Permissão

Harry Potter - J. K. Rowling
F/M
G
Permissão
Summary
Ela o queria. E para o seu maior desespero, ele sabia.Uma bruxa de sangue puro, orgulhosa como a maioria dos sonserinos. O que, em nome de Merlin, ela viu naquele mestiço arredio, sem nenhuma tradição familiar que não poderia oferecer nada além de um grande problema? O que faria Narcissa Black Malfoy descer do pedestal e assumir desejar Severo Snape?
Note
Esta drabble foi elaborada em resposta ao Advento da VitóriaSevero Snape FanfictionsPrompt: Ardente

Snape sentava-se confortavelmente com os pés plantados no piso escuro de um dos salões da Mansão Malfoy. Narcissa hesitou antes de olhar furtivamente para o líquido verde dentro da taça que ele segurava. A poderosa Poção da Luxúria havia se misturado ao absinto e ela esperava que a Fada Verde não se importasse com o atrevimento. No entanto, Severus ainda não havia tomado nenhum mísero gole. 

O mestre de poções a encarava com uma calma fria e conferiu sua bebida, cheirando como se estivesse em algum tipo de ritual silencioso. 

Narcissa sentiu o sangue congelar. Apertou as mãos sobre o colo para disfarçar o tremor e seus olhos procuravam Lucius no outro extremo da sala. Seu marido estava conversando distraidamente com outros convidados que participavam daquele maldito jantar. 

— Fluídos de sereias no cio é um afrodisíaco inconfundível, sra. Malfoy. Nem mesmo o absinto consegue disfarça-lo. — ele quebrou o silêncio descansando a mão no braço da poltrona. 

— Perdão? — foi o que conseguiu responder. 

— É um cheiro delicioso, realmente. —  o sonserino balançou levemente a taça. O conteúdo verde agitou-se, brilhando como se deixasse ainda mais evidente a prova do crime. — O curioso, Sra Malfoy…. — ele a mediu com o olhar — É que o cheiro que está nesta bebida, também está em você inteira. 

Narcissa ergueu olhos alarmantes para ele e agradeceu por estar sentada. Como havia sido tão estúpida? 

— Severus, eu…

— Usou um pouco atrás das orelhas, nos lábios, e talvez… nos mamilos? — interrompeu — E claro,  em seu sexo…está ardente, não está? — Snape tinha os olhos cravados nas pernas dela. 

— Você ficou louco. — sua voz estava sobressaltada, misto de temor e indignação. 

— O que estava planejando? Eu beberia a poção e depois a tomaria bem na frente de todos?

Silêncio. Aquilo não poderia estar acontecendo. 

— Pare. Por favor… Não zombe de mim. — ela não conseguiu disfarçar a voz temerosa. O olhar dele a perseguia, catalogando cada movimento dela. Ainda sim Narcissa o encarou em silêncio, a típica soberba sonserina estampada no queixo trêmulo, porém erguido de uma Black-Malfoy. Snape continuou: 

— O que mais me surpreende é você achar que precisa recorrer a algo tão vil para que eu sinta desejo de possuí-la. 

O medo se tornou uma onda repentina de excitação. 

— Desde aquela noite. — ele inclinou-se, depositando a taça intacta sobre uma pequena mesa baixa. — Um fantasma me acompanha.

Aquela noite. Ele também se lembrava. 

— É o seu rosto. Seus belos olhos famintos implorando. Durou segundos, mas eu soube qual era o lugar que você queria estar, Narcissa. E como aquilo pareceu tão certo…

Severus deixou que palavras morressem e mais um silêncio pairou ali, agora crescendo como uma promessa. Narcissa retesou o corpo quando sentiu sua pele arrepiar e algo quente deslizar por baixo de sua blusa. Era a alça de sua lingerie que, em um feitiço não verbal, ele tirava devagar. Severus a incitou com o olhar sério, analisando se poderia ir além. Black olhou para os lados, temendo que alguém pudesse perceber algo. Depois, encarou-o. 

— Sim. — ela permitiu.