Wonderland - E Se O Seu País das Maravilhas Fosse Em Outra Realidade?

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Wonderland - E Se O Seu País das Maravilhas Fosse Em Outra Realidade?
Summary
Se houvesse uma chance de mudar o futuro dos seus personagens favoritos, você mudaria?Essa é a indagação que ronda Alycia desde que sonhou com uma raposa que nunca viu que prometeu lhe levar para Hogwarts.Acontece que aparentemente a garota é peça central para o sucesso da primeira guerra bruxa, e com isso a possibilidade dos seus personagens favoritos e da sua era favorita de Harry Potter sobreviverem. Será que ela seria capaz de deixar sua vida para trás e imergir numa vida completamente nova com pessoas que não existem de verdade e em uma guerra ficcional que ela já sabe o desfecho, mas que aparentemente tem o poder de mudar seu rumo e finalmente mudar o rumo da vida de Harry Potter O Garota Que Sobreviveu para Harry Potter O Garoto Que VIveu.
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CAPÍTULO 5 - A Primeira Lua Cheia

A folha de mandrágora era irritante em sua boca. Alycia não podia beber nada direito por medo de engolir a dita cuja sem querer, e nem comer direito pelo mesmo motivo.
Ela não tinha prestado atenção no céu lá fora, mas pelo que sabia dos livros, devia ser lua cheia para que começassem os passos para que se tornassem animagos, o que tinha certeza que era esse “problema peludo” de que James mencionou.
Era lua cheia, então queria dizer que… Remus. Ela vasculhou o salão comunal lotado de gente. Talvez ela não tivesse prestado atenção no que Potter tinha dito, tinha entendido que a festa seria outro dia, mas talvez em sua confusão não teria prestado atenção. Dava para ver que estava deslocado, passava as mãos nos braços como se estivesse se coçando e seu rosto se você conhecesse bem demonstrava clara agonia. Sirius orbitava ao seu redor, olhando o amigo com olhos preocupados, ele olhou para frente e seus olhos se encontraram e passou uma breve comunicação entre eles, onde Alycia fez um aceno afirmativo com a cabeça e colocou a mão livre no braço de James que nunca saiu do seu lado. Ele a olhou inquisitivamente e ela falou baixo somente para ele ouvir.
- Remus, está na hora. - ele assentiu e pegou sua mão começando a lhe guiar, lançando um olhar para Peter que também estava por perto.
Era lua cheia afinal, aparentemente todos eles tinham um papel a desempenhar e já sabiam o que fazer. Eles ignoraram a música alta e pessoas tentando cumprimentá-los e lhe oferecerem bebidas.
Chegaram rapidamente até Remus e Sirius, o loiro os olhos confusos mas somente deu de ombros, aceitando em silêncio e eles começaram a se mover. James largou dela rapidamente e foi na direção do que parecia ser os dormitórios, não demorou muito para voltar, carregando uma bolsa a tiracolo. Eles conseguiram sair do salão e passaram pelo retrato da mulher gorda. James tirou um pano enrolado da bolsa, que a escondeu enquanto estendia o que agora Alycia percebia que era a capa da invisibilidade.
Ele estendeu a capa para Alycia e Sirius a acompanhou para debaixo, os dois desaparecendo quando se cobriram, era óbvio que não caberia os quatro ali, então pelo jeito eles tinham montado uma escala de quem iria com o lobisomem. Ela gostaria de saber melhor, se aquela era sua vida agora, gostaria de ter memórias desse tipo de coisa para poder saber como agir, mas isso não aconteceria, então só ignorou a sensação de burrice momentânea e acompanhou os passos dos outros três que passavam pelos corredores como se soubessem de cor os corredores, James segurava um pergaminho na mão, que poderia ser o mapa dos marotos, mas ela não tinha certeza.
Quando chegaram ao que parecia ser a ala hospitalar, a garota começou a entender tudo. Esperou do lado de fora com Sirius enquanto os outros meninos entravam na sala e dava para ouvir a conversa mesmo dali. James e Peter dizendo que tinham permissão para acompanhar Remus até a Casa dos Gritos e seu “irmão” entregando o pergaminho para Pomfrey que o lia rapidamente, era só uma permissão de saída então, o mapa do maroto ainda não existia.
A enfermeira diminuta saiu da sala com os meninos a acompanhando, mas parou um pouco e cerrou os olhos na direção onde os outros dois estavam invisíveis, mas pelo visto resolveu ignorar e continuou o caminho até saírem do castelo, com os dois mais afastados tentando não fazer barulho.
Sirius estava calado ao seu lado, concentrado no caminho a frente, sempre olhando fixamente para Remus que conversava agora de forma calma com a senhora. Alycia se perguntava se eles já tinham percebido que gostavam romanticamente um do outro a essa altura, mas o rosto aristocrático de Black não revelava nada.
Eles chegaram na entrada do salgueiro e os quatro entraram, deixando Sirius e Alycia de fora, mas Remus lançou um último olhar ao que parecia em suas direções e acenou rapidamente com a mão antes de entrar. Meia hora depois somente Pomfrey, James e Peter saíram.
Os dois esperaram até a pequena comitiva se afastar, e tiram a capa aproveitando para manter um espaço seguro do salgueiro, eles se aproximam de outra árvore e se sentam ali. Esperando, aparentemente.
Estavam fazendo vigília então.
Percebendo que Sirius não ia abrir a boca, e que também não estava com vontade de conversar, ela começou a divagar em seus pensamentos. Porque aparentemente hoje, só o que consegue fazer é isso, pensar pensar e pensar.
Gostaria de saber quando exatamente iria ocorrer a traição. Seria ainda durante a escola? Ou logo após durante a guerra? Seria por conta da gravidez de Lily? Sempre lia alguma coisa de que James era o laço que segurava aqueles quatro juntos, e sempre leu teorias que Peter fosse obcecado ou apaixonado por James e com a entrada de Lily em suas vidas foi o estopim para ele não aguentar a exclusão que vinha sofrendo.
Até entendeu o rumo dos pensamentos e ações dele. James tinha Sirius, Sirius tinha Remus, Remus tinha os dois para si, mas qual deles realmente teria um laço mais forte com o rato? Nenhum, ao que parecia. E essa sensação de exclusão o levou a trair os amigos de anos. Se se dedicasse um pouco mais de sua atenção a Peter mudaria algo no futuro? Conseguiria impedir a traição de Peter?
Peter, que seria o fiel do segredo de James e Lily, que saberia onde os dois morariam em segredo no ano final da guerra. Alycia se perguntava como mudaria mudar isso, teria como ela alterar aquilo para ela ser a fiel do segredo? Mas como? Se na época Sirius era a escolha óbvia e declinou, ela por ser irmã de James nesse momento com o sumiço do casal e da criança teria todos os holofotes voltados para si.
Mas não tinha importância, ela teria que tentar e encontrar um jeito de impedir a morte dos Potter 's. Se perguntava se acontecesse de ser capturada por comensais da morte, que metódos de tortura aplicariam nela, tinha estudado sobre a Ditadura Militar do Brasil na escola, onde a polícia colocavam ratos e davam choques nas vaginas das mulheres. Será que por ser fruto da sua imaginação a tortura naquele mundo não doeria?
Ela nem percebeu quando pegou no sono. Em um momento ela estava pensando sobre o que teria que fazer para tentar sanar a situação, em outro ela sentia a luz mínima do sol tocar seus olhos a forçando a abrir, sua cabeça estava recostada no ombro de Sirius, e ele olhava para ela com expectativa, como se só estivesse esperando ela acordar para poder agir. Alycia deu um sorriso que esperava que fosse de desculpas, se espreguiçou e eles se levantaram.
Quando começaram a ir de encontro a árvore que se remexia loucamente, encontraram a madame Pomfrey fazendo o mesmo caminho, mas olhou para os dois sem um pingo de surpresa.
“Chegamos agora para buscar o Moony” ouviu Sirius falar mas não prestou atenção, olhava para o enorme salgueiro onde a enfermeira sumia naquele momento, tentando absorver aquela coisa enorme, lembrando dele sacudindo Hermione. Ela saiu tempos depois ajudando Remus a andar, e ansiosamente Sirius foi em sua direção e pegou o garoto para si, Alycia fez o mesmo assumindo o outro dele e passando o braço com cicatrizes velhas agora livre por seus ombros, começaram a levar Remus de volta para o castelo. O loiro estava em estado de exaustão, não conseguia abrir os olhos e apoiava a cabeça em Sirius, mesmo sendo maior.
Quando chegaram à enfermaria e viram James e um ansioso Peter que andava de um lado para o outro, madame Pomfrey soltou um suspiro de irritação falando algo como “eles nunca aprendem”, mas os deixaram ficar dez minutos.
Alycia e Sirius deitam Remus em uma cama, e quando ela se ergue novamente percebe que só tem eles ali. Sirius está irredutível a sair.
- Vou ficar. Leve sua irmã para dormir um pouco, James. - Pomfrey ouvindo sua fala se aproxima falou que não ia permitir que ficasse e que Remus precisava descansar para as aulas. - Eu posso quebrar um braço ou perna minha e ficar aqui por bem ou por mal, mas sair do lado de Remus eu não vou.
A senhora lança um olhar de exasperação mas concorda, e Sirius se senta na cadeira ao lado da cama do amigo. Alycia se aproxima e passa a mão no rosto com cicatrizes, agora relaxado pelo sono. Antes de ir, dá uma olhada pelo corpo do amigo e vê algumas cicatrizes novas, mas no momento não tinha nada que podiam fazer.
Ela, Peter e James voltam em um silêncio cansado até a grifinória, o sol já raiou e em poucas horas começam as aulas, e ela ainda nem sabe em que ano está. Quando chega no salão e o vê revirado pela festa, fica se perguntando quem iria limpar aquilo, provável que fosse os elfos domésticos, mas na realidade não se importava muito. A garota percebeu que congelou no meio da sala e os dois meninos estão olhando para ela.
- Melhor dormir mesmo antes das aulas. - ela diz somente.
- Você pode dormir comigo, sabe, como antigamente. - James dá de ombros e ela tenta não dar um suspiro aliviado.
Não sabia ainda onde era o dormitório das garotas e com quem dividia, sabia que tinham feitiços na ala feminina que repelia os garotos, graças a Hermione citar que leu em Hogwarts Uma História, mas não lembrava de nada que impedisse as meninas de irem dormir com os meninos.
Quando entrou no quarto deles, viu as coisas todas reviradas do baú e as camas bagunçadas. Eram meninos no fim das contas, não tinham vergonha na cara. James apontou para a cama que obviamente era dele, pela quantidade de coisas relacionadas ao quadribol nas paredes. Ele lhe estendeu um suéter do time da sua casa para ela vestir, que agradeceu e foi se trocar no banheiro, tirando as vestes que agora pareciam chumbo em suas costas. Não sabia como aguentaria aquilo pelos próximos anos o dia inteiro.
Saiu do banheiro e foi para a cama onde seu irmão esperava. Que estranho pensar aquilo, irmão. Na sua antiga vida pacata era filha única e aqui tinha um irmão. James sorriu e a abraçou, os dois se aconchegando no calor do outro, enquanto davam um boa noite para Peter que também fora dormir.

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