
Dormir ao lado de quem se ama, aconchegar-se nos braços quentes após um dia cansativo ou depois de se amarem como se o mundo fosse acabar, era uma maravilha, o sonho de muitos. Porém, existem alguns contratempos que surgem com o tempo, durante a convivência. Hábitos que precisam aprender a lidar para evitar brigas, como, por exemplo, qual lado da cama cada um prefere, como gostam de dormir —essa que, para Tobirama, foi a melhor surpresa, afinal, ver Izuna dormir apenas com uma boxer e uma camisa certamente era sua perdição — até mesmo quem será a concha menor quando dormem de conchinha.
Porém, não era nada daquilo que vinha tirando o sono do Senju, e sim, os cabelos do seu amado. Não que ele não amasse os longos cabelos de Izuna, de os segurar com força, de os pentear e passar as mãos por eles em um carícia. Não. Seu único problema era tê-los em sua cara todo dia quando acordava. Tinha certeza que engolia alguns fios durante a noite.
Ah, e não poderia esquecer, Izuna Uchiha era um ladrão de cobertas de primeira. Suas noites se resumiam a tirar cabelos do rosto e tentar se esquentar sem coberta. Pelo menos tentava dormir, mas vinha se tornando uma tarefa impossível.
E o pior era ver o bendito com um sorriso tão lindo no rosto que quase o fazia esquecer da péssima noite de sono, e nem conseguir descontar sua frustração. Por que tinha que amar aquele Uchiha e seus belos cabelos presos em coque pela manhã? Ou quando fazia uma trança?
— Está tudo bem, Tobi? — perguntou inocentemente, beijando brevemente o namorado mau-humorado de sempre.
— Está, sim, Izu. Você tá lindo…
“Mas à noite vou cortar seu cabelo e arrumar outro cobertor”, completou mentalmente, mesmo que nunca fosse fazer aquilo realmente.