
E ninguém dirá
que é tarde demais
que é, tão diferente assim
do nosso amor
a gente é quem sabe, pequena!
(Los Hermanos - A Gente é quem Sabe)
Madara Uchiha, pela primeira vez em sua vida, se viu em uma situação que nunca esperava.
Durante toda sua vida, dedicou seu tempo único e exclusivamente ao trabalho e agora, após ser praticamente obrigado a se afastar, não sabia o que fazer com o tempo vago. Percebeu que não tinha ideia do que fazer com isso e com a riqueza que havia acumulado.
Levou bons anos para construir seu império, para fazer o nome Uchiha ser reconhecido no meio comercial. Sempre este tão focado em sua carreira que esqueceu, ou apenas não achava importante, construir conexões significativas. Isso incluía o fato de nunca ter casado ou ter tido algum relacionamento duradouro e realizar planos para quando chegasse a hora de parar. Em sua mente, imaginava que morreria em cima da sua mesa de trabalho. Um pensamento mórbido e autodestrutivo, mas que nunca se importou e seu irmão, Izuna, desistiu de fazê-lo mudar de ideia, tanto que se afastou dos negócios da família e, consequentemente, do irmão.
Mas como bom irmão, o caçula dos Uchiha não queria ver o irmão definhar, ainda mais, naquele lugar, por isso durante dos últimos anos lutou com todas as suas forças para afastar o irmão do escritório, o convencendo a deixar tudo com os mais novos. Se ele ameaçou Obito e Itachi para que tudo ficasse bem e que voltaria se eles cometessem um único erro, os mais novos apenas ignoraram, mesmo sabendo que não era uma ameaça vazia.
Agora, Madara se encontrava com abundância de tempo e, diga-se de passagem, dinheiro e simplesmente não sabia o que fazer. Sentia-se perdido e incerto quanto a sua vida dali para frente.
Em busca de um novo começo, de novos ares, o Uchiha decidiu se mudar para um bairro tranquilo na periferia da cidade. Nos primeiros dias, andou pela vizinhança e pelo parque local, tentando descobrir o que faria. No primeiro dia, decidiu que não queria ficar como os “velhos” dali, sentados nas praças, com suas boinas e pantufas jogando dama ou dominó o dia inteiro. Não se rebaixaria a tanto.
No entanto havia algo, ou alguém que atraiu sua curiosidade: seu vizinho. Um homem que aparentava ter sua idade, apesar de agir de forma completamente oposta a de Madara. O homem tinha cabelos longos como o seu, lisos, olhos castanhos que transbordavam alegria, especialmente quando estava na companhia de um jovem muito parecido consigo, talvez fosse neto ou filho. O vizinho era uma alma vibrante e despreocupada e parecia abraçar totalmente sua nova vida e a vivia ao máximo.
Mesmo resignado, sabia que não conseguiria viver daquela forma sozinho, precisava de ajuda ou seu irmão era capaz de contratar alguém para isso e Mada Uchiha não precisava de uma babá ou de preocupar Izuna mais que o necessário. Por isso decidiu se aproximar do vizinho que nem sabia o nome. Esperava que relações pessoais fossem parecidas, minimamente, com relações de negócios.
Madara estava do lado de fora de sua casa, ajustando nervosamente o colarinho enquanto olhava para a casa vizinha, cheia de plantas e flores que sempre via o outro cuidar com dedicação todos os dias. Respirou profundamente mais uma vez antes de percorrer os poucos metros que o levavam a varanda da casa ao lado e hesitou por alguns momentos antes de finalmente bater na porta.
Os segundos seguintes pareciam uma eternidade e quanto o homem de longos cabelos castanhos finalmente abriu a porta, o Uchiha se deparou com um largo sorriso enfeitando o rosto. Os olhos do homem a sua frente brilhavam como sol e seu comportamento exalava uma sensação única, quase como um charme descontraído.
— Ei, você deve ser o novo vizinho! Já te vi algumas vezes, mas não tive a oportunidade de conhecê-lo — o homem exclamou, estendo a mão em saudação.
Madara apertou a mão do outro, um aperto firme e um pouco cauteloso, não era acostumado com tanta simpatia sincera e não forçada pela sua posição.
— Sim, sou eu. Me chamo Madara Uchiha — se apresentou, sua voz mistura com um pouco de nervosismo e uma pitada de formalidade, aquilo fez o outro rir, sentindo a reserva e desconfiança de Madara.
— Prazer em conhecê-lo, Madara. Me chamo Hashirama Senju. Bem-vindo ao bairro. Gostaria de entrar para tomar um chá? — convidou Hashirama, ansioso pela aceitação do outro.
Madara apenas concordou com um aceno, se sentia um pouco perdido e tudo pareceu piorar quando entrou na casa de Hashirama. As plantas não faziam parte apenas do exterior da casa, mas em seu interior também havia uma certa quantia. Notou em um canto uma estante com diversos livros e algumas fotos com o que deveria ser sua família. Havia também alguns prêmios de literatura, fazendo com que Madara percebesse que ambos haviam tido vidas completamente diferentes, além de alguns objetos peculiares, como uma caneca dizendo “Viva a aposentadoria”, e “Melhor avô do mundo”, e um jogo de damas e de cartas. O Uchiha quis rir daquilo, mas apenas bufou e acabou vendido por sua curiosidade quando se sentou no sofá e uma xícara de chá lhe foi entregue.
— Obrigado! Hashirama, não pude deixar de notar como nossos estilos são diferentes, não apenas agora, mas durante toda a vida. Você era professor? — perguntou Madara.
— Sim, lecionei minha vida toda Literatura, era minha paixão. Infelizmente não se ganha muito, mas isso nunca me impediu de viver a vida da melhor maneira que pude. Agora, na aposentadoria, tento não me deixar abater. Pela primeira tenho tempo de fazer o que realmente gosto, por mais simples que seja. — esclareceu Hashirama.
— Você parece abraçar a aposentadoria com tanto… entusiasmo. Como consegue?
Hashirama riu com vontade, seus olhos enrugando nos cantos, com aquela pergunta, não era a primeira que a ouvia.
— Ah, você notou isso, hein? Bem, Madara, a vida é muito curta para ser sério o tempo todo e sempre acreditei em viver cada dia ao máximo e encontrar alegria nas coisas mais simples.
Madara arqueou a sobrancelha intrigado e um pouco perplexo diante daaquele olhar sobre a vida, realmente oposto a si.
— Simplicidade? Esse conceito é estranho para mim. Passei toda a minha vida focado no trabalho e no sucesso, negligenciando os prazeres que vêm com uma existência mais relaxada. — contou o Uchiha.
Hashirama o olhava com curiosidade, querendo entender como aquele homem viveu sua vida sem qualquer pausa. Uma coisa tinha certeza, Madara apenas sobreviveu e mesmo tendo todo dinheiro a sua disposição, pois estava mais que claro que era um homem de posses. Quem sabe, pudesse mostrar o outro lado da vida.
Já Madara, se encontrava desconcertado, querendo saber mais sobre essa simplicidade da vida, e esse foi o principal motivo para ter reunido coragem para se aproximar de Hashirama. Queria saber da vida, mas sentia vergonha em admitir que sua completa falta de conhecimento sobre como vivê-la ao máximo, mas percebeu que precisava de orientação, de alguém disposto a ajudá-lo sem julgá-lo ou condená-lo e Hashirama parecia ser aquela pessoa.
— Pode me ensinar como fazer isso? — Madara foi direto, pegando o outro de surpresa. — Sei que acabamos de nos conhecer, mas se formos sinceros, não temos lá muito tempo para agir de outra forma. Se não puder, entenderei e não lhe perturbarei.
Hashirama quis rir mais uma vez, aquele homem distinto, bem-vestido e eloquente sabia ser bem direto, porém não tinha nenhum conhecimento da vida ser estar por trás de grandes mesas e negócios. Se recostou na poltrona que estava sentado diante do Uchiha, seu sorriso se tornando pensativo, deixando o Uchiha tenso.
— Bem, posso mostrar um lado diferente da vida, um lado cheio de risadas, explorações e conexões e confie em mim, valerá a pena experimentar — garantiu aumentando o sorriso.
Madara suspirou, uma mistura de vulnerabilidade e determinação tomou conta de seus olhos.
— Devo admitir que me sinto um pouco perdido agora que estou “aposentado” — aquela palavra ainda era estranha para o Uchiha. — Tenho tempo e recursos e não sei como aproveitá-los. Sei que pode estar parecendo que estou tentando comprar algo e talvez realmente esteja, não sei agir de outra forma. Por isso preciso de alguém que me ajude, que me ensine a viver de verdade, não quero terminar meus dias sozinho e infeliz como meu pai. — Madara não esperava fazer aquele último comentário, mas simplesmente saiu.
Durante toda a sua vida, foi muito parecido com o pai em certos aspectos, em outros tentou mudar e apesar de nunca ter falado disso abertamente, nem mesmo com Izuna, tinha medo de acabar sozinho, infeliz e sem ter aproveitado, mesmo que minimamente, da vida.
A expressão de Hashirama suavizou, seu entusiasmo se misturando com compaixão diante daquele homem.
— Você deu o primeiro passo e não se preocupe, juntos vamos descobrir os prazeres ocultos da vida que escaparam de você todos esses anos. Vamos saborear os pequenos momentos, criar memorias, viver tudo o que pudermos. Quem sabe não descubra até mesmo o amor — brincou Hashirama e Madara corou com aquele comentário.
— Amor? Acho que isso já demais, nunca o considerei como importante na vida. Tive meus relacionamentos, mas nunca algo que me prendesse o suficiente para formar uma família. Já você, parece ter tido, ou tem — indicou as fotografias.
— Bem, eu tive um amor, minha companheira por mais de vinte anos, infelizmente, ela foi levada muito cedo, mas me deixou duas filhas maravilhosas e agora tenho meus netos. Não me imaginaria sem alguém para compartilhar os momentos bons da vida.
Madara sentiu uma pontada de inveja, não teve filhos, mas tinha sobrinhos, porém nunca foi próximos a eles, nunca participou de suas vidas. Sempre foi… solitário, mas aquilo iria mudar.
— Oh, Madara, você está em uma grande aventura. — os olhos de Hashirama brilharam maliciosamente, rindo em seguida. — Prepare-se para abraçar o desconhecido e se redescobrir.
O Uchiha estava a um passo de mudar sua vida, entretanto, sua mente ainda dizia que era melhor ficar no seu canto e ignorar tudo aquilo. Silenciou aquela voz irritante e decidiu ousar, se não gostasse, poderia desistir e convencer Izuna e os sobrinhos a deixá-los voltar ao trabalho, à sua antiga vida.
𖥸
Aqueles dias que Madara passou observando Hashirama deveria ter dado algumas dicas de como o homem aproveitava a vida, mas parecia que o Uchiha havia optado por ignorar. Se não tivesse feito, quem sabe não teria passado algumas vergonhas.
O Senju era quase uma força da natureza, conhecia a todos e sempre parava para conversar com quem quer que fosse. Fosse alguma senhora da rua, os senhores que jogavam damas, até mesmo alguns jovens que haviam sido seus alunos. Sem falar em seu gosto, ou péssimo gosto segundo Madara, para comida. Isso era o que pensava até pararem, em um dos passeis para aproveitar as coisas simples da vida, em um carrinho que vendia cachorro-quente.
O Uchiha se lembra da risada escandalosa do novo amigo quando contou que nunca havia comido comida de rua e aquela havia se tornado a missão do dia de Hashirama. Agora, se encontravam diante do carrinho de um homem aparentemente mais velho que ambos, com o Uchiha segurando aquele “monstro” em formato de comida, ouvindo o amigo mandando morder logo.
“Como vou morder isso?”, pensava Madara analisando aquele cachorro-quente mais recheado que qualquer coisa. Não deveria ser apenas pão e salsicha? Lembrou-se novamente do Senju dizendo que andava assistindo muitas séries norte-americanas e aquilo lá nem poderia ser chamado de cachorro-quente.
Deu a primeira mordida e pelos deuses, era melhor que muita comida cara que já pagou por aí em sua vida e nas viagens que fez pelo mundo.
— Eita! Olha aí, seu Zé, ganhou novo cliente — provou Hashirama ao constatar a cara de satisfação de Madara.
O tal de seu Zé olhava para o homem surpreso, não acreditando que alguém tão bem-vestido, estava se deliciando com seu simples lanche, enquanto o homem começava a acreditar nas palavras de Hashirama: “Será uma experiência que mudará sua vida!”
Madara não pode deixar de abrir um pequeno sorriso para os outros dois que o observavam.
Aquele era o início de uma jornada de autodescoberta com uma dupla improvável, realizando coisas que jamais haviam previsto e aproveitando cada uma delas.
O Senhu, com seu entusiasmo contagiante, alegremente colocou Madara sob sua proteção, quase sufocando o homem, que não conseguia dizer não para o outro. Madara foi apresentando a prazeres simples que nunca havia conhecido. Saborearam a alegria de comer aquele cachorro-quente simples, saboreando os sabores e a despretensão da experiência.
Exploraram os parques locais, fazendo longas caminhadas e apreciando a beleza da natureza. Hashirama até levou Madara a eventos comunitários, conversando com colegas aposentados e abraçando o senso de companheirismo que nunca sonhou em experimentar.
Os dias se transformavam em semanas e Madara começou a abandonar seu comportamento estoico e se abriu para novas possibilidades. Conheceu mais sobre a família de Hashirama, conheceu até mesmo o jovem que sempre vinha visitá-lo, Iruka, seu neto, que herdou a paixão pela literatura e estava se preparando para começar a lecionar. Ambos eram parecidos em tudo, não apenas na aparência e o Uchiha achava graça quando o amigo tentava parecer jovem, repetindo as gírias do rapaz e o provocando sobre tudo.
Ficou completamente vermelho e cuspiu sua bebida ao ouvir o rapaz dizer que ambos faziam um belo par e deveriam aproveitar a vida. Hashirama praticamente o enxotou e lá, mandando ele ir atrás do namorado dele e o deixar em paz.
A sós, o Senju pediu desculpas, mas Madara, por algum motivo ainda desconhecido por si, não ficou tão ofendido quanto esperava, na verdade até gostou da ideia.
Em meio as aventuras dos dois senhores, Madara descobriu duas novas paixões e vocações que nunca pensou que teria. A pintura e a música.
Passava horas diante das telas no pequeno ateliê que montou em sua casa, criando telas vibrantes que capturavam a essência do seu recém-descoberto entusiasmo pela vida e algumas, que ficavam bem escondidas, desenhou Hashirama e seu sorriso contagiante.
Na música, atreveu a aprender a toca violão, e se encantou, dedilhando melodias simples que enchiam o ar de “charme melancolizo”, como costuma dizer Hashirama. E algumas letras que falavam de amor e uma das canções que mais marcou, foi a que compôs para o Senju, que a chamou de “A Magia do Amor que Nunca Envelhece”, onde um dos versos dizia o seguinte:
Que a juventude possa aprender,
Que o amor não tem idade para se fazer.
Na velhice, um romance pode florescer,
E trazer alegria, mesmo quando se pensava esquecer.
Madara não queria admitir, por medo ou receio, a verdade por trás daquela melodia. Mas em meio a todas as risadas e aventuras, algo inesperado aconteceu; ele se apaixonou.
Ao longo de sua vida, o romance, o amor na sua forma mais pura e simples, nunca havia passado por sua cabeça, mas agora, com seu coração desperto, se sentiu atraído por Hashirama.
Madara não era o único, afinal o Senju também foi pego de surpresa por essas emoções desconhecidas, e ambos lutaram com as complexidades de navegar no amor em seus últimos anos.
Tanto que aquele novo sentimento, deixou ambos em conflito e sem saber como agir na presença do outro. Felizmente, Hashirama tinha alguém para o ajudar e o aconselhar, invertendo os papéis quando o assunto era o coração.
— Vovô, idade é a apenas um número e o amor florescer em qualquer fase da vida. Você amou muito a vovó, ela foi seu primeiro amor, mas Madara pode ser seu futuro e nem diga que seu futuro é breve. Vocês se apoiaram nos momentos de incerteza e vulnerabilidade, abraçaram a perspectiva de encontrar a felicidade juntos e acabaram ganhando algo que não esperava. Ganharam uma nova chance no amor. Aproveite, ninguém vai te julgar, sabe disso, todos nós, queremos sua felicidade. — garantiu Iruka abraçando o mais velho, que naquele momento, apenas chorava, emotivo como sempre.
𖥸
Após a conversa com o neto, Hashirama decidiu dar uma chance ao amor, assim como Madara, não tinham nada a perder naquela altura de suas vidas.
Agora, ambos encontravam sentando em um banco do parque, uma brisa suave brincando com seus cabelos grisalhos, os de Hashirama um pouco mais que os de Madara. As cores vibrantes do outono os cercavam, refletindo o calor de seus corações. Haviam percorrido um longo caminho desde o primeiro encontro, quando Madara apareceu na porta do Senju pedindo ajuda para aprender a viver, e o amor cresceu e se fortaleceu em seus corações a cada dia que passava.
Para surpresa de Hashirama, quem começou a conversa foi o Uchiha. O ouviu respirar fundo e sua voz sair nervosa, porém, determinada.
— Hashirama, experimente tantas coisas ao seu lado, coisas simples que não sabia que me fariam tão bem. Não sabia que passar o dia te ouvindo falar sobre plantas me relaxaria, que jogar dama com os outros me deixaria mais competitivo. Nunca pensei que meus sobrinhos teriam um quadro pintado por mim em sua sala, nem que um grupo de jovens se reuniria para me ouvir cantar melodias melancólicas e outra sobre amor. E é por isso que não posso mais negar a profundidade dos meus sentimentos por você. Apesar da nossa idade, eu quero dar este passo e abraçar o amor completamente. Quero ficar com você até o final dos meus dias. Você será meu, Hashirama?
Os olhos de Hashirama suavizaram, mesmo que estivem úmidos, afinal, o homem ao seu lado nunca foi de dizer tantas coisas como aquelas e um sorriso terno enfeitava seus lábios.
— Mada, meu coração há muito pertence a você. Através de risos e lágrimas, você me mostrou a beleza do amor enquanto eu te mostrava a beleza da vida. Você aprendeu a viver fora de salas e reuniões, aprendeu a amar e fico feliz em saber que te ajudei com isso. Eu ficaria honrado em ser seu, para continuar esta jornada lado a lado, pelo tempo que nos for permitido.
Enquanto suas mãos se entrelaçavam, uma sensação de serenidade os invadiu. Madara sempre viveu de forma disciplinada, rígida e cheia de responsabilidades, mas mas na presença de Hashirama encontrou paz, consolo e liberdade. O amor deles desafiou as expectativas e transcendeu as limitações impostas pela sociedade, afinal sabiam que encontrariam alguns obstáculos a mais, mas tinham apoio de suas família e, o mais importante, tinham um ao outro.
Madara olhou nos olhos castanhos de Hashirama, contemplando as rugas e marcas de expressão que adornavam o belo rosto.
— Nunca imaginei que encontraria tanta alegria e companheirismo nesta fase da vida. Você me mostrou o verdadeiro significado do amor e prometo amá-lo e apoiá-lo com tudo o que sou.
— Podemos ter enfrentado muitos desafios e dúvidas, mas o amor não conhece limites. Juntos, podemos criar um mundo onde a idade não seja uma barreira para a felicidade. Vamos trilhar este caminho de mãos dadas, abraçando as bênçãos que o amor concedeu a nós dois.
Naquele momento sereno, cercados pela sinfonia da natureza e pelo calor de seu amor, Madara e Hashirama selaram seu compromisso com um beijo carinhoso. Foi uma declaração de amor que desafiou as normas da sociedade e provou que o coração não conhece limites, mesmo nos anos dourados da vida.
Quando seus lábios se separaram, compartilharam um sorriso conhecedor, suas almas entrelaçadas em uma dança de amor e companheirismo. Com o apoio e a aceitação um do outro, embarcaram em um novo capítulo, prometendo valorizar e celebrar seu amor todos os dias, independentemente da idade ou de quaisquer obstáculos que surjam em seu caminho.
Aquela declaração emocionou até mesmo as pessoas que estavam passeando por ali. Jovens querendo que seu amor fosse como aquele que demonstraram, que durassem por toda a vida. Outros sorriam e desejavam também encontrar alguém que fizesse seus olhos brilharem como o dos dois senhores.
O amor não tem idade, nem data para acontecer.
Para Madara, sua jornada de um recém-aposentado rico e mal-humorado, que encontrou amor e alegria nas coisas mais simples é uma prova do poder transformador da conexão humana. Com Hashirama, descobriu que a vida não era sobre o acúmulo de riqueza ou realizações, mas sobre abraçar o momento presente e os relacionamentos que traziam a verdadeira realização.
𖥸
Iruka até hoje não sabe como o avô não morreu do coração quando Madara cantou “A Magia do Amor que Nunca Envelhece”, a canção feita para ele há tantos anos, que agora é simbolo de todo e qualquer amor que surja nos Uchihas e Senjus. A canção que se tornou simbolo de um amor que não se importou com a idade que surgiu. Amor que floresceu e se tornou inspiração.
Na doce brisa da terceira idade,
Um coração ressurge com vontade.
Anos passados, vidas vividas,
Mas o amor não se perde, apenas adormecidas.
Nos olhos cansados, um novo brilho desperta,
Descobrindo a beleza que a vida encerra.
Do passado, aprendizados e saudades,
No presente, o amor floresce, sem limites ou idades.
Num abraço terno, duas almas se encontram,
Desafiando o tempo, o amor as envolvem.
As rugas que contam histórias de vida,
Agora são traços da felicidade compartilhada.
No calor dos gestos, no toque suave,
O amor se renova, não tem prazo nem chave.
A cada dia, uma nova descoberta,
Na terceira idade, o amor não se ofusca, só desperta.
E assim, caminham lado a lado,
Dois corações quebrando o passado.
Juntos, desvendam um mundo de emoções,
Reaprendem a amar, nas belas canções.
Que a juventude possa aprender,
Que o amor não tem idade para se fazer.
Na velhice, um romance pode florescer,
E trazer alegria, mesmo quando se pensava esquecer.
Que o exemplo desses corações unidos,
Inspire outros a amar, sem medos contidos.
Pois o amor é eterno, em todas as idades,
Na terceira idade, ele se faz presente, nas felicidades.