Uhei se reuniram com os outros assim que Kakashi adormeceu profundamente. O mascarado estava de folga devido a uma missão intensa, levado ao limite, precisava descansar.
— O pirralho está pirando! — começou Akino — Temos que encontra uma forma de resolver essa situação, ou ele vai acabar ficando solteiro novamente e isso será muito ruim.
— Isso é exagero, duvido que Iruka vai terminar por causa disso… por outro lado, Kakashi está descontrolado — acrescento Uhei. — Então chefe, o que vamos fazer? — perguntou olhando para o Pakkun que revirou os olhos tediosos, mas seus companheiros estavam certos, tudo que Kakashi estava planejando daria errado.
— Vamos pedir ajuda — declarou o pug simplesmente.
— Para quem? — falou Bisuke
— Iruka-sensei, quem melhor para dizer o que quer ou não nesse dia importante? — explicou o cachorro,
— Kakashi não pode nem sonhar com o que vamos fazer — acrescentou Urushi — Quanto ao restaurante? Seria melhor em lugar confortável e tranquilo para dois. O chefe não vai tirar aquela máscara naquele lugar! Tanto Kakashi quanto Iruka não gostam de chamar atenção de ninguém… Bem, o momento é para ser algo a dois…
— Eles não vão ficar confortáveis sendo centro das atenções — completou Uhei.
— Então está decidido! Amanhã iremos procurar o Iruka-sensei e vamos falar com ele. Não podemos ir todos, será muito suspeito — questionou Bisuke.
— Eu, Akino e Uhei, vamos falar com Iruka, os outros mantenham Kakashi longe do golfinho… digo do Iruka — Pakkun explicou o plano.
Na manhã seguinte ao acordar, um pouco tarde, Kakashi preparou um chá e sentou-se na cadeira, seus pensamentos em conflito novamente. Pelo menos uma parte do seu plano estava completa, faltava somente o melhor presente para dar ao seu golfinho. Pakkun, Akino e Uhei olhavam fixamente para o Hatake.
— O que foi dessa vez, chefe? Parece preocupado — perguntou Akino sondando.
— Preocupado? O pirralho está entrando em novo surto, isso sim. Vamos enlouquecer com ele — provocou Pakkun, ignorando totalmente o olhar do ninja em sua direção.
— Muito engraçado Pakkun. Não está nada fácil, sabe como é difícil agradar o Iruka? Estou pensando em qual presente dar para ele — exclamou Kakashi pensativo. — Pode ser algo que dure para sempre, como… como… a chave do meu apartamento?
— Você não tem salvação, Kakashi — respondeu Bisuke balançando a cabeça em negação.
— Vocês começaram a namorar ontem, aliás, ele já tem as chaves, não é? — disse Urushi divertido, a verdade era que os dois ninjas namoravam há quase um ano e meio.
— A chave do meu coração, então?
— E só piora — comentou Shiba. Bull apenas revirava os olhos.
— Parece que não conhece o golfinho... Iruka — Pakkun se corrigiu, de tanto escutar o platinado chamar o moreno daquela forma, às vezes também fazia. — Iruka... não liga para essas coisas, vocês estando juntos é o que importa para ele. Mas entendo que você quer fazer o melhor Dia dos Namorados e isso está nos enlouquecendo e por isso vamos passear, sozinhos, sem você e seus surtos — declarou se espreguiçando e soltando um suspiro longo. — Quem vai comigo? — chamou Pakkun.
— Sério que vão me abandonar sozinho com essa missão impossível? Por favor, não me larguem — pediu Kakashi batendo a cabeça na mesa, dramatizando um pouco e não conseguindo amolecer os corações gelados dos cachorros.
— Não nos metemos em assuntos pessoais. O namorado é seu, e você é Kakashi Hatake, o ninja mais temido das nações… Vai conseguir! — respondeu Akino, mentindo descaradamente, todos sabiam que Kakashi não conseguiria. Poderia, sim, concluir qualquer Missão Rank-S com êxito, mas isso? Com certeza era uma missão impossível, para o grande Ninja copiador.
Deixando Kakashi sozinho em casa, os ninken partiram em busca do Iruka-sensei, o único capaz de salvar aquele dia do desastre completo.
Não demoraram para chegar na Academia e tiveram que esperar o jovem sensei terminar sua aula e dispensar os pequenos diabinhos, não queriam ser atacados por pequenas mãos.
Iruka se assustou ao virar para o lado e encontrar os três ninkens de Kakashi à sua frente, ficando preocupado e se levantando, quase derrubando todas as coisas da mesa.
— Está tudo bem com Kakashi? — perguntou Iruka.
— Calma, sensei, o chefe está bem. Nós que estamos ficando louco e precisamos da sua ajuda — soltou Pakkun rapidamente, pulando na mesa do sensei.
— O que isso quer dizer?
— Dia dos Namorados — falou Shiba, deixando o sensei mais confuso.
— Não estou entendendo…
— Sabe que o chefe nunca esteve um relacionamento e que tem medo de estragar o que vocês têm e…
— Quer que esse dia seja perfeito — concluiu o Umino, sentando novamente. — O que ele está planejando?
— Restaurante chique — Pakkun começou a enumerar.
— Presente caro — acrescentou Akino.
— Passeios fora da Vila — finalizou Shiba.
— Por Kami… Vocês precisam fazer alguma coisa, impedi-lo de fazer essa loucura — Iruka praticamente implorou aos caninos.
— Seria tão simples se aquele idiota te levasse para jantar no Ichiraku. Simples e sem erro — comentou o pug olhando para o sensei, analisando sua reação.
Iruka sorriu minimamente, como se concordasse com aquilo. Uma das coisas que Pakkun mais gostava no chunnin era o fato dele não ser uma pessoa exigente, junto a sua simplicidade, alegria e carinho havia conquistado todos os ninkens, por isso estavam tão empenhados naquela missão.
— Nós sabemos que esse dia não é só importante para o Chefe, mas também é para você… Os dois merecem algo especial, por isso vamos ajudá-lo a ajudar Kakashi, estamos ficando loucos por causa dele — completou a menor das invocações de Kakashi.
— Bem, eu pensei em algo e tenho certeza que será perfeito. Quando estávamos vindo, lembrei de um lugar — Akino começou, atraindo a atenção do Umino e dos companheiros. — Mas teríamos que envolver outras pessoas também — completou um pouco enigmático.
— Onde seria? — perguntou o sensei curioso
— Na floresta que pertence ao Clã Nara — falou calmamente. — Teremos que falar com o líder do Clã e pedir autorização para Shikaku-san, e chamar pelo menos duas pessoas para ajudar na arrumação. — explicou sua sugestão. — O que acha sensei? Está do seu agrado? É um local reservado, onde poderão ficar a vontade — Akino perguntou olhando para o homem.
— Meu agrado? O que vocês escolheram está ótimo, e também não me importo com lugar — respondeu sem graça.
— Sabemos disso, mas não vamos fazer qualquer coisa. Vocês merecem a noite perfeita, principalmente você sensei. Foi graças a você que o chefe não se sente mais solitário e não se perdeu na escuridão — declarou Shiba, deixando o Unimo emocionado e um pouco envergonhado.
Era a primeira vez que Iruka escutava algo tão emocionante vindo dos ninkens, apesar de terem se dado bem desde o momento em que foram apresentados, não imaginava que as invocações gostam tanto dele daquela forma. Ficaria devendo petiscos e carinhos infinitos à matilha.
— Shiba está certo, sensei, não se preocupe. Faremos de tudo para que esse dia seja inesquecível para vocês. Aliás, gosta de chocolates? Gosta de ler, não é? Já quis ganhar algo que queria muito? — Akino o encheu de perguntas, arrancando pequenas risadas do Iruka, que percebeu logo que estava o sondando
Iruka ficou pensativo por tempo, não tinha nada em específico que desejasse tanto no momento. Chocolates? Seria bom, amava os doces, mas acabariam logo sua paixão (obsessão) por doces não permitiria durarem nem um minuto e também Kakashi sempre deixava alguns pelo apartamento, em sua bolsa. Mesmo não gostando de doces, o Hatake trazia diversos sabores diferentes sempre que podia. Gostava de ler, e já tinha lido quase todos os livros da biblioteca de Konoha e o que tinham em seu apartamento e do namorado. Seus preferidos eram os romances e negaria que leu Icha-Icha ou Kakashi nunca o deixaria em paz, já que os criticava sempre que via o mais velho lendo.
— Pensando bem, gostaria de algo simplório, mas que demonstrasse todos os nossos sentimentos. — disse o moreno baixo.
Os três ninkens escutaram atentamente, por enquanto não tinham nada em mente, seria uma questão de tempo até pensarem em algo que fosse perfeito para o companheiro de Kakashi. Iruka procurava em sua mente quem poderia ajudá-los nessa missão, de imediato veio Kotetsu e Izumo, entretanto os dois não conseguiriam guardar segredos por muito tempo, e Kakashi desconfiaria que o namorado estava por trás disso, então os descartou. O casal eram seus melhores amigos, mas tão fofoqueiros quanto suas vizinhas. Em seguida pensou em uma certa kunoichi de cabelos roxos, e por ser filhote de cobra sorrateira também contaria, mas com ela ele poderia usar ameaças e chantagens, como revelar para todos em Konoha que ela estava se escondendo em um esconderijo bem exótico com um certo jounnin torturador, um pouco de toque feminino seria muito melhor. Então veio outra kunoichi que ajudaria muito e colocaria tanto Anko quanto o Kakashi na linha, impedindo uma de contar e o outro de descobrir.
— Podemos chamar Anko e Kurenai, elas serão de grande ajuda — sugeriu Iruka animado.
— Onde podemos encontrá-las? — perguntou Shiba pronto para ir atrás das duas.
— Bem… Agora… elas estão meio ocupadas — disse ele envergonhado, lembrando que as mulheres tinham contado que teriam programas especiais com seus respectivos companheiros.
— Como? — questionou Akino
— Vocês são tão tapados assim ? Elas estão procriando — soltou Pakkun como se fosse nada. — Vamos atrás delas, isso é caso de vida ou morte, elas podem procriar depois.
— Ah, sim — Akino e Shiba concordaram, rindo em seguida.
— Pakkun? Como você consegue falar essas coisas tão naturalmente? — advertiu Iruka chocado com o pug, que às vezes, ou melhor, sempre, não media as palavras para certos assuntos, especialmente aquele.
— Esqueceu quem é nosso chefe? O que acha ele vem nos ensinando ultimamente, golfinho? O que ele lê em todo lugar? — perguntou Pakkun retoricamente, cerrando os olhos e logo rindo do cara do Unimo que estava vermelho ao entender o que a invocação insinuava.
— Então vamos, temos apenas algumas para concluir a missão. Antes vou passar naquele restaurante e cancelar a reserva e ir até a aprendiz do sannin das cobras. Shiba e Akino vão atrás da Kurenai — Pakkun dividiu as tarefas, cada um seguiu para cumprir sua parte.
Pakkun e Guruko foram atrás de Anko e pelo que Iruka instruiu, a arroxeada estaria na sala de interrogação, ao chegarem se depararam uma cena nada agradável para seus olhos; Ibikki estava de quatro usando uma coleira que Anko segurava e puxava com brutalidade e orelhinhas de rato. Desejaram voltar com todas as forças para sua dimensão, só não fizeram porque sua missão era mais importante naquele momento.
O casal se assustou ao perceberem o Pug os olhando através da janela, literalmente espantado. Ibikki retirou a tiara de rato e também a coleira e rapidamente as escondeu dentro do sobretudo, Anko pouco se importou, nada afetada ao ser vista por um pequeno cachorro. Levantou-se e andou calmamente até onde Pakkun estava, abriu a janela e fez um carinho nas orelhas do cachorro, que ainda estava em choque.
— Aconteceu alguma coisa? Espero que seja algo importante para atrapalhar minha diversão — reclamou a mulher de cabelos curtos.
— Iruka-sensei precisa de sua ajuda, agora! — declarou Guruko sério, ainda encarando o jounnin torturador.
— Não pode ser depois? Quando eu terminar? — pediu Anko fazendo beicinho.
— Se você não for agora, ele vai espalhar para todos em Konoha o que anda fazendo com um certo torturador — ameaçou Pakkun.
— Ele não seria maluco!? — questionou desacreditada, seu melhor amigo não ousaria, mas se aquilo chegasse nos ouvidos de um certo ninja de cabelos prateados…
— Você duvida? — provocou Pakkun, cerrando os olhos em deboche, a ouvindo estalar a língua.
— Anko? — chamou Ibikki
— Sinto muito meu ratinho — falou ela se aproximando do ninja e dando um beijo. — Meu marido me chama, depois terminamos o que mal começamos. Até mais — afirmou num sussurro, no ouvido do jounnin.
A mulher acompanhou os dois ninkkens a Academia onde o moreno estava esperando com os outros Ninkens. Akino e Shiba chegaram logo em seguida, tiveram um pouco mais de sorte quando chegaram no apartamento de Kurenai e a encontraram apenas aos beijos com o Sarutobi. As invocações informaram rapidamente que Iruka precisava urgentemente da ajuda da kunoichi, que não hesitou em deixar o namorado e seguir o cachorro. Agora, todos estavam reunidos, discutindo como seria a decoração do lugar que usariam para aquele dia importante. Riram ao saber que Shikaku nem precisou considerar ceder o local para o encontro, era um dos que mais desejava felicidade do casal.
— Então faremos assim: eu e a Anko compraremos tudo que precisar, não será muito coisa, mas ficará lindo. Pegaremos algumas flores na floricultura dos Yamanaka, comida já sabe o que vai querer? — perguntou Kurenai animada.
— Algo simples e rápido de fazer. Kakashi adora missô de berinjela e eu…
— Lámen do Ichiraku, sabemos — todos responderam juntos, deixando Iruka corado.
— Golfinho, você tem visto o Hatake nesses dias? — perguntou Anko, afinal não seria fácil para o amigo esconder aquilo tudo do ninja copiador.
— Algumas vezes, ele sempre fugia falando que estava ocupado, agora sei o porquê — respondeu o Umino. — Kakashi não pode, em hipótese alguma, desconfiar que estou por trás disso, entendeu Anko? — pediu o chuunin encarando a amiga.
— Nossa, obrigada pela confiança, magoou meu lindo coraçãozinho — dramatizou a Mitarashi, fingindo estar ofendida, talvez só um pouquinho.
— Te conheço, minha cara! Apesar disso, sabe que eu te amo, não é, cobrinha? — provocou Iruka rindo.
— Minha deusa Kurenai, vamos? Temos que encontrar um certo ninja copiador trapalhão. Os pestinhas estão voltando do almoço — pediu Anko, que se referia aos alunos do Umino e dando um selinho no golfinho em seguida.
— Eu também quero! — declarou Kurenai, empurrando devagar a mulher de cabelos roxos, também dando um selinho no Iruka.
— Se o chefe ver isso, terá um ataque cardíaco — comentou Shiba, divertido e subindo na mesa, ficando de frente para Iruka e fechou os olhos, esperando o mesmo que as kunoichis. Iruka sorriu, segurou o focinho do cachorro e deu beijo no topo de sua cabeça,
Akino e Guruko balançavam o rabo ansiosos, também queria ganhar um beijinho do golfinho, que prontamente beijou os dois também.
— Também quer um beijo, Pakkun? — perguntou Iruka olhando para o menor dos ninkens do namorado.
— Não — mentiu o pug, não iria admitir estar com inveja dos irmãos e que gostava daquele ato de carinho, mesmo assim ganhou um. Tentou controlar o sorriso satisfeito.
Iruka observou as amigas e os cães saírem de sua sala e lembrou que precisariam de mais algumas coisas e somente uma pessoa poderia o ajudar. Esperava encontrá-la a tempo. Nunca em sua vida como sensei, desejou que as aulas acabassem mais cedo.
Quando o final das aulas chegou, o sensei precisou juntar toda a sua calma para não sair correndo na frente dos seus alunos. Aguardou, muito impaciente, que todos saíssem e arrumou a sala rapidamente antes de ir atrás de um certo jounnin com uma habilidade única.
🐶🐶🐶
Yamato estava tranquilamente em seu ponto de vigia naquele dia. Por um lado gostava de ter um momento de paz, mas por outro, sentia falta da adrenalina de uma missão. Apesar disso, quase acertou a pessoa que o chamou, não entendo como havia o encontrado ali, até ver quem era.
— Iruka! Por Rikudou, o que é isso? — perguntou ainda segurando o chunnin pelo colete.
— Por tudo que é mais sagrado, ajuda o Kakashi — implorou Iruka, segurando o pulso do outro, que lentamente relaxou o aperto e soltando o outro.
— Por quê? Ele se machucou? Tá em perigo?
— Não! Antes fosse… — declarou, deixando o ex-Anbu sem entender nada.
— Hã?
— Ele tá planejando uma surpresa para o Dia dos Namorados, mas…
— Mas está fazendo tudo errado!? — terminou a frase do sensei.
— Isso!
— Onde ele está agora? — Yamato deveria imaginar que seu senpai iria aprontar alguma coisa.
— Provavelmente aprontando alguma coisa sem sentido ou exagerada. Mas preciso de sua ajuda para outra coisa, quero que vá até a floresta dos Nara. Encontrara Anko ou a Kurenai lá, ou as duas e elas te ajudarão, preciso que me ajude com uma mesa e uma pequena cabana. Pode fazer isso para mim? E por favor, não diga que sei o que ele está fazendo se o ver, finja que não me viu… Ajude aquele espantalho paspalho. — Iruka parecia implorar e o outro apenas riu.
— Claro, termino meu turno daqui a pouco e vou para lá. Não se preocupe, não direi nada para aquele idiota. Ele merece, vocês dois merecem.
Iruka agradeceu ao jounnin com um beijo demorado na bochecha, o deixando corado com aquele gesto. Torcia para nunca precisar comentar sobre aquilo com o Hatake, mesmo sabendo que era um ato inocente e sem malícia.
🐶🐶🐶
Kakashi havia ficado em casa com os cães que não seguiram Pakkun. Bull, Bisuke, Uhei e Urushi estavam divididos entre rir do seu invocador ou o xingar por estar agindo como um idiota inseguro.
— Comprou o presente para Iruka-sensei? — quis saber Bisuke, numa tentativa de tirar o Hatake de seus devaneios.
— Por Kami! Vamos logo, preciso encontrar o presente ideal — o jounnin quase gritou ao notar que não tinha nada para o namorado e com poucas horas até o jantar, precisaria correr para encontrar algo para o companheiro.
Bull bufou em desaprovação e os outros quase desabaram no chão, já cansados só de pensar em rodar a Vila toda, mas não poderiam deixar Kakashi sozinho ou acabaria encontrando Iruka, ou os outros no caminho e tudo estaria acabado.
O copy-nin mal sabia por onde começar e enquanto andava pelas ruas comercias de Konoha, uma loja atraiu sua atenção, uma de doces e chocolates e apesar de não ser o maior apreciador de doces, gostava do sabor na boca de Iruka. Sem demora, entrou no local, recebendo olhares surpresos por ver o famoso ninja ali. Apesar de o seu relacionamento com o sensei não ser segredo, não saíram anunciando aos quatro ventos.
Uma atendente, sorridente demais, se aproximou e começou a mostrar as opções para o Hatake, mas nada parecia o agradar ou o namorado. Apesar de sempre comprar chocolates para o sensei, pois conhecia os gostos do outro, mas naquele momento, sua mente havia ficado em branco e não lembrava de nada. Como aquilo acontecia, era um mistério, nem mesmo em missões tensas onde tudo parecia dar errado, ainda conseguia pensar com clareza, mas quando envolvia Iruka, sentia-se pior que os pré-gennins que o sensei ensinava.
Para sua sorte, a jovem lhe mostrava diversas opções e sabores e o prateado escolheu alguns sabores e foi colocando na pequena cesta. Quando pegou alguns brancos, com recheios como passas e outras nozes, mas Uhei os retirou e devolveu para a bancada. Kakashi pegou outro e novamente o cachorro o retirou, fazendo a atendente rir, atraindo a atenção do mascarado.
— Ei! Deixe-os ai, por que está os retirando? É um dos melhores chocolates e todos gostam — o jounnin repetiu as palavras da mulher. — Por que não posso levá-los? — questionou, encarando não apenas Uhei, mas os outros cães que o acompanhavam de perto.
— Por quê? Ainda pergunta? — Urushi perguntou com desaprovação. — Iruka odeia o recheio e princialmente, chocolate branco. Como namorado deveria saber — afirmou cachorro marrom e branco.
— Iruka-sensei? — a jovem perguntou empolgada, não notando o olhar afiado do ninja, mas as invocações notaram e quiseram rir. Kakashi estava com ciúmes e nem sabia como agir. — Ele é nosso cliente mais fiel e posso lhe mostrar suas preferências. Acredito que acertara no presente. Posso mostrar alguns que ele adora, mas compra poucas vezes por virem de outras Vilas. — não deixaria de oferecer os mais caros, afinal era seu trabalho.
A jovem tirou boa parte dos doces e chocolates escolhidos por Kakashi e colocou outros, que agora ele lembrava de ver embalagens na mochila do Umino ou em casa. Saiu satisfeito da loja, seguindo para o próximo local, ainda indefinido.
Entrou em uma loja de roupas civis e infelizmente os ninkens não puderam entrar, mas ficaram observando pelo lado de fora e pelos deuses, queria arrastar o chefe pelas ruas. Nunca na vida o sensei usaria aquilo, onde ele estava com a cabeça? Quem ele acha que namora? Um palhaço ou um dos shinobis mais centrados e sérios de toda Konohagakure? Iriam dar um jeito de sumir com aquele traje escandaloso, naquele om laranja vibrante, que combinava muito bem com o pequeno garoto loiro muito agitado. Assim que colocou os pés para fora da loja, com um sorriso satisfeito, o mascarado foi cercado pelas invocações, que tentavam avançar na sacola e precisou praticamente fugir dos cachorros e selar o presente em um pergaminho quando teve alguns segundos de vantagem. Não impediu uma discussão entre eles por causa da péssima escolha, mas já havia sido comprado e não iria devolver, acabaria se atrasando.
Após a discussão, Kakashi e os ninkens seguiam para a próxima parada, tentando decidir onde seria e não puderam evitar que o Hatake trombasse justamente com Iruka. Nenhum deles esperava encontrar o outro antes do encontro a noite, o prateado tentava esconder a sacola da loja de doces e o chunnin uma sacola com um item muito especial.
— Kakashi?! Passeando com o bando? Cadê os outros? — Iruka perguntou olhando para os quatro cachorros sugestivamente, como se pedisse para levar o namorado para outro lugar.
— Bem, sim, estavam entediados em casa. Os outros não sei, sumiram com Pakkun. Você não deveria estar no turno no balcão de missão? — perguntou tentando não parecer invasivo.
— Sim, estava, vou... quer dizer… troquei com outro ninja e sai mais cedo — respondeu e Kakashi tinha certeza que o chuunin estava mentindo. O motivo? Não sabia. — Preciso ir, prometi ajudar a… a… a Anko com alguma coisa. Nos vemos a noite?
O Umino estava realmente nervoso, adorou encontrar seu amado de surpresa, mas tinha algumas coisas para resolver e não poderia se atrasar ou falar algo que o entregaria. Se virou para se afastar, mas foi segurado gentilmente pelo braço.
— Não ganho nenhum beijo? — Iruka tinha vontade de morder o namorado quando fazia aquela expressão fofa, tombando a cabeça para o lado, exatamente como os ninkens atrás dele.
Kakashi se aproximou do mais novo, passando um braço pela cintura de Iruka, os juntando ainda mais. Iruka, automaticamente, entrelaçou as mãos no pescoço do namorado, esquecendo do presente que tinha em mãos, se aconchegando mais naquele corpo.
— Senti sua falta esses dias — deixou escapar o sensei, ficando um pouco envergonhado.
— Desculpa por isso, estava… resolvendo algumas coisas, ainda estou, na verdade — declarou vagamente, deixando um beijo mascarado nos cabelos do menor.
— Tudo bem, entendo. Não quero te atrapalhar. Preciso ir para casa — o Umino se afastou um pouco, olhou ao redor para ver se não eram observados, abaixou a máscara do namorado e o beijou rapidamente. Queria mais daquela boca, mas estavam em público e ainda tinha coisas para resolver e preparar para o encontro.
Bull se enfiou no meio dos dois, os separando, sabia que se deixasse era capaz de ambos esquecerem todos os planos e ficarem em casa comendo besteiras e não tinham aguentado os surtos do Hatake à toa nos últimos dias. O grandalhão mordeu a roupa do jounnin e saiu o arrastando, enquanto os outros três ninkens riam da cena e da cara de decepção do mascarado.
Apesar de tentar disfarçar a surpresa que preparava para o amado, estranhou um pouco a atitude do chunnin, parecia estar escondendo algo, ou que sabia de alguma coisa. Nem teve tempo de pensar muito no assunto, pois quando parou de ser arrastado por Bull, estavam em frente a uma livraria. Local perfeito para o último presente para Iruka, antes de ir verificar sua reserva no restaurante.
Kakashi conhecia aquele local como a palma de sua mão, era quase uma extensão de sua casa. Tinha que se repreender mentalmente quando pegava um livro que mais tinha a ver consigo mesmo ao invés do Umino. Sabia que o namorado gostava de dramas, aventuras, um pouco de romance e fugia das obras-primas de Jiraya. Estava um pouco perdido com todas as opções e acabou pegando o primeiro livro que viu e que talvez pudesse ser útil. Enquanto pagava pelo produto, Bisuke pegou o dito e saiu correndo porta afora, sendo seguido pelos outros três. O Hatake praticamente jogou o dinheiro sobre o balcão e sai correndo, mais uma vez, atrás dos ninkens.
Ficou abismado quando viu os cães jogarem o livro um para o outro e Urushi deliberadamente o lançar no rio.
— Esse livro custou caro, sabiam? Por que fizeram isso? O que está dando em vocês hoje? Querem estragar o dia que é para ser perfeito para Iruka? Vou mandar todos vocês um mês com os Inuzuka para aprenderem boas maneiras com a Tsume — ameaçou o Hatake tentando não estressar com seu bando.
— Apenas nos agradeça, pirralho — declarou Uhei com diversão, nada afetado com as ameaças do jounnin.
— Agradecer? Só podem estar loucos!
— Você comprou um livro sobre como lidar com crianças! Para um sensei de pré-gennins! Da Academia! Aquele que tem mais jeito com os pestinhas do que qualquer outra pessoa! — revidou o ninken que sempre estava enrolado em bandagens.
— O golfinho te faria comer cada página lentamente, pois além de estar questionando suas habilidades, estaria criticando seus métodos e todos sabemos como isso terminaria: você sem sua coleção do Icha-Icha, dormindo no sofá, se desse sorte, talvez sem namorado e a gente sem os melhores petiscos e carinhos. Só perdas — completou Urushi e Bull latiu em concordância.
O mascarado desabou na grama, eles estavam certos. Onde ele estava com a cabeça? Até parecia que não conhecia Iruka, como não poderia saber que odiaria ser questionado sobre suas habilidades e métodos de ensino? Que péssimo namorado que era. Os ninkens não gostaram de ver o humano daquela forma, estavam implicando sobre suas atitudes naqueles dias, não questionando seu amor por Iruka. Logo, Kakashi foi atacado pelos cães, com lambidas e cafunés, sua forma de demonstrar que estaria sempre ao lado dele para o que precisasse.
— Pelo menos ainda temos o jantar naquele restaurante chique. Isso deve ajudar em alguma coisa — Kakashi suspirou, falando mais para si do que para os animais e sem hesitar, levantou-se e seguiu o caminho que levava até aquele local, deixando Uhei, Bull, Bisuke e Urushi alarmados, precisavam impedi-lo de chegar até lá.
No caminho, tentaram convencer o mascarado que tudo estava certo, que não precisaria se preocupar com aquilo, que teriam uma noite maravilhosa, destoando totalmente da forma que vinham agindo desde o começo daquele dia.
Assim que chegou no restaurante, que já estava movimentado, tanto pelos funcionários quando por casais que queria aproveitar aquele dia, o ninja se dirigiu até o balcão, desviando de algumas pessoas. O atendente era o mesmo de quando foi fazer a reserva e ficou ainda mais pálido ao se deparar com o olhar inquisitório e presença intimidadora de Kakashi.
— Quero confirmar a minha reserva para esta noite — pediu tentando não demonstrar nervosismo, o que era impossível naquele momento.
— C-claro, Hatake-san, um momento — o jovem tremia como uma folha ao vento, não ousava olhar para o homem na sua frente, nem mesmo conversas eram ouvidas dentro daquele ambiente, era como se todos estivessem com medo. Não era mentira, afinal Kakashi tinha sua fama e ninguém estava disposto a colocar a prova os boatos.
O rapaz virava e revirava aquele caderno e não sabia como dizer que a reserva nunca foi feita porque não tinham mais horário disponível. Mas como dizer aquilo sem colocar sua vida em risco? Como se não bastasse o famoso Kakashi Hatake estar diante de si, ainda tinha quatro cachorros ao seu lado, que pareciam prestes a atacar. E estavam, mas não o pobre homem e sim, seu invocador.
Para surpresa, e alivio do jovem e demais pessoas presentes, Bull o empurra para fora do local com a ajuda dos outros três.
— Não está vendo que está assustando a todos com seu nervosismo? — questionou Urushi assim que saíram, mal notando que o atendente estava sendo amparado pelos colegas. Iria pedir demissão, não arriscaria um terceiro encontro com o ninja copiador.
— Quer causar uma confusão justo no Dia dos Namorados e acabar levando uma advertência e sendo impedindo de passar o dia com o golfinho porque está importunando pobres civis que apenas estão fazendo seu trabalho? — ralhou Uhei, que até lembrava Pakkun naquele momento.
O jounnin não estava acreditando que estava ouvindo sermão do bando, aquele dia estava realmente atípico. Será que sua intenção e determinação de fazer aquele dia o melhor estava atrapalhando ao invés de ajudar? A resposta era obvia e seu ninkens estavam fazendo questão de esfregar isso na sua cara.
— Vocês venceram! Estão contentes? Talvez esteja exagerando e me preocupando demais. Tentarei me acalmar — Kakashi se rendeu, afinal.
— Finalmente! — os três cachorros que falavam comemoraram e Bull latiu, concordando com os outros.
— Vamos para casa, tenho um encontro para me preparar e preciso achar o resto de vocês. Afinal, onde Pakkun e os outros se meteram? — quis saber o mascarado e viu os cães o ignorarem e olharem para qualquer outro lado.
— Por que estou achando que estão escondendo algo? Pareceram até o Iruka quando o encontrei mais cedo. O. Que. Vocês. Estão. Aprontando? — perguntou pausadamente, como se falasse com uma criança.
— Quanta desconfiança com a gente e o golfinho. Deveríamos te deixar sozinho nessa e se tudo acabar mal porque fez besteira, não venha reclamar ou nos culpar — bradou Uhei com desolação, muito fingida, que não convencia ninguém.
— Por Kami… Tudo bem, desisto. Mas se descobrir que estão aprontando alguma coisa, ou escondendo algo, vão se ver comigo. — ameaçou Kakashi, dando meia volta e retornando para casa, afinal tinha encontro com o namorado.
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Ao chegar em casa, após o encontro inesperado com Kakashi, Iruka recebeu um recado das amigas dizendo a hora que precisaria estar lá, informando também que haviam pegado tudo, desde algumas flores com a Yamanaka, comidas e tudo mais que precisavam. Incluindo a parte que encarregou a Yamato. Seus amigos eram os melhores, esperava que o Hatake não ficasse chateado por mudar todos os planos, nem com ele ou com o bando.
Deixaria para se preocupar com isso mais tarde, agora, tinha outras prioridades, como mandaram Kurenai e Anko.
“Se arrume, fique lindo, gostoso e cheiroso para seu homem.”
Nem precisava pensar para saber que foi Anko que escreveu aquilo.
Antes de ir finalmente se arrumar, pegou a sacola que havia chegado bem a tempo, pagaria um mês de Ichiraku para Naruto por conseguir aquilo, apesar de ter uma leve sensação que iria acabar se arrependendo da escolha do presente. Conhecia muito bem o namorado e sua obsessão com aquilo. Mas já estava feito, não tinha como mudar de ideia ou ir atrás de outro presente.
Olhou para o relógio e notou que tinha algum tempo e poderia fazer um embrulho decente, pois claramente o papel onde estava foi feito por Naruto e era claro que não havia gostado de fazer aquilo.
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Kakashi colocou os pés em casa e deu de cara com Pakkun, Guruko. Shiba e Akino esparramados no chão, como se tivessem corrido o dia todo, o que não era mentira, mas não precisava saber naquele momento.
— Espero que tenham uma desculpa muito boa para esse sumiço, justo em um dia tão importante — indagou o prateado, encarando os quatro, que apenas o ignoraram.
— Ao invés de ficar fazendo perguntas que não irá ganhar respostas, deveria ir se arrumar, não vai querer se atrasar justo hoje — sugeriu Pakkun, com sarcasmo, fazendo os outros rirem.
O jounnin bufou irritado, não iria entrar em uma nova discussão com os ninkkens, que não levaria a lugar nenhum, optou por deixá-los com suas desculpas, enquanto se dirigia para o quarto para se arrumar. Seu golfinho merecia a melhor versão de si naquele dia. Quando passava pela porta do quarto ouviu Uhei perguntando a Pakkun, provavelmente, se tudo estava certo para mais tarde, nem quis ouvir a resposta ou saber ao certo qual o assunto.
— Anda logo, pirralho, tem um jantar com o golfinho e dessa vez, sem atraso — Kakashi assustou ao ouvir Pakun o chamando, demorou tanto assim no banho ou era apenas o pequeno pug o provocando.
Quando Kakashi saiu do banheiro, sentiu oito pares de olhos o encarando com surpresa, afinal raramente o viram sem o tradicional uniforme ninja. Usava apenas uma calça simples escura e uma blusa de manga longa, com sua inseparável máscara e um tapa-olho no lugar da bandana.
— Nem parece o temido ninja conhecido como mestre assassino — Akino comentou divertido.
— Até parece uma pessoa normal — acrescentou Urushi.
— Uma pessoa? Sim. Normal? Nunca — Pakkun declarou tentando conter o riso. — Pirralho, não precisa nos encarar dessa forma, como se fosse nos matar. Preocupe-se com seu encontro e seu namorado. Deixe as intenções assassinadas para os inimigos — o pug tratou de acalmar o outro.
— Estão muito engraçadinhos hoje. Não sei o que aconteceu com vocês. Se não fosse pelo dia ser especial e por Iruka, mandaria vocês para um treinamento intensivo com Gai. — ameaçou Kakashi e os ninkens sabiam que aquilo realmente poderia acontecer. E que ainda era um perigo real se o jounnin se irritasse com a intromissão da matilha em seus planos para o namorado.
— Tá, tá, já entendemos. Agora vamos indo porque não irá se atrasar. Hoje, não irá se perder no caminho da vida. O único caminho que seguirá é o que te levará até Iruka — afirmou Uhei e os outros ninkens e Kakashi o olharam surpresos. — O que foi? Falei algo errado? — Se fosse um humano, teria a face avermelhada devido à atenção que recebia.
O Hatake apenas riu soprado, pegou seus pacotes com os presentes e se preparou para sair, estranhando que os oito ninkens se levantaram e estavam prontos para o acompanhar.
— Onde pensam que vão? Esse é um encontro íntimo e pessoal. Somente eu e Iruka. Nada de cachorros intrometidos — parou na porta, nada disposto a deixar os ninkens sair.
— Não queremos ver sua melação com o golfinho, iremos apenas te acompanhar até o local, para não se perder — afirmou Shiba debochado.
Kakashi decidiu que não valia a pena entrar em uma discussão com seus ninkens naquele momento, apenas girou nos calcanhares e saiu, seguido de perto pelos cães.
O ninja tentava ignorar as invocações, que estavam estranhamente silenciosos. Os oito ficaram em completo silêncio até chegarem na rua que levaria o Hatake até o restaurante que havia feito a reserva.
Porém, foi surpreendido ao sentir suas roupas serem puxadas por dentes afiados, que se não cuidasse, acabariam rasgando. A pouca paciência que lhe restava, estava a um tris de acabar.
— O que pensam que estão fazendo? Cansei de vocês agindo dessa forma! Até parecem que estão querendo estrague esse dia especial! Já chega! — puxou bruscamente sua perna e marchou em direção ao restaurante, bufando.
Ledo engano ao pensar que se livraria tão fácil daqueles cães que pareciam possuídos por espíritos malignos destruidores de comemorações românticas. Principalmente Bull, que rapidamente contornou os demais e interceptou Kakashi, o impedindo de continuar. O grandalhão rosnava para o invocador, numa clara ameaça, fazendo o mascarado dar alguns passos para trás.
— Bull… — chamou em tom de advertência. — Me deixe passar. — Ordenou e recebeu apenas um latido alto como resposta, revidando o comando.
O maior dos ninkens se aproximava lentamente do Hatake, que não acreditava na ousadia do animal. Os dois se encaravam como se fossem inimigos prestes a entrar numa briga. Toda aquela tensão atraiu a atenção de curiosos, alguns preocupados ao ver o famoso ninja copiador ser desafiado por um cachorro enorme e assustador. O ninja estava prestes a dispensar os ninkens quando sentiu uma mão pousar em seu ombro.
— Senpai, está tudo bem? — Kakashi nem precisava olhar para saber que era Tenzou, virou o rosto apenas para encontrar uma máscara de porcelana branca.
— Sim, está tudo bem — o Anbu quase riu com a resposta que mais parecia um rosnado. Seu amigo às vezes parecia muito com um cão quando queria, seu codinome na Anbu sempre encaixou bem com sua personalidade.
— Então, por que sinto uma intenção quase assassina vindo de você? — Perguntou calmamente, mesmo sabendo a razão do comportamento das invocações do outro.
— Estamos tentando impedir esse pirralho idiota de fazer besteira — Pakkun respondeu por Kakashi.
— E o que seria? — Yamato quis saber, apenas para deixar o amigo mais desconcertado.
— Se atrasar para o encontro com o golfinho — Akino declarou.
— Mas ele insiste em ir para o lado errado — acrescentou Uhei.
— Um verdadeiro idiota — completou Urushi ganhando um revirar de olhos do Hatake e um novo rosnado. Mais um e o bando começaria a chamá-lo de cão também.
— Deveria escutá-los. Acredito que saibam o que estão fazendo. Confie neles — sugeriu Yamato para descredito do mascarado.
— Até você, Ten… Cat? — corrigiu-se rapidamente, mas ainda consternado. — O que você sabe? — inquiriu batendo com os dedos no colete do uniforme do esquadrão do mais novo.
— Não estou sabendo de nada, Hatake-san — usou a formalidade apenas para provocar o mais velho.
— Você sabe! — acusou Kakashi, realmente irritado.
— Deixe de ser paranoico, senpai. Pensei que estava indo a um encontro com Iruka-sensei e não aqui, dando um show para os moradores de Konoha. Siga logo as invocações. — ditou Cat antes de desparecer, ou acabaria sendo interrogado, ou pior, ter sua mente lida pelo Sharingan e toda surpresa estaria perdida.
Kakashi queria muito ir atrás do seu kohai, mas foi impedindo ao sentir Bull o empurrando para o lado oposto do restaurante novamente. Como tudo naquele dia estranho, não teve opção de questionar, revidar ou opinar, apenas se deixou ser levado pelos ninkens.
Começou a ficar preocupado quando se afastaram do centro da Vila e se aproximaram da floresta dos Nara, bem longe do seu objetivo inicial.
— Se isso for uma brincadeira, eu…
— Chega de ameaças, pirralho. Até o final da noite terá muito o que nos agradecer por não te deixar estragar tudo — reclamou Pakkun, cansado de tudo aquilo, ou das reclamações do prateado.
Kakashi abriu a boca para fazer mais uma crítica, mas as palavras morreram quando finalmente chegaram a um ponto da floresta. O local estava decorado com flores e alguns corações, pequenas luzes coloridas estavam penduradas nas árvores, uma pequena mesa muito parecida com os trabalho de Yamato continha alguns pratos com o que pareciam ser os pratos favoritos dele e de Iruka além de uma pequena tenda.
— Como? Quem? — foram as únicas coisas que saíram da boca do jounnin e olhou para os seus ninkens que não pareciam surpresos.
“Eles sabiam, esse tempo todo, o dia todo. Me enganaram direitinho. Mas, por quê?”, Kakashi indagava mentalmente.
Antes que pudesse ter seus questionamentos respondidos, pelo canto de olho notou outra pessoa se aproximar, aquela que desejava proporcionar um dia perfeito e inesquecível. Percebeu, com apreciação, os olhos castanhos se arregalarem ao encarar o que tinha a sua frente. O Umino poderia saber o que as amigas e os ninkens fariam, mas não havia visto como ficou. Estava tudo perfeito.
Iruka se aproximou do namorado com o mais belo sorriso, aquele que aquecia o coração do mais velho. Kakashi acolheu o sensei em seus braços, o abraçando co carinho, sendo retribuído da mesma maneira. Sem demora, os lábios se juntaram, mal registrando o momento que a máscara do Hatake foi baixada, era quase automático aquele gesto.
— Você preparou isso? — os dois perguntaram juntos, rindo em seguida.
— Sei que não tenho a ver com isso, mas acredito que meus…. — O prateado iria indicar suas invocações, mas elas haviam desaparecido. — Bem, acho que os responsáveis sumiram.
— Não me importo, isso tá… perfeito — garantiu Iruka.
— Preciso confessar que está melhor do que planejei — a voz de Kakashi saiu baixa, quase um sussurro.
— O que havia planejado, Kashi? Restaurante chique, passeio fora da Vila, presentes exagerados? — brincou o Umino.
— Como sabe?
— Foi apenas um palpite — o mais novo tratou de explicar.
— Sei… você e o bando estavam muito estranhos hoje, sabia?
— Impressão sua, Kashi. Vamos aproveitar essa maravilha, que parece ter sido feito especialmente para nós — o Umino puxou o namorado para perto da mesa, o Hatake mal teve tempo de pegar as sacolas que deixou cair no chão quando abraçou o outro.
Kakashi ficou realmente impressionado com a precisão das comidas e decoração, o local, tudo era do agrado de ambos. O local afastado e sem olhares deixava o Hatake a vontade para deixar a máscara de lado e sem medo de pegar na mão, beijar e abraçar o namorado. O relacionamento deles não era segredo de ninguém em Konoha e até mesmo em algumas aldeias vizinhas. No começo o Hatake tinha medo do que poderiam fazer ao Umino, de usarem ele para poder atingi-lo de alguma maneira, mas Iruka era um shinobi também, sabia se defender e não seria pego tão facilmente. Felizmente, cedeu ao seu coração mais uma vez e não se arrepende. Sabe que as coisas podem e são difíceis com a vida que levam e os perigos que o cercam, mas tenta não se deixar abalar por isso.
Iruka estava fascinado, esperava algo simples, mas Anko, Kurenai e os ninkens haviam se superado em vários sentidos. Nunca seria capaz de agradecê-los o suficiente, se bem que imaginava que a Mitarashi daria um jeito de lhe pedir algo, constrangedor, como forma de agradecimento.
Na pequena mesa havia não apenas a comida favorita dos dois, havia também algumas frutas, doces e salgados, saquê, suco e vinho. Perfeição, apenas isso.
Kakashi fez Iruka sentar-se ao seu lado, pensou em diversas coisas para dizer ao homem, desde as mais piegas e clichês até aquelas que raramente dizia, mas naquele momento pareciam insignificantes e desnecessárias.
Enquanto comiam, Iruka quis saber o que os ninkens haviam aprontado naquele dia e não evitou a risada quando ouviu sobre o restaurante, a loja de doces e a livraria e garantiu que teria mesmo batido no mais velho com o livro que agora repousava no fundo do rio.
Após desfrutarem da refeição, se acomodaram na pequena cabana e o jounin aproveitou aquele momento para entregar os presentes que havia comprado para o namorado.
— Kami! Esses são maravilhosos e realmente caros. O bando deveria ter ficado quieto — declarou Iruka ao ver seus chocolates favoritos e que comprava raras vezes.
— ‘Ruka, como sabia que o bando estava comigo quando comprei isso? — questionou Kakashi.
— Eu te encontrei hoje, esqueceu? Apenas deduzi…
— E como explica eles saberem seus doces favoritos?
— Kashi, sempre falo disso quando tenho chocolate. Por que toda essa desconfiança? — Se o Hatake não tivesse suas suspeitas quanto a todos os eventos daquele dia, teria achado fofo o biquinho que se formou nos lábios do amado.
— Não é desconfiança. É que tudo o que aconteceu hoje foi estranho. A matilha estava estranha. Tenzou estava estranho. Você estava estranho — acusou o mais velho.
— Não estava estranho — rebateu o chunnin rapidamente.
— Iruka, tudo o que queria era um dia perfeito ao teu lado. Queria te proporcionar um encontro maravilhoso, um bom jantar, te presentear e terminar a noite em seus braços. Então, o bando apareceu atrapalhando todos os meus planos. E eles saberem de coisas específicas sobre você também foi um sinal. Na maior parte do tempo eles são distraídos e não prestam atenção em nada e não teriam como saber. Os conheço desde que era uma criança, acredite quando digo que estão escondendo algo.
Iruka não queria admitir que o namorado estava certo, não queria deixá-lo chateado sobre o fato dele saber de tudo e ter sido consultado pelos ninkens sobre o que fazer.
— Okay. Se eles tiverem realmente feito algo, se foram “uma matilha muito fofoqueira”, o resultado foi ruim? O jantar, o encontro, a comida, o local escolhido não foi do seu agrado? Teve algo que não gostou? — Se Kakashi notou o leve pavor na voz do mais novo, não comentou.
— Não, claro que não. Eu só… eu queria algo feito por mim, com minhas escolhas, com o que sei sobre você, sobre o quanto te conheço.
Então, o Umino entendeu. O mascarado queria demonstrar que conhecia o chunnin, seus gostos, que prestava atenção nos detalhes que diziam respeito ao namorado.
— Foi tudo perfeito, meu amor. Mas no próximo ano, me deixe fazer as coisas sozinhos. Combinado? — pediu Kakashi beijando demoradamente a bochecha do mais novo.
O sensei notou que o jounnin havia entendido que a matilha havia falado com ele e pedido detalhes do que gostaria ou esperava daquele dia e que deram um jeito de seguir a risca tudo o que escutou.
— Não está chateado? Comigo ou com a matilha fofoqueira?
— Nenhum pouco, meu amor. Amo muito você…. E o bando — acrescentou ao receber um olhar de repreensão. — E adorei tudo, principalmente você, tão lindo, perfeito, aqui nessa cabana, todo para mim — declarou Kakashi enquanto deitava o namorado sobre as almofadas.
O restante da noite foi regada a muitas carícias, muito amor e declarações que Kakashi nunca pensou que diria ou teria a oportunidade de dizer a alguém em sua vida. Ou ouviria.
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Kakashi acordou na manhã seguinte ouvindo uma movimentação e precisou de alguns instantes para acalmar seus sentidos, lembrando que era apenas Iruka, não um perigo ou uma ameaça.
Abriu lentamente os olhos e encontrou um par de olhos castanhos o olhando com carinho, ao lado de uma bandeja com um café da manhã divino e que não foi feito ali.
— Bom dia, golfinho — cumprimentou Kakashi, retirando o lençol que o cobria e parando por alguns segundos ao notar algo muito peculiar em seus pés.
Iruka seguiu o olhar do prateado, sabendo onde elevaria e tentou muito segurar o riso.
— Isso não estava aí ontem. Não até onde me lembro. Pode me explicar isso, meu querido? — questionou Kakashi tentando se manter sério.
— Bem… é que ontem acabei esquecendo de entregar meu presente. Gostou? Fiz sob encomenda — contou Iruka com animação.
— “Uma matilha fofoqueira”, não é mentira — o Hatake leu o escrito no par de meias que cobriam seus pés, junto a imagens dos seus ninkens espalhados. — Um pouco brega, não acha? — brincou.
— Um pouco, não nego. As meias podem ser bregas, mas isso aqui, não é — entregou o embrulho que fez no dia anterior, sendo aberto rapidamente pelo prateado.
Kakashi encarou o presente por alguns segundos, encarando a capa vermelha com os olhos levemente arregalados. Em suas mãos estava um novo livro de Jiraya, que ele sequer sabia que havia sido escrito, o quarto volume da série Icha-Icha. O Hatake folheou algumas páginas apenas para encontrar a obra autografada e com os dizeres que era a primeira edição, que não havia sido mandada ainda para produção. Talvez, apenas talvez, aquele seria a única cópia de “Icha-Icha Empyrean”
A refeição que havia sido preparada pelos ninkens, com a ajuda de Anko, Kurenai e Yamato seria degustada apenas mais tarde.
Após alguma enrolação e sem muita vontade de deixarem aquele local, Iruka e Kakashi seguiram finalmente para casa, onde a matilha os aguardava ansiosos e sem imaginar que seu invocador tinha uma pequena vingança em mente.
Assim que o mascarado entrou em casa, sua expressão se tornou séria e sombria, quase assustadora e quando chamou os cachorros, nome por nome, a matilha ficou realmente assustada, buscando conforto no olhar de Iruka que apenas desviou o olhar, não querendo ver oito pares de olhos pidões.
O clima tenso permaneceu por alguns minutos. Kakashi não dizia nada além de encarar os ninkens, que mal encaravam aquele único olho visível. Quando Pakkun iria falar algo para quebrar aquele clima, o jounin mostrou as sacolas que estavam escondidas e sorriu, mesmo com a máscara, amigavelmente para os caninos, que suspiraram aliviados. Não seriam mortos, ou mandados de volta a sua dimensão sem direito a retorno.
— Trouxe um agrado para todos, sua refeição favorita e alguns petiscos em agradecimento pelo que fizeram por mim e por Iruka ontem.
Os ninkens uivaram de empolgação, e quase atacaram Kakashi, se ele não tivesse levantado a mão e pedindo atenção do bando novamente.
— Mas… se no próximo ano fizerem isso novamente, irão passar dois meses sob os cuidados de Maito Gai e do Rock Lee. — garantiu Hatake novamente com olhar sombrio.
O bando sabia que aquela ameaça não era vazia, afinal já haviam passado um dia com o shinobi de macacão verde e seu pupilo, não queria repetir a experiência, ainda mais durante dois meses. Como uma timming perfeito, e assustador, Gai apareceu na casa, com Lee ao seu lado, pareciam estar fazendo seus exercícios diários.
— Então terei a agradável companhia dos seus ninkens, rival? Esplêndido! Posso os levar agora? — em um movimento rápido, Gai estava com Pakkun nos braços, que tentava se soltar do braço do jounin sem sucesso, enquanto o restante do bando saiu correndo em disparada para o quarto de Kakashi, numa tentativa de escapar do homem pela janela. Se Iruka ajudou a matilha, ninguém notou.
Apesar da intromissão dos ninkens, aquele havia sido um “Dia dos Namorados” perfeito. O primeiro de muitos, esperava Kakashi.
Se uma matilha muito fofoqueira se intrometeu em outras comemorações e acabou com treinamento exaustivo ao lado de Gai, a culpa era exclusivamente dela. Afinal, foram avisados.