
Snape sentava-se confortavelmente com os pés plantados no piso escuro de um dos salões da Mansão Malfoy. Narcissa hesitou antes de olhar furtivamente para o líquido verde dentro da taça que ele segurava. A poderosa Poção da Luxúria havia se misturado ao absinto e ela esperava que a Fada Verde não se importasse com o atrevimento. No entanto, Severus ainda não havia tomado nenhum mísero gole.
O mestre de poções a encarava com uma calma fria e conferiu sua bebida, cheirando como se estivesse em algum tipo de ritual silencioso.
Narcissa sentiu o sangue congelar. Apertou as mãos sobre o colo para disfarçar o tremor e seus olhos procuravam Lucius no outro extremo da sala. Seu marido estava conversando distraidamente com outros convidados que participavam daquele maldito jantar.
— Fluídos de sereias no cio é um afrodisíaco inconfundível, sra. Malfoy. Nem mesmo o absinto consegue disfarça-lo. — ele quebrou o silêncio descansando a mão no braço da poltrona.
— Perdão? — foi o que conseguiu responder.
— É um cheiro delicioso, realmente. — o sonserino balançou levemente a taça. O conteúdo verde agitou-se, brilhando como se deixasse ainda mais evidente a prova do crime. — O curioso, Sra Malfoy…. — ele a mediu com o olhar — É que o cheiro que está nesta bebida, também está em você inteira.
Narcissa ergueu olhos alarmantes para ele e agradeceu por estar sentada. Como havia sido tão estúpida?
— Severus, eu…
— Usou um pouco atrás das orelhas, nos lábios, e talvez… nos mamilos? — interrompeu — E claro, em seu sexo…está ardente, não está? — Snape tinha os olhos cravados nas pernas dela.
— Você ficou louco. — sua voz estava sobressaltada, misto de temor e indignação.
— O que estava planejando? Eu beberia a poção e depois a tomaria bem na frente de todos?
Silêncio. Aquilo não poderia estar acontecendo.
— Pare. Por favor… Não zombe de mim. — ela não conseguiu disfarçar a voz temerosa. O olhar dele a perseguia, catalogando cada movimento dela. Ainda sim Narcissa o encarou em silêncio, a típica soberba sonserina estampada no queixo trêmulo, porém erguido de uma Black-Malfoy. Snape continuou:
— O que mais me surpreende é você achar que precisa recorrer a algo tão vil para que eu sinta desejo de possuí-la.
O medo se tornou uma onda repentina de excitação.
— Desde aquela noite. — ele inclinou-se, depositando a taça intacta sobre uma pequena mesa baixa. — Um fantasma me acompanha.
Aquela noite. Ele também se lembrava.
— É o seu rosto. Seus belos olhos famintos implorando. Durou segundos, mas eu soube qual era o lugar que você queria estar, Narcissa. E como aquilo pareceu tão certo…
Severus deixou que palavras morressem e mais um silêncio pairou ali, agora crescendo como uma promessa. Narcissa retesou o corpo quando sentiu sua pele arrepiar e algo quente deslizar por baixo de sua blusa. Era a alça de sua lingerie que, em um feitiço não verbal, ele tirava devagar. Severus a incitou com o olhar sério, analisando se poderia ir além. Black olhou para os lados, temendo que alguém pudesse perceber algo. Depois, encarou-o.
— Sim. — ela permitiu.