Graxas e Tintas

Naruto (Anime & Manga)
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Graxas e Tintas
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Summary
Na vasta e movimentada metrópole de Konoha, onde tribos urbanas disputam espaço e influência, duas almas de mundos completamente diferentes se cruzam. Em meio ao ronco de motores e à liberdade das estradas, telas, pincéis e muita tinta, eles descobrem que as engrenagens do destino têm seus próprios planos.Tobidei Week| Dia 05 | 17 de outubro: Tribos Urbanas ~ Motocicletas
Note
Chegando com o quinto dia da Tobidei Week 2024Universo alternativo, com Deidara um artista, claro, e Obito um motoqueiro.Só amor hoje...Boa leitura!

Ele era tudo o que eu não sabia que precisava – livre como o vento, indomável como o asfalto.

 

 

Na vasta e movimentada metrópole de Konoha, onde tribos urbanas dominam a paisagem e a convivência parece uma batalha silenciosa, duas almas de mundos completamente distintos se cruzam. O ronco dos motores reverbera pelas ruas, competindo com o burburinho criativo dos bairros artísticos. Nesse caos organizado, um motoqueiro, líder de uma tribo de motoqueiros e um artista apaixonado por arte de rua, iniciam uma jornada que vai desafiar o que todos acham ser “normal”. Apenas ainda não sabem disso.

Obito Uchiha, um jovem de 23 anos, com sua inseparável jaqueta de couro surrada e cicatrizes visíveis em seu rosto, que contam uma história trágica, mas que não tirou seu sonho ou sua paixão, lidera a tribo “Motoqueiros Kamui”. Desde que herdou a moto de seu pai, o espírito de liberdade e a adrenalina das estradas tornaram-se parte dele. 

A sua companheira de longa data, era considerada um clássico, considerada poderosa e carregada de simbolismo. A sua Harley-Davidson Fat Boy, é um ícone das estradas com uma mistura de estilo vintage e potência moderna, além de um design robusto e imponente, com uma estrutura larga e forte que simbolizaria o legado de Madara Uchiha, o criador da “gangue”. A herança de Obito não está ligada apenas ao visual clássico e agressivo da moto, mas também à tradição dos Kamui, que valorizam lealdade, força e respeito. A Fat Boy seria uma extensão da própria presença de Obito, uma moto que impõe respeito, mas, ao mesmo tempo, carrega uma sensação de liberdade e rebeldia — algo que ele herdou de Madara, para desespero do outro pai, que nada poderia fazer.

A moto era uma relíquia de família, passada de geração em geração, com pequenos detalhes personalizados por Madara ao longo do tempo, como peças cromadas ou insígnias gravadas no metal. Para Obito, não seria apenas um meio de transporte, mas um símbolo de sua ligação com o passado e da responsabilidade de continuar o legado de seu pai.

Os Kamui eram respeitados por sua habilidade em dominar a cidade em suas motos, uma fraternidade onde os laços eram construídos na lealdade e nas aventuras noturnas. No entanto, Obito carregava algo mais dentro de si — uma vontade de escapar da dureza de seu próprio mundo, de encontrar um sentido além das rodas e do asfalto.

Como diziam os amigos mais próximos, ele queria se apegar a algo que não fosse feito de metal nem o deixasse sujo de graxa. Ele queria um amor.

No mundo oposto de Obito, vivendo uma vida completamente diferente, quase em um universo paralelo, estava Deidara Namikaze. O jovem também fazia parte de uma tribo, algo quase alternativo. A Katsu’s era um grupo de artista e boêmios. O jovem havia acabado de completar vinte anos e era um estudante de design e amante de arte de rua. Ele respira e transpira cores e vivia imerso na explosão criativa que cobria os muros da cidade. 

A paixão de Deidara pelas artes veio de uma figura marcante em sua infância, sua avô Mito, mãe de Kushina, sua mãe. A mulher era uma artista talentosa e excêntrica que o introduziu a diversas formas de expressão criativa. Ela foi uma escultora fenomenal e também se aventurava na pintura e era muito conhecida em sua comunidade, alguém que sempre o incentivou a ver o mundo com um olhar diferente, a buscar a beleza até nas coisas que parecem caóticas e imprevisíveis.

Mito o levava a exposições, museus e oficinas de arte desde muito jovem, o encorajando a experimentar, a misturar materiais e técnicas, sem nunca se prender às convenções. Quando fazia esculturas, ao invés de criar peças que seguiam padrões, ela fazia peças abstratas que desafiavam o conceito de forma e equilíbrio — algo que Deidara assimilou profundamente.

Essa abordagem única e irreverente da arte que moldou a visão de Deidara. Com sua avó, ele aprendeu a ver a criação como uma explosão de ideias e sentimentos, algo que deveria provocar emoção, mesmo que fosse desconfortável ou ousado. A influência dela foi o que o levou a escolher o design como carreira, para explorar como as cores, formas e estilos podem criar impacto visual, desafiando as normas estéticas tradicionais.

Essa ligação emocional com sua avó e a liberdade criativa que ela lhe ensinou é o que moldou a visão artística do rapaz e o fez buscar alguém que compreendesse essa necessidade de expressar o que as palavras não conseguem transmitir. Por isso, Deidara acreditava que a vida era sua tela em branco, pronta para ser preenchida com ideias que desafiavam o comum. 

Ele sempre foi fascinado por quem ousava viver à margem das expectativas, o que o levou a nutrir uma curiosidade sobre os motoqueiros que, para ele, personificavam a liberdade em sua forma mais crua. Para desespero do seu pai Minato, que via aqueles motoqueiros como selvagens e sem um pingo de educação e que levariam seu filho para o lado obscuro do mundo. 

Em uma noite, em um bairro alternativo, as duas tribos colidiram. Enquanto os Kamui faziam suas acrobacias pelas ruas estreitas, o grupo de Deidara assistia da calçada de um pequeno pub misturado com bistrô. A diferença entre eles era gritante, ambos com estilos marcantes, que refletiam não apenas suas personalidades e visões do mundo, mas também seus ambientes e culturas.

Os Kamuis ostentava um estilo robusto e imponente, fortemente influenciados pelas culturas das estradas e do espírito de liberdade. Eles valorizam a praticidade e a durabilidade, mas sem abrir mão de uma estética que transmita força e confiança. E isso eles exalavam por toda a parte. Com suas jaquetas de couro, calças jeans resistentes, mas visualmente gastas pelo desgaste natural de quem vive nas estradas. Botas de couro e acessórios como os clássicos óculos de aviador. 

Já os artistas, chamados de boêmios pela maioria, por outro lado, têm uma abordagem mais artística e despreocupada, refletindo uma vida mais criativa, livre e exploratória. Eles se expressam pela moda de forma descomplicada, mas sempre original, com influências que vão do vintage ao contemporâneo.

As roupas são sempre leves e fluidas, com cores vibrantes e acessórios que vão de colar artesanais, brincos de penas, pulseiras coloridas, geralmente feitos a mãos. Nos pés, sapatos mais casuais como sandálias de couro ou tênis estilo vintage. 

Enquanto os motoqueiros são mais reservados e focados na praticidade, os boêmios buscam a autoexpressão e a individualidade. Essas diferenças visuais são a personificação dos diferentes estilos de vida e valores de cada grupo, reforçando a ideia de que eles pertencem a mundos opostos. Especialmente quando estão lado a lado. 

Deidara encarava os recém-chegados com admiração, especialmente o que parecia ser o líder deles. Ele estava no meio da multidão, olhar intenso, como se analisasse tudo ao seu redor e algo despertou no loiro. Talvez fosse o ar de mistério que rondava o motoqueiro, ou o contraste entre o perigo que ele emanava e a solidão disfarçada em seu olhar.

Obito sentiu um olhar sobre si passando a procurar a origem e quando se deparou com olhos azuis como o céu, cabelos loiros como raios de sol e uma leveza que nunca sentiu, e foi como um estalo. Deidara não podia evitar um sorriso provocativo, um gesto pequeno, mas cheio de significado. Ele estava intrigado, e aquilo foi o suficiente para despertar a curiosidade do líder dos Kamui.

O rapaz notou o olhar audacioso do loiro e sem hesitar, caminhou em direção ao grupo do jovem artista. Os boêmios olhavam com desconfiança e surpresa, mas Deidara, sem perder a compostura, levantou-se da mesa antes que os amigos pudessem dizer qualquer coisa.

— Gostou da moto? — Obito perguntou com um sorriso torto, os olhos escuros analisando a todos sem esconder o que fazia.

Deidara, sem se intimidar, deu de ombros, com um olhar calculado e um sorriso divertido no canto dos lábios. 

— Ela é linda, hm. Mas não combina muito com esse lugar, não acha?

Obito arqueou uma sobrancelha, cruzando os braços e analisando o jovem à sua frente. A maioria das pessoas recuaria diante da sua presença, mas não aquele rapaz. 

— Talvez. Mas o que você sabe sobre motos?

Deidara riu suavemente. 

— Sobre motos? Quase nada. Mas sobre arte… tudo o que importa é o impacto que ela causa. E a sua moto causou um impacto, com certeza.

O comentário intrigou Obito. Ele não era do tipo que se impressionava facilmente, mas havia algo na forma despretensiosa de Deidara, na maneira como ele falava de arte com tanta paixão. 

— Impacto, hein? E o que você faz, então, para causar impacto?

— Faço o que me inspira — Deidara respondeu, seus olhos brilhando com entusiasmo. — Desenho, pinto, misturo estilos. Eu transformo o caos em arte, hm. “E você me parece o próprio caos”, pensou.

Obito ficou em silêncio por um momento, considerando as palavras do rapaz. Aquele contraste entre o caos e a arte o fez pensar sobre sua própria vida nas estradas, sempre à beira da desordem, mas também cheia de uma liberdade crua. 

— Isso soa como algo que eu poderia entender.

Deidara sorriu, dessa vez mais sincero. 

— Você deveria tentar então. Quem sabe, hm? Talvez você tenha um artista dentro de você. — Ele falou aquilo como uma provocação, mas com um fundo de verdade que fez Obito refletir.

— Não sou muito de arte, mas quem sabe você me ensine um pouco — Obito respondeu, surpreendendo-se com as próprias palavras. Ele não costumava se abrir para estranhos, mas algo na confiança descontraída de Deidara o fazia querer saber mais.

Com essa troca inicial de provocações amistosas, a tensão entre os dois começou a se dissipar, dando lugar a uma curiosidade crescente e àquela conexão inexplicável. Obito, sem saber ao certo o que estava acontecendo, acabou cedendo à ideia de conhecer mais sobre o mundo de Deidara, e Deidara, por sua vez, sentiu-se atraído pelo lado forte e misterioso de Obito.

Após a primeira conversa rápida, marcada por mais provocações leves e um jogo de interesses opostos, os dois acabaram se sentando em uma mesa sozinhos, deixando ambos grupos de amigos chocados com aquilo. Não apenas eles, mas a todos que estava ali. Era como ver dois mundos prestes a se colidir, mas que de alguma forma, gravitavam um ao lado do outro, numa dança coreografada. A curiosidade de Deidara por algo que ele não entendia — a vida nas estradas — o empurrou em direção a Obito, enquanto a intensidade e a confiança de Obito despertaram algo no artista que ele não conseguia ignorar. Assim, mesmo com mundos tão diferentes, a interação plantou a semente de uma conexão que só cresceria com o tempo.

Como esperado por duas “almas” que se conectam, os dois começaram a se encontrar mais vezes. Deidara era movido por uma necessidade de entender o mundo dos Kamui, a paixão pelo perigo, a adrenalina que corria em suas veias e que parecia os mover, enquanto seu maior perigo era derrubar uma escultura ou tinta em alguma tela. Ele encontrou o motoqueiro algumas vezes à noite, sozinhos, com o capacete debaixo do braço e o olhar perdido no horizonte da cidade. Cada encontro parecia mais eletrizante que o anterior, como se a energia das ruas os esperasse cada vez mais um para o outro

Obito, por sua vez, não pôde ignorar o fascínio de Deidara por sua “liberdade” e achava que ele era apenas mais um alternativo curioso. Mas o jovem artista não desistia e o mais importante, não se intimidava com os perigos que envolvia a vida dos Kamui. Ao contrário, o loiro parecia se sentir ainda mais vivo na presença do caos das motos, como se aquelas corridas e rachas fossem pinceladas em sua própria arte. 

Com o tempo, os dois começaram a se encontrar com mais frequência, explorando os limites de suas diferenças. Obito contava sobre suas viagens e até o chamou para passeios noturnos em sua moto, mas Deidara sempre recusava, não iria admitir, mas tinha certo medo daquelas máquinas. E, em troca, o líder dos Kamui descobria mais sobre a beleza nas expressões artísticas de Deidara — murais vibrantes que contavam histórias, roupas desenhadas com ousadia e, mais do que tudo, a paixão que ele colocava em cada projeto. Havia algo nas mãos de Deidara, sujas de tinta, que tocava o lado oculto de Obito.

— Deidara, quero te levar num lugar… — começou Obito, um pouco nervoso, atraindo a curiosidade do artista, pois para ele, o motoqueiro era a pessoa mais segura de si que já havia conhecido.

— Está nervoso? — provocou o loiro, empurrando o ombro do maior.

— Um pouco — admitiu. — Você me deixa assim. Você faz com que perca toda a minha segurança. Tenho que pensa no que vou dizer para não sair nada grosseiro ou que pareça mal-educado.

— Sabe que não ligo, né? Gosto de você do jeitinho que é. Um pouco bruto, sim, mas nunca foi rude comigo, nem com aqueles que estão ao seu lado, ou seus amigos da Kamui.

— Então quer dizer que o artista gosta do motoqueiro bad boy?

— Não me faça mudar de ideia, hm! — Deidara tentava esconder a vergonha por dizer que gostava do outro, mesmo sendo verdade. — Diga logo onde quer me levar…

— Lá no mirante… sei que é clichê e que só vão casais lá… mas eu gosto de lá, especialmente uma parte um pouco mais afastada, acontece que a vista de lá é incrível.

Mesmo morando a vida toda em Konoha, Deidara nunca havia ido até lá. Talvez por não ter uma companhia romântica ou por receio, ou por simplesmente não ser um local que desejava conhecer, não sabia exatamente. Mas agora, naquele momento, desejava muito ir até o local, tinha apenas um detalhe…

— Como vamos até lá? — a pergunta era retórica, pois sabia exatamente como.

— Vamos na minha Harley-Davidson Fat Boy, ué — mostrou um capacete que parecia ter sido feito especialmente para Deidara. Era preto, como o de Obito, mas tinha alguns desenhos de tintas, pincéis, esculturas, além do nome, da forma como ele assinava seu trabalho.

— Como? Por quê?

— Um presente que espero que aceite. Mandei fazer especialmente para ti. Espero que sirva.

O artista pegou o objeto, sentindo uma emoção por ver sua personalidade estampada ali. Céus, ele amou e queria beijar o Uchiha naquele momento. Não o fez, apenas o abraçou, sentindo o cheiro de perfume que o fazia suspirar e o calor daquele corpo maior que o seu. Fechou os olhos ao sentir um beijo ser depositado em seus cabelos. Ele morreria quando chegasse em casa com aquilo, mas morreria feliz.

— Sei que tem um pouco de medo de motos, mas prometo que não farei nenhuma loucura, não quero estragar sua primeira experiência. Confia em mim? — pediu ainda mantendo Deidara em seus braços.

— Confio…

— Pegue — entregou a jaqueta preta que usava, com o nome da sua gangue de motoqueiros estampado nas costas. Deidara negou, mas teve ela colocada em si, mesmo assim. — Fará frio enquanto andamos e você não é acostumado. Vai congelar.

Deidara quis responder, mas teve seus sentidos entorpecidos ao ser envolvido pela fragrância vinda da peça. Obito deu um sorriso presunçoso pela pequena vitória e por ver o artista quase suspirar com seu perfume.

Se afastaram e ambos colocaram seus capacetes. Obito montou em sua moto e ajudou Deidara a subir. Rindo um pouco da forma desastrosa que fez aquilo, sendo repreendido por um leve tapa em seu ombro. O motoqueiro puxou as mãos do artista para frente, para que o abraçasse e se sentisse seguro. Sentiu os capacetes baterem, sabia que aquilo aconteceria, pois o outro não tinha nenhuma experiencia em como se portar em cima daquele veiculo. Quando sentiu que sua companhia estava pronta, acelerou, indo em direção ao mirante.

Nos primeiros minutos, Obito sentiu Deidara tenso, mas logo ele pareceu se soltar, ficando mais confiante e tentando se manter firme, mesmo que ainda o abraçasse com força em alguns momentos. Deu mais voltas que o necessário apenas para poderem ficar daquela forma mais um pouco.

Depois de uma longa e emocionante primeira volta na moto de Obito, Deidara sentia a adrenalina ainda correndo por suas veias. O vento, a velocidade e a sensação de liberdade o haviam deixado sem palavras. Ele nunca imaginou que o barulho dos motores e o ambiente que tanto contrastava com sua vida pudesse ser tão fascinante.

Finalmente chegaram no mirante no alto de uma colina que dava vista para a cidade inteira. As luzes lá embaixo brilhavam como estrelas, e o silêncio do topo da colina contrastava com o caos urbano. Obito desligou o motor e retirou o capacete, sacudindo os cabelos bagunçados pelo vento, enquanto Deidara fazia o mesmo, ainda um pouco desorientado pela intensidade da viagem. Apenas aquele sorriso fazia tudo ter valido a pena para o rapaz de fios negros.

Obito os levou até uma parte mais afastada do ponto principal e logo Deidara entendeu porque ali era vazio. Não havia grade de proteção, nada, o que tornava o local extremamente perigoso. Combinava com o estilo do outro

— Não imaginei que seria tão… incrível — Deidara murmurou, um sorriso cheio de excitação nos lábios. Ele olhou para Obito, que estava de costas, olhando para o horizonte.

Obito deu um meio sorriso, aquele jeito relaxado que parecia natural para ele, como se tudo no mundo fosse um desafio que ele podia vencer. 

— Sabia que você ia gostar. A estrada tem uma maneira única de fazer isso.

Deidara se aproximou lentamente, ainda sentindo o corpo vibrar pela sensação da moto, o calor da jaqueta de Obito agora em seus ombros, envolvendo-o com o cheiro do couro e o perfume discreto do motoqueiro. Ele ficaria viciado naquilo. 

— Eu nunca pensei que algo assim pudesse me conquistar.

Obito virou-se para ele, seus olhos fixos nos de Deidara, mais intensos do que nunca. A proximidade entre eles parecia natural, como se o vento e o mundo ao redor conspirassem para uni-los naquele momento.

— Tem muito mais do que você imagina, se você quiser ver — disse Obito, sua voz baixa, quase um sussurro, carregada de algo mais do que apenas palavras.

Deidara deu um passo à frente, sem se preocupar em medir as consequências.

— Então, me mostre.

Por um momento, o mundo parou. O silêncio envolveu o mirante enquanto eles se encaravam. E, antes que pudesse pensar duas vezes, Obito se inclinou, encurtando a distância entre eles. Seus lábios encontraram com os de Deidara com uma intensidade que misturava todos os sentimentos — a liberdade da estrada, a adrenalina, a curiosidade, e algo mais profundo que nem mesmo eles entendiam naquele momento.

Deidara, ficou surpreso no primeiro momento, mas logo fechou os olhos e se entregou ao momento. O beijo era quente, firme e envolvente, como a própria presença de Obito. O Uchiha o puxou pela jaqueta de couro para mais para perto, fazendo o menor sentir o calor de seu corpo. Uma das mãos de Obito seguraram suavemente sua cintura, ancorando-os naquele instante, enquanto o vento soprava ao redor, sem importância.

Quando se separaram, ambos respiraram fundo, como se a intensidade os tivesse deixado sem fôlego. Deidara deu um meio sorriso, mordendo o lábio inferior de leve. 

— Isso foi… melhor do que eu esperava, hm.

— Foi mesmo e só para constar… eu também gosto muito de você.