
Cinco anos
Draco de cinco almas sabe sobre almas gêmeas.
Oras ele era um bruxo, por favor. A diferença é que ainda não tiveram nenhuma conversa sobre tal assunto, porque ele é uma criança, então deixe ele com livro infantil de contos de fadas para ser feliz. Depois falar sobre a complexidade ilógica por trás disso. ...
Então, quando Draco, em uma noite invadiu o quarto de seus pais e disse com todas as letras:
"Almas gêmeas vem através de sonhos. E se eu sonhei com o papai... Ele é minha alma gêmea? Mas ele é o papai! Por que ele é minha outra metade?!".
Primeiro os dois se lentaram rápido demais para raciocinar tamanho show que o menininho estava dando (passos apressados e portas batendo). Segundo eles pediram para repetir e algo como "se é você, então que você resolva.", por uma Narcissa mal-humorada por ter seu sono interrompido por algo que era muita mais sem sentido que soulmates. Terceiro, um Lucius resignado e tão mal-humorado quanto, desceu da cama e pegou o menino nos braços indo para o quarto. Quarto, era permitido tantas palavras de baixo calão perto de uma criança? Draco diria que era rude e falta de educação, mesmo se ele não fosse uma criança.
No quarto, Lucius se escorou na cabeceira da cama e deixou o menino em seu colo enquanto respirava fundo. 'Sejamos melhores do que aqueles que nos criaram. Veja, eles são preciosos demais para nossas marcas feias'. Abraxas teria dito para o garoto ir dormir e parar de perturbar os adultos, e se insistisse, pela manhã, além das respostas que teria para não ser um inconveniente novamente, teria um castigo lhe esperando.
- Antes de tudo, saiba que não somos alma gêmeas. - viu o suspiro aliviado da criança e talvez se sentisse ofendido, mas entendia o porquê. - Depois, almas gêmeas não tem uma diferença de idade tão grande, os cosmos sem alinham para que as partes tenham alguma chance de se encontrar, e tem misericórdia de não colocar décadas de diferença e pai e filho como tal. - sorriu pequeno e viu o sorriso maior do outro. - Agora, me diga esse seu sonho que nos acordou.
E o menininho contou e não poupou detalhes. Seu padrinho lhe ensinou que, para que algo seja explicado e dúvidas não restem, diga tudo o mais minunciosamente possível, claro que a criança não compreendeu que isso se referia a poções, uma coisa feita errada e tudo explodiria, mas deixaremos isso para mais tarde. Então ele começou.
Falou sobre como parecia chover forte demais, contou dos raios que o estavam deixando assustado e se tremendo. Disse que não entendia o motivo de ser um quarto de bebê, ou porque tinha certeza de que a paisagem era a da casa de Londres, já que seus pais sempre deixaram claro que ele não saiu da França até os três anos, até porque tinha uma guerra lá. E crianças tem que ficar longe de conflitos. Falou como de repente tudo doía demais e o mundo ficou cinza para depois voltar ao normal, como chorou esperando que a dor passasse e só aumentou mais e mais. E quando as coisas melhoraram quando uma melodia bonita era cantada e pode ver que era seu pai lhe embalando e ele se sentiu seguro.
Lucius engoliu em seco.
Claro que ele se lembrava dessa noite horrenda. 31 de janeiro de 1982. A noite que o sacrifício de sua alma gêmea não serviu de nada. Mas não apenas por isso, mas porque além de sua amargura, seu filho parecia em agonia completa. Uma agonia muito parecida com a sua na noite em que seu soulmate morreu. Noite maldita, que mesmo depois de anos, não consegue pregar os olhos.
Se em algum momento da história, Lucius Abraxas Malfoy implorou, foi naquela noite. Implorou a tudo e a todos. Ao cosmos, a magia, Merlin, Salazar, Godric, Deus... Sim, ele implorou para a divindade trouxa. Um momento único que jamais se repetirá. Ele apenas implorou. Porque seu menino de 1 ano e 7 meses não merecia a dor da perda.
A dor que viria quando sua metade morresse, porque era uma parte sua também que ia, que não tinha faixa etária para sentir.
Lucius ficou tão feliz quando seu menino parecia apenas ter sentido dores fortes demais e voltou a ser adorável e feliz, realmente feliz. Como todo bebê deve ser. Apenas atribui que não foi nada demais ou se forçou a acreditar nisso. Mesmo que àquela fosse uma noite de terror absoluto, onde várias pessoas morreram em um ataque de comensais (embora ela tenha terminado em alívio total).
Ignorar às vezes faz bem.
Em outras só prolonga a dor e a certeza.
"O mundo escureceu. Sei que agora está claro e estou vendo, mas...
Não parece mais a mesma coisa.
Será que é assim? Perder uma parte sua e passa a não ver nada?
Ele está vendo, não entanto.
Porque você está aqui.
Acho que... Ele só está incompleto. Não ver nada e perder uma parte do 'brilho' dele, deve ser o modo do cosmos mostrar isso.
O que você perdeu?
Minha vontade de viver"
Não tinha em terra possibilidades de Lúcio dizer que aquilo era a sensação de perca. Então uma meia verdade bastaria... Teria que.
- Isso aconteceu quando você teve um ano e meio Draco. - a criança tombou a cabeça, e prevendo já o que ela iria perguntar, continua. - A magia não tem sentido, você só deve ter lembrado porque foi muito... - o quê? Doloroso e horrível? E com gosto de morte? - Muito para seu corpinho.
Meneou a cabeça em concordância. - Mas por quê?
- Você tinha um ano e meio, dores pod_
- Por que doía? Onde eu machuquei? -"ah. Meia verdade, meia verdade, MEIA VERDADE!"
- Foi uma noite sombria que Draco. - passou a mão nos cabelos tão iguais aos seus. - Mesmo que longe de toda a crueldade, eu sentia a magia das trevas pesada que tinha no ar, você pode ter sentido também. - e antes que mais perguntas pudessem vir, deu um beijo nos cabelos e disse: - Vamos dormir, certo? Já estámuitotarde e meninos que não dormem direito, não crescem bonitos.
Com resmungos de 'precisaria muito mais do que isso para eu ser feio', Lúcio se acomodou e cantarolou a melodia que trazia tanta paz e conforto.
Meias verdades e mais meias verdades, sempre assim até que a seja a hora de aceitar.
Talvez a hora nunca chegue.