𝓓𝓮𝓼𝓮𝓷𝓬𝓸𝓷𝓽𝓻𝓸𝓼

Naruto (Anime & Manga) Boruto (Anime & Manga)
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𝓓𝓮𝓼𝓮𝓷𝓬𝓸𝓷𝓽𝓻𝓸𝓼
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Summary
Hinata retorna finalmente a Konohagakure após uma missão misteriosa. Seus planos de confrontar Naruto logo são desmoronados levando a acontecimentos que já haviam sido traçados antes mesmo de seu retorno.Naruto aproveita o momento para focar em seus estudos e estreitar ainda mais o relacionamento com seus amigos, exceto alguém que parece estar cada vez mais longe de seus olhos.Essa história criada a partir de cenas nascidas da mais pura necessidade de criar um cenário diferente para NaruHina se passa após dois anos da quarta guerra ninja, nessa realidade The Last não aconteceu.[ NaruHina | Universo Original ]
Note
Olá pessoal! É com muito entusiasmo que compartilho minha primeira fanfic de NAruHina com vocês. Peço que mantenham a mente aberta com o rumo desta história e que entendam que apesar de se basear no cenário original de Naruto mudei algumas coisas e ordens cronológicas como a minha mente livre me solicitou enquanto redigia esse emaranhado de flashs que resultou nessa história. A ideia de escrever surgiu após ler tantas histórias maravilhosas, e me sentir inspirada em algo que me permitisse ser criativa.╔╦══• ✠•ೋ†ೋ•✠ •══╦╗Retorno: Regresso no espaço ou no tempo.╚╩══• ✠•ೋ†ೋ•✠ •══╩╝
All Chapters Forward

Confluência

"Em sua história de amor 
Sua história de amor

 Pegue minha mão, me prometa que tudo vai ficar bem 
Me abrace bem forte, ainda estou sonhando, sim 
Sim, eu quero ficar, porém, não sei mais como amar 
Fui muito estúpido, por favor, pare 
Pare, eu sinto tanto, não 
Não queria causar tudo isso "

Love Story - Indila 

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Quando adentrou a sala do Hokage não era bem aquele tipo de missão que esperava receber, o seu desejo era apenas permanecer longe da vila por alguns dias. Se sentia confusa, e na noite anterior quase cometeu uma atitude que agora parecia errada e estranha. Entregar o trabalho tricotado com tanto esmero para Naruto como uma forma de desculpas não parecia certo, ainda mais na presença da namorada dele.  

Ao retornar aos muros do clã após o encontro na churrascaria, seu pai estava sentado confortavelmente em uma das poltronas no hall de entrada, aguardando pacientemente o seu retorno, e foi ele que insinuou que as vezes precisamos nos afastar daquilo que nos machuca. Ela não havia notado que Hiashi estava ciente do que acontecia, e a ternura que ele ofertou naquele momento não era visto com frequência. As palavras do líder foi o empurrão que precisava para solicitar um afastamento provisório. O abraço que permitiu receber trouxe conforto e segurança. Agora corria sobre as árvores ao lado de Sai, se sentia livre e menos pesada conforme se afastavam da vila. 

O dia estava quente e com poucas nuvens acima, por isso preferiram correr entre as árvores do que nas confortáveis aves criadas pela caricatura da super besta. Tudo fora explicado da forma mais objetiva possível, a primeira parte da missão era apenas entregar um comunicado, a segunda parte consistia em escoltarem a família do Senhor Feudal do País do Fogo até Konoha para a posse de Kakashi - Sensei. Hinata não estava preocupada, era uma missão de nível C, nada demais para ela e seu parceiro de jornada. 

- Logo estaremos em Kumogakure. - ela foi dispersada de seus devaneios com a observação de Sai. Sem esforço o acompanhou com afinco. 

Estavam nos portões do país do trovão quando iniciarem a busca pelo Uchiha. Felizmente não estavam enfrentando as condições nubladas e tempestuosas da região montanhosa, o dia estava agradável com um sol tímido que se escondia entre as grossas nuvens cinzentas. Entravam em estabelecimentos com estrutura questionável, edifícios construídos em cavernas, em todo tempo eles vasculhavam com a ajuda de seu doujutsu atentos a qualquer movimentação estranha. De uma coisa ela sabia: ele não aliviaria o trabalho deles.  

 - Droga... - Sai bufou cansado após completarem duas horas e meia de sua partida de Konoha. 

- Me pergunto onde ele poderia estar ... talvez longe de toda essa agitação. Kakashi foi taxativo ao dizer que já o havia informado, então não estaria por aqui afinal.  

As ruas estavam alaranjadas pela chegada do final da tarde, algumas crianças eram chamadas por suas famílias para entrarem e encerrarem a brincadeira. Quando um grupo delas passou por Sai ele sorriu de forma estranha, e aos gritinhos todas correram. Hinata gargalhou da cena, como hão fazia há alguns dias.  

- Elas não parecem gostar de estrangeiros ... - o ex membro da organização Root deu de ombros começando a rir com ela. 

- Acho que só se assustaram com sua forma de sorrir... - ela agora mantinha a mão na boca enquanto tentava conter sua gargalhada. Sai se entregou ao riso completamente, colocando as mãos na cintura e jogando a cabeça para trás.  

O momento de descontração foi interrompido por algo que modificou o ambiente, como um vento que troca de direção repentinamente, Hinata ficou rígida ativando seu byakugan enquanto Sai observava por cima de sua cabeça. Do lado esquerdo ela viu uma figura parecendo um corvo, foi apenas um relance quando o espectro se impulsionou em direção a intensa vegetação.  

- Vamos – Disseram em uníssono. 

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"A vida era tão injusta e complicada."

Foi essa sensação deixada por Kakashi que não deu ouvidos aos apelos de Naruto, quando, suplicante solicitou ir atrás de Hinata e Sai. O sensei tinha um jeito estranho de fazer as coisas. Era óbvio que Sasuke não acataria o pedido. Não havia ninguém melhor do que ele para lidar com o taciturno Uchiha.  Após vários minutos gritando e gesticulando na sala do Sexto foi Shikamaru que recebeu a missão de o retirá-lo do local.  

Bufando e notoriamente cansado com a sua teimosia, o colega de estudo o prendeu na parede de frente a porta fechada e trancada do escritório, em uma tentativa de fazer com que ele se afastasse da madeira que não teve alívio com suas batidas. 

- NARUTO! - O Nara gritou enfurecido com ele que se debatia. - Você é um shinobi não uma criancinha mimada. Chega disso! 

- Você não entende ... Onde que mandar aqueles dois atrás do Sasuke é uma boa ideia? - a frustração e descrença em sua voz era evidente. 

- Não interessa se foi uma boa ideia, foi uma ordem do Hokage. 

- Cara... eu só... porra! - Naruto empurrou o colega ainda enfurecido. 

Permaneceu com os olhos fechados respirando como um animal enjaulado, até se acalmar. Não fazia o menor sentido dar uma missão como aquela para Hinata, não pelo baixo nível, mas por se tratar de uma que envolvia seu rival.  

“O que estava passando pela cabeça do Hokage? “  

Sua mente dava voltas tentando entender aquela situação. O ninja de cabelos pretos espetados colocou as mãos nos bolsos, totalmente desconfortável em ter dado aquela bronca no amigo, ele parecia mais entediado do que chateado, de qualquer forma. 

- Acho que toda essa impaciência se deve ao fato da Hinata ter sido escolhida para acompanhar o Sai? 

Os olhos de Naruto tremeluziram ao ouvir a análise. Colocada daquela forma tão simples, sendo dita quase como se fosse a coisa mais óbvia, pareceu uma grande besteira.  

"Mas será que era por isso? "

- Shikamaru, sinceramente, parece que você... 

- Iria dizer que eu não entendo... certo? - Sem esperar resposta continuou. - Cara talvez eu veja mais do que você mesmo, o que posso dizer... - Ele afundou mais as mãos nos bolsos da calça relaxando a postura. 

- Se você sabe tanto, porque não explica de uma vez? - Naruto estava ficando cansado daquela conversa, sempre que podia o Nara parecia fazer questão em falar em códigos e charadas.  

- Porque não tenho nada a ver com isso... 

- Beleza. - Naruto se virou fazendo um estampido contra o piso do andar, ele agora estava com dor de cabeça e extenuado.  

Primeiro Hinata saiu em uma missão sem se despedir dele, sendo obrigado a descobrir em uma ocasião em que conversava com Shino sobre sua preparação para professor, onde contava alegre como estava ansioso para a companheira de equipe retornar e contar a decisão para ela. Ninguém parecia saber qual missão era, nem quanto tempo se estenderia, cinco meses e vinte e três dias, a contar da data aproximada informada pelo Aburame.  

"Sim, ele contou, estava curioso e queria perguntar para a amiga do que se tratava. "

Ela retornou sem avisar e na primeira oportunidade que teve a viu acompanhada do irritante Inuzuka. Ele não pensou duas vezes quando a viu correndo na noite escura, ele queria falar com ela, saber as novidades, mas tudo desandou tão rápido. Os olhos molhados dela dizendo que as lágrimas não eram causadas pelo par naquela noite, e depois agindo com veemência ao seu toque e oferta de conforto. Não conseguia entender toda aquela situação, ela parecia estar o evitando... e a noite na churrascaria, ele demorou para retornar, perdendo mais uma oportunidade de conversar com a jovem de olhos perolados.  

Se ele não tivesse demorado pensando naquelas lembranças que o deixavam abalado, se Sakura não tivesse tão triste ao ponto de beber... se ele pudesse compreender o que se passava verdadeiramente por trás daquela postura tão gentil e educada que Hinata mantinha. Aquele incômodo entre os dois teria que ser resolvido. Isso estava decidido. Sua cabeça latejava, a postura sempre ereta agora estava caída e desleixada. Sentia-se exaurido, ele nem sabia que analisar as coisas tantas vezes era tão pertubador.  

“Coitado do Shikamaru .” Refletiu em meio a um sorriso triste.  

Caminhando pesadamente ao tentar se distanciar, foi pego totalmente de surpresa quando a voz do Nara cortou o silencioso andar do Hokage , revelando uma informação como se fosse algo trivial.  

- Sabe Naruto.... foi a própria Hinata que pediu a missão ao Kakashi. 

Ele não ousou olhar para trás, apenas seguiu de volta ao apartamento. 

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A cerimônia de inauguração do novo Hokage, evento significativo que marcaria a transição de liderança na vila oculta da Folha,  havia se aproximado com rapidez. Ele tinha recebido cartas de Kakashi-sensei solicitando sua presença, entretanto não sentia que devesse ir e sinceramente não estava afim de reencontrar alguns rostos. A decepção e julgamento sempre presentes, era algo que evitaria o quanto fosse possível.

Estava cansado daquela merda.  

"Enviar ninjas da folha para entregar uma nova convocação?  "

Aquilo era exagerado e extravagante. Ainda mais a irritante da Hyuuga e o tal Sai estranho. Ele estava com raiva e surpreso de uma forma negativa.  

Percebeu a presença dos forasteiros assim que saia de um dos estaleiros mequetrefes que sempre frequentava com o intuito de passar despercebido. Vendo a kunoichi soube que precisava se esconder melhor, o alcance do byakugan dela era o melhor do clã. Permaneceu afastado até que a tarde caiu, e precisou buscar os suprimentos que havia solicitado mais cedo. Não queria retornar para não correr o risco de ser percebido, mas fosse como fosse não poderia desperdiçar o dinheiro pago naqueles suprimentos selecionados mais cedo. 

Andando sorrateiramente por entre as casas ele ouviu risadas vindas de uma rua próxima a sua posição. Olhou de relance avistando Hinata e Sai gargalhando.  

“Desleixados... “  

Pensou ao ver ambos ali em meio a uma missão totalmente com a guarda baixa. Aquilo era positivo pra ele, com certeza não notaram sua presença. Jogando a mochila nas costas seguiu para a noite que logo começaria a cair sobre a floresta. 

Faltavam alguns metros para alcançar a caverna onde passaria a noite em seu glorioso silêncio, quando foi atingido por uma kunai que passou raspando seu ombro direito para então se fincar na mochila.  

- Mas... o que? ... 

Sai lançou uma névoa sobre ele assim que começava a preparar seu jutsu de ilusão, já havia perdido o fator surpresa sentindo um golpe em suas costas o lançando ao chão, com força. Rolando ele se colocou de pé para revidar outro punho quando ofegantes os três se entreolharam em posição de ataque.  

- Certo Sasuke. - Sai disse rindo um pouco. - Não precisávamos chegar a isso. 

Os olhos escuros de Sasuke brilhavam de raiva, ele queria nocautear os dois de uma vez, todavia eram ninjas da folha e estavam cumprindo ordens. Hinata foi quem deu um passo à frente estendendo um pergaminho com a espiral verde.  

- Acho que sabe porque viemos. Kakashi-sensei disse que você já está ciente da convocação. - Apesar de gentil a mulher de olhos brancos parecia absolutamente sem paciência. “Irritante, isso que era ela ...” . Avaliou amargamente enquanto estendia as mãos para receber o documento.  

Olhou as palavras sem a mínima emoção, porém logo abaixo uma linha escrita com a fôrma rebuscada do sensei fez com que seus olhos se estreitassem. 

- Entendo... não irei. - Sasuke soltou seco e direto enquanto estendia o pergaminho de volta a Hinata, que não mexeu nenhum músculo do lugar em que estava. 

- Olha ... - Sai começou incerto - saiba que tem pessoas que sentem a sua falta e mesmo que seja apenas por um dia gostariam de vê-lo novamente. 

“Esse cara acha mesmo que eu vou cair nessa balela?”. 

Sasuke não respondeu, ao contrário guardou o pergaminho na mochila vendo que a Hyuuga apenas o fitava sem dizer nada.  

- Sai, já finalizamos nosso trabalho aqui, precisamos prosseguir.  - A falta de preocupação ou qualquer interesse em sua resposta o deixou raivoso. Possesso. 

-Certo... - Sai se virou para segui-la. 

- Então era só isso? - O Uchiha estava atordoado, vieram até ali apenas para entregar aquela intimação idiota, perda de tempo. Kakashi não era tolo. Deveria ter algo mais. Talvez o pedido subentendido escrito à mão... 

- Precisamos ir para a próxima missão. - A jovem Hyuuga parecia explicar algo óbvio a ele, como se ele fosse apenas um aluno intrigado com algo novo. - Não podemos ficar Sasuke – Kun... desejo boa sorte. 

- Não irei. - A provocou. 

- Já disse isso. - A resposta foi direta.  

Franziu o cenho para a pequena garota a sua frente, ela não parecia aquela menina tola que vivia se derretendo quando via Naruto. Estava crescida e até ... segura. Na academia ela o transtornava com sua falta de confiança, mas agora parecia...diferente.  

Um ímpeto surgiu dentro de si, talvez não fosse tão ruim rever algumas poucas pessoas. Afinal já estava tempo demais sozinho. E a curiosidade das palavras no pergaminho o deixou inquieto.  

- Qual a próxima parada? - Questionou olhando para o além, odiava dar o braço a torcer. 

- País do Fogo. - Sai revelou enquanto ajeitava a kunai arrancada da mochila de Sasuke em sua bolsa de acessórios.  

- Me explica no caminho. - Rispidamente exigiu enquanto as três figuras rasgavam os céus. 

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Eles aterrissaram no meio da madrugada no país do fogo, sendo informados que o daimyō desejava viajar após o almoço para Konoha, ou antes, pelo que ouviram dependeria do humor do Senhor Feudal. Cansada Hinata desejava um banho e uma cama quente para poder passar o restante da noite. E seus desejos foram atendidos, pelo menos a parte da cama.  

Sai estava visivelmente cansado, Sasuke parecia ter acabado de relaxar horas em uma água termal e ela estava uma bagunça. Durante o trajeto não conversaram muito, Sai explicou no que consistia a parte dois da missão e nada mais foi acrescentado. A verdade é que Hi no Kuni Daimyou tinha receio de atravessar até a vila oculta da folha para a cerimônia. Pelo que Kakashi disse, havia algum tempo que ele e sua família recebiam ameaças, mesmo que esdrúxulas, precisavam garantir a segurança dele, era esse o papel da vila oculta. 

Um dos guardas os acompanharam levando para uma parte da grande mansão que abrigava a família feudal. Tudo era requintado, limpo e organizado, mesmo naquela parte que deveria ser a divisão dos serviçais da casa. Quando entraram por um corredor cheio de portas, o guarda indicou três e disse que ali eram os quartos reservados para os três ninjas. O guarda que se identificou como Daiki, informou solenemente, que na cozinha teria uma refeição quente caso estivessem com fome e se retirou. 

Os três se entreolharam e escorregaram para seus aposentos. Dentro do quarto havia uma mesa do lado direito com uma cadeira simples, e uma cama de solteiro equipada com cobertas e travesseiros. 

 “Nada de banho”. 

Hinata pensou se sentando no futon sentindo os pés doerem pelo esforço realizado. Naquele momento solitário em um espaço apertado olhou pela janela e viu a lua tão brilhante no céu, e se permitiu pensar no que desejava para si e principalmente no que faria com o fato de seus planos terem ruido tão drasticamente. Apesar de toda dor que sentia por não ser correspondida, tinha que admitir que o que mais queria era ver Naruto sorrindo, sendo feliz, pleno e realizado. E de alguma forma iria conseguir superar por mais que doesse vê-lo com outro alguém. O amor não era invejoso nem egoísta, e ela também jamais seria.  

“Pincipalmente com ele.” 

Rolou na cama por um tempo tentando dormir, mas a agitação pela corrida não permitia sua mente relaxar. Vencida pelo cansaço levantou-se jogando por cima dos ombros o yukata azul simples o fechando com o obi por cima da camisola para seguir a cozinha da mansão. Sentia-se faminta e precisava de toda a energia necessária para concluir a missão em algumas horas. Todo o lugar era aconchegante e arrumado, exceto por uma refeição posta a mesa intocada. Pelo jeito os companheiros também preferiram descansar ao invés de comerem.  

Sobre a superfície amadeirada havia um caldeirão cheio de um delicioso hiyajiru e ao lado arroz para acompanhar. Devido as horas passadas, Hinata fez menção em esquentar no fogo que ainda estalava a madeira recentemente acrescentada. Pensando que mais alguém poderia estar acordado, logo a resposta surgiu através de um Sai que entrava no ambiente trazendo mais um feixe de lenha. 

- Olá Hinata. Também resolveu vir comer finalmente? - Enquanto ele colocava cuidadosamente a lenha no fogo, ela carregou o caldeirão para ser aquecido.  

- Sim, finamente me senti com fome. - A sua falta de apetite estava evidente? 

- Bem... a Ino me disse que precisou te cobrir no voluntariado... e nas últimas horas não a vi se alimentar...tem certeza que está tudo bem? Talvez devesse descansar mais alguns dias sabe...ficou fora por muito tempo em missão.  

- Sai-kun eu agradeço a sua preocupação... - Sai abriu um caderno de desenhos e começou a esboçar alguns riscos. Ela olhou curiosa por um momento enquanto servia a sopa para ambos.  

Enquanto comiam não disseram mais nada, aproveitaram a refeição em silêncio, mas Sai sempre estava a olhando, Hinata sabia que ele gostaria de dizer mais alguma coisa, e a sua intuição se confirmou quando simplesmente as palavras a sobressaltaram. 

- Sabe Hinata.. Eu sinto muito que o Naruto seja tão baka que não percebeu seu amor por ele, e agora simplesmente ...esses boatos desse namoro com a Sakura ...enfim...  

As palavras a atingiram como uma navalha, era aquele tipo de comentário que gostaria ardentemente de evitar, a sua ferida era recente e ficar cutucando era algo que ela não precisava. 

-Tudo que eu desejo é que ele seja feliz... e se a felicidade dele for a Sakura está tudo bem...  - Remexeu seu caldo elevando a colher até os olhos e o soltando novamente, a fome acabara de passar. 

Sua linha de raciocínio foi interrompido por um estampido do outro lado da cozinha, na verdade ele já estava há algum tempo na soleira observando a noite escura que estava sendo banhada com alguns raios de sol tímidos.

"Ela tinha notado sua presença. "

O barulho que ressoou pelo ambiente fez com que Sai se colocasse em pé em uma posição de defesa, ela permaneceu impassível sentada em seu acento, somente olhou para o jovem de cabelos negros para em seu olhar entender que ele não sabia das novidades. Parado com sua posição ereta apenas percorreu o espaço por cima dos sacos de arroz que antes estavam empilhados. A sua expressão era indecifrável, mas os olhos jamais estiveram tão negros como naquele momento. 

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Naruto foi informado do retorno de Hinata para a vila, embora ele tivesse sentido o chackra dela, de Sai e Sasuke algumas horas antes de receber a informação transmitida por Ino ao se encontrarem por acaso em uma rua próxima a floricultura Yamanaka. A alegre loira estava saltitante com certeza para encontrar com o namorado. Pelo que ela disse poderiam ainda estar na torre do Hokage.  

Como era de praxe que preenchessem relatórios sentiu-se incerto se deveria ir até o complexo para reencontrar os amigos. Avaliou as pedrinhas que chutava enquanto caminhava pelas ruas de Konoha, nem os gritinhos de algumas meninas que passaram por ele o fez desviar de seus pensamentos.  Dentro de si algo florescia o incomodando e embrulhando seu estômago como se estivesse em sinal de alerta. Talvez ele estivesse. Uma vez Ero-sennin disse que ele deveria confiar em seus instintos, e no momento sentia que uma névoa estranha rondava a vila.  

Andou as cegas por alguns minutos, e seus pés teimosos o levaram sem esforço as escadarias da torre. Subiu as escadas de dois em dois degraus para acelerar suas passadas, sendo observado pelos ninjas que iam e vinham pelos corredores, logo uma fisgada em seu peito surgiu quando avistou duas figuras paradas uma de frente para a outra em uma conversa em que aparentemente era mais silenciosa do que poderia ser. Semicerrou os olhos tentando captar algo, mas íris negras logo o avistaram o fuzilando com desgosto e repreensão. Mesmo após tudo que viveram, a hostilidade ainda estava presente entre eles, era um lance deles, imutável. 

- Oi Sasuke...oi Hinata... - Aproximou-se de ambos os ninjas levando a mão direita a nuca para coçar os cachos louros. Avistou a jovem baixando os olhos para os pés enquanto seu rosto empalidecia. Não pôde deixar de notar a roupa de missão dela que revelava as coxas grossas e torneadas. Enquanto ela o cumprimentou com sua polidez de sempre, seu rival acenou com a cabeça para então se virar fazendo a capa roçar seu corpo deixando uma lufada de ar para trás.  

O silêncio que se seguiu foi incomum e estranho, era a primeira vez que se sentia daquela forma perto da Hyuuga.  

- Hinata ... 

- Naruto-kun... 

Disseram juntos fazendo com que o rosto pálido e o bronzeado se enchessem de um tom vermelho.  

- Por favor, Naruto-kun, diga você primeiro... - ela pediu gentil mantendo as mãos à frente do corpo tocando os indicadores. Era tão fofo quando ela fazia aquilo, era fofo na infância e era fofo agora.  

- Hinata ...eu queria hmmm...me desculpar na verdade sabe... eu julguei o seu companheiro de equipe aquele dia no rio ...e... e ...você se chateou...ou ...eu fiz algo que você não gostou... eu só... - Hinata balançava cabeça negativamente enquanto ouvia atentamente o que ele dizia.  

- Naruto-kun...eu não estava chateada com você, e na verdade quero me desculpar pela grosseria no lago... estava apenas... - Ela desceu os olhos para as mãos formando um beicinho triste, que fez algo se contorcer dentro de Naruto.   

Ela se inclinou para frente como uma forma de ressaltar o quanto sentia muito com o ocorrido. Ele já havia esquecido o incidente afinal, e vê-la nos braços de kiba meio que fez com que ele quisesse conversar com ela, entender o que estava acontecendo, então lá estava ela em uma missão com o Sai, não sabia quando retornaria, estava sendo mantido no escuro pelo Hokage. Há meses que não se falavam apropriadamente, desde a missão com o clã dela, e o breve encontro na beira do rio, não havia sido uma conversa adequada. Era estranho sermos acostumados a certas coisas em nossa vida que apenas damos conta de sua preciosidade quando já não temos fácil acesso. Prostrado na frente da herdeira Hyuuga notou pela primeira vez em muito tempo que ...

“Sentiu saudade. “ 

Os perolados se encontraram com os azuis quando ela se posicionou ereta, dando uma visão de seu rosto, absolutamente perfeito. Ele não se lembrava de ter conhecido alguém tão peculiar quanto Hinata, delicada e mesmo assim uma ninja durona, gentil, mas transparente com seus sentimentos, calma, mas absolutamente determinada, era como um logogrifo a ser decifrado. Ela nunca cansava de surpreendê-lo. O mistério que girava nas decisões dela aumentava ainda mais sua curiosidade. Ele podia sentir que estava acontecendo alguma coisa. 

 “Precisava ser mais direto.”  

- Então... Hinata... - Ela o olhava com atenção enquanto ele coçava o próprio queixo. - Por que você se ofereceu para ir atrás do Sasuke? - Arregalados foram os olhos que ela lançou para ele, incapaz de entender o motivo do espanto dela, esperava pela resposta.  

- Naruto-kun...- A voz dela saiu baixa e incerta, estreitando os olhos e aguçando seus ouvidos ficou aguardando a explicação. Ele sentiu seu nervosismo, sentiu vontade de tocar as mãos dela que ainda se apertavam, então foi o que fez. A pele delicada abaixo da sua calejada trouxe um aquecimento repentino, ela o olhou sob aqueles grossos cílios, olhos perolados, lindos como a lua em uma noite de lua cheia.  

“Será que ela sabia o quanto era bela? “ 

Deu um passo à frente se aproximando mais, apertando levemente a mão da delicada Hyuuga.  

“O que ela diria se ele simplesmente...” 

- Olá Hinata, Kakashi- sensei já vai recebê-la. - Shikamaru estava atrás deles com uma caderneta quando seu chamado interrompeu obtenção da resposta que buscava. 

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Acompanhar o Senhor Feudal e sua esposa foi uma missão mais tranquila do que poderia supor. O homem era excêntrico exigindo de vez ou outra que parassem para que ele pudesse contemplar as paisagens. Dentro de poucas horas após saírem da mansão no País do Fogo já estavam na vila oculta da folha, com as acomodações para o casal prontos, seguiu acompanhada de Sasuke e Sai para a torre do Hokage. Após todos os relatórios preenchidos, onde Sai se esgueirou na primeira oportunidade, provavelmente para ver uma jovem loura, seguiu para o corredor aguardando a sua breve reunião com o sensei de cabelos acinzentados. A resposta a seu pedido somente seria formalmente informada em seu retorno, e o ponto positivo era que o Uchiha também retornou. Embora desconfiasse que ele não ficaria tempo suficiente. 

Enquanto aguardava a sua audiência encostada na parede adjacente ao escritório do Hokage, começou a esboçar uma estratégia caso houvesse uma negativa a sua solicitação. Poderia aproveitar a oportunidade e dizer que seguiria Sasuke por um tempo até sentir-se segura em percorrer sozinha as vilas. O Uchiha era alguém prestigiado pelo novo líder da aldeia, uma vez que fazia muito tempo que estava em uma conversa privada com o mesmo. Quando o jovem alto de cabelos negros passou por ela, com sua atitude arrogante e esnobe, deixou que seu ímpeto agisse. 

- Para onde você vai em seguida... Sasuke-kun? - A frase foi direta e ele se virou olhando para ela com uma expressão fria e irritada. Não era como se tivesse certeza, mas sabia que assim que a cerimônia terminasse, o jovem carrancudo iria se virar mais uma vez para longe. 

- E o que te importa para onde vou? - a forma que ele respondeu não foi grosseira, mas foi tão gélida que causou um arrepio em sua espinha. 

- Gostaria de ir para o mesmo lugar por um tempo... - A expressão de choque que o Uchiha lançou foi absolutamente arrebatador. Não tinha um plano formado, porém se pudesse persuadi-lo a deixar que ela o acompanhasse talvez o Hokage concordasse com seu pedido mais facilmente. 

A figura do jovem que carregava o rinnegan a estudou com uma expressão dura de puro escárnio, ela sentiu um estranhamento crescente entre eles, era uma pergunta ousada, estava absolutamente ciente disso, mas não era algo absurdo. Era?  

Por cima dos ombros do alto Uchiha um raio de sol ressurgia pelo corredor, olhos azuis estudando o que a dupla conversava, ela estava muito consciente de sua presença. Sasuke não a respondeu, mas um leve sorriso em seus lábios entregou que provavelmente ele também desconfiava das intenções dela. Não de segui-lo, mas de se afastar da folha. Ele rodopiou com a capa e saiu dali quando a voz de Naruto preencheu o ambiente os cumprimentando alegremente. Deixados sozinhos um leve desespero se iniciou em seu coração, o momento que ansiava estava bem ali na sua frente. Precisava se desculpar por seu mau comportamento. Ele era seu amigo precioso, o que mais poderia importar se não a felicidade e bem estar de Naruto?  

- Hinata ... 

- Naruto-kun... - Ela começou nervosa e a fala saiu junto com a dele. Um rubor surgiu em seu rosto, ela poderia sentir as bochechas começando a arder. 

- Por favor, Naruto-kun, diga você primeiro... - Ele olhava para ela com tamanha atenção, eles tinham uma diferença de tamanho significativa, a fazendo esticar a cabeça para ver mais daquele rosto bronzeado.

"Será que ele sabia o quanto era lindo? "

- Hinata ...eu queria hmmm...me desculpar na verdade sabe... eu julguei o seu companheiro de equipe aquele dia no rio ...e... e ...você se chateou...ou ...eu fiz algo que você não gostou... eu só... - As palavras deram voltas em seu cérebro, ele achava que havia feito algo que a magoou... sentia-se desgostosa por ter provocado tais pensamentos. Balançou a cabeça reprimindo aquelas palavras, as afastando para longe. 

- Naruto-kun...eu não estava chateada com você, e na verdade quero me desculpar pela grosseria no rio... estava apenas... - Seus olhos caíram para as mãos, seus lábios se uniram com força, queria dizer tudo, mas o medo de ser rejeitada era imenso. Uma barreira invisível que a fazia covarde.  

A atitude doce de Naruto em pedir desculpas, demonstrar que estava preocupado com uma possível atitude de Kiba com ela, eram demais para seu pobre coração. Era difícil admirá-lo por ser o ninja que era, mas ser um amigo tão dedicado era ainda pior. Os olhos safira brilhavam tão fabulosos, sua mente escapou por um momento parecendo ter feito o tempo parar, enquanto seu músculo cardíaco batia descontroladamente. Seus dedos se enrolavam em uma forma de conter a ansiedade, vergonha e desconforto, era uma mania de infância que jamais a deixava. A sensação era de estar em movimento mesmo estática sendo amparada apenas pela parede atrás de si. 

- Então... Hinata... - a voz rouca dele atingiu partes dentro dela que foram difíceis de ignorar. Com esforço levantou os olhos para ele enquanto ele coçava o queixo como se buscasse uma forma de dizer as palavras seguintes. - Por que você se ofereceu para ir atrás do Sasuke?  

A pergunta foi arrebatadora, ele estava achando que ela quis ir atrás do Sasuke? Como ele sabia que ela havia solicitado sair da vila? O que ele poderia estar ciente? O medo a invadiu, queria contar-lhe a verdade, dizer que pediu uma missão qualquer para ficar alguns dias fora longe dos burburinhos e fofocas, apenas queria se resguardar do ressentimento de vê-lo com outra pessoa. Parecia bobagem da parte dela, já que Naruto vivia cercado de meninas, mas ela realmente nunca achou que ele namoraria com alguém antes de terem a oportunidade de conversarem sinceramente sobre tudo. Ela só não estava preparada. Tudo que desejava dizer estava em seu âmago. 

“As palavras só não saiam...”

- Naruto-kun... - a sua voz saiu mais baixa que o ideal, apertou mais as mãos uma na outra, mordeu o lábio se perdendo no calor daqueles dois topázios. As mãos quentes tocaram as suas trazendo um arrepio elétrico por seu braço, ele estava dando-lhe coragem para que continuasse, ela queria desesperadamente prosseguir, olhou para as mãos juntas para então ver que a distância entre eles havia sido diminuída. - e-eu... 

O momento logo foi interrompido por Shikamaru que anunciou que kakashi a esperava. O momento foi entrecortado os fazendo se afastarem, com um leve aceno se virou para a sala do Hokage.  

Kakashi estava sentado confortavelmente em sua mesa, enquanto mantinhas as mãos cruzadas em sua frente. Caminhou em sua direção inclinando o tronco para cumprimentar o sensei.  

- Hinata, fico feliz que tenha retornado bem... - Ele a estudou com curiosidade antes de prosseguir- porém, não entendo porque quer se ver livre da folha após tantos meses longe...  

Uma fisgada em suas entranhas, ela já não poderia fingir o real motivo, talvez ele até já soubesse...  

- Kakashi - sensei... eu preciso apenas ... ficar longe um pouco... 

- Hinata, acho seu pedido peculiar, mas irei permitir que vá, com a condição de manter sua posição sempre atualizada. - Ela fez menção em agradecer, mas as mãos do sensei pairara no ar pedindo que ela ouvisse o restante. - E que retorne em uma semana. É o máximo de dias que permitirei que fique longe. Poderá partir após a cerimônia.  

Agradecendo de forma desajeitada retirou-se do escritório com a sensação de peso e não de alívio. Sua solicitação para afastar-se mais algum tempo da folha deveria proporcionar leveza, naquele momento não foi bem isso que sentiu. De qualquer forma o breve encontro com o shinobi loiro trouxe a certeza que talvez aquela seria a melhor opção.   

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O ambiente envolto a uma penumbra palpável era carregado de um frio úmido que penetrava até os ossos. As paredes, cobertas de musgos e rachaduras, pareciam respirar um cheiro de mofo e decadência. Os sons de canecas sendo enchidas e o sussurrar de conversas a sua volta era sinistro. O teto baixo, e as vigas de madeira expostas estavam cobertas de teias de aranha, que balançaram quando a figura alta em volta de um capuz passou pela porta. As luzes fracas tremeluziram com o corpo imenso do homem que causou uma corrente de ar enquanto dava passos largos até sua mesa. Ele olhou a sombra se movendo em sua direção tão segura, parecia sussurrar o seu segredo quando sentou à sua frente. 

O aceno que o homem deu para o garçom foi seguido de duas doses de habushu colocadas na frente de ambos por um jovem que tremia nervosamente com a aproximação. A vila oculta da fumaça era um lugar neutro, mas os riscos ainda estavam presentes, com a cerimônia do novo Hokage, poderiam já ter sido detectados pela divisão de inteligência da vila. Independente dos riscos não poderia recusar o encontro, precisava fazer o que era necessário. 

A sensação de claustrofobia era palpável, e o ambiente transmitia uma opressiva sensação de estar sendo observado. Cada canto do lugar parecia esconder algo obscuro, inominável, e a sensação de que algo estava prestes a acontecer mantinha o nervosismo constante.  

"Algo estava prestes acontecer, e aquele encontro era para garantir isso... "

O lugar que cochichava histórias de mistério e medo, era refúgio para os segredos mais sombrios e os pensamentos mais perturbadores. 

Ninguém parecia prestar atenção nos dois homens, e sua audácia em sucumbir aquele encontro parecia ser algo que apenas ele mesmo estava ciente.  Sentiu um pesar com os movimentos que estavam sendo forjados naquele tabuleiro, sentiu-se como um crápula, o quanto ele estava disposto a arriscar?  Mirou seu copo com a peculiar bebida, sentiu náusea de si mesmo, asco, um nojo que embrulhou suas entranhas.  

- Meu Senhor envia seus cumprimentos. - O capanga disse em um sorriso mostrando os dentes amarelados.

Não respondeu seguiu inexpressivo.

- Ele ainda acha que foi um erro deixar que retornasse...  - O homem prosseguiu.

- Já disse, todos os devidos arranjos foram feitos... - bruscamente o responde com uma amargura, o gosto de bile dominou sua boca quando pensou no que andava fazendo.  

“Como pôde ter descido tão baixo?” 

 “Os fins justificam os meios?”  

- Poderíamos ter aproveitado a movimentação do damiyou... - o homem rodopiava a bebida no copo com um dedo para depois levar a boca chupando e estalando. 

- Não! - Estava atingindo o limite de sua paciência, precisava de tempo, queria que algo surgisse e o fizesse interromper aquele plano. O homem corpulento se movimentou sobre o assento, demonstrando não ter gostado da forma que foi subjulgado. - Digo...Shin, chamaria muito a atenção, e o Uchiha estava presente. 

- Certo, talvez, tenha um ponto...meu Senhor está ansioso ...ele acha que o herói da folha pode prejudicar ... 

- Eu garanti que eles não tivessem a chance de se aproximarem, diga ao seu Senhor que logo poderá buscar seu prêmio...  

- Não sei ...ele acha que todo esse lance de jeito ninja... 

- Ela está tão quebrada... sussurrei em seu ouvido... Fiz o que era preciso. 

- Sabe Hiashi-Sama, um grande erro é subestimar aqueles que você denomina como fraco. Ela já provou seu valor, tantas vezes que eu poderia dizer que sinto medo de ter que enfrentá-la. Me envergonharia se fosse você... - O rosto do homem de cabelos pretos e espetados foram penteados para trás. As palavras dele pesaram dentro do velho líder.  

Ele sabia que mesmo com tudo que garantiria a partida de sua primogênita, ainda correriam o risco da decisão final da jovem, que mesmo tão gentil, possuía traços parecidos com ele, e se assim fosse, faria o que era certo. Faria? 

- Você se acha tão esperto, sabe o que está em jogo e meu Senhor não vai recuar em cumprir o que prometeu.  

“Ah sim, ele estava bem ciente disso..." 

“O que mais ele poderia fazer?” 

A missão havia sido um sucesso, entregou todos os pergaminhos velhos para o misterioso homem com magatama, espalhou boatos, sussurrou no ouvido da garota, garantiu que não conversasse com o ninja barulhento, até chegou a solicitar ao Hokage que se caso ela pedisse para sair por um tempo da vila que ele permitisse. Demonstrou todo o seu interesse nas atividades dela junto ao clã, e todas as demandas foram cumpridas com maestria. A sua parte foi feita. O homem virou o restante da bebida de uma única vez, fazendo o capuz afastar-se um pouco de sua testa deixando à mostra uma cicatriz bizarra possivelmente feita por uma lâmina.  

- Bem, sendo assim, vou avisar ao meu mestre. - Ele se fora tão rápido quanto chegou. 

Seu coração bateu forte com a garantia que não teria volta, segurou o próprio copo virando o líquido exótico de uma vez causando queimaduras em sua garganta. Sentia-se tão indigno. Mas o que poderia fazer? Precisava proteger a filha mais nova, ela tinha muito mais dotes para ser a próxima líder, o futuro precisava ser protegido. Aquilo devia ser alguma peça do destino. Um irmão se sacrificar pelo outro para proteger o destino do clã. 

 “A diferença que dessa vez não era uma escolha.” 

Há tanto tempo Hizashi fez o mesmo, e ele jamais conseguiu retribuir o seu sacrifício. Seu filho também estava morto, resultado de sua péssima escolha em dar-lhe responsabilidades que não eram dele. Seu orgulho e inflexibilidade havia trazido resultados catastróficos, e dessa vez faria o melhor para proteger as famílias que dormiam sem imaginar o perigo que as cercavam.  

"Teria que ir até o final. "

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