Partituras de Silêncio

Harry Potter - J. K. Rowling
F/M
Other
G
Partituras de Silêncio
Summary
Palavras nunca foram necessárias entre os dois e, no silêncio da noite, as notas do piano falavam tudo aquilo que nunca poderia ser dito.
Note
Hello mini-jovens! Na drabble de hoje decidi abordar com vocês um casal, digamos, inusitado… Bom, pelo menos em relação às histórias que costumo escrever rs. Esse plot na realidade é um pouco antigo, tive a ideia no início de Maio, logo quando foi lançado o Advento da Vitória e vi o prompt “Teclas de Piano”.Infelizmente não tive muito tempo e muito menos criatividade para realmente escrever a história na época. Por algum acaso do destino essa semana decidi revisar alguns plots antigos e achei esse guardado, depois disso a história basicamente se escreveu sozinha, ou como diz minha amiga DoraRussel “a voz do anjo sussurrou no meu ouvido”.Gostaria de dedicar essa história para a minha querida amiga danielaregina, assim que tive a ideia do plot e do casal foi impossível não lembrar dela que é uma das minhas maiores referências em Snamione atualmente. Não poderia ter pessoa melhor para ser presenteada com tal fanfic. Espero que goste amiga, é simples, porém foi feito com todo carinho possível 💕É sempre bom lembrar que Harry Potter não é meu, todo o universo pertence a obra original de J. K. Rowling. Eu só escrevo fanfictions sobre os personagens da saga, mas essa história é inteiramente fruto de minha cabeça, portanto, não plagie. Plágio é crime! (Lei nº 9610/98). Toda e qualquer reprodução, seja parcial ou integral, sem minha autorização prévia, se caracteriza como tal.Espero que gostem!

Música Instrumental

(Nuvole Bianche - Ludovico Einaudi)

 

O toque suave de seus dígitos foi o suficiente para que as portas de carvalho se abrissem, revelando a sala ali escondida. O local estava anormalmente vazio, a única mobília presente era o longo piano de cauda localizado no centro. Seu banco era grande o suficiente para comportar duas pessoas.

A jovem suspirou com familiaridade quando visualizou o instrumento, e logo em seguida se encaminhou em direção ao banco. Sentou-se com a postura ereta enquanto deixava seus dedos correrem livres pelas teclas do piano.

Ela sabia que já havia passado e muito do seu horário de recolher, e mesmo sendo monitora-chefe ainda poderia se meter em problemas caso fosse encontrada pela pessoa errada.

Porém, não conseguia evitar, sua insônia estava piorando a cada dia e as memórias da guerra não paravam de lhe afligir. Decidiu focar-se então, somente no instrumento à sua frente. Inspirando fundo, ela fechou os olhos e se pôs a tocar.

Entretida como estava, ela não foi capaz de notar quando a porta se abriu novamente para a entrada de um novo integrante. O homem a observou em silêncio, antes de se aproximar e sentar no banco ao seu lado.

— Não deveria estar aqui, senhorita. Está tarde. — Ele avisou, porém, seu tom não parecia nem um pouco repreensivo.

— Isso nunca nos impediu antes, senhor. — Ela respondeu divertida, sem mesmo desviar o olhar das teclas.

Era um velho hábito de ambos, toda madrugada, quando as almas vivas estavam dormindo e nem mesmo os fantasmas ousavam vagar pelos corredores, eles se reuniam. Ali mesmo, na Sala Precisa, munidos de um único piano e sua melodia conhecida.

Ela ainda se lembrava do último encontro deles. De todas as coisas que gostaria de ter dito e nunca teve coragem. De como pensou que iria perdê-lo quando o encontrou afogado em seu próprio sangue.

Não sabia o que teria feito sem ele. Sem ouvir a voz de barítono ralhando consigo pelos corredores. Sem poder observar os dígitos longos deslizando pelas teclas do piano junto a si. Sem aquele silêncio confortável que só existia entre as notas que tocavam juntos.

Foi naquele momento que a jovem percebeu o quanto a falta dele havia lhe afetado e ela nunca se sentiu tão feliz por saber que haviam sobrevivido àquele pesadelo. Por saber que ele ainda estava com ela. Pelos momentos únicos que seriam capazes de continuar compartilhando.

A jovem olhou no fundo das orbes negras e o deu um sorriso sincero.

— Fico feliz por você ter sobrevivido, Severus.

Ele a olhou surpreso, mas se permitiu esboçar um pequeno sorriso.

— Também estou feliz por ter sobrevivido, Hermione.

Palavras não eram necessárias entre os dois, ambos sabiam a intenção por trás de suas ações e Hermione tinha certeza de que aquela não seria a última vez que eles se reuniram no silêncio de suas partituras.