Espaço, eu nunca pensei que seria possível para mim vivenciá-lo de tal forma. A vastidão diante de mim no deck era tão incandescente e bela quanto minha própria raiva. Sim raiva, tirada de meu próprio tempo e presa em futuro que é suposto não me pertencer, uma relíquia do século XXI. Antes que pense que estou sendo criança gostaria de lhes apresentar o porquê de minha raiva, afinal estou em um futuro onde a tecnologia reina, a medicina é muito mais efetiva que crendices e menos dolorosa, hologramas, andróides e tudo um pouco que se pode imaginar. No entanto, devo fingir todos os dias que sempre estive aqui nascida e criada e pasmem: Sem família ou amigos que eu deveria ter ao longo da vida, aparentemente eu sou uma pobre alferes que sofre de uma perda de memória devido a um acidente numa das colônias humanas que não deu certo e supostamente meus familiares e amigos foram perdidos. Realmente acho que devido ao meu antigo estilo de vida no passado o capitão Kirk e seu primeiro oficial não viram problemas nisso, pelo menos ainda posso manter meu nome. Penso que seria muito pior ter que fingir sobre uma identidade completamente falsa. Talvez, se eu estivesse na terra eu não me sentisse tão deslocada ou talvez me sentisse ainda pior.
— Alferes!
— Senhor Scott! – Abro um sorriso, bom talvez nem tudo seja tão ruim afinal. É uma pena que eu não possa ser totalmente honesta com ele, ele foi o único que ficou do meu lado. Às vezes ele me olhava como se esperar que eu o reconhecesse e eu me sentia culpada por não poder dizer – Sim eu lembro – mas era melhor ficar calada no meu caso.
— Vamos garota! já vai começar. Como se sente com a promoção?
— Um pouco culpada pra falar a verdade — realmente estava acontecendo apenas para preencher vagas — Afinal o tenente Jn Eros era muito bom no que fazia e eu sei que se ele não tivesse morrido provavelmente isso não iria ocorrer.
— Bobagem! De fato foi uma perda muito ruim, mas você seria promovida de qualquer maneira. Eu já havia dado seu nome como indicação pela engenharia, embora isso possa complicar um pouco com a ciência.
—Obrigada senhor! Confesso que não vejo por que tenho que escolher entre uma e outra.
— Apenas Scott criança. Agora vamos apenas aproveitar sua promoção com os outros.
— Sim — respondi com um sorriso, o fato é que há duas semanas sofremos um ataque do V'gors uma nova espécie com quem a enterprise fez primeiro contato acontece que eles tinham uma facção rival primitiva pelo que descobrimos contrária à maioria e bom como eles se alimentam de energia nisso nosso núcleo de dobra pareceu bastante apetitoso para não dizer irresistível. Então tivemos muitas baixas e com o capitão, o oficial de ciências e o senhor Scott sequestrados não foi um bom presságio. O bom foi que tudo deu certo no final e o oficial médico conseguiu um novo alien para estudo.
— Senhor Scott, quem vai está presente? Pensei que o capitão ainda estivesse na enfermaria.
— E está não pense menos da condecoração por isso. Dr. McCoy está o prendendo na enfermaria. Mais eu terei o privilégio de promove-los junto do senhor Spock.
— De forma alguma, eu fico feliz que seja o senhor na verdade. Não me desfazendo do restante do alto comando da nave, mas de fato o senhor era quem estava com a gente então acredito que é o mais indicado.
— Não me bajule criança.
— Eu não estou — Digo rindo, enquanto ele suspira.
— Vocês estão crescendo tão depressa que me sinto um velho.
— Mais senhor Scott, o senhor já é velho desde que nos conhecemos! — Faço uma cara engraçada pra ele.
— Kkkkkk vocês realmente não me respeitam.
Continuamos jogando conversa fora até chegarmos.
E de repente lá estava ele com seu uniforme azul e todas suas medalhas contrastando de maneira bonita com sua pele verde oliva, o cabelo milimetricamente cortado em forma de tigela – fracamente me lembrava do Rock Lee um personagem de anime que eu assistia quando criança – mais acredito que o que mais me chamava atenção nele eram duas coisas, a primeira eram suas orelhas pontudas realmente eram ao meu ver charmosas – Você sabe para alguém fã de ACOTAR e porque não senhor dos anéis — Ele era uma fantasia bem tentadora, mais o auge do comandante estava nos seus olhos, olhos castanhos suaves e diferentes. Sim diferentes, enquanto brincava na academia cheguei a ver outros vulcanos mais os olhos deles eram bem diferentes ou melhor os olhos do Sr. Spock eram. Não que eu pudesse ter certeza, afinal devia ter variações genéticas entre os próprios vulcanos dependendo de onde moravam no planeta presumo. Acho que fiquei tempo de mais pensando enquanto olhava porque quando pisquei me dei conta de que ele olhava de volta sem piscar – DROGA – Sinto que estou ficando vermelha e me viro de costas como uma criança. Bem ponto feito só mais uma humana ilógica.
— Algo de errado senhorita?
— De forma alguma senhor. — Ele me olhou e eu fiquei ainda mais vermelha, então ele mudou o olhar para cima do meu ombro e riu.
— Eu vejo, então você é uma fã do Sr. Spock hein? Posso apresen…
— Não — Ele olhou pra mim em dúvida.
— Não precisa se envergonhar, sei que os boatos de que ele é um pouco…
— Não, quero dizer eu não sou uma fã nem nada. Não tem necessidade de o senhor nos apresentar.
— Besteira, venha! — Quando ele vai pegar meu pulso, a Yoman Randy chega.
— Vamos todos aos seus lugares já vamos começar. — Graças a Deus, agora eu só tinha que me preparar para fugir dele depois.
Depois do que me pareceram horas de falatório sobre como fomos corajosos e como éramos merecedores da subida de patente — E de me sentir aliviada por ter sido o senhor Scott a me da a medalha — Fugi rapidamente pra multidão que estava comemorando, conversei com um aqui e outro ali, eu não tinha problemas para me enturmar. Desde que não envolvesse nenhum telepata, agora vejamos eu não sou nenhuma xenófoba mais eu como psy nula nunca fui treinada em proteger minha mente nem nada então eu não saberia se a outra pessoa estaria me lendo ou não e isso seria perigoso. Um perigo que eu não queria correr. Do meio da multidão era possível ver os de maior patente conversando entre si. Entre nós também eram possível notar os grupinhos e eu achando que essa merda acabava na academia, mais não aqui vai a realidade isso continua a vida toda nós só optamos por fingir que não. Os esnobes do grupo de ciências, eles tinham a mania de se acharem o intelecto superior aos demais e também eram os que mais recebiam recursos dentro da nave. Até certo ponto eu entendo, porque era pesquisa e novas espécies e tals mas francamente pra mim as vezes pareciam um bando de papagaios repetidores. Me pergunto se eu já fui assim, não mesmo – Arrogante sim! Repetidor jamais! — enquanto escuto a música penso no choque que eles tiveram quando descobriram que além da biologia em si eu fazia parte da engenharia, pareciam que eles não conseguiam entender que 1 1 era igual a 2. Bem e depois, começou você não pode fazer os dois! Tem que escolher uma área de especialização. E eu fiquei posso fazer o que eu quiser! Foda-se se eles não conseguem ou não querem todo mundo é livre pra trabalhar no que quiser ainda mais se o trabalho for seu, é você que vai lidar com isso dia após dia se não gostar não tem como durar. Então tudo se tornou de mais, música muito alta, luzes saltitantes e bêbados irritantes, claro que nenhum faria nada extremo porque os superiores estavam presentes. Mais eu preferiria está nos meus novos aposentos. O bom de conseguir um novo posto é que agora eu não precisava dividir alojamento com 8 pessoas e usar um vestiário, eu estaria dividindo um quarto com apenas uma pessoa e um banheiro. Atravesso a multidão e vou pro holodrif aperto o botão e entro de olhos fechados suspirando de alívio ainda daria tempo se eu chegasse logo ao meu quarto aperto o botão do meu convés. É então que ouço uma respiração e abro os olhos, sinto um cheiro diferente algum tipo de espeçarias que eu não sei o que é mais cheira malditamente bem ao ponto de eu inspirar e querer repetir e foi quando eu senti seus olhos em mim. Olhos castanhos, olhos gentis (que de gentis não tinham nada há!), meu coração acelerou e eu me sintia um cervo nos faroes — PORRA, PORRA, PORRA — Certo respira fundo e se afaste, eu dei dois passos curtos que o máximo permitido pra longe dele e olhei pro painel ele iria pra ponte. Isso significava que subiriamos juntos até meu deck. De todos os lugares, eu quase podia me dar um tapa mental, UM ano eu passei UM ano evitando ele e Kirk pelo navio inteiro como se fossem a peste. E agora dou um vacilo desse, eu não tô pronta! Se eu apertasse um botão abaixo do 6 talvez… Eu poderia.
— Gostou da promoção? — Eu dou um pulo por sair dos pensamentos, como se ele não quisesse me assustar acrescenta de forma suave — Tenente? — ele realmente tinha uma voz, fala alguma coisa, qualquer coisa ou melhor só responda.
— Eu — sinto meu rosto ficar vermelho e tenho a sensação de quê ele acha divertido, então meu cérebro grita ELE É VULCANO SUA IDIOTA! – Eu estou satisfeita por enquanto. — Digo olhando pra baixo, controlesse não é porque não estou tocando que ele não possa sentir levemente o que eu sinto. Se o Sr.Scott tiver falado com ele…
— Por enquanto? – Ele inclinou a cabeça quase imperceptível pra mim, certo relaxe e aja naturalmente e ele não vai perceber nada.
— Bem sim, eu planejo chegar um pouco mais alto do que agora. Eu quero conseguir meu próprio departamento um dia.
— Sobre o quê? — Ele estava mesmo querendo manter a conversa?
— Ah sobre… — mais a porta se abriu e eu pulei fora mais me virei pra ele — Um dia eu te conto! E sai como um foguete. Mais tive a impressão de escutar um "estarei esperando."
Cheguei no meu quarto digitei minha senha e cai logo na cama, olhando pro lado vi que minha colega de quarto ainda não tinha chegado. Foda-se não é como se eu quisesse conhecer ninguém agora, a única coisa que eu sabia era que eu teria que ser mais cuidadosa de agora em diante assim como aconteceu com ele poderia acontecer com o capitão também. Sinto meus olhos pesando enquanto me pergunto que tipo de perfume vulcano o comandante Spock usa.