Por água abaixo

Harry Potter - J. K. Rowling Naruto
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Por água abaixo
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Summary
Durante a segunda tarefa do Triwizard Tournament, Harriet “Harry” Calla Potter, a mais-relutante-campeã e menina-que-sobreviveu-para-ser-joguete-do-destino, é sugada por um redemoinho no interior do Black Lake juntamente com uma Merpeople. O que ela deve fazer após despertar em uma terra estrangeira? E, só por curiosidade, onde foram parar suas pernas?

Água... O que há em um nome?

"O que é que há, pois, num nome? Aquilo a que chamamos rosa, mesmo com outro nome, cheiraria igualmente bem"

– William Shakespeare –

Era noite e o céu se assemelhava a um lençol de veludo azul-petróleo que se espalhava até onde a vista alcançava, cravejado com mais estrelas diamantinas do que se podia contar em mil anos e uma lua cheia e redonda que derramava luar prateado sobre a terra.

Em uma gruta cuja iluminação provinha dos raios lunares que penetravam através de buracos no teto, uma figura até então inconsciente dava os primeiros sinais de despertar. Longos cílios de carvão em brasa, preto e vermelho, tremeluziram, pálpebras pesadas lentamente se erguendo para revelar um par de olhos verdes antinaturais que na meia-luz pareciam brilhar como fogo verde.

Seu nome era Harry. Seu nome era Maahri. Ela era uma witch. Ela era uma merpeople. E tinha quatorze anos. E tinha trinta e sete anos. Uma adolescente. Uma adolescente. Ela amava voar. Ela amava nadar. Quanto mais rápido melhor. Quando mais rápido melhor.

Harry. Maahri. Ergueu suas mãos diante de seus olhos, incompreensão e confusão nadando em suas profundezas esmeraldinas. Dedos longos e esbeltos, com garras agudas e membranas translúcidas entre eles, saldaram sua visão. Errado. Certo. Sua pele brilhava sob o luar, pálida e impoluta, perolada em vez de cinzenta. Certo. Errado.

Ela se sentou. Seu tronco estava nu. Errado. Certo. E montes de carne cremosos e macios, coroados com auréolas rosadas e bicos em prontidão pelo frio se destacavam contra seu torço de outro modo justo. Certo. Errado. Ela estava no que parecia uma ilhota de areias brancas cegante, sua calda em sua maior parte submersa na água que a cercava. Errado. Certo.

Escamas branco-peroladas, com manchas que floresciam ao acaso em tons que variavam entre vermelho, laranja e dourado, recobriam sua longa cauda. Errado. Errado. Pálidas barbatanas pélvicas, uma nadadeira dorsal mole, que começava na altura de sua cintura e terminava na parte baixa de suas costas, e uma grande nadadeira caudal, olhando vasta e esfarrapada, tal como suas demais nadadeiras, ficava no fim de sua cauda incrivelmente linda. E errada. E errada.

Seu nome era Harry. Seu nome era Maahri. Ela era uma witch. Ela era uma merpeople. Errado. Errado.

Ela era Hari. Meio-humana. Meio-peixe. E ela era livre para ir onde quisesse e fazer o que desejasse. Ela também não permitiria que ninguém a governasse.

Lábios rosa-coral se curvaram, por um milésimo de segundo, em um sorriso quando alcançou essa resolução, então o sorriso dissolveu-se tão rápido quanto surgiu e os lábios entreabriram-se, dando forma a um canto assombroso que ecoou por toda a gruta e além, enquanto suas mãos se enredavam em seus longos cabelos carmesim e começavam a desenredar os nós existentes.

No final, um nome era apenas um nome, nada mais, nada menos...