Isso muda tudo

Harry Potter - J. K. Rowling
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Isso muda tudo
Summary
Em que os marotos mudam a trajetória de como as coisas deveriam ter sido sem nem mesmo saberem com simples livros.
Note
Oi gente! Então, eu tive essa ideia do nada e ela meio que ficou na minha cabeça e eu tive que escrever, porque, os marotos eram incríveis e eles criaram muitas coisas, por que não livros? E se Draco os achasse? E se isso fizesse com que ele tivesse alguém, ou pelo menos algo, para tirar ele do caminho que seus pais queriam para ele?Peço desculpa pelos prováveis erros gramáticais e de pontuação, espero que gostem mesmo assim.
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2

Seus pais conversavam educadamente no jantar, conversas escassas e superficiais, nada digno de nota.

Sua mãe contou sobre o encontro com suas amigas com um sorriso suave, falando sobre como a filha de alguém iria se casar ou o filho de outra pessoa estava se mudando para o exterior.

Seu pai apenas ouvia tudo fazendo pequenos comentários ou acenando com a cabeça em momentos específicos.

Draco manteve seu olhar baixo ao colocar um pouco de comida na boca sem se importar em participar da conversa.

Era estranhamente silencioso mesmo quando seus pais estavam conversando. Ele tinha se acostumando com o caos de Hogwarts, com as conversas altas e risadas despreocupadas, tinha se acostumado até mesmo com papéis voando de um lado para o outro e alunos mais…dramáticos, praticamente subindo nas mesas para contar alguma história para seus amigos de forma teatral ー o aluno muitas vezes era ele mesmoー agora que ele estava em casa o silêncio da mansão era quase opressivo. Desconfortável.

"Draco."

Ele ergue o olhar do seu prato para encontrar o olhar da sua mãe que o está observando com as sobrancelhas levemente franzidas.

"Sim, mãe."

A mulher troca um olhar com seu pai que ele não entende muito bem o que significa.

"Estamos chamando você a um tempo querido."

Draco morde o lábio inferior.

"Sinto muito, estava um pouco distraído."

Lucius limpa a garganta chamando sua atenção de volta para ele.

"Como sua mãe estava prestes a dizer, se tornará comum alguns velhos amigos visitarem e se tudo correr como planejado teremos um hóspede importante na mansão em pouco tempo."

O estômago de Draco caiu com a notícia, com o que seu pai acabara de insinuar.

"É esperado, é claro, que você se comporte de maneira adequada."

O loiro mais velho completou como um aviso, uma ameaça se ele estivesse sendo realista.

"Claro pai."

Ele não estava mais com fome.

"Eu poderia me retirar para os meus aposentos? Pretendo terminar meu dever de casa o quanto antes."

O homem mais velho levou um segundo antes de acenar com a cabeça para dispensá-lo e Draco não perdeu tempo antes de se levantar, se curvar para os seus pais e então voltar para o seu quarto com a postura mais elegante e calma que ele conseguiu.

O loiro fechou a porta suavemente, o pânico aumentando de acordo com os passos que ele dava.

Ele passou pela pequena sala de estar dos seus aposentos e então se viu parado no meio do seu quarto, olhando para a cama sem realmente ver que ela estava lá, sua visão parecia levemente borrada nas bordas. Ele estava um pouco enjoado, percebeu de repente.

O menino só teve tempo de correr para o banheiro e abrir a tampa do vaso sanitário antes de vomitar todo o conteúdo do jantar, a ideia do futuro próximo fazendo com que ele ficasse ainda mais pálido.

Ele encostou a cabeça na porcelana fria se repreendendo por sua reação ao mesmo tempo que lutava contra um tremor de corpo inteiro.

Draco não sabia como se sentir.

Ele deveria estar feliz, era isso que ele esperou desde pequeno, os sangues ruins seriam colocados em seus devidos lugares, sua família ganharia o reconhecimento que merecia, seus pais ficariam tão contentes e então ele teria a vida incrível e feliz que sempre sonhou.

Ele se sentia sujo.

O rosto sem vida de Cedrico Diggory e a expressão devastada de Potter ao fim do torneio era uma imagem fixa em sua mente naquele momento e só de imaginar o que estava por vir-

Outra onda de náuseas o fez se inclinar para não sujar todo o chão.

Isso não era mais seu pai falando sobre os bons tempos com olhos brilhantes, não era ofender Granger ou fazer piada com a família Weasley.

Oh meu Merlin…eles vão querer que Draco os mate? Que torture algum dos seus colegas que não tem sangue puro? Que ria quando eles sangrarem?

Demora um pouco para perceber que a umidade em suas bochechas são lágrimas, ele olha para a porta meio que esperando que seu pai invadisse a qualquer momento para mostrar a ele o que pensava do atual estado do seu herdeiro e somente depois de um tempo, quando ele tem certeza de que nada iria acontecer Draco se permite chorar livremente, costas pressionadas contra a parede e pernas contra o peito.

Era inevitável imaginar o que aconteceria, se comensais começassem a se reunir aqui era muito provável que muitas das suas atividades acontecessem nessas paredes.
O sonserino respirou fundo várias vezes tentando se acalmar.

Tentando não pensar em seu futuro e definitivamente tentando não pensar no corpo de Diggory.

O que Black tinha pedido para ele fazer?

10 coisas.

Certo.

Ele gosta de ler.

Ele gosta de ler e… porra.

Coisas que ele realmente amava.

Fácil.

A ideia de não conseguir responder isso o fez chorar mais ainda.

Que tipo de fracassado não conseguia responder algo tão simples?

Ele amava cantar.

Não conseguia imaginar ter sobrevivido até agora sem isso, uma pequena distração de tudo.

Pansy o chamava de rainha do drama então…ele era um pouco dramático? Gostava de atuar e se isso tirasse uma risada dos seus amigos melhor ainda.

Ele meio que amava criaturas mágicas, era uma parte importante dele e com certeza não algo que era esperado dele.

Ele gostava de…bem…roupas? Ele sempre gostou de se vestir bem, gostava das vestes elegantes que via nas festas puro sangue, dos vestidos lindos e complexos.

Já foram cinco.

O garoto passou mais um tempo tentando pensar em algo mais, mas decidiu deixar o resto para depois quando ficou óbvio que não conseguiria mais nada hoje.

Ele estava consideravelmente mais calmo agora e se sentia bem o suficiente para ter certeza de que não vomitaria de novo.

No momento ele se sentia exausto e um tanto sensível, como se qualquer coisa fosse o suficiente para ele quebrar.

Draco se levantou e se apressou em escovar os dentes e preparar um banho quente, apenas relaxando na banheira por um tempo antes de realmente começar a se limpar.

Os movimentos pareciam um tanto mecânicos naquele momento, como se ele não estivesse realmente lá.

Foi estranho, mas logo ele se viu deitado, os lençóis macios e seu pijama favorito o trazendo um pouco de conforto.

Seus olhos se fecharam e ele se concentrou em respirar fundo e tentar dormir, tudo estava bem, tudo certo…

Ele só precisava ficar parado e logo estaria dormindo.

Draco abriu os olhos, passando a encarar o teto.

Certo…

Um suspiro frustrado saiu de seus lábios.

Draco durou mais um minuto se remexendo na cama antes de pular em pé, andando apressado pelo quarto até achar o pequeno livro junto com suas roupas descartadas no chão do banheiro. O loiro correu e se jogou nos lençóis.

“Merlim, merlim, merlim, puta merda.”

A adrenalina corria por suas veias ao pegar sua varinha descartada na mesa de cabeceira e redimensionar o livro de volta ao seu tamanho normal, ele talvez estivesse hiperventilando um pouco ao lançar um lumos em um sussurro apressado.

Dizia muito sobre ele ficar tão nervoso por um simples livro.

Ele estava desobedecendo seu pai de certa forma, fazendo algo que certamente não era permitido. Lucius Malfoy odiaria isso com todas as suas forças.

Deuses, Draco não se sentia animado assim com algo a anos.

O garoto olhou para porta por alguns segundos tentando ter certeza que a barra estava limpa e depois de confirmar que seus pais provavelmente estavam em seus aposentos a essa hora ele respirou fundo e abriu o livro, a luz vindo da ponta da sua varinha iluminando as páginas ao que ele começou a ler as palavras na caligrafia inclinada.

 

‘Bem, acho que eu deveria ter começado por aqui ao invés das regras, ou talvez desse jeito esteja bom, não sei, de qualquer forma, olá! Eu me chamo Sirius Black, estou no meu sexto ano de Hogwarts…’

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