Amortentia

House of the Dragon (TV) Game of Thrones (TV)
G
Amortentia
Summary
Lucerys acaba expondo seus sentimentos por seu tio na aula de poções do professor Slughorn.
Note
Eu tô tendo tantas ideia sobre Lucemond ultimamente e quero muito escrever sobre todas elas, é muito divertido para mim. Espero que gostem!

A família Targaryen era a família mais famosa no mundo bruxo, eles eram conhecidos por seus casamentos consanguíneos que fazia com que mantivessem seu sangue puro e sua aparência incomum entre eles e também por sua riqueza inalcançável.

Todos os Targaryen eram mandados para estudar em Hogwarts e era quase uma lei que todos fossem para a casa de gryffindor, no entanto, essa tradição foi quebrada quando o patriarca da família se casou com a única filha da casa Hightower, Alicent, que também era a melhor amiga de sua filha. Seu primeiro filho, Aegon, Havia entrado para Slytherin e logo depois seus três irmãos o seguiram, todos Sonserinos.

A família Hightower pareceu ser a única que se orgulhava da conquista dos quatro Targaryen, Alicent acabou se ressentindo de Rhaenyra e o relacionamento frágil que elas mantinham, havia sido quebrado quando o segundo filho de Rhaenyra cortou o olho de seu filho. A partir de então, o que quer que Viserys fizesse para juntar sua família quebrada, era completamente frustrado.

___

Os irmãos Targaryen e Velaryon pareciam felizes em ignorar a existência uns dos outros, ninguém na escola parecia entender o porquê e eles não se importavam em explicar o motivo. Aemond estava no quinto ano quando seu professor de poções teve a brilhante ideia de fazer com que Sonserina e Grifinória trabalhassem juntos em uma tentativa de fazer com que as duas casas rivais entrassem em harmonia, isso era ridículo na opinião de Aemond. Ele ficou tão chocado com aquilo que esqueceu de escolher um parceiro e o único que sobrou foi seu sobrinho irritante, o mesmo que o mutilou. Antes que ele pudesse reclamar sobre isso, Lucerys se aproximou sorrindo alegremente.

“Muito bem.” O professor pareceu pensar por algum momento olhando os dois estranhamente e apenas suspirou, o que quer que ele quisesse falar, acabou desistindo. “Hoje trabalharemos com uma poção muito poderosa.” Aemond o encarou já esquecendo quem estava ao seu lado, aquela era sua matéria favorita e ele parecia mais interessado nisso do que em dar atenção à quem quer que fosse. “Amortentia.” A sala se encheu de risadas e o professor sorriu olhando ao redor. “Alguém sabe me dizer o que ela faz?”

Uma aluna atrás de Aemond levantou a mão e o professor acenou positivamente para que ela falasse. “Poções do amor são poções que fazem com que quem à bebe se torne altamente obcecado pela pessoa que à deu.” O professor sorriu para ela.

“Exato. Dez pontos para a Sonserina pela sua resposta.” Os alunos da Sonserina ficaram animados enquanto os da Grifinória apenas olhavam com tédio para o professor. “Alguém sabe me dizer por que ela é proibida?” Dessa vez foi Aemond quem levantou a mão. “Diga, meu garoto.”

“Poções do amor são consideradas poderosas e altamente perigosas. Amortentia é a mais poderosa poção do amor que existe. Ela não causa amor verdadeiro, apenas obsessão e isso pode se tornar muito perigoso.” O professor sorriu para ele parecendo gostar de sua resposta e Lucerys o encarou maravilhado.

“Isso mesmo. Mais 10 pontos para a Sonserina.” Aemond sorriu orgulhosamente e o professor andou pela sala distribuindo os ingrediente. “Agora, eu quero que vocês trabalhem duro e preparem a poção perfeitamente. A dupla que conseguir fazer a melhor poção ganhará um frasco de Félix felicis. Trabalhamos com ela no ano passado.” A sala se encheu de burburinhos felizes. “Isso mesmo. Agora comecem.”

Aemond suspirou e rezou silenciosamente para que o idiota de seu sobrinho não estragasse seu trabalho perfeito. “Eu preparo, você não precisa mexer em nada. Não quero que me atrapalhe.” Ele simplesmente disse com tédio esperando que Lucerys concordasse com ele de bom grado, ele era o melhor aluno de poções da escola. Era a primeira vez que ele dirigia mais de uma palavra em anos para seu sobrinho.

“Mas eu quero ajudar, tio.” Aemond sentiu uma leve irritação com isso e Lucerys sorriu para ele parecendo radiante com o que quer que ele tenha visto no rosto do platinado. Aemond só não esperava que ele quisesse o outro olho também. “Por favor!” Ele implorou infantilmente quando Aemond não respondeu.

“Cale a boca. Está me desconcentrando.” Isso não era verdade, nada tirava a concentração de Aemond em poções, mas ele só queria que Lucerys calasse a boca e deixasse ele fazer todo o trabalho em paz. “Você deveria ficar feliz em não fazer nada.”

Lucerys apertou os lábios pensando cuidadosamente no que dizer que não irritasse seu tio. “Por favor, tio. Eu prometo que farei o que você mandar.” Aemond o olhou estreitando o olho e suspirou fortemente antes de responder.

“Certo. Mas se algo der errado, lançarei a maldição cruciatus em você.” Lucerys engoliu em seco antes de acenar com a cabeça. Aemond já havia feito aquilo antes com um dos alunos da Grifinória, era algo conhecido por todos, mas ninguém nunca soube o porquê e não ousaram perguntar. Ele só não foi mandado direto para Azkaban por ter o sobrenome Targaryen.

Os dois trabalharam em silêncio, Lucerys se esforçou para fazer tudo o que seu tio pediu para ele e mordeu fortemente os lábios para não fazer nenhum comentário inconveniente. Aemond parecia extremamente concentrado enquanto colocava cuidadosamente os ingredientes no caldeirão, ele não parecia notar os olhos de seu sobrinho focados em seu rosto. Lucerys nunca havia ficado tão perto de seu tio antes, ele sentiu suas mãos coçarem levemente com o desejo de tocar os belos cabelos platinados de seu tio, mas ele provavelmente perderia a mão se fizesse isso.

Alguns na sala já haviam falhado em seu trabalho e murmuravam tristes, outros ainda estavam trabalhando e os que terminaram apenas estavam conversando entre si. Aemond sorriu satisfeito quando tudo ficou pronto, eles tinham sido os últimos a terminarem. Lucerys piscou sentindo o rosto esquentar rapidamente ao ser pego encarando seu tio. Que embaraçoso! Aemond franziu as sobrancelhas com isso, mas decidiu ignorar e levantou a mão para o professor.

“Deixe-me ver o que vocês fizeram aqui.” Ele se aproximou cuidadosamente e sorriu orgulhosamente olhando entre os dois. “Isso está perfeito, acho que está até melhor do que a minha.” Lucerys sorriu feliz olhando para Aemond que apenas acenou com a cabeça dando um pequeno sorriso para o professor. “Bom trabalho! Vocês dois.”

Lucerys acenou afirmativamente e se aproximou para ver o que Aemond havia feito. O cheiro era muito bom. “Isso tem o seu cheiro, tio.” O professor o encarou curioso e ele ficou confuso sobre isso, olhou para Aemond que estava vermelho enquanto o olhava com o olho arregalado sem saber o que falar. A sala ficou completamente em silêncio. Ele franziu o cenho sem entender o que tinha acontecido e olhou ao redor, todos o encaravam! “O que?”

O professor limpou a garganta e olhou para ele pensando cuidadosamente em como explicar o significado daquilo. “Bem, veja.” Olhou para Aemond em busca de ajuda, mas ele parecia estar paralisado enquanto encarava Lucerys de forma estranha. “O cheiro da poção varia de pessoa para pessoa e depende do que cada indivíduo acha atraente.” Ele respondeu esperando que seu aluno entendesse da primeira vez, o que pareceu não funcionar, Lucerys o encarava de forma confusa.

“Você sente o cheiro da pessoa que está apaixonado.” Um aluno da sonserina respondeu com tom divertido e Lucerys pareceu entender rapidamente depois disso, seu rosto ficou pálido enquanto olhava para Aemond que simplesmente virou e saiu da sala tão rápido quanto o dragão que simbolizava a família Targaryen. Lucerys estava ferrado!

___

 

Todos no castelo pareciam comentar sobre isso, alguns até aumentavam o boato e diziam que os dois tinham tomado a poção do amor e estavam muito apaixonados um pelo outro. Aemond evitou todas as atividades em conjunto com a Grifinória e Lucerys parecia procurá-lo com os olhos em cada oportunidade.

Jacaerys já estava cansado de ver Lucerys daquela forma, já tinham contado para ele o que tinha acontecido na sala de poções, mas ele só acreditaria quando seu irmão contasse para ele. “Vamos, Luke. Sabe que pode conversar comigo.”

Lucerys olhou para ele passando uma das mãos fortemente por seu cabelo. “Eu não sei o que fazer, Jace.” Ele andou para o lado e para o outro nervosamente e Jacaerys se segurou para não lançar um petrificus totalus em seu irmão.

“Você está me deixando tonto. Sente-se.” O mais novo pareceu entender o que estava fazendo e olhou timidamente para o irmão indo se sentar na poltrona em frente à lareira. “Agora fale o que aconteceu. Talvez eu possa ajudar.”

“Duvido muito, irmão.” Seu tom de voz era baixo e incerto, ele queria que Jacaerys pudesse ajudar, mas tinha poucas chances que isso acontecesse. “O professor Slughorn decidiu juntar nossa turma em dupla, Sonserinos e Grifinórios trabalhando juntos.” Jacaerys bufou achando aquela história ridícula, era óbvio que isso nunca daria certo. “E então, ele pediu para que fizéssemos a poção do amor. Aemond e eu estávamos em dupla.”

Certo. Jacaerys sabia que algo tinha acontecido, só não sabia que seu tio estava envolvido. Olhou seu irmão de forma preocupada. “Ele fez algo com você?” Luke o encarou de volta com uma expressão confusa antes de entender a pergunta.

“Oh. Não, não. Ele não fez nada. A questão não é essa.” Ele parecia impaciente e Jacaerys o encarou com as sobrancelhas arqueadas como um sinal para que ele continuasse. “A questão é que ficou perfeito.”

“E como isso seria ruim?” Lucerys o olhou irritado e Jacaerys engoliu em seco.

“Vai me deixar terminar, ou não?” Jace levantou as mãos em forma de rendição e luke apenas balançou a cabeça voltando a olhar para a fogueira. “Ela tinha um cheiro muito bom, e eu disse para nosso tio que tinha o mesmo cheiro que ele.” Jace parecia tão confuso quanto antes. Certo, nem todos eram bons em poções igual Aemond. Lucerys respirou fundo antes de terminar. “Então todos ficaram me encarando e um aluno da Sonserina disse que o cheiro da poção é o mesmo cheiro da pessoa por quem você está apaixonado.”

Seu tom de vez era baixo, mas Jacaerys escurou atentamente e arregalou seus olhos assustado. “Luke! Isso é terrível.” Lucerys se encostou na poltrona melancolicamente e Jace não pôde imaginar como ele estava se sentindo, isso era muito embaraçoso. “Eu achei que sua obsessão por nosso tio já havia passado.”

“Eu sei, Jace. Eu também. Mas hoje… ele estava tão bonito todo concentrado.” Lucerys parecia que ia chorar de nervoso enquanto voltava seus olhos para o irmão. “E agora todos sabem o que eu sinto. O que eu vou fazer?”

“Eu não faço ideia, Luke.” Ele não tinha como ajudar o irmão nessa, era uma causa perdida. Era uma cena engraçada de certa forma.

“Você é inútil.” Luke disse com tédio e Jacaerys riu da expressão de seu irmão. “Como vai ser quando voltarmos nas férias e tivermos que aguentar toda a família reunida?”

“Eu não sei, mas vai ser interessante ver isso.” Lucerys jogou uma almofada com força no rosto de Jacaerys que riu alto e desviou de outra que vinha em sua direção com mais força.

“Cale a boca, seu idiota.” Lucerys tentou pensar sobre o que fazer o resto da noite, ele não podia simplesmente encurralar seu tio no castelo sem pelo menos receber uma das maldições imperdoáveis.

___

Aemond não sabia o que pensar sobre seu sobrinho, ele estava com medo de esbarrar nele pelo castelo e ter que ter uma conversa sobre o que aconteceu. Ele achava Lucerys atraente, mas certamente nunca pensou no garoto como algo mais do que uma parte de sua família insignificante. Aegon e Daeron pareciam achar tudo muito divertido, foram os primeiros a saber o que havia acontecido e não deixaram Aemond em paz desde então. Helaena, como a grande telepata que era, sabia exatamente o que ele estava pensando, então sabia que ele não queria conversar e respeitava isso, ao contrário de seus outros irmãos.

“Pare com isso, Aemond. Ele nem é tão ruim assim.” Daeron disse rindo junto de Aegon que estava bêbado como sempre. Aemond não sabia como ele ainda mantinha suas notas tão boas, ele nem sequer via seu irmão estudar.

“Você diz isso porquê não foi o seu olho que ele arrancou.” Respondeu impaciente sentindo a irritação aumentar e os outros alunos na sala comunal da Sonserina apenas o encaravam divertidos.

“Não seja vingativo.” Aegon como sempre falando mais do que deveria, Aemond o olhou irritado e ele apenas sorriu em sua direção. “Sinceramente, não sei como ele ainda pode ser apaixonado por você depois de tantos anos.”

“O que você quer dizer com isso?” Helaena sorriu olhando para ele e Aegon pôs a mão no queixo de forma pensativa.

“Ah, vamos lá, Aemond. Nosso sobrinho sempre foi obcecado por você.” Daeron concordou com a cabeça e Aemond o encarou confuso, ele não tinha ideia do que eles estavam falando. Aegon bufou incrédulo. “Como você pode ser tão cego? Você só perdeu um olho.”

Aemond o encarou de forma irritada dessa vez, ele estava quase se levantando para sair quando Helaena passou sua grande aranha para a mão dele. “Cale a boca, seu imbecil. Você não pode pensar que eu realmente vou acreditar nisso, não é? Pare de zombar de mim.”

“Certo.” Aegon levantou as mãos frustrado. “Se você não acredita em mim, acredite na Amortentia, irmão. Você nunca errou em uma poção sequer, por que erraria logo agora?” Aemond pareceu pensar sobre isso por um tempo enquanto olhava para a lareira.

“Tudo bem. Digamos que eu acredite. O que você quer que eu faça?” Dessa vez ele não encarou apenas Aegon, encarou sua irmã que parecia nunca desmanchar o sorriso conhecedor de seu rosto e isso fazia com que Aemond se sentisse que era o único que não sabia de algo.

“Fale com ele.” Aemond fez uma expressão de desgosto e passou as mãos pelo lado esquerdo de seu rosto.

“Certo. Mas eu não vou atrás dele.” Respondeu orgulhoso, Aemond já estava decidido a esquecer isso, mas seus irmãos pareciam não querer colaborar com seus desejos. Irritantes. A única coisa que o acalmava, era saber que seu sobrinho não viria atrás dele. Ele tinha certeza.

“Ele virá, irmão.” Helaena respondeu suavemente olhando para ele com um sorriso sonhador. Aemond a encarou confuso por alguns segundos antes de perceber o que ela queria dizer, as vezes ele esquecia que ela conseguia ouvir seus pensamentos.

“Hm. Certo.” Acenou positivamente não querendo mais falar sobre aquilo. Ele era o único que não se irritava quando Helaena respondia seus pensamentos, ele sabia que ela não tinha controle sobre aquilo e ele não se incomodava.

___

 

Era sábado. Aemond odiava os fins de semana, mas hoje ele achou extremamente aceitável já que não queria ver seu sobrinho em alguma aula conjunta com a Grifinória. Aemond tinha orgulho de ser da Sonserina, ele odiava vermelho e não combinava com ele, mas verde e prata destacavam seu olho e cabelo e o deixava ainda mais bonito. Ele sabia que mesmo sem um dos olhos, ele ainda era um dos garotos mais bonitos de Hogwarts e a maioria das pessoas caía por ele, mas ele era o único de seus dois irmãos que não ficava com ninguém. Alys foi a única que conseguiu encantar Aemond no terceiro ano e eles passaram dois anos indo e voltando até que decidiram que ficavam melhores como apenas amigos.

Estava nevando naquela manhã, seus irmãos o convenceram a ir para Hogsmead e ele aceitou relutantemente. Pelo menos teria menos chance de esbarrar com Lucerys. Foi o que ele pensou a princípio e decidiu que levaria o mapa do maroto que havia roubado da sala do diretor com ele. Quando viu o nome de Lucerys tão perto do nome dele, ele se sentiu nervoso e antes que pudesse se esconder, se sentiu esbarrando com alguém fortemente. Seus irmãos olhavam a cena de forma engraçada e os irmãos de Lucerys mordiam os lábios tentando não rir.

“Ah. Oi, tio.” Lucerys estava nervoso coçando a nuca com força, parecia querer falar alguma coisa já que abria e fechava a boca sem saber o que fazer e Jacaerys o cutucou fortemente. “Ei!” Aegon riu alto com isso, Aemond o encarou irritado e ele apenas ignorou.

“Sobrinho.” Acenou com a cabeça e manteve sua expressão neutra escondendo seu nervosismo, ele agradeceu o frio por disfarçar o rubor em seu rosto que ele sabia que estava lá.

Lucerys apertou os lábios por um momento olhando para seus outros tios que o encaravam divertido e engoliu em seco. “Podemos conversar?” Ele não pensou antes de perguntar e sentiu que seu coração batia forte em seu peito.

Aemond franziu o cenho decidindo qual seria a melhor resposta, mas Aegon o empurrou com força em direção a Lucerys fazendo com que ele caísse em cima dele. Lucerys o segurou com força e os dois se viram corando ainda mais. Dessa vez, ninguém conseguiu segurar a risada e Aemond se perguntou se seria muito mal visto se matasse seu irmão mais velho.

“Claro.” Acenou positivamente e Lucerys se sentiu aliviado com isso, sorriu feliz em direção à ele e Aemond sentiu seu estômago embrulhar com isso. “Vamos à casa dos gritos, ninguém nunca vai lá.” Ele não esperou que seu sobrinho respondesse antes de partir.

 

Aegon e Daeron se olharam cúmplices antes de seguirem os dois discretamente com o resto de sua família atrás deles, Jacaerys e Baela com a desculpa de que protegeriam seu irmão de seus tios, mas todos sabiam que eles estavam tão curioso quanto eles.

Assim que os dois chegaram perto o suficiente, Lucerys se virou para ele enquanto mexia em suas mãos nervosamente. Aemond apenas o encarou esperando que ele começasse a falar o que queria.

“Bem..” Ele começou incerto. Ele não tinha certeza do que falaria. “Eu passei a noite pensando no que dizer quando esse momento chegasse, mas agora eu não consigo pensar em nada.” Franziu as sobrancelhas e apertou os lábios tentando se lembrar sobre alguma coisa. “Minha mente tá em branco. Isso é frustrante.”

“Fale o que quiser. Você não precisa ter medo.” Aemond decidiu que estava muito interessado sobre o que seu sobrinho queria falar. Lucerys concordou com um sorriso fraco.

“Eu gosto muito de você, tio.” Aemond suspirou segurando a vontade de passar a mão por seu próprio cabelo, não queria mostrar fraqueza logo agora.

“Isso não faz sentido para mim, sobrinho.” Lucerys o encarou com o lábio apertado em desgosto. “Você nunca me dirigiu a palavra, por que eu deveria acreditar nisso?”

“Eu evitei você porque achei que era o que você queria.” Certo. Aemond não tinha pensado dessa forma, ele nem tinha como reclamar sobre isso já que era algo que realmente queria e se sentia irritado só de ver seu sobrinho pelos cantos do castelo.

“Você arrancou o meu olho, como você achou que eu me sentiria sobre isso?” O desgosto em sua voz era evidente e fez com que Lucerys se sentisse mal, ele nunca se desculpou mesmo que se arrependesse profundamente sobre isso.

“Eu sinto muito, tio. Mas você teria matado Jacaerys.” Aemond o olhou irritado dessa vez, o rancor dolorosamente em seu rosto.

“Era uma varinha de brinquedo, Lucerys. Eu nunca teria feito nada com Jacaerys.” Lucerys sentiu seu coração afundar com isso, na época ele apenas viu seu tio como o vilão da história.

“Eu não sabia disso. Eu era uma criança, tio. Por favor.” Sua voz saiu trêmula mostrando que ele queria chorar, seus olhos se encheram de lágrimas e culpa encheu seu coração ainda mais agora.

“Eu também era uma criança. Você achou mesmo que eu mataria seu irmão?” Aemond respirava rapidamente, ele não sentia mais irritação, apenas mágoa e ressentimento.

“Você torturou um aluno, tio.” Lucerys se amaldiçoou fortemente por ter dito isso, ele não queria que aquela conversa terminasse. Assim que abriu a boca para se desculpar, Aemond respondeu sem dar chance.

“Ele machucou Helaena. Eu não me arrependo, e faria tudo de novo se tivesse a chance.” Sorriu sombriamente fazendo Lucerys se achar ainda mais idiota por acreditar em rumores. Ele tinha que se recompor, só estava piorando ainda mais as coisas com seu tio.

“Eu sou um idiota. Por favor, me perdoe.” Implorou suplicante esperando fortemente que seu tio não o abandonasse sozinho ali enquanto ele fazia papel de bobo. “Por favor, tio. Eu me arrependo de verdade sobre seu olho, sempre me arrependi. Eu nunca mais machucarei você.” Uma lágrima solitária finamente caiu em sua bochecha e sua garganta doía.

“Sim, tem razão. Você é um grande idiota ridículo.” Lucerys tentou corrigi-lo dizendo que ele não havia dito exatamente aquilo, mas Aemond o encarou seriamente fazendo com que ficasse calado. “Mas a verdade, é que eu não me importo mais com isso. Só fiquei com raiva porque você e seus irmãos se achavam superiores por terem ido para a Grifinória enquanto nós somos da Sonserina.”

Lucerys negou com a cabeça rapidamente. “Isso não é verdade, tio. Só ficamos chateados porque queríamos que vocês estivessem na mesma casa que nós. Eu juro!”

“Então vocês fizeram um péssimo trabalho demonstrando isso.” Aemond cruzou os braços de forma petulante e Lucerys sorriu concordando.

“Certo. Me desculpe sobre isso também, não fomos os melhores sobrinhos.” Lucerys coçou a nuca novamente, Aemond percebeu que era um gesto nervoso de seu sobrinho. “Mas eu realmente gosto de você. Eu não queria que você soubesse daquele jeito, mas sinceramente, acho que se aquilo não tivesse acontecido, eu nunca teria confessado à você.”

Aemond suspirou olhando para a neve atrás de Lucerys decidindo o que falar, ele nunca tinha lidado com uma situação assim antes. “Isso é um pouco confuso para mim. Eu nunca imaginei você dessa forma.” Respondeu baixinho e Lucerys sentiu seu coração quebrar dolorosamente.

“Está tudo bem. Você não precisa retribuir nada.” Engoliu em seco esperando que pudesse chegar até seu dormitório antes de começar a chorar como uma criança.

“Oh.. não é isso, sobrinho.” Aemond riu baixinho passando a mão por seu cabelo e Lucerys acompanhou o gesto de forma encantada. “Eu nunca imaginei você assim, é verdade.” Lucerys franziu o cenho não tendo certeza se deveria dizer para ele que já havia entendido. Aemond levantou a mão para impedi-lo de falar. “Mas, isso foi até o dia que tivemos aula de poções. Eu não sei o que sinto agora, mas sei que estar com você não é algo que me desagrada.”

Lucerys piscou algumas vezes tentando processar o que aquilo queria dizer e sorriu alegremente para Aemond que sorriu pequeno. “E o que isso significa?”

“Eu não sei.” Aemond respondeu suavemente franzindo o cenho. “Mas eu gostaria de descobrir.” E lá estava aquele sorriso que irritou Aemond por anos, mas estranhamente não o irritou agora e ele sentiu seu coração acelerar levemente.

“Tudo bem. Eu farei valer a pena, tio. Prometo!” Lucerys achou que era fisicamente impossível sentir seu coração bater daquela forma, mas tudo sobre Aemond parecia fisicamente impossível, incluindo sua beleza que Luke tanto admirava. Lucerys mordeu os lábios querendo dizer algo, mas ficou calado.

“O que foi?” Lucerys negou com a cabeça parecendo envergonhado. “Fale logo, Lucerys.” Aemond não era muito paciente, ele odiava ainda mais quando parecia que estavam escondendo algo dele.

“Bem.” Riu nervosamente olhando para qualquer lugar que não fosse Aemond. “Eu queria saber se posso beijar você sem acabar com um nariz quebrado.” Respondeu rápido fazendo com que Aemond corasse fortemente, dessa vez o frio não foi capaz de disfarçar.

“Idiota.” Era óbvio que ele estava envergonhado, ele só não entendia o porquê. Já tinha beijado antes e aquele era apenas seu sobrinho irritante. Não tinha motivos de ficar assim. Ficou confuso por um momento sem saber o que responder, no fim, acabou decidindo que queria e apenas acenou com a cabeça não querendo dizer aquilo em voz alta.

Lucerys sorriu brilhantemente se aproximando como se estivesse com medo de machucar Aemond. Pôs uma das mãos no lado esquerdo de Aemond e o platinado fechou o olho lentamente esperando que seu sobrinho o beijasse. Lucerys beijou sua cicatriz suavemente e Aemond estremeceu por um momento e antes que pudesse abrir o olho, Lucerys o agarrou pela cintura e finalmente encostou seus lábios nos dele em um beijo de saudade. Aemond sentiu que sim, eles realmente poderiam ter algo.

Se afastaram quando o ar faltou e manterem as testas unidas em um silêncio confortável. Nenhum dos dois queria se afastar completamente, mas o momento foi arruinado quando ouviram um grito atrás de uma das árvores e quando olharam para lá, Baela estava caída no chão com todo o resto dos Targaryen e Velaryon caindo por cima dela. Aemond e Lucerys olharam estáticos para eles e Luke finalmente entendeu seu tio por ter lançado a maldição cruciatus sobre alguém irritante.

Aegon foi o primeiro a levantar e pelo menos ele teve a decência de parecer envergonhado. Antes que qualquer um dos dois pudesse falar alguma coisa, ele saiu correndo enquanto era seguido por Baela, Helaena, Jacaerys, Daeron, Rhaena e Joffrey. Aemond não conseguia acreditar que sua irmã estava envolvida nisso. Lucerys riu alto ao ver a expressão de Aemond.

“Bem, pelo menos conseguimos juntar nossos irmãos novamente.” Ele sorriu encarando seu tio e Aemond não conseguiu dizer nada rude dessa vez, ele certamente estava doente.

“Você é um idiota.” Negou com a cabeça enquanto seu sorriso crescia até que os dois estivessem rindo. Eles teriam um belo natal esse ano.

 

Aemond e Lucerys começaram a namorar rapidamente e ninguém sabia dizer como eles haviam acabado juntos. Mas sabiam que o professor Slughorn se vangloriava por ter juntado um Sonserino e um Grifinório, e por extensão, uma família totalmente despedaçada.